Contexto de Dubrovnik

Dubrovnik (em italiano: Ragusa; em português também existe a grafia Dubrovnique, raramente usada) é uma cidade costeira da Croácia localizada no extremo sul da Dalmácia, na ponta do istmo homônimo. É um dos destinos turísticos mais concorridos do Mar Adriático, um porto marítimo e a cidade mais importante do condado de Dubrovnik-Neretva. Em 2001 a população do município era de 43 770 habitantes, dos quais 30 436 na cidade, a maior parte deles de origem croata (88,39%), havendo ainda 3,26% de origem sérvia e 3,17% de bósnios.

Pela sua beleza natural e urbanística, e pelo que representa para a história, Dubrovnik é conhecida como "a pérola do Adriático" e "Atenas eslava", devido aos seus antigos habitantes a distinguirem como única numa região onde imperava a barbárie e por nela terem proliferado grandes figuras das humanidades e das artes. Capital do condado de Dubrovnik-Neretva, Dubrovnik é uma cidade rodeada de ...Ler mais

Dubrovnik (em italiano: Ragusa; em português também existe a grafia Dubrovnique, raramente usada) é uma cidade costeira da Croácia localizada no extremo sul da Dalmácia, na ponta do istmo homônimo. É um dos destinos turísticos mais concorridos do Mar Adriático, um porto marítimo e a cidade mais importante do condado de Dubrovnik-Neretva. Em 2001 a população do município era de 43 770 habitantes, dos quais 30 436 na cidade, a maior parte deles de origem croata (88,39%), havendo ainda 3,26% de origem sérvia e 3,17% de bósnios.

Pela sua beleza natural e urbanística, e pelo que representa para a história, Dubrovnik é conhecida como "a pérola do Adriático" e "Atenas eslava", devido aos seus antigos habitantes a distinguirem como única numa região onde imperava a barbárie e por nela terem proliferado grandes figuras das humanidades e das artes. Capital do condado de Dubrovnik-Neretva, Dubrovnik é uma cidade rodeada de muralhas e fortificações, no sopé do monte de São Sérgio, que cai a pique sobre as águas do Mediterrâneo. Desde 1979 que o recinto muralhado está classificado como Património Mundial pela UNESCO. As imponentes e bem conservadas muralhas, a arquitetura medieval, renascentista e barroca, a paisagem do Adriático, os cafés e restaurantes fazem de Dubrovnik um destino turístico único. A parte antiga é dividida ao meio pela Stradun ou Placa, o passeio público, com cafés e restaurantes, além de diversos monumentos e edifícios históricos.

A prosperidade da cidade sempre foi baseada no comércio marítimo. Na Idade Média foi a capital da República de Ragusa, a única cidade-estado no Adriático oriental a rivalizar com Veneza, atingindo o seu apogeu nos séculos XV e XVI. Em 1991 foi cercada e bombardeada por forças militares da Sérvia e Montenegro na sequência da fragmentação da Jugoslávia, o que provocou grandes estragos.

Mais sobre Dubrovnik

Population, Area & Driving side
  • População 41562
  • Área 142
Histórico
  • Primórdios

    Segundo a tradição histórica, Ragusa foi fundada no século VII d.C. numa ilha rochosa de nome Laus (ou Lausa), a qual servia de abrigo a refugiados latino-dálmatas da cidade próxima de Epidauro, ou Ragusa Velha, a moderna Cavtat, que fugiram da cidade por causa das invasões eslavas (ávaros). Segundo alguns a fundação ocorreu em 614 e resultou da fusão de duas pequenas localidades: Laus, um povoado de uma pequena ilha na costa meridional da Dalmácia, para onde se dirigiram os já referidos refugiados, e Dubrava, um povoado de pescadores imigrantes eslavos no pé do monte Srd.[1]

    Uma outra teoria recentemente proposta, baseada em escavações arqueológicas, contradizem a história tradicional. Nessas escavações foram descobertos vários vestígios, nomeadamente uma basílica bizantina do século VIII e troços de muralhas, que indicam que nesse tempo a dimensão da cidade era já considerável. Entre a comunidade científica é cada vez mais aceite que a cidade já existiria antes de Cristo. Esta teoria grega ganhou força com a descoberta em escavações recentes de numerosos artefatos de origem grega. Além disso, a descoberta de areia natural debaixo da estrada principal da cidade parece contradizer a teoria da ilha de Laus.

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    Primórdios

    Segundo a tradição histórica, Ragusa foi fundada no século VII d.C. numa ilha rochosa de nome Laus (ou Lausa), a qual servia de abrigo a refugiados latino-dálmatas da cidade próxima de Epidauro, ou Ragusa Velha, a moderna Cavtat, que fugiram da cidade por causa das invasões eslavas (ávaros). Segundo alguns a fundação ocorreu em 614 e resultou da fusão de duas pequenas localidades: Laus, um povoado de uma pequena ilha na costa meridional da Dalmácia, para onde se dirigiram os já referidos refugiados, e Dubrava, um povoado de pescadores imigrantes eslavos no pé do monte Srd.[1]

    Uma outra teoria recentemente proposta, baseada em escavações arqueológicas, contradizem a história tradicional. Nessas escavações foram descobertos vários vestígios, nomeadamente uma basílica bizantina do século VIII e troços de muralhas, que indicam que nesse tempo a dimensão da cidade era já considerável. Entre a comunidade científica é cada vez mais aceite que a cidade já existiria antes de Cristo. Esta teoria grega ganhou força com a descoberta em escavações recentes de numerosos artefatos de origem grega. Além disso, a descoberta de areia natural debaixo da estrada principal da cidade parece contradizer a teoria da ilha de Laus.

    No seu livro "Povijest dubrovačke luke" (História do porto de Dubrovnik), Antun Nicetic defende a teoria que a cidade foi fundada por marinheiros gregos. Um elemento chave desta teoria é o facto de que os navios da Antiguidade viajavam entre 40 e 50 milhas náuticas (entre 75 e 90 km) e precisavam de costas arenosas para onde pudessem ser puxados para passar a noite. O sítio de descanso ideal deveria ter uma fonte de água doce próxima. Dubrovnik tem essas condições e está situada quase exatamente a meio caminho entre duas colónias gregas conhecidas — Budva and Korčula — distantes entre si 95 milhas.

    Os árabes atacaram a cidade, entretanto já próspera, no século VIII. Conta-se que Rolando, o cavaleiro lendário sobrinho de Carlos Magno acudiu em ajuda da cidade assediada e libertou-a dos invasores.[nt 1]

     
    Panorama da cidade velha desde as muralhas
    República de Ragusa
     
    Claustro do mosteiro dominicano

    Depois da queda do Reino Ostrogodo, a cidade ficou sob o domínio do Império Bizantino, embora na prática fosse quase uma cidade-estado, que interagia ativamente com o o litoral montenegrino que lhe estava próximo.

    Em 980 a cidade torna-se sede de diocese. O governo era chefiado por um reitor que era eleito mensalmente, que ficava alojado no palácio do reitor, onde não podia receber amigos nem família, consagrando todo o seu tempo ao governo.[nt 2]

    Apesar de em 1081 já ter uma frota considerável, isso não impediu que nesse ano fosse saqueada pelos normandos. No século XII a cidade foi muralhada para se defender das ameaças de invasões, tanto de oriente como de ocidente. A República de Ragusa compreendia então apenas os portos de Ragusa (Dubrovnik) e de Ragusavecchia (Cavtat) até 1120, data em que alargou os seus territórios. Já nessa altura os seus governantes eram eleitos.

    Entre 1180 e 1190 o grão-príncipe da Sérvia Estêvão Nemânia tenta por duas vezes conquistar a república sem sucesso. Em 1233 e 1242 as fronteiras são novamente alargadas.[nt 2]

    Após a Quarta Cruzada, entre 1205 e 1358, Ragusa ficou sob o domínio de Veneza. Com o Tratado de Zadar, de 1358, Ragusa ganhou uma independência relativa como estado vassalo do Reino da Hungria, a quem pagaria tributo até à batalha de Mohács, em 1526. A autoridade da Hungria não ia além dos impostos e da frota, pelo que é comum apontar-se 1358 como o ano da independência da República de Ragusa,[nt 2] embora alguns considerem que teve o seu estatuto reconhecido em 1272, senão mais cedo.

     
    Convento franciscano
     
    A bandeira ragusana Libertas

    Entre o século XIV e 1808, Ragusa governou-se a si própria como um estado livre. As leis da república eram bastante inovadoras para a época, contemplando, por exemplo a regulamentação do planeamento urbanísticos e das quarentenas por razões sanitárias.[2] As instituições públicas da cidade foram igualmente pioneiras:

    O primeiro serviço médico data de 1301 A primeira farmácia, ainda em funcionamento, abriu em 1317[3] Um asilo para idosos foi fundado em 1347 O primeiro hospital de quarentena (lazareto) foi aberto em 1377 A escravatura foi abolida em 1418 Foi aberto um orfanato em 1432 O sistema de abastecimento de água, com 20 km de comprimento, foi construído em 1436

    A república incorporou a ilha de Meleda (Mljet) e as vizinhanças de Siano em 1399. Entre 1427 e 1451 comprou a região de Konavle ao Reino da Bósnia. Em 1409 e 1417, Veneza disputa sem sucesso o monopólio do comércio na cidade de Drijeva, possessão do Reino da Bósnia. No final desse século, conflitos entre húngaros e venezianos, e posteriormente entre estes e os otomanos, pelo controlo do mercado da mesma cidade afeta gravemente os mercadores ragusianos. Os problemas só terminariam em 1503, quando foi assinado um tratado de paz.[nt 2]

    O avanço turco nos Balcãs, nomeadamente a conquista da Sérvia, tem um impacto muito negativo no comércio da cidade. Em 1142 tinha sido assinado um tratado com os otomanos que autorizava a atividade comercial dos mercadores de Ragusa nos Balcãs mediante o pagamento de taxas.[nt 2] Dois séculos depois, em 1364, ou seja 20 anos antes da célebre Batalha do Kosovo, que determinou o domínio turco sobre os Balcãs, a república assinava com o sultão otomano um tratado de aliança e proteção, o primeiro do seu género assinado entre um estado muçulmano e cristão.[nt 1] A atual fronteira entre a Croácia e a Bósnia e Herzegovina corresponde exatamente ao limite histórico da expansão turca — os turcos detiveram-se no cimo das montanhas que dominam a cidade como uma muralha mas não desceram, concedendo uma espécie de privilégio à pequena cidade cristã.

     
    Mapa da República de Ragusa em 1678
     
    Mapa da República de Ragusa em 1808

    A faixa de pântanos entre as duas partes da cidade foi preenchida com um aterro no século XII e transformou-se num passeio público, hoje chamado Placa ou Stradun. A Placa foi pavimentada em 1468 e reconstruída após o sismo de 1667. A cidade foi fortificada e dotada de portos.

    A república teve o seu apogeu durante os séculos XV e XVI, quando a sua talassocracia rivalizou em influência e em termos comerciais com Veneza e as restantes repúblicas marítimas italianas, nomeadamente desenvolvendo o comércio entre a Europa otomana e os portos do Mediterrâneo. No século XVI a frota de Ragusa contava com 200 navios. A atividade marítima era tão importante que supostamente cada habitante devia plantar pelo menos 100 ciprestes ao longo da sua vida.[nt 1] Esse costume explica a abundância dessas árvores nas imediações da cidade. Os navios eram construídos com essas árvores, que eram cortadas com pelo menos 50 anos. A madeira era depois imersa em água do mar e posteriormente seca.

    A cidade era governada pela aristocracia local através de duas câmaras ou conselhos. Como era usual na época, havia uma rígido sistema de classes sociais. A escravatura foi abolida em 1418 e tinham a noção de liberdade em alta conta. A cidade logrou equilibrar com sucesso os interesses de soberania rivais de Veneza e do Império Otomano durante séculos.

    A convivência pacífica entre a população eslava e a cultura de matriz italiana potenciou que Ragusa se tornasse o berço da literatura croata durante a Renascença.

    Fortemente católica, a cidade reservava o cargos de magistratura aos membros dessa religião, e por vezes obrigou os ortodoxos a converterem-se. Apesar disso, a cidade atraiu muitos marranos (judeus ibéricos) de Portugal e Espanha a partir do final do século XV. Em 1492, data da expulsão dos judeus de Espanha pelos Reis Católicos, chega um primeiro grupo. Segundo relatório de Baltasar de Faria ao rei D. João III de Portugal, em 1544 chegou à cidade um navio cheio de refugiados judeus portugueses. Nessa época trabalhou na cidade um dos fabricantes de canhões mais famosos do seu tempo, Ivan Rabljanin (Magister Johannes Baptista Arbensis de la Tolle).

    A riqueza económica da república provinha parcialmente da exploração das suas terras, mas devia-se principalmente ao comércio marítimo. Apoiados por uma diplomacia eficiente, os mercadores de Dubrovnik moviam-se livremente por terra e por mar. A república contava com uma vasta frota mercante que navegava por todo o mundo. Os naturais de Dubrovnik estabeleceram-se em vários locais alguns tão distantes como a Índia ou a América — a república enviou um dos seus marinheiros para incluir a tripulação comandada por Colombo que descobriu a América.[4] A chave do sucesso não estava na conquista, mas no comércio e navegação debaixo da bandeira branca com a palavra Libertas (liberdade em latim) em grande destaque. A bandeira foi adotada em 1418, aquando da abolição da escravatura e do respetivo tráfico.

     
    Porto

    À semelhança de Veneza, Ragusa oferece assistência à aliança muçulmana contra Portugal aquando da Batalha de Diu, em 1509. A partir de 1526, a república pagou tributo ao Império Otomano, situação que se manteve até 1718, data em que se elevava a 12 500 Ducados por ano.[nt 2] Todos os anos uma delegação da república dirigia-se a Istambul com o tributo e aí permanecia um ano como refém até que o tributo do ano seguinte fosse pago.[nt 1]

    A república entrou numa fase de declínio após uma crise da navegação no Mediterrâneo e um sismo catastrófico em 1667, que matou mais de 5 000 pessoas e destruiu grande parte dos edifícios públicos.[5] Em 1699, viu-se obrigada a vender parte do seu território aos otomanos de forma a evitar ter fronteiras terrestres com Veneza e assim melhor se proteger dos avanços desta. Essas faixas de terreno pertencem atualmente à Bósnia e Herzegovina e são o único acesso deste país ao Adriático.

    Em 1806 a cidade rendeu-se às forças de Napoleão, pois considerou-se a única forma de acabar com o bloqueio das armadas montenegrinas e russas, que durou um mês durante o qual caíram sobre a cidade 3 000 balas de canhão.[6] No princípio Napoleão requereu apenas passagem livre para as suas tropas e prometeu não ocupar o territórios, enfatizando que os franceses eram amigos dos ragusianos. No entanto, algum tempo mais tarde os franceses bloquearam os portos e forçaram o governo a deixar entrar as tropas francesas na cidade. Nesse dia todas as bandeiras e brasões da cidade da muralha foram pintados de preto como sinal de luto. Em 31 de janeiro de 1808 a república foi abolida por um decreto napoleónica que nomeou o marechal Auguste de Marmont duque de Ragusa. Os territórios da república foram integrados inicialmente no reino napoleónico de Itália[7] e depois nas "províncias da Ilíria" (em francês: Provinces Illyriennes). Humilhados por um exército de conquistadores estrangeiros, os nobres da cidade viram-se forçados a abandonar muito do seu poder e privilégios. Entretanto, os franceses fizeram algumas obras importantes que ainda subsistem, nomeadamente uma fortificação no cimo da montanha e uma estrada que ligava a cidade à fronteira italiana. Além disso reorganizaram o sistema escolar e concederam aos judeus um estatuto de igualdade com os restantes cidadãos.

    Domínio austríaco (1815–1918)
     
    Estátua de Ivan Gundulić em postal impresso entre 1890 e 1905

    Em 1815, o Império Austríaco (a partir de 1867, a Áustria-Hungria) obteve a posse das províncias da Ilíria no Congresso de Viena. Os Habsburgo constituíram o Reino da Dalmácia, com capital em Zadar, na qual Dubrovnik foi integrada com o nome oficial de Ragusa. Foi estabelecida uma administração que pretendia centralizar lentamente as burocracias de impostos, comerciais, religiosas e de educação com vista a estimular a economia. No entanto esses propósitos falharam em larga medida, e quando os traumas pessoais, políticos e económicos das Guerras Napoleónicas foram ultrapassados, começaram a formar-se movimentos que clamavam por uma reorganização política da região do Adriático segundo fronteiras nacionais.[carece de fontes?]

     
    Muralhas

    Em 1815, o antigo governo ragusano, isto é, a sua assembleia nobre, reuniu-se pela última vez em Mokošica. Foram empreendidos esforços para que a república fosse restabelecida, contudo foi tudo em vão. Depois da queda da república, grande parte da aristocracia emigrou, enquanto que outros foram reconhecidos pelo Império Austríaco.

    A combinação destas duas forças — por um lado o sistema de administração dos Habsburgo, e por outro os movimentos nacionalistas que defendiam a etnicidade como base para a comunidade, — criaram uma situação complexa, pois a Dalmácia era um território governado por uma monarquia centralista de língua alemã que governava uma população bilíngue (que falava croata e italiano).[carece de fontes?]

    Jugoslávia (1921-1991)

    Se querem ver o paraíso na terra, venham a Dubrovnik

    — George Bernard Shaw, 1929

    Na sequência do fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, que precipitou o desmoronamento do Império Austro-Húngaro, a cidade foi integrada no novo Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (a partir de 1929 chamado Reino da Jugoslávia) e o nome oficial da cidade passou a ser Dubrovnik. O período entre as duas guerras mundiais foi de estagnação para a cidade, que só recuperaria o seu vigor na era da Jugoslávia comunista.

    No início da Segunda Guerra Mundial, Dubrovnik fazia parte do Estado Independente da Croácia controlado por nazis. Entre abril de 1941 e 8 de setembro de 1943, a cidade esteve ocupada pelo exército italiano e em seguida pelos alemães.

    Em outubro de 1944, os partisans de Josip Broz Tito conquistaram a cidade, que passou a fazer parte da República Socialista da Croácia, um dos estados da República Socialista Federativa da Jugoslávia. Assim que entraram na cidade, os partisans executaram sem julgamento 78 pessoas.[8]

    Depois de 1945, muitos cidadãos deixaram a cidade para irem viver em Itália, Áustria e Alemanha. Os seus bens foram confiscados e passaram para a posse do estado.[carece de fontes?]

    Desmembramento da Jugoslávia (1991)
     Ver artigos principais: Dissolução da Iugoslávia e Cerco de Dubrovnik
     
    Localização das principais forças de ataque à cidade em 1991
     
    Vista do lazareto

    Em 1991 a Croácia e a Eslovénia, até então repúblicas da República Socialista Federativa da Jugoslávia, declaram a sua independência.

    Apesar da cidade antiga ter sido desmilitarizada no princípio da década de 1970 a fim de prevenir estragos em caso de guerra, tropas sérvias e montenegrinas do que fora o Exército Popular Jugoslavo (JNA) atacaram a cidade em 1991. O governo de Montenegro, liderado por Momir Bulatovic, leal ao governo sérvio de Slobodan Milošević, declarou que não permitiria que Dubrovnik permanecesse na Croácia porque, segundo ele, historicamente a cidade fazia parte de Montenegro. Isto apesar da população da cidade ser maioritariamente croata, 6% sérvia e ter muito poucos montenegrinos. Muitos consideram que as pretensões do governo de Bulatovic se enquadravam no plano de Milošević para conseguir apoiantes para a causa da Grande Sérvia.[9]

    Em 1 de outubro de 1991, Dubrovnik foi atacada e cercada pelo JNA durante sete meses. Os bombardeamentos de artilharia mais violentos ocorreram em 6 de dezembro de 1991, quando foram mortas 19 pessoas e 60 ficaram feridas. O exército jugoslavo nunca mostrou intenção de ocupar a cidade, pois oficialmente propunham que fosse restaurada a antiga República de Ragusa, independente tanto da Sérvia e Montenegro como da Croácia, uma tese que tinha alguns apoiantes entre os habitantes da cidade.[carece de fontes?] Mas se a cidade não chegou a ser ocupada, o mesmo não aconteceu com as regiões vizinhas, nomeadamente a zona de de Konavle e a cidade de Cavtat, que estiveram ocupadas durante quase três anos, o que provocou a fuga em massa de muitas pessoas, quer para o estrangeiro quer para Dubrovnik.[nt 1] Em maio de 1992 o exército croata acabou com o cerco e libertou os arredores da cidade, mas o perigo de ataques do JNA manteve-se por mais três anos.

    O número total de baixas civis do conflito segundo a Cruz Vermelha Croata foi de 114 civis mortos, entre eles o poeta Milan Milišic. A estes há que acrescentar cerca de 200 soldados croatas. Calcula-se que cerca de 300 pessoas da região foram presas e torturadas em campos de concentração de Montenegro e da Bósnia. A guerra causou também uma grande perda de população, já que os 43 770 habitantes em 2001 ainda estão longe dos 49 728 de 1991.[3]

     
    Muralhas

    O rico património da cidade foi também muito afetado, pois caíram milhares de obuses sobre as igrejas, palácios e mansões históricas. Um em cada três edifícios da cidade sofreram estragos e uma dezena de casas ficou completamente destruída. Contaram-se mais de 2000 impactos de bala nas paredes e centenas de ruas ficaram com crateras de granadas. Algo surpreendentemente, não foi destruído nenhum pedaço da muralha. "A liberdade não se vende nem por todo o ouro do mundo" é o lema ancestral da cidade e mais uma vez ele foi cumprido.[nt 1]

    Os generais do JNA envolvidos no cerco foram processados no Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia. O comandante do ataque à cidade, o general Pavle Strugar, foi condenado a oito anos de prisão por esse tribunal pelo seu papel no ataque.

    Período mais recente
     
    Muralhas junto à Praia de Buža

    Com o fim da guerra, teve início um grande projeto de reconstrução dirigido pelo governo croata e pela UNESCO, usando técnicas e materiais tradicionais. Um dos maiores problemas enfrentados durante a reconstrução foi substituir as famosas telhas de terracota rosadas dos edifícios da cidade antiga danificados no bombardeio, que acabaram por vir de uma fábrica próxima de Toulouse,[nt 2] França. Durante a reconstrução procurou-se reforçar as estruturas antigas contra sismos. Em 2005 a maior partes dos danos da guerra já estavam reparados. As consequências dos bombardeamentos podem ser observadas numa tabuleta existente junto à porta da cidade, que mostra os pontos atingidos durante o cerco. Estes podem também ser claramente visíveis de qualquer ponto elevado da cidade, já que os telhados restaurados são bastante mais claros que os antigos.

    No princípio de agosto de 2007 declarou se um incêndio gigantesco na vizinha Bósnia e Herzegovina que rapidamente alastrou ao território croata, alastrando desde as imediações de Cavtat, 30 km a sul, avançando pelo vale de Župa até rodear Dubrovnik. As altas temperaturas (acima de 40 °C) e o vento forte soprando de sul facilitaram a propagação a tal ponto que, pouco antes da extinção do fogo a 6 de agosto, chegou-se a temer pela segurança da cidade e dos seus habitantes. A determinação e valentia da população que ajudou os bombeiros foi crucial para apagar o incêndio em menos de 24 horas. O estado de alarme, o fumo e o som das sirenes à noite fizeram recordar a muitos habitantes os dias dos bombardeamentos de 1991.

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