Madeira (região autónoma)

A Madeira ou Região Autónoma da Madeira é uma região e arquipélago situada no Oceano Atlântico, com a capital localizada na cidade do Funchal, tendo 250 769 habitantes em 2021, sendo a sexta região mais populosa do país, com uma densidade populacional de 313 hab./km2, sendo a segunda maior área urbana do país, e uma área total de 801 km2, sendo a sétima região mais extensa do país.

É uma das sete regiões de Portugal, constituída por 54 freguesias, compreendendo em 11 municípios e sendo no mesmo tempo constituída pela mesma e única subregião, tendo o mesmo nome.

O Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira é um dos dois governos regionais autónomos nacionais e coordena as políticas da região.

É um arquipélago bastante turístico durante todo o ano, devido ao seu clima com temperaturas amenas tanto no Inverno como no Verão e tam...Ler mais

A Madeira ou Região Autónoma da Madeira é uma região e arquipélago situada no Oceano Atlântico, com a capital localizada na cidade do Funchal, tendo 250 769 habitantes em 2021, sendo a sexta região mais populosa do país, com uma densidade populacional de 313 hab./km2, sendo a segunda maior área urbana do país, e uma área total de 801 km2, sendo a sétima região mais extensa do país.

É uma das sete regiões de Portugal, constituída por 54 freguesias, compreendendo em 11 municípios e sendo no mesmo tempo constituída pela mesma e única subregião, tendo o mesmo nome.

O Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira é um dos dois governos regionais autónomos nacionais e coordena as políticas da região.

É um arquipélago bastante turístico durante todo o ano, devido ao seu clima com temperaturas amenas tanto no Inverno como no Verão e também famoso pelo seu espetacular fogo-de-artifício no Ano Novo, classificado como o maior espetáculo pirotécnico do mundo na passagem de ano de 2006 para 2007. Também são mundialmente conhecidos pelo seu vinho licoroso característico conhecido mundialmente Vinho da Madeira, pelas suas flores e pelas suas paisagens com montanhas abruptas, vales verdejantes e floridos, o panorama do mar e das escarpas do litoral e pelas suas praias de areia dourada da ilha do Porto Santo e por ser o local de nascimento de Cristiano Ronaldo, considerado o melhor jogador de futebol português de sempre.

 Ver artigo principal: História da Madeira
Antes do povoamento

Uma das teorias dos historiadores é de que as ilhas da Madeira e Porto Santo foram descobertas primeiro pelos Romanos e que ficaram conhecidas como as "Ilhas de púrpura", mas é um assunto relativamente debatido entre os historiadores e não se encontrou um consenso, dado poder referir-se a outras ilhas mais a sul. Mais tarde o arquipélago foi então redescoberto pelos portugueses que em primeiro lugar descobriram a ilha do Porto Santo em 1418 por intermédio de João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira; depois, a ilha da Madeira em 1419, por intermédio de Bartolomeu Perestrelo, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.

As ilhas do arquipélago da Madeira já seriam conhecidas antes da chegada dos portugueses, a crer em referências presentes em obras, bem como na representação destas em cartas geográficas. Entre as obras que se referem à Madeira salientam-se passagens do Libro del Conoscimiento (após 1385), obra de um espanhol, na qual as ilhas são referidas pelo nome de "Leiname", "Diserta" e "Puerto Santo" em 1419.

Evidências arqueológicas sugerem que as ilhas podem ter sido visitadas pelos vikings em algum momento entre 900 e 1030.[1]

Povoamento

Em 1418 a ilha do Porto Santo foi descoberta por João Gonçalves Zarco e por Tristão Vaz Teixeira. No ano seguinte estes navegadores, acompanhados por Bartolomeu Perestrelo, chegam à Ilha da Madeira, Mais precisamente no Município de Machico.

Tendo sido notadas as potencialidades das ilhas, bem como a importância estratégica destas, iniciou-se por volta de 1425 a colonização, que terá sido uma iniciativa de D. João I ou do Infante D. Henrique.

Os três capitães-donatários levaram, na primeira viagem, as respectivas famílias, um pequeno grupo de pessoas da pequena nobreza, gente de condições modestas e alguns antigos presos do reino. Os primeiros colonos provinham da região do Algarve e mais tarde da região norte do continente.[2]

Do Algarve, partiram, alguns dos principais colonizadores, com funções importantes na implementação das bases do sistema do senhorio. Podemos também referir neste processo o norte de Portugal, nomeadamente a região de Entre Douro e Minho, origem daqueles que intervieram especificamente na organização do espaço agrícola.[3]

Do Algarve, das localidades de Tavira, Lagos, Silves, Aljezur e Sagres, registam-se também a deslocação de diversas pessoas rumo às novas ilhas do Reino. Enumeram-se criados, escudeiros, cavaleiros e fidalgos que marcaram o início do povoamento, que rapidamente se foi estendendo geograficamente a outras áreas, tais como Santa Cruz, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol e Calheta.

Para auferirem de condições mínimas para o desenvolvimento da agricultura, tiveram que desbastar uma parte da densa floresta de laurissilva e construir um grande número de canalizações de água (levadas), visto que numa parte da ilha havia água em excesso enquanto na outra esta escasseava. Nos primeiros tempos, o peixe constituía o principal meio de subsistência dos povoadores assim como os produtos horto-frutícolas.

A partir de 1440 estabelece-se o regime das capitanias com a investidura de Tristão Vaz Teixeira como capitão-donatário da capitania de Machico; seis anos mais tarde Bartolomeu Perestrelo torna-se capitão-donatário do Porto Santo e em 1450 Zarco é investido capitão-donatário da capitania do Funchal.

Da queda da produção cerealífera ao Vinho da Madeira  O Funchal antigo, em um azulejo. Estátua em memória do descobridor João Gonçalves Zarco

A primeira atividade agrícola local com grande relevo foi a cultura cerealífera do trigo. Inicialmente, os colonizadores produziam trigo para a sua própria subsistência mas, mais tarde, este passou a ser um produto de exportação para o reino.

No entanto, inexplicavelmente, a produção cerealífera entrou em queda. Para superar a crise o infante D. Henrique resolveu mandar plantar na ilha da Madeira a cana-de-açúcar — rara na Europa e, por isso, considerada especiaria —, promovendo, para isso, a vinda, da Sicília, da soca da primeira planta e dos técnicos especializados nesta cultura. A produção de açúcar rapidamente conferiu à metrópole funchalense uma franca prosperidade económica. Este facto levou a que na segunda metade do século XV, a cidade do Funchal tenha se tornado num porto de escala obrigatório para as rotas comerciais europeias. A cultura da cana foi por excelência um dinamizador da economia insular.

Com a produção da cana-de-açúcar, a Madeira atraiu e fixou aventureiros e comerciantes das mais recônditas origens, tendo esta exploração sido considerada, na altura, como o principal motor da economia madeirense. Muitos foram os comerciantes Europeus que se deslocaram à Região para o negócio do açúcar, principalmente genoveses e flamengos.[4]

A cultura da cana e a indústria da produção de açúcar desenvolver-se-iam até ao século XVII, seguindo-se a indústria da transformação — as alçapremas — fazendo a extracção do suco para, depois, vir a fazer-se o recozer dos meles como então se chamava à fase da refinação.

Aparentemente é na Madeira que, no contexto da produção do açúcar, foi aplicada mão-de-obra escrava negra pela primeira vez. O sistema colonial de produção de açúcar é posto em prática na Ilha da Madeira, numa escala muito menor, e será sucessivamente aplicado, em larga escala, noutras zonas de produção ultramarinas, como é o exemplo maior do Brasil.[5]

Na segunda metade do século XVI, surge o declínio da produção de açúcar na ilha. A cana sacarina na ilha começa a evidenciar doença e, ao mesmo tempo, há também uma forte concorrência de novos territórios produtores, principalmente o Brasil.

A partir do século XVII será o vinho o mais importante produto da exploração madeirense, já que a cultura da cana-de-açúcar fora, entretanto, transferida para o Brasil (a partir de 1530) e para São Tomé e Príncipe.

Nos séculos XVII e XVIII, a estrutura da "cidade do vinho sobrepôs-se à cidade do açúcar". Com o declínio da produção açucareira, em finais do século XVI, substituíram-se os canaviais por vinhedos, dando origem ao chamado Ciclo do Vinho que, internacionalmente, instalando-se na Ilha importantes mercadores ingleses que, paulatinamente, acabam por controlar o cada vez mais importante comércio vinícola insular.[6]

Nos séculos XVIII e XIX, os visitantes da ilha distinguiam-se entre doentes, viajantes, turistas e cientistas. A maioria dos visitantes pertencia à aristocracia endinheirada europeia, nomeadamente príncipes, princesas e monarcas que encontrava na Ilha da Madeira, um porto terapêutico essencialmente.[7]

Em resultado da elevada procura verificada na época, surgiu a necessidade de produção de guias informativos para os visitantes. O primeiro guia turístico da Madeira surgiu em 1850, e focava já elementos sobre a história, a geologia, a flora, a fauna e os costumes da ilha.

Os ingleses e os alemães foram os primeiros a lançar as bases para a construção da rede hoteleira madeirense.[3][8]

O papel da Madeira na época dos descobrimentos

A Madeira serviu também como modelo para a colonização do Brasil, baseado nas capitanias hereditárias e nas sesmarias, conforme atesta a nomeação de Pero de Góis por D. João III, em 25 de agosto de 1536, quando o rei determina que exercesse o cargo da maneira que ele deve ser feito e como o é o provedor da minha fazenda na Ilha da Madeira.

No Brasil, os madeirenses tiveram também importante participação na Insurreição Pernambucana, contra a ocupação holandesa.

Durante o século XV a Madeira desempenhou um importante papel na expansão marítima portuguesa. Tornou-se também famosa pelas rotas comerciais que ligavam o porto do Funchal a toda a Europa. E foi no arquipélago da Madeira que o mercador Cristóvão Colombo aprofundou os conhecimentos da arte de navegar e planeou a sua célebre viagem para a América.

Nos séculos XVII e XVIII, uma grave crise económica e alimentar motivaram a diáspora madeirense. Milhares de famílias partiram para as colónias. Na Madeira, o povo sofria com a fome e a miséria. Em 1747, D. João V ordena o recrutamento voluntário de casais para povoarem a ilha de Santa Catarina. Em 1751, o governador Manuel Saldanha da Gama escreve: Nalguns portos da Ilha, o povo só se alimentava de raízes, flor de giesta e frutos. No mesmo ano, o rei D. José mandou recrutar, só na cidade do Funchal, mil casais sem meios de subsistência para promover o povoamento das colónias, sobretudo do Brasil.[9][10][11][12]

Religião  Sé do Funchal, também um marco à importância do povoamento da ilha, para o Império Português

A população do arquipélago da Madeira é historicamente seguidora do catolicismo romano, embora hoje em dia essa identificação tenda a ser, em parte, nominal.

A Diocese do Funchal foi criada a 12 de junho de 1514 através da bula Pro Excellenti Praeeminentia do papa Leão X, em resultado de um pedido do rei D. Manuel I. Em 1536, papa o Papa Paulo III desligou o bispado da Ordem de Cristo. Esta diocese, cujo primeiro bispo foi Diogo Pinheiro, teve a maior jurisdição do mundo, já que esta era alargada aos territórios com presença portuguesa em África, no Brasil, Índia e China. Em 1533, o papa Clemente VII elevaria a diocese a arcebispado, que seria extinguido em 1551, passando novamente a diocese dependente do arcebispado de Lisboa. Em 1991, a Madeira recebeu a visita do papa João Paulo II, primeiro Papa a visitar a ilha. D. António José Cavaco Carrilho é o bispo da diocese desde maio de 2007, sucedendo a D. Teodoro de Faria que renunciou em virtude de já ter ultrapassado a idade canónica para exercer o cargo.

O temporal de 2010
 Ver artigo principal: Temporal na ilha da Madeira em 2010
 Cristiano Ronaldo é a mais famosa personalidade nascida na Ilha da Madeira.

A 20 de fevereiro de 2010, um forte temporal causou inundações e deslizamento de terras, provocando pelo menos 48 mortos e cerca de 250 feridos. Os concelhos mais afetados foram o Funchal e Ribeira Brava, onde várias pontes ruíram e estradas e caminhos cederam ou foram levados pelas águas. No Funchal as três maiores ribeiras transbordaram, causando grande destruição. Várias residências ficaram soterradas por deslizamentos, e a capela de Nossa Senhora da Conceição, no Monte, foi levada pelas águas. Foi declarada pelo governo português a observância de três dias de luto nacional.[13]

«Vikings may have settled on Madeira island 400 years prior to Portuguese colonization». The Archaeology News Network (em inglês). Consultado em 3 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2021  «História da Ilha da Madeira». www.madeira-web.com. Consultado em 3 de outubro de 2021  a b «600 anos Madeira - História». www.madeira600.pt. Consultado em 3 de outubro de 2021  «Época do 'Ouro Branco'». www.visitmadeira.pt. Consultado em 3 de outubro de 2021  «A cana-de-açucar na Ilha da Madeira»  «Ciclo do Vinho». www.visitmadeira.pt. Consultado em 3 de outubro de 2021  «Turismo Terapêutico e Científico». www.visitmadeira.pt. Consultado em 3 de outubro de 2021  «Primórdios do Turismo». www.visitmadeira.pt. Consultado em 3 de outubro de 2021  Um fidalgo madeirense empobrecido pede transporte para o Brasil, por Alberto Artur Sarmento. SANTOS, Maria Licínia Fernandes dos. Os Madeirenses na Colonização do Brasil. Funchal: Centro de Estudos de História do Atlântico. Secretaria Regional do Turismo e Cultura, 1999. Capítulo Terceiro. "O recrutamento de casais madeirenses para o Brasil no século XVIII", p. 73. ISBN 9728263198 Notas sobre a construção de uma “identidade açoriana” na colonização do sul do Brasil ao século XVIII, por Martha Daisson Hameister. Anos 90, Porto Alegre, v. 12, n. 21/22, p.53-101, jan./dez. 2005 p.69s. Revista do Arquivo Público Mineiro. Referência à carta patente de capitão, outorgada a Henrique César Berenguer em 6 de março de 1752. Vila de São José, Santa Catarina. «Cópia arquivada». Consultado em 23 de julho de 2010. Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2010 
Fotografias por:
Statistics: Position
3027
Statistics: Rank
38798

Adicionar novo comentário

Esta questão é para testar se você é um visitante humano ou não a fim de prevenir submissões automáticas de spam.

Segurança
827461935Clique/toque nesta sequência: 6722

Google street view

Onde você pode dormir perto Madeira (região autónoma) ?

Booking.com
490.018 visitas no total, 9.198 Pontos de interesse, 404 Destinos, 67 visitas hoje.