Iruñeko Sanferminak

( Festas de São Firmino )

As Festas de São Firmino (em castelhano: Fiestas de San Fermín ou, mais popularmente e de forma praticamente oficial, Sanfermines; em basco: Sanferminak) são as festas em honra a São Firmino, que se realizam em Pamplona, no norte de Espanha, todos os anos entre 6 e 14 de julho. São Firmino foi um santo natural da cidade, padroeiro da diocese e co-padroeiro de Navarra.

Os festejos começam dia 6 de julho, ao meio-dia em ponto, com o chupinazo (lançamento de foguete) da sacada do Palácio Consistorial (sede do governo municipal), e terminam à meia-noite de 14 de julho com a canção de despedida “Pobre de Mí”. Uma das atividades mais famosas dos Sanfermines é o encierro, que consiste numa corrida de touros ao longo de um percurso de 849 metros por três ruas do centro histórico de Pamplona, que culmina na praça de touros da cidade. Os encierros realizam-s...Ler mais

As Festas de São Firmino (em castelhano: Fiestas de San Fermín ou, mais popularmente e de forma praticamente oficial, Sanfermines; em basco: Sanferminak) são as festas em honra a São Firmino, que se realizam em Pamplona, no norte de Espanha, todos os anos entre 6 e 14 de julho. São Firmino foi um santo natural da cidade, padroeiro da diocese e co-padroeiro de Navarra.

Os festejos começam dia 6 de julho, ao meio-dia em ponto, com o chupinazo (lançamento de foguete) da sacada do Palácio Consistorial (sede do governo municipal), e terminam à meia-noite de 14 de julho com a canção de despedida “Pobre de Mí”. Uma das atividades mais famosas dos Sanfermines é o encierro, que consiste numa corrida de touros ao longo de um percurso de 849 metros por três ruas do centro histórico de Pamplona, que culmina na praça de touros da cidade. Os encierros realizam-se todos os dias entre 7 e 14 de julho às 8 horas da manhã e normalmente duram três a quatro minutos. Entre 1922 e 2009 morreram 15 pessoas nos encierros dos Sanfermines.

As festas têm origem antiga, de séculos, mas a sua fama mundial é um fenómeno mais recente, da primeira metade do século XX. O escritor norte-americano Ernest Hemingway foi um dos que mais contribuíram para propagar essa fama com seu livro “The Sun Also Rises”, cuja maior parte da narrativa decorre em Pamplona durante os Sanfermines. É uma das festas de Espanha mais célebres a nível mundial, que frequentemente é mencionada em listas de "festas a não perder" ou "festas mais impressionantes do mundo", e atrai à cidade (que tem cerca de 200 000 habitantes) mais de um milhão e meio de visitantes. Em 2012, o programa oficial das festas incluiu 431 eventos, nos quais foram gastos 2,4 milhões de euros, 8% menos do que no ano anterior.

São Firmino  Imagem de São Firmino na sua capela, na Igreja de São Lourenço de Pamplona

Segundo a tradição, São Firmino teria sido o filho de um romano de estatuto senatorial em Pamplona no século III, que foi convertido ao cristianismo por Santo Honesto, um discípulo de São Saturnino. Teria sido batizado por este último (que em Navarra e em França também é conhecido como San Cernin) no lugar conhecido como o "Pocinho de San Cernin") e ordenado sacerdote em Toulouse. Voltou depois a Pamplona como primeiro bispo da cidade. Numa viagem de pregação posterior, São Firmino foi decapitado em Amiens, supostamente em 25 de setembro de 303. Em Pamplona conta-se por vezes que morreu sendo arrastado pelas ruas. É considerado um mártir pela Igreja Católica.[1]

Não há registos escritos de devoção a São Firmino em Pamplona até ao século XII,[2] quando o bispo pamplonês Pedro de Artajona (também conhecido por Pedro de Paris, morto em Pamplona em 1193) elevou à categoria litúrgica as missas em honra ao santo. Possivelmente as procissões de São Firmino, o ponto mais alto da componente religiosa dos Sanfermines, começaram a realizar-se nessa altura.[3] Foi esse mesmo bispo que em 1187 levou de Amiens para Pamplona a primeira relíquia do santo.[nt 1]

Juntamente com São Francisco Xavier, é o co-padroeiro de Navarra.[4] A imagem do santo que simboliza as festas é guardada numa capela construída em seu nome na Igreja de São Lourenço, que foi inaugurada em 7 de julho de 1717.[2] O santo é carinhosamente chamado santo morenico ("santo moreninho"), possivelmente devido à sua imagem em São Lourenço o apresentar com uma tez bastante escura.[5]

Origens das festas

As festas têm origem na combinação de dois eventos medievais distintos. As feiras comerciais seculares realizavam-se no início do verão. Como os comerciantes de gado iam para a cidade com os seus animais, começaram a organizar-se touradas e tornaram-se parte da tradição. Os registos mais antigos dessas touradas são do século XIV. As cerimónias religiosas em honra ao santo tinham lugar em 10 de outubro, como acontecia em Amiens.[6] As festas de verão, de caráter cada vez mais profano, tinham lugar em 25 de julho, dia do apóstolo Santiago Maior, quando o clima era mais propício para essas atividades do que outubro. No final do século XVI as autoridades civis solicitaram à Igreja que o dia de São Firmino fosse transferido para 7 de julho, o dia de uma grande feira. O pedido que foi aprovado pelo sínodo da diocese local em 1590, quando era bispo Bernardo de Rojas y Sandoval. Esta mudança de data é considerada o início dos Sanfermines, que foram realizados pela primeira vez em julho no ano de 1591. A institucionalização mais definitiva da componente religiosa das festas ocorreu em 1717, com a inauguração da capela do santo em São Lourenço.[7] Durante a Idade Média, os eventos festivos incluíam um discurso de abertura, música, torneios, teatro, touradas, danças e fogo de artifício[6] e duravam dois dias.[2]

 Praça do Castelo, local onde eram realizadas as touradas até ao século XVII

As primeiras menções a uma praça de touros surgem em crónicas dos séculos XVII e XVIII, juntamente com a presença de estrangeiros e as preocupações com abuso de consumo de bebidas alcoólicas e comportamentos dissolutos durante as festas.[6] Por ainda não existirem as cercas que atualmente são montadas no percurso do encierro, por vezes havia touros que se escapavam para outras ruas.[2]

A primeira praça de touros permanente e oficial foi construída em 1844[6] ou 1852. Antes disso, as touradas decorriam na Praça do Castelo. Por ordem do vice-rei, os ganadeiros navarros eram obrigados a entregar os seus melhores touros para as Festas de São Firmino. Em 1683 foi construída na Praça do Castelo a Casa de los Toriles ("Casa dos Touris"), onde os animais que participavam na tourada da tarde eram guardados até serem lidados.[7] Durante alguns anos, a tourada foi realizada na Praça do Vínculo e não na Praça do Castelo.[2] Na primeira metade do século XIX e até ser inaugurada a primeira praça de touros fixa, as touradas começaram a ser realizadas em praças de touros desmontáveis.[7]

 Pintura a óleo de Julián Alcaraz de 1911 que serviu de base para o cartaz dos Sanfermines de 1911

Em 1754 e 1758 as touradas estiveram proibidas em Espanha devido a vários motivos, como a escassez de carne, mas o Ayuntamiento de Pamplona conseguiu que fosse aberta uma exceção para as touradas dos Sanfermines alegando que havia carne de sobra em Navarra.[7] Durante a Guerra da Independência Espanhola (Guerra Peninsular), no início do século XIX, não houve festas, apenas se realizando as tradicionais Vésperas (Vísperas) em honra de São Firmino com a presença das autoridades municipais.[7]

Não se sabe em que altura começaram a ser feitos encierros. O médico forense pamplonês Luis del Campo Jesús (1912–1995), conhecido como "o historiador do encierro" concordava com a afirmação dos regedores de 1787 que «o espetáculo de correr touros é tão antiga em Pamplona que não se descobre o princípio».[2] Inicialmente, os touros eram levados para a cidade de madrugada pelos açougueiros, que eram acompanhados a cavalo por representantes do município. Após a construção do touril na Praça do Castelo, no último quartel do século XVII, os touros começaram a ser levados pelas ruas pelos jovens pamplonicas (pamploneses) desde extramuros. O percurso destes primeiros encierros entrava na cidade pela porta de Rochapea e percorria a rua de Santo Domingo, Praça da Fruta e rua do Chapitel antes de chegar à Praça do Castelo.[7]

A tradição dos participantes no encierro entoarem três vezes a canção “A San Fermín pedimos...” para pedir a proteção do santo foi iniciada em 1962. A canção é um trecho do hino da La Única a peña sanferminera mais antiga de Pamplona.[nt 2]

A comparsaria de gigantones e cabeçudos, que desfila todos os dias de festa foi criada em meados do século XIX,[6] retomando uma tradição de gigantones e cabeçudos nas festas que remonta pelo menos à primeira década do século XVII, mas que foi interrompida em 1780 porque o rei Carlos III de Espanha proibiu que participassem em procissões por constituírem uma distração para a fé.[13]

Tempos modernos  Praça de Touros após um encierro em 1968

A fama mundial dos Sanfermines e o elevadíssimo número de visitantes estrangeiros que todos os anos participam nas festas deve muito às descrições que delas são feitas no romance “O Sol Também se Levanta”, de Ernest Hemingway, e à atividade deste escritor norte-americano como jornalista. Hemingway divertiu-se imenso na sua primeira visita em 1923 e voltou oito vezes, a última delas em 1959.[14] O escritor era um grande aficionado de encierros e touradas, mas nunca participou em nenhumas delas. Algumas partes de Pamplona são famosas devido ao facto do escritor as ter frequentado e referido nos seus escritos, como o Hotel La Perla, onde se diz (erradamente) que se hospedava,[nt 3] ou o Café Iruña, ambos situados na Praça do Castelo.[17] O romance de Hemingway foi adaptado ao cinema com a super-produção “The Sun Also Rises” (“Fiesta” em Portugal e “Agora brilha o sol” no Brasil), que tem cenas com o encierro e com as touradas dos Sanfermines.[18]

Outros visitantes estrangeiros célebres foram, por exemplo, o escritor norte-americano Arthur Miller e a sua última esposa, a fotógrafa Inge Morath, que em 1956 publicou “Fiesta in Pamplona”. Outro escritor americano, James A. Michener situou um capítulo do seu livro “The Drifters” em Pamplona durante os Sanfermines.[19]

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