မြန်မာနိုင်ငံ
MyanmarContexto de Myanmar
Myanmar ou Birmânia, oficialmente República da União de Myanmar (em birmanês: ပြည်ထောင်စုသမ္မတ မြန်မာနိုင်ငံတော်; pronunciado: [pjìdà̀uɴzṵ θà̀ɴməda̯ mjəmà nàiɴŋàɴdɔ̀]), é um país do sul da Ásia continental, limitado ao norte e nordeste pela China; a leste pelo Laos; a sudeste pela Tailândia; ao sul pelo Mar de Andamão e pelo Canal do Coco; a oeste pelo Golfo de Bengala; e a noroeste pelo Bangladesh e pela Índia. Em 2006, a capital do país foi transferida de Rangum para Nepiedó.
O Myanmar tornou-se independente do Reino Unido em 4 de janeiro de 1948, com o nome oficial de "União da Birmânia", designação que voltou a adotar após um período como "República Socialista da União da Birmânia" (4 de janeiro de 1974 a 23 de setembro de 1988). Em 18 de junho de 1989, o regime militar birmanês anunciou que o nome oficial do país passaria a ser União de Myanmar. A nova d...Ler mais
Myanmar ou Birmânia, oficialmente República da União de Myanmar (em birmanês: ပြည်ထောင်စုသမ္မတ မြန်မာနိုင်ငံတော်; pronunciado: [pjìdà̀uɴzṵ θà̀ɴməda̯ mjəmà nàiɴŋàɴdɔ̀]), é um país do sul da Ásia continental, limitado ao norte e nordeste pela China; a leste pelo Laos; a sudeste pela Tailândia; ao sul pelo Mar de Andamão e pelo Canal do Coco; a oeste pelo Golfo de Bengala; e a noroeste pelo Bangladesh e pela Índia. Em 2006, a capital do país foi transferida de Rangum para Nepiedó.
O Myanmar tornou-se independente do Reino Unido em 4 de janeiro de 1948, com o nome oficial de "União da Birmânia", designação que voltou a adotar após um período como "República Socialista da União da Birmânia" (4 de janeiro de 1974 a 23 de setembro de 1988). Em 18 de junho de 1989, o regime militar birmanês anunciou que o nome oficial do país passaria a ser União de Myanmar. A nova designação foi reconhecida pelas Nações Unidas e pela União Europeia, mas não pelos governos dos Estados Unidos e Reino Unido. Conforme a Constituição de 2009, o nome do país mudou para “República da União de Myanmar”, medida implementada em 21 de outubro de 2010.
A diversa população birmanesa teve papel fundamental para definir a política, história e demografia do país nos tempos modernos. Seu sistema político é hoje mantido sob controle estrito do Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento — o governo militar chefiado, desde 1992, pelo general Than Shwe. As forças armadas birmanesas controlam o governo desde que o general Ne Win desfechou um golpe de Estado em 1962 para derrubar o governo civil de U Nu. Entretanto, um novo presidente foi eleito democraticamente para governar o país a partir de 1 de abril de 2016. Seu nome é Htin Kyaw, braço direito da deputada e uma das principais opositoras do regime militar Aung San Suu Kyi. Após as eleições gerais de Mianmar de 2020, nas quais o partido de Aung San Suu Kyi obteve uma clara maioria em ambas as casas, os militares birmaneses (Tatmadaw) tomaram o poder novamente em um golpe de estado.
Myanmar é membro da Cúpula do Leste Asiático, do Movimento Não Alinhado, da ASEAN e do BIMSTEC, mas não é membro da Commonwealth. É um país rico em jade e gemas, petróleo, gás natural e outros recursos minerais. Myanmar também possui energia renovável, e o maior potencial de energia solar em comparação com outros países da sub-região do Grande Mekong. Em 2013, seu PIB nominal era de US$ 56,7 bilhões; e seu PIB em US$ 221,5 bilhões, o que o caracteriza como um país pobre. A desigualdade de renda no país está entre as mais amplas do mundo, já que uma grande proporção da economia é controlada por partidários do governo militar. Em 2020, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano, Myanmar classificava-se na 147ª posição entre 189 países em desenvolvimento humano.
Mais sobre Myanmar
- Nome nativo မြန်မာနိုင်ငံ
- Código de chamada +95
- Domínio da Internet .mm
- Mains voltage 230V/50Hz
- Democracy index 3.04
- População 53370609
- Área 676577
- Lado de condução right
- Ver artigo principal: História de MyanmarReinos budistas e domínio britânico (séculos IX a XIX)
No início da era cristã, Myanmar incluía-se na área de influência da cultura indiana....Ler mais
Leia menosVer artigo principal: História de MyanmarReinos budistas e domínio britânico (séculos IX a XIX)No início da era cristã, Myanmar incluía-se na área de influência da cultura indiana. O budismo expandiu-se pelo país durante o século IX e dois séculos depois que o reino budista de Pagan conseguiu que a região central inteira fosse unificada. Depois que as terras do atual Myanmar foram brevemente dominadas pelos mongóis, entre os primeiros anos do século XIII e os últimos anos do século XIV, uma dinastia originária dos shan foi instalada na região central do país sendo que a tradicional cultura birmanesa foi adotada por essa família de governantes. Uma segunda dinastia, originária dos mons, foi estabelecida na antiga capital, Bagan.[1]
Na metade do século XVI, o rei Tabinshwehti, de uma província do sul, e seu filho, conseguiram, com auxílio dos portugueses, que o país fosse reunificado. O reino de Pegu ficou a partir de 1599 sob a gestão do Império Português do Oriente.[carece de fontes] Novos combates entre reinos e etnias ocorreram antes do controle total pela dinastia criada por Alaungpaya. Seu poderio foi expandido para oeste, e isso deixou contrariados os interesses britânicos no golfo de Bengala, de modo que, depois de três guerras — que travaram-se entre 1824 e 1826, em 1852 e em 1885 — todo o território submeteu-se ao controle britânico, o qual começou a chamá-lo Burma (Birmânia).[1]
Desenvolvimento econômico, ocupação japonesa, independência e regime militar (1937-2010)Em 1937, os britânicos desmembraram a Birmânia da Índia. A Birmânia desenvolveu-se economicamente porque o povo cultivava arroz, além de explorar a teca e a borracha, o que foi significativo durante o período colonial. Na época da Segunda Guerra Mundial, o país foi cenário de lutas sangrentas por uma série de anos, tendo sido ocupado pelas tropas japonesas. Tendo como reconquistadores Lord Mountbatten e o general Orde Charles Wingate, o país teve sua independência proclamada em 4 de janeiro de 1948.[1]
A vida política da Birmânia, a partir de então, foi muito conturbada. Apesar da consagração constitucional dos estados autônomos estabelecidos para os grupos étnicos shan, karen, kachin e chin, ocorreram muitas tentativas de separação. Em 1962, um golpe de estado liderado pelo general Ne Win aboliu a constituição e deu início a um governo militar, o qual procedeu para que boa parte do sistema econômico fosse socializado. Em 1988, o povo manifestou seu descontentamento com décadas de má gestão da economia. Um novo governo militar alterou o nome do país em inglês para Union of Myanmar em 1989 (adaptado em português como União de Myanmar - ver Etimologia e terminologia, acima). Em 1990, foram realizadas eleições para a Assembleia Nacional, ganhas pelo partido oposicionista Liga Nacional pela Democracia (LND), apesar da recusa do governo militar em entregar o poder. Um ano depois, a secretária-geral da LND, Aung San Suu Kyi, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.[1]
Em 1992, as guerrilhas de grupos étnicos minoritários foram reprimidas, o que causou a fuga de milhares de pessoas para países limítrofes. O general Than Shwe sucedeu Saw Maung como chefe de Estado. Em 1997, os Estados Unidos e a União Europeia castigaram Myanmar por violar direitos humanos.[1]
Em 2007, por ocasião de uma reunião de 100 mil manifestantes em Rangum, o exército deteve cerca de 6 mil prisioneiros civis e matou 31 pessoas. Em 2008, o país foi devastado pelo ciclone Nargis, que matou 134 mil pessoas[2] e deixou 2,4 milhões de habitantes desabrigados.[3] Em novembro de 2010, aconteceram as primeiras eleições para o poder legislativo em 20 anos. Os partidos políticos pró-forças armadas conseguiram cerca de 80% das vagas. Nesse mês, Suu Kyi libertou-se da prisão domiciliar.[1]
DemocratizaçãoEm fevereiro de 2011, o general reformado Thein Sein foi eleito presidente pela Assembleia e em março foi dissolvido o regime militar. O novo governo oficial é civil, apesar de quase toda a sua formação por militares. O governo deu anistia a mais de dez presos políticos, o que possibilitou a retomada americana das relações diplomáticas em 2014.[1]
Uma comissão para que fosse revisada a constituição foi instalada pela assembleia, em março do mesmo ano. A reforma foi considerada interessante a Suu Kyi, que só possivelmente concorresse à presidência caso fosse derrubado o veto a candidatos cujos cônjuges são naturais de outros países (seu marido é natural do Reino Unido).[1]
Budistas do povo raquine atacaram muçulmanos da minoria ruainga (rohingya), no estado de Arracão e essa onda de violência foi intensificada em 2012, matando 167 pessoas. Em 2013, o conflito foi se alastrando aos demais estados. Num dos episódios de maior gravidade, em março, incendiaram-se 1 200 edifícios em Meiktila, no sul, onde no mínimo 43 pessoas perderam a vida. Devido aos confrontos, 140 mil muçulmanos fugiram.[1]
No começo de 2013, o exército atacou os rebeldes cachins, no norte do país, matando 300 pessoas. Em setembro, o governo fez uma proposta para negociar um cessar-fogo nacional com várias guerrilhas étnicas atuantes em Myanmar, pedindo uma autonomia regional. Em outubro, o governo e os kachin entraram num acordo preliminar.[1]
As eleições gerais de Mianmar foram realizadas em 8 de novembro de 2015. Estas foram as primeiras eleições abertamente contestadas e realizadas em Mianmar desde 1990. Os resultados deram à Liga Nacional para a Democracia a maioria absoluta dos assentos em ambas as câmaras do Parlamento nacional, o suficiente para garantir que o seu candidato se tornasse presidente, enquanto o líder da LND, Aung San Suu Kyi foi constitucionalmente impedida de ocupar a presidência.[4]
O novo parlamento reuniu-se em 1º de fevereiro de 2016 e, em 15 de março de 2016, Htin Kyaw foi eleito como o primeiro presidente não militar do país desde o golpe militar de 1962.[5] Em 6 de abril de 2016, Aung San Suu Kyi assumiu o cargo recém-criado de Conselheiro de Estado, um papel semelhante a um primeiro-ministro.[6][7]
Ditadura MilitarVer artigo principal: Golpe de Estado em Mianmar em 2021Em 1 de fevereiro de 2021, militares do governo deram um golpe de estado e prenderam a conselheira do estado, Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz em 1991, e o presidente do país, Win Myint. Os militares acusam o antigo governo de fraude eleitoral e pretendem manter-se no poder por um período de um ano. A comunidade internacional, em sua maioria, criticou o golpe.[8]
↑ a b c d e f g h i j «Birmanie: Histoire». Encyclopédie Larousse en ligne. Consultado em 20 de julho de 2016 ↑ Myanmar’s Survivors Still Waiting for Food, The New York Times, 26 de maio de 2008, acessado em 26 de maio de 2008. ↑ Front line of a disaster: Inside Burma's dead zone, The Independent, acessado em 8 de maio de 2008. ↑ «Suu Kyi's National League for Democracy Wins Majority in Myanmar». BBC News. 13 de novembro de 2015. Consultado em 13 de novembro de 2015 ↑ Moe, Wae; Ramzy, Austin (15 de março de 2016). «Myanmar Lawmakers Name Htin Kyaw President, Affirming Civilian Rule». The New York Times ↑ «Aung San Suu Kyi to become 'State Counsellor' of Myanmar». ABC News ↑ «Aung San Suu Kyi becomes Myanmar state counselor: spokesman». Xinhua News. 6 de abril de 2016. Consultado em 6 de abril de 2016 ↑ "Militares tomam o controle do poder em Mianmar e acusam 'fraude eleitoral'; lideranças do governo são presas". Página acessada em 1 de fevereiro de 2021.