Carnataca
Contexto de Carnataca
Carnataca (em canarês: ಕರ್ನಾಟಕ Karnāṭaka) é um dos estados da Índia, localizado no sul do país. A língua oficial é o canará. Duas das principais cidades são o porto de Mangalor e a capital, Bangalor. Seus limites são os Estados de Goa e Maarastra a noroeste, Andra Pradexe a leste, Tâmil Nadu a sudeste e Querala a sul, além da costa sudoeste no mar Arábico.
Apesar de muitas etimologias terem sido sugeridas para o nome Carnataca, a mais aceita é a de que Carnataca deriva das palavras em canará karu e nādu, significando terra elevada. Karu nadu também pode ser entendido como karu (negra) e nadu (região), como referência ao vertisol encontrado na região de Bayaluseeme em Carnataca.
A presença humana no terrítorio de Carnataca atual data do Paleolítico, e Carnataca também foi o lar de alguns dos impérios mais poderosos da Índia Antiga. Os filósofos e bardos musicais patrocinados por esses império...Ler mais
Carnataca (em canarês: ಕರ್ನಾಟಕ Karnāṭaka) é um dos estados da Índia, localizado no sul do país. A língua oficial é o canará. Duas das principais cidades são o porto de Mangalor e a capital, Bangalor. Seus limites são os Estados de Goa e Maarastra a noroeste, Andra Pradexe a leste, Tâmil Nadu a sudeste e Querala a sul, além da costa sudoeste no mar Arábico.
Apesar de muitas etimologias terem sido sugeridas para o nome Carnataca, a mais aceita é a de que Carnataca deriva das palavras em canará karu e nādu, significando terra elevada. Karu nadu também pode ser entendido como karu (negra) e nadu (região), como referência ao vertisol encontrado na região de Bayaluseeme em Carnataca.
A presença humana no terrítorio de Carnataca atual data do Paleolítico, e Carnataca também foi o lar de alguns dos impérios mais poderosos da Índia Antiga. Os filósofos e bardos musicais patrocinados por esses impérios lançaram movimentos sociorreligiosos e literários que duram até hoje. Carnataca contribuiu significativamente para ambas as formas de música clássica indiana, a Música de Carnataca e as tradições musicais hindus. Escritores da língua canará receberam o maior número de prêmios Jnanpith na Índia. Bangalor é a capital do estado e está à frente do rápido desenvolvimento econômico e tecnológico que a Índia está experienciando. Segundo dados de 2011, tem 61 130 704 habitantes, sendo o 9º estado mais populoso da Índia, sendo mais populoso que muitos países do mundo, incluindo a Itália, a Espanha e a Coreia do Sul.
Mais sobre Carnataca
- População 61095297
- Área 191791
A história de Carnataca pode ser traçada desde uma cultura de machados paleolítica evidenciada pelas descobertas de, entre outras coisas, machados e talhadores na região. Evidências de culturas neolíticas e megalíticas também foram encontradas no estado. Descobriu-se que o ouro descoberto em Harapa era importado de minas em Carnataca, fazendo com que os estudiosos propusessem contatos hipotéticos entre a antiga Carnataca e a Civilização do Vale do Indo em 3 000 a.C..[1][2] Anteriormente ao século III, a maior parte de Carnataca era parte do Império Nanda, antes de ser subjugada ao Império Máuria de Açoca. Quatro séculos de reinado da dinastia Satavana se seguiram. Os Satavanas tinham o controle de grandes áreas de Carnataca. O declínio do poder dos Satavana levaram à ascensão dos reinos nativos mais antigos, os Cadambas e os Gangas Ocidentais, marcando a emergência da região como uma entidade política independente. A dinastia Cadamba, fundada por Mayurasharma, tinha como capital Banavasi;[3][4] a dinastia Ganga Ocidental se formou com Talakad como capital.[5][6]
...Ler maisA história de Carnataca pode ser traçada desde uma cultura de machados paleolítica evidenciada pelas descobertas de, entre outras coisas, machados e talhadores na região. Evidências de culturas neolíticas e megalíticas também foram encontradas no estado. Descobriu-se que o ouro descoberto em Harapa era importado de minas em Carnataca, fazendo com que os estudiosos propusessem contatos hipotéticos entre a antiga Carnataca e a Civilização do Vale do Indo em 3 000 a.C..[1][2] Anteriormente ao século III, a maior parte de Carnataca era parte do Império Nanda, antes de ser subjugada ao Império Máuria de Açoca. Quatro séculos de reinado da dinastia Satavana se seguiram. Os Satavanas tinham o controle de grandes áreas de Carnataca. O declínio do poder dos Satavana levaram à ascensão dos reinos nativos mais antigos, os Cadambas e os Gangas Ocidentais, marcando a emergência da região como uma entidade política independente. A dinastia Cadamba, fundada por Mayurasharma, tinha como capital Banavasi;[3][4] a dinastia Ganga Ocidental se formou com Talakad como capital.[5][6]
Esses também foram os primeiros reinos a usar o canará na administração, como evidencia a inscrição Halmidi e uma moeda de cobre no século V descoberta em Banavasi.[7][8] Essas dinastias foram seguidas pelos impérios canarás como os Badami Chaluquias,[9][10] o Império Rastracuta de Maniaqueta[11][12] e o Império Chaluquia Ocidental,[13][14] que governou grandes partes do Decão e tinham como capital o que hoje é Carnataca. Os Chaluquias Ocidentais patrocinaram um estilo único de arquitetura e literatura canará, que se tornou precursora da arte Hoisala do século XII.[15][16]
Na virada do primeiro milênio, os Hoiçalas adquiriram poder sobre a região. A literatura floresceu durante essa época, o que levou a métricas literárias canarás características e à construção de templos e esculturas que aderiram ao estilo Vesara de arquitetura.[17][18][19][20] A expansão do Império Hoisala trouxe partes da moderna Andra Pradexe e Tâmil Nadu sob o seu jugo. No início do século XIV, Harihara e Buca Raia estabeleceram o Reino de Bisnaga, com a sua capital, Hosapatana (posteriormente renomeada Vijainagara), às margens do rio Tungabadra, no atual distrito de Bellary. O império ascendeu como um baluarte contra os avanços muçulmanos no sul da Índia, o qual controlou por mais de dois séculos.[21][22]
Em 1565, Carnataca e o resto do sul da Índia experimentaram grande mudança geopolítica, quando o Reino de Bisnaga sucumbiu a uma confederação de sultanados muçulmanos na Batalha de Talikota.[23] O Sultanado de Bijapur, que ascendera após o fim do Sultanado de Bamani, de Bidar, logo tomou controle do Decão; foi derrotado pelos mogóis no século XVII tardio.[24][25] Os governantes Bamani e Bijapur promoveram a literatura persa e urdu e a arquitetura indo-saracênica, o Gol Gumbaz sendo um dos pontos altos desse estilo.[26]
No período que seguiu, partes do norte de Carnataca foram governadas pelo nizã de Hiderabade, pelos britânicos e por outras potências. No sul, o Reino de Maiçor, ex-vassalos do Império Vijaianagara, foi brevemente independente.[27] Com a morte de Crixenarajá Uodeiar II, Haidar Ali, comandante-em-chefe do exército Maiçor, obteve controle sobre a região. Após a sua morte, o reino foi herdado pelo seu filho Sultão Tipu.[28] Para deter a expansão europeia no sul da Índia, Haidar Ali e depois Sultão Tipu lutaram em quatro Guerras Anglo-Maiçorana significativas, a última das quais resultou na morte de Sultão Tipu e na incorporação de Maiçor à Índia britânica em 1799.[29]
Outras insurreições se seguiram, como as que ocorreram em Supa, Bagalkot, Shorapur, Nargund e Dandeli. Essas rebeliões, que coincidiram com a guerra de independência de 1857, foram lideradas por Mundargi Bhimarao, Bhaskar Rao Bhave, Halagali Bedas, Venkatappa Nayaka, entre outros. No século XIX tardio, o movimento emancipacionista ganhara força; Karnad Sadashiva Rao, Aluru Venkata Raya, S. Nijalingappa, Kengal Hanumanthaiah, Nittoor Srinivasa Rau, entre outros, continuaram com a luta até o início do século XX.[30]
Após a independência da Índia, o Maharaja Jayachamarajendra Wodeyar permitiu a adesão do seu reino à Índia. Em 1950, Maiçor tornou-se um estado indiano de mesmo nome; o ex-marajá serviu como Rajpramukh (cabeça de estado) até 1975.
↑ S. Ranganathan. «THE Golden Heritage of Karnataka». Department of Metallurgy. Indian Institute of Science, Bangalore. Consultado em 7 de junho de 2007 ↑ «Trade». The British Museum. Consultado em 6 de maio de 2007 ↑ From the Talagunda inscription (Dr. B. L. Rice in Kamath (2001), p. 30.) ↑ Moares (1931), p. 10. ↑ Adiga and Sheik Ali in Adiga (2006), p. 89. ↑ Ramesh (1984), pp. 1–2. ↑ From the Halmidi inscription (Ramesh 1984, pp. 10–11.) ↑ Kamath (2001), p. 10. ↑ The Chalukyas hailed from present-day Karnataka (Keay (2000), p. 168.) ↑ The Chalukyas were native Kannadigas (N. Laxminarayana Rao and Dr. S. C. Nandinath in Kamath (2001), p. 57.) ↑ Altekar (1934), pp. 21–24. ↑ Masica (1991), pp. 45–46. ↑ Balagamve in Mysore territory was an early power centre (Cousens (1926), pp. 10, 105.) ↑ Tailapa II, the founder king was the governor of Tardavadi in modern Bijapur district, under the Rashtrakutas (Kamath (2001), p. 101.) ↑ Kamath (2001), p. 115. ↑ Foekema (2003), p. 9. ↑ Kamath (2001), pp. 132–134. ↑ Sastri (1955), pp. 358–359, 361. ↑ Foekema (1996), p. 14. ↑ Kamath (2001), pp. 122–124. ↑ Kamath (2001), pp. 157–160. ↑ Kulke and Rothermund (2004), p. 188. ↑ Kamath (2001), pp. 190–191. ↑ Kamath (2001), p. 201. ↑ Kamath (2001), p. 202. ↑ Kamath (2001), p. 207. ↑ Kamath (2001), p. 171. ↑ Kamath (2001), pp. 171, 173, 174, 204. ↑ Kamath (2001), pp. 231–234. ↑ Kamath, Suryanath (20 de maio de 2007). «The rising in the south». The Printers (Mysore) Private Limited. Consultado em 20 de julho de 2007