Tower of London

( Torre de Londres )

O Palácio e Fortaleza Real de Sua Majestade da Torre de Londres ou, simplesmente, Torre de Londres (em inglês: Tower of London) é um castelo histórico localizado na cidade de Londres, Inglaterra, Reino Unido, na margem norte do rio Tâmisa. Foi fundado por volta do final do ano de 1066 depois da conquista normanda da Inglaterra. A Torre Branca em seu centro foi construída pelo rei Guilherme I em 1078, sendo considerada pelos habitantes da cidade como um símbolo de opressão infligida pela nova elite governante. O castelo foi utilizado como prisão de 1100 até 1952, apesar desta não ter sido sua função principal. Ele inicialmente foi usado como residência real como um grande palácio. Como um todo, o complexo da Torre de Londres é composto por vários edifícios localizados dentro de dois anéis concêntricos de muralhas de defesa e um fosso. Houve várias fases de expansão, principalmente sob os reis Ricardo I, Henrique III e Eduardo I nos séculos XII e XIII. O desenho g...Ler mais

O Palácio e Fortaleza Real de Sua Majestade da Torre de Londres ou, simplesmente, Torre de Londres (em inglês: Tower of London) é um castelo histórico localizado na cidade de Londres, Inglaterra, Reino Unido, na margem norte do rio Tâmisa. Foi fundado por volta do final do ano de 1066 depois da conquista normanda da Inglaterra. A Torre Branca em seu centro foi construída pelo rei Guilherme I em 1078, sendo considerada pelos habitantes da cidade como um símbolo de opressão infligida pela nova elite governante. O castelo foi utilizado como prisão de 1100 até 1952, apesar desta não ter sido sua função principal. Ele inicialmente foi usado como residência real como um grande palácio. Como um todo, o complexo da Torre de Londres é composto por vários edifícios localizados dentro de dois anéis concêntricos de muralhas de defesa e um fosso. Houve várias fases de expansão, principalmente sob os reis Ricardo I, Henrique III e Eduardo I nos séculos XII e XIII. O desenho geral estabelecido nessa época permaneceu até os dias de hoje.

A Torre de Londres várias vezes esteve no centro da história inglesa. Ela foi cercada em inúmeras ocasiões e seu controle era importante para o controle de todo o país. A Torre já serviu como depósito de armas, tesouraria, menagerie, sede da Real Casa da Moeda, escritório dos registros públicos e a casa das Joias da Coroa Britânica. Uma procissão costumava sair da Torre e ir até a Abadia de Westminster desde o início do século XIV até o reinado de Carlos II no século XVII durante as coroações dos monarcas. Na ausência do soberano, o Condestável da Torre fica encarregado do castelo. Essa era uma posição poderosa e de confiança no período medieval. Sob a Casa de Tudor a Torre deixou lentamente de ser uma residência real, com suas defesas ficando obsoletas apesar de tentativas de fortificar e reparar as estruturas.

O auge do castelo como prisão foi nos séculos XVI e XVII, quando muitas figuras que haviam caído na desgraça eram aprisionadas dentro de suas muralhas. Apesar de sua duradoura reputação como um lugar de tortura e morte, popularizada no século XVI por propagandistas religiosos e no século XIX por escritores, apenas sete pessoas foram executadas dentro da Torre antes das grandes guerras do século XX. As execuções costumavam ser realizadas principalmente no Morro da Torre ao norte do castelo, com 112 tendo ocorrido em um período de mais de quatrocentos anos. Várias instituições como a Casa da Moeda deixaram a Torre para outros lugares na segunda metade do século XIX, deixando muitos de seus edifícios vazios. Os arquitetos Anthony Salvin e John Taylor aproveitaram a oportunidade para restaurar o castelo para aquilo que achavam que era sua aparência medieval, limpando muitas das estruturas pós-medievais. A Torre foi novamente usada como prisão durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, com doze homens sendo executados por espionagem. Os danos causados pela Blitz foram reparados depois dos conflitos e o castelo foi reaberto ao público. A Torre de Londres é atualmente um dos pontos turísticos mais populares da Inglaterra. Apesar de ainda estar aos cuidados cerimoniais do condestável, ela é mantida pela Historic Royal Palaces e protegida como um Patrimônio Mundial.

Fundação

Guilherme II, Duque da Normandia, invadiu a Inglaterra e saiu vitorioso da Batalha de Hastings em 14 de outubro de 1066, passando o restante do ano garantindo seus novos domínios e fortificando posições chave. Ele encontrou vários castelos no caminho, porém tomou um caminho sinuoso em direção a Londres;[1][2] ele apenas virou em direção a maior cidade inglesa quando alcançou a Cantuária. Guilherme acabou decidindo saquear Southwark antes de continuar sua viagem pelo sul da Inglaterra já que a ponte fortificada para Londres estava mantida por tropas anglo-saxãs. Várias vitórias normandas cortaram em dezembro de 1066 a linha de suprimentos da cidade, com seus líderes, isolados e intimidados, se rendendo sem lutar.[3][4] Guilherme estabeleceu 36 castelos entre 1066 e 1087,[2] apesar de referências no Domesday Book indicarem que muitos outros foram fundados por seus subordinados.[5] A nova elite governante empreendeu-se naquilo que foi descrito como "o programa mais extenso e concentrado de construção de castelos em toda história da Europa feudal".[6] Eles eram edifícios multipropósitos, servindo como fortificações (usadas como base de operações em territórios inimigos), centros de administração e residências.[7]

Guilherme enviou uma comitiva avançada a fim de preparar Londres para sua chegada, celebrar sua vitória e encontrar um castelo; nas palavras do seu biógrafo Guilherme de Poitiers, "certas fortificações foram completadas na cidade contra a inquietação da enorme e brutal população. Ele [Guilherme] percebeu que era de primeira importância intimidar os londrinos".[1] Londres era na época a maior cidade da Inglaterra; a fundação da Abadia de Westminster e do Palácio de Westminster pelo rei Eduardo, o Confessor a haviam estabelecido como um centro de governo, com um porto próspero que era importante para os normandos estabelecerem o controle do assentamento.[4] Outros dois castelos — Castelo de Baynard e a Torre de Montfichet — foram estabelecidos na mesma época.[8] A fortificação que viria a ser conhecida como a Torre de Londres foi construída no canto sudeste das antigas muralhas romanas, usando-as como itens pré-fabricados de defesas, com o rio Tâmisa fornecendo proteção adicional pelo sul.[1] A fase inicial do castelo era cercada por um fosso e defendida por uma paliçada de madeira, contendo provavelmente acomodações adequadas para Guilherme.[9]

 A Torre Branca.

A maioria dos primeiros castelos normandos eram construídos com madeira, porém alguns como a Torre de Londres foram renovados ou reconstruídos no final do século XI com pedra.[8] Geralmente considera-se que os trabalhos na Torre Branca — que dá a todo o castelo seu nome — começaram em 1078, porém a data exata é desconhecida. Guilherme encarregou Gundulfo, Bispo de Rochester, da construção, apesar dela talvez não tenha sido concluída até depois da morte do rei em 1087.[10] A Torre Branca é a mais antiga torre de menagem de pedra de toda Inglaterra, sendo o ponto mais forte de todo o castelo original. Também continha grandes acomodações para o monarca.[11] Ela provavelmente foi finalizada por volta de 1100 quando Ranulfo Flambard, Bispo de Durham, foi aprisionado lá.[12] Flambard era odiado pelos ingleses por cobrar impostos severos. Além dele ter sido o primeiro prisioneiro da Torre que se tem registro, ele também foi a primeira pessoa a escapar dela, usando uma corda secretamente passada para ele dentro de uma garrafa de vinho. Flambard foi mantido em luxúria e com criados, porém ele realizou um banquete para seus captores em 2 de fevereiro de 1101. Ele os embebedou e se trancou em uma câmara quando ninguém estava olhando, descendo com a corda pela janela. A fuga foi tão surpreendente que um crônico contemporâneo chegou a acusar o bispo de bruxaria.[13]

A Crônica Anglo-Saxônica registra que o rei Guilherme II ordenou em 1097 a construção de uma muralha ao redor da Torre de Londres; ela provavelmente foi construída com pedra e deve ter substituído a paliçada de madeira que cercava os lados norte e oeste do castelo, entre a muralha romana e o Tâmisa.[14] A conquista normanda não se manifestou apenas com uma nova classe governante, mas também no modo como Londres foi estruturada. Terras foram confiscadas e distribuídas dentre os normandos, que também trouxeram centenas de judeus por motivos financeiros. Os judeus chegaram sob proteção direta da Coroa, e como resultado as comunidades judias frequentemente ficavam perto dos castelos. Eles usavam a Torre como retiro quando ameaçados de violência.[15]

A morte de Henrique I em 1135 levou uma disputa pela sucessão na Inglaterra; apesar do rei ter persuadido seus barões mais importantes a apoiarem sua filha Matilde, seu sobrinho Estêvão de Blois chegou da França alguns dias depois e tomou o trono. A importância da cidade e sua Torre foi o que marcou a velocidade com que ele garantiu Londres. O castelo, que há algum tempo não era usado como residência real, era geralmente deixado aos cuidados do Condestável da Torre, posto que na época era mantido por Godofredo de Mandeville. Já que a Torre era considerada uma fortaleza inexpugnável em uma posição estrategicamente importante, sua posse era altamente valiosa. Mandeville explorou isso, vendendo sua aliança para Matilde depois de Estêvão ter sido capturado em 1141 na Batalha de Lincoln. No ano seguinte, quando o apoio dela desapareceu, ele voltou a ser leal para Estêvão. Mandeville acabou se tornando "o homem mais rico e poderoso na Inglaterra" através de seu cargo de condestável. Tempos depois quando ele tentou usar o mesmo estratagema novamente, desta vez conversando secretamente com Matilde, Estêvão o prendeu e o forçou a ceder seus castelos, substituindo-o por um de seus apoiadores mais leais. Até então a posição de condestável tinha sido hereditária, originalmente entregue a outro Godofredo de Mandeville — um amigo de Guilherme I e ancestral do Godofredo que Estêvão e Matilde lidaram — porém a autoridade do cargo era tão grande que desde então ela passou a ser dada por nomeação do monarca. O condestável era geralmente alguém de grande importância, que nem sempre estava no castelo por causa de outras funções. Apesar dele ainda ficar responsável por manter o castelo e sua guarnição, desde os primeiros anos ele tinha um subordinado para auxiliar nessas funções: o Tenente da Torre.[16] Os condestáveis também tinham deveres civis relacionados a cidade. Geralmente eles recebiam o controle de Londres e eram responsáveis por cobrar impostos, garantir a lei e manter a ordem. A criação do cargo de Lorde Prefeito de Londres em 1191 removeu muitos dos deveres civis do condestável, algo que às vezes criava animosidade entre os dois.[17]

Expansão

O castelo manteve sua forma estabelecida em 1100 até o reinado de Ricardo I.[18] Ele foi expandido por Guilherme Longchamp, o Lorde Chanceler de Ricardo e o homem encarregado de cuidar da Inglaterra enquanto o rei estava em cruzada. Os registros mostram que quase três mil libras foram gastas na Torre de Londres entre dezembro de 1189 e novembro de 1190,[19] de um total de cerca de sete mil libras que ele gastou na construção de castelos na Inglaterra.[20] De acordo com crônico contemporâneo Rogério de Hoveden, Longchamp cavou um fosso ao redor do castelo e tentou sem sucesso enchê-lo com água do Tâmisa.[21] Ele também foi nomeado Condestável da Torre e realizou sua expansão enquanto se preparava para uma guerra contra João, irmão mais novo de Ricardo, que na ausência do rei tentou tomar o poder. Como sua principal fortificação, Longchamp tentou fazê-la o mais forte possível. As novas construções foram testadas em outubro de 1211, quando a Torre foi cercada pela primeira vez em sua história. O Lorde Chanceler decidiu capitular com João depois de apenas três dias porque achou que teria mais a ganhar ao se render do que prolongar o cerco.[22]

 O complexo da Torre de Londres visto do outro lado do Tâmisa.

João acabou sucedendo Ricardo como rei em 1199, porém seu reinado foi impopular com muitos de seus barões, que acabaram se revoltando contra ele. Roberto Fitzwalter liderou um exército para Londres em 1214 enquanto o rei estava em Windsor e cercou a Torre. A fortificação resistiu apesar de contar com poucos homens, com o cerco acabando depois de João assinar a Magna Carta. O rei voltou atrás em suas promessas de reforma, o que fez estourar a Primeira Guerra dos Barões. Fitzwalter tinha conseguido manter o controle de Londres mesmo depois da Magna Carta. A guarnição da Torre se aliou aos barões durante o conflito. João foi deposto em 1216 e os barões ofereceram o trono inglês a Luís, filho mais velho do rei Luís VII da França. Entretanto, com a morte do rei em outubro, muitos começaram a apoiar a reivindicação de seu filho Henrique. A guerra continuou entre as facções, com Fitzwalter apoiando Luís. Ele manteve o controle de Londres e da Torre até que ficou claro que os apoiadores de Henrique sairiam vitoriosos.[23]

Henrique III e Eduardo I expandiram o castelo durante o século XIII, essencialmente criando o que existe hoje.[24] Henrique era distante de seus barões e a falta de entendimento mútuo levou a agitações e ressentimentos com seu reinado. Como resultado, o rei estava ansioso para garantir que a Torre de Londres fosse uma fortificação formidável; ao mesmo tempo ele era um esteta e queria que o castelo fosse um lugar confortável para se viver.[25] Quase dez mil libras foram gastas na Torre entre 1216 e 1227; nesse período, apenas o trabalho de quinze mil libras no Castelo de Windsor custou mais. A maioria das obras se concentraram na ala central e nos edifícios palaciais.[26] A tradição de branquear a Torre Branca (da qual deriva seu nome) começou em 1240.[27]

O castelo foi expandido para leste, norte e noroeste a partir de 1238. Os trabalhos duraram pelo restante do reinado de Henrique III e para o de Eduardo I, interrompidos ocasionalmente por agitações civis. Novas criações incluíram um perímetro de defesa, torres cravejadas e um fosso defensivo em todos os lados em que a fortaleza não era protegida pelo rio. A extensão ao leste levou a Torre além dos limites do antigo assentamento romano.[27] A Torre de Londres há muito era vista como um símbolo de opressão desprezada pelos londrinos, com as obras de Henrique sendo impopulares. Os cidadãos da cidade até celebraram em 1240 quando o portão desmoronou.[28] A expansão também causou perturbações localmente, com uma compensação de 166 libras sendo paga ao Hospital de Santa Catarina e ao Priorado da Santíssima Trindade.[29]

Henrique III frequentemente realizava a corte na Torre de Londres, também realizando o parlamento lá em duas ocasiões (1236 e 1261) por achar que seus barões estavam ficando perigosamente rebeldes. Os barões descontentes liderados por Simão de Montfort, 6.° Conde de Leicester, forçaram o rei em 1258 a concordar com reformas que incluíam a realização regular de parlamentos. Abrir mão da Torre de Londres também era uma das reivindicações. Henrique III não queria perder seu poder e procurou permissão papal para quebrar seu juramento. Ele se instalou na Torre em 1261 com a ajuda de mercenários. O rei se abrigou no castelo enquanto negociava com os barões, apesar de nenhum exército ter tentado tomá-lo. Uma trégua foi concordada sob a condição que Henrique entregasse o controle da Torre. Ele conseguiu uma grande vitória em 1265 na Batalha de Evesham, permitindo que reconquistasse o país e a fortificação. O cardeal Ottobuono Fieschi foi para a Inglaterra excomungar todos que ainda permaneciam em rebelião; a ação foi extremamente impopular e ficou ainda pior quando o cardeal recebeu a custódia da Torre de Londres. Gilberto de Clare, 7.º Conde de Gloucester, marchou para Londres e cercou o castelo em abril de 1267, declarando que a custódia da Torre "não é um posto a ser confiado nas mãos de um estrangeiro, muito menos um eclesiasta".[30] Gilberto não conseguiu tomar a fortificação mesmo com um grande exército e máquinas de cerco. Ele recuou, permitindo que Henrique retomasse a cidade, com a Torre ficando em paz pelo restante de seu reinado.[31]

Eduardo I raramente passava seu tempo em Londres, porém realizou extensas reformulações na Torre ao custo de 21 mil libras entre 1275 e 1285, mais do que o dobro do que havia sido gasto no reinado de Henrique III. Eduardo tinha experiência na construção de castelos e usou o que aprendeu durante as cruzadas para trazer inovações para suas fortificações.[32] Seu programa de construção de castelos no País de Gales anunciou a introdução do amplo uso de balestreiros em castelos europeus, influenciados pela arquitetura oriental.[33] Eduardo preencheu o fosso cavado por Henrique e construiu uma nova muralha de cortina ao longo da Torre de Londres. Outro fosso foi criado em frente da nova muralha. A parte oeste da muralha de Henrique III foi reconstruída, com a Torre de Beauchamp substituindo o antigo portão do castelo. Uma nova entrada foi criada com defesas elaboradas, incluindo dois portões e um barbacã.[34] Eduardo também ergueu dois moinhos de água para tentar deixar o castelo autossuficiente.[35] Seiscentos judeus chegaram a ser aprisionados na Torre de Londres em 1278 sob a acusação de desvalorizarem a moeda.[15] A perseguição da população judia começou sob Eduardo em 1276, culminando em 1290 quando ele publicou o Édito de Expulsão, forçando todos para fora do país.[36]

Período medieval  Miniatura da Torre de Londres em sua configuração depois das expansões de Eduardo I.

Poucas atividades ocorreram na Torre de Londres durante o reinado de Eduardo II.[37] Mesmo assim, foi nesse período que o Guarda-Roupas Privado foi fundado. A instituição era baseada na Torre e responsável por organizar as vestes de estado.[38] Margarida de Clare se tornou em 1321 a primeira mulher a ser aprisionada na Torre depois de barrar a entrada da rainha Isabel da França, esposa de Eduardo II, no Castelo de Leeds[39] e ordenar que seus arqueiros disparassem contra Isabel, matando seis membros de sua comitiva real.[40] Entretanto, a fortificação não era completamente segura, com muitas pessoas tendo subornado os guardas para ajudar na fuga ao longo de sua história. Rogério Mortimer, 1.º Conde de March, foi auxiliado em 1322 em sua fuga pelo subtenente da Torre que deixou que os homens de Mortimer entrassem. Eles abriram um buraco na parede de sua cela e ele fugiu em um barco que estava esperando. O conde foi para a França onde encontrou Isabel. Os dois começaram um caso e conspiraram derrubar o rei. Uma de suas primeiras ações ao voltar para a Inglaterra foi capturar a Torre de Londres e libertar seus prisioneiros. Mortimer e Isabel governaram o país por três anos enquanto Eduardo III ainda era jovem; Eduardo e seus apoiadores capturaram Mortimer em 1330 e o jogaram do alto da Torre.[41] Durante seu reinado a Inglaterra teve sucessos militares depois do reinado de Eduardo II ter colocado o reino atrás dos escoceses e franceses. Dentre suas vitórias mais famosas estão as batalhas de Crécy e Poitiers, onde o rei João II da França foi feito prisioneiro, e também a Batalha de Neville's Cross, em que o rei David II da Escócia também foi capturado. A Torre de Londres abrigou vários prisioneiros nobres durante esse período.[42] Eduardo II tinha deixado que o castelo caísse em estado de abandono,[43] sendo um lugar desconfortável durante o reinado de Eduardo III. A nobreza mantida em cativeiro dentro de suas muralhas não podia realizar atividades como a caça, que era permitida em outros castelos reais utilizados como prisões. O rei acabou ordenando que a Torre fosse renovada.[44]

 Representação do século XV do aprisionamento de Carlos, Duque d'Orleães e sobrinho do rei francês. Esta é a imagem mais antiga da Torre de Londres que se tem registro.[45]

Ricardo II ascendeu ao trono em 1377 e liderou uma procissão da Torre até a Abadia de Westminster durante sua coroação. Essa tradição começou no final do século XIV e durou até 1660.[42] O castelo foi cercado em 1381 durante a Revolta Camponesa com o rei dentro. Uma multidão conseguiu entrar na Torre e saquear a Casa das Jóias quando Ricardo saiu para se encontrar com o líder rebelde Wat Tyler. Simão Sudbury, o Arcebispo da Cantuária, se refugiu na Capela de São João na esperança de que a turba fosse respeitar o santuário. Entretanto, ele foi capturado e decapitado no Morro da Torre.[46] Houve mais agitações civis seis anos depois e o rei passou o Natal na Torre de Londres por segurança, ao invés de em Windsor como era o costume.[47] Ricardo acabou aprisionado na Torre em 1399 quando Henrique Bolingbroke voltou de seu exílio. Ele abdicou e foi sucedido por Bolingbroke, que se tornou o rei Henrique IV.[46] Houve poucos trabalhos de construção na fortificação durante o século XV, mas mesmo assim ele manteve-se como um importante local de refúgio. Quando os apoiadores de Ricardo II tentaram realizar um golpe, Henrique IV se refugiou na Torre. O castelo também manteve importantes prisioneiros nesse período. Jaime, Duque de Rothesay e herdeiro do trono escocês, posterior rei Jaime I da Escócia, foi sequestrado em 1406 enquanto viajava para a França e mantido na Torre. O reinado de Henrique V renovou a sorte da Inglaterra na Guerra dos Cem Anos. Como resultado de suas vitórias, como a Batalha de Azincourt, muitos prisioneiros de alto valor foram aprisionados no castelo até que resgates fossem pagos.[48]

A maior parte da segunda metade do século XV foi marcada pela Guerra das Rosas entre duas casas reais reivindicando o trono, Lencastre e Iorque.[49] A Torre de Londres foi cercada novamente em 1460 pelas forças iorquistas. Ela foi danificada por tiros de artilharia, porém apenas se rendeu depois do rei Henrique VI ter sido capturado na Batalha de Northampton. Henrique recapturou o trono com a ajuda de Ricardo Neville, 16.º Conde de Warwick, por um breve período em 1470. Entretanto, Eduardo IV reconquistou o controle e Henrique VI foi aprisionado no castelo, onde provavelmente foi assassinado.[46] A Torre foi fortificada durante os anos de guerra para suportar tiros de canhão e equipada com ameias para canhões e armas menores; uma pequena muralha foi criada para esse propósito ao sul do Morro da Torre, porém ela não existe mais.[49]

Eduardo IV morreu em 1483 e tradicionalmente acredita-se que o assassinato dos Príncipes da Torre aconteceu pouco depois. O incidente é um dos eventos mais infames associados com a Torre de Londres.[50] Ricardo, Duque de Gloucester, foi declarado Lorde Protetor porque seu sobrinho o rei Eduardo V era muito jovem para governar.[51] Os relatos tradicionais dizem que Eduardo, então com apenas doze anos de idade, foi confinado na Torre de Londres junto com seu irmão Ricardo de Shrewsbury, Duque de Iorque. O Duque de Gloucester foi proclamado rei em julho do mesmo ano como Ricardo III. Os dois irmãos foram vistos em público pela última vez em junho;[50] desde então acreditou-se que a razão mais provável por seu desaparecimento é que ambos foram assassinados no verão de 1483.[51] Ossos que se acreditavam pertencer aos dois foram descobertos em 1674 quando uma parte da entrada da Torre Branca foi demolida; porém, o nível em que foram encontrados colocariam os ossos em uma profundidade similar de um cemitério romano descoberto no século XXI a algumas centenas de metros ao norte.[52] A oposição contra Ricardo III cresceu até ele ser derrotado e morto em 1485 na Batalha de Bosworth Field pelo lencastriano Henrique Tudor, que tomou o trono como o rei Henrique VII.[50]

Diferentes usos

O começo do período da Casa de Tudor marcou o início do declínio da Torre de Londres como residência real. O crônico Raphael Holinshed do século XVI disse que o castelo estava sendo mais usado como "um depósito de arsenais e munição, e para isso um lugar de custódia de ofensores do que um palácio real para um rei ou rainha desfrutarem".[45] Os Alabardeiros da Guarda eram os guarda-costas reais desde pelo menos 1509.[53] Foi avaliado durante o reinado de Henrique VIII que a Torre precisava de trabalhos consideráveis em suas defesas. Tomás Cromwell gastou 3.593 libras em reparos durante 1532 e importou quase três mil toneladas de pedras de Caen para as obras.[54] Isso mesmo assim não foi o suficiente para elevar o castelo ao padrão de fortificações militares que eram projetadas para aguentar uma forte artilharia.[55] Apesar das defesas terem sido consertadas, os edifícios do palácio foram deixados em estado de negligência após a morte de Henrique. Suas condições eram tão ruins que ficaram virtualmente inabitáveis.[45] A Torre de Londres foi apenas utilizada como residência real depois de 1547 quando seu simbolismo histórico e político era considerado útil, como por exemplo Eduardo VI, Maria I e Isabel I permaneceram brevemente na Torre antes de suas coroações.[56]

 Um dos cavaletes de tortura da Torre de Londres.

A Torre adquiriu durante o século XVI a reputação de uma prisão desagradável e ameaçadora. Isso nem sempre foi o caso. Como castelo real ela era usada pelo monarca para aprisionar pessoas por diversas razões, porém elas eram geralmente indivíduos de alta classe social que ficavam por pouco tempo e não cidadãos comuns, já que existiam muitas outras prisões em outros lugares para manter pessoas do povo. Os prisioneiros, ao contrário da crença popular, conseguiam ter vidas mais fáceis ao comprar amenidades como comida melhor ou tapeçarias através do Tenente da Torre.[57] Já que manter prisioneiros era uma função incidental da Torre de Londres — como era o caso com qualquer outro castelo — não existiam acomodações construídas especificamente para esse fim até 1687, quando um galpão de tijolos chamado de "Prisão para Soldados" foi construído ao noroeste da Torre Branca. A reputação da Torre como um local de tortura e aprisionamento vem principalmente de propagandistas religiosos do século XVI e romancistas do século XIX. Apesar de grande parte da reputação ser exagerada, os séculos XVI e XVII viram o auge do castelo como uma prisão, com muitos religiosos e indesejáveis políticos sendo presos dentro de suas muralhas.[58] O Conselho Privado tinha de autorizar o uso da tortura, então não foi algo usado frequentemente; entre 1540 e 1640, o apogeu dos aprisionamentos na Torre, houve 48 casos registrados de tortura. Os três métodos mais utilizados eram o cavalate, grilhões de ferro e algemas.[59] O cavalete foi levado para a Inglaterra por João Holland, 2.º Duque de Exeter e Condestável da Torre; o instrumento consequentemente ficou conhecido como a "Filha do Duque de Exeter".[60] Uma das pessoas mais famosas a serem torturadas na Torre foi Guy Fawkes, que foi trazido em 6 de novembro de 1605; ele acabou assinando uma confissão completa da Conspiração da Pólvora depois de passar por sessões de tortura.[58]

Dentre aqueles executados na Torre de Londres estava a rainha Ana Bolena.[58] Apesar dos Alabardeiros da Guarda terem outrora sido os guarda-costas reais, sua principal função durante os séculos XVI e XVII passou a ser vigiar os prisioneiros.[61] O castelo era muitas vezes um lugar mais seguro do que outras prisões de Londres, como a Prisão de Fleet, onde doenças se espalhavam. Prisioneiros de alto valor poderiam esperar condições comparáveis a aquelas do lado de fora; por exemplo, quando sir Valter Raleigh foi mantido na Torre, seus aposentos foram modificados para acomodar sua família, incluindo seu filho que nasceu no local em 1605.[59] As execuções normalmente ocorriam no Morro da Torre ao invés de dentro da própria Torre de Londres, com 112 pessoas tendo sido executadas ao longo de quatrocentos anos. Houve sete execuções dentro do castelo antes do século XX; como foi o caso com Joana Grey, isso era reservado aos prisioneiros cujas execuções eram consideradas perigosas demais para serem realizadas em público.[62] Depois da execução de Joana em 12 de fevereiro de 1554,[63] Maria I aprisionou sua meia-irmã Isabel na Torre de Londres sob suspeita de ter conspirado com sir Tomás Wyatt em uma revolta contra a rainha.[64]

O Escritório da Artilharia e o Escritório do Arsenal foram fundados no século XV, assumindo as funções do Guarda-Roupas Privado em cuidar do arsenal e os objetos de valor do monarca.[65] Já que não havia nenhum exército de prontidão até 1661, o arsenal real na Torre de Londres era de grande importância porque providenciava uma base profissional na procura de suprimentos e equipamentos em tempos de guerra. Os dois órgãos residiam na Torre desde pelo menos 1494, mudando para a Ala Interior no século XVI.[66] As tensões políticas entre Carlos I e o parlamento na metade do século XVII levaram a uma tentativa das forças realistas de tomarem o castelo e seus conteúdos valiosos, incluindo dinheiro e munições. A força miliciante Trainband foi para o castelo em 1640. Planos de defesa foram traçados e plataformas de tiro foram construídas, preparando a Torre para a guerra. As preparações nunca foram colocadas a prova. Carlos tentou prender cinco membros do parlamento em 1642; essa tentativa falhou e ele fugiu de Londres, com o parlamento retalhando ao remover sir João Byron da posição de Tenente da Torre. Os Trainband passaram para o lado do parlamento, cercando a Torre. Byron abriu mão da fortificação com a permissão do rei. O parlamento o substituiu com o um homem de sua própria escolha, sir João Conyers. A Torre de Londres já estava sob o controle parlamentar quando a Guerra Civil Inglesa começou em 1642.[67]

Carlos II foi em 1660 o último monarca a realizar a tradição da procissão desde a Torre até a Abadia de Westminster para ser coroado. Nessa época, as acomodações do castelo estavam em condições tão ruins que o rei não passou a noite no local.[68] Os edifícios da Torre foram reformados durante o período dos monarcas da Casa de Stuart, principalmente sob a supervisão do Escritório da Artilharia. Mais de quatro mil libras foram gastas em um novo armazém em 1663, conhecido como Novos Depósitos na Ala Central.[69] Houve planos no século XVII de melhorar as defesas do castelo no estilo de uma fortificação abaluartada, porém eles nunca foram colocados em prática. Apesar das instalações da guarnição terem sido aprimoradas em 1670 com a construção do primeiro alojamento específico para os soldados (o Quartel Irlandês), as acomodações como um todo ainda estavam em condições ruins.[70]

 Gravura da Torre de Londres em 1737, por Samuel e Nathaniel Buck.

A situação da Casa de Hanôver era incerta quando Jorge I ascendeu ao trono em 1714, com a Torre de Londres sendo reparada tendo em vista uma possível revolta escocesa. As plataformas de tiro construídas sob os Stuart já estavam decadentes. O número de armas foi reduzido de 118 para 45, com um contemporâneo comentando que o castelo "não aguentaria vinte quatro horas contra um exército preparado para um cerco".[71] As obras nas defesas foram espasmódicas e fragmentadas durante o século XVIII, apesar de um novo portão ter sido construído em 1774 na parte sul da muralha de cortina para permitir acesso à Ala Exterior. O fosso ao redor do castelo havia assoreado com o passar dos séculos, apesar de tentativas de limpá-lo. Ele ainda era uma parte importante das defesas da Torre, assim Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington e Condestável da Torre, ordenou em 1830 uma grande limpeza de vários metros de lodo. Isso não impediu um surto de doença em 1841 entre a guarnição causada por um suprimento ruim de água, resultando em várias mortes. Foi ordenado que a o fosso fosse drenado e preenchido por terra como impedir outros problemas de saúde. O trabalho começou em 1843 e terminou menos de dois anos depois. A construção do Quartel de Waterloo começou na Ala Central em 1845, quando Wellington colocou a pedra fundamental. O edifício podia acomodar mil homens; ao mesmo tempo, um quartel separado para os oficiais foi construído ao nordeste da Torre Branca. O prédio hoje serve como sede do Regimento Real de Fuzileiros.[72] A popularidade do cartismo entre 1828 e 1858 criou um desejo para que a Torre de Londres fosse refortificada em caso de agitação civil. Foi o último grande programa de fortificação do castelo. A maioria das instalações sobreviventes para uso de artilharia datam desse período.[73]

Onze homens foram julgados em particular e fuzilados por espionagem dentro da Torre durante a Primeira Guerra Mundial.[74] O castelo foi novamente usado como prisão durante a Segunda Guerra Mundial. Uma das pessoas aprisionadas foi Rudolf Hess, vice de Adolf Hitler, apesar de apenas por quatro dias em 1941. Ele foi o último prisioneiro de estado mantido na Torre. A última pessoa a ser executada no local foi o espião alemão Josef Jakobs, que foi fuzilado em 15 de agosto de 1941.[75] As execuções por espionagem durante as guerras ocorreram em um estande de tiro pré-fabricado que existiu na Ala Exterior até ser demolido em 1969.[76] Foi também durante a Segunda Guerra Mundial que a Torre de Londres serviu pela última vez como fortificação. Em caso de uma invasão alemã, a Torre junto com a Casa da Moeda e outros armazéns próximos serviriam como "castelos" ou complexos de edifícios que seriam as últimas linhas de defesa da capital.[77]

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