Contexto de Sudão

O Sudão (em árabe: السودان; romaniz.: As-Sudan; em inglês: Sudan), oficialmente República do Sudão (em árabe: جمهورية السودان, transl.: Jumhūriyyat as-Sūdān; em inglês: Republic of the Sudan), é um país africano, limitado a norte pelo Egito, a leste pelo Mar Vermelho, por onde faz fronteira com a Arábia Saudita, pela Eritreia e pela Etiópia, a sul pelo Sudão do Sul e a oeste pela República Centro-Africana, Chade e Líbia. O Rio Nilo divide o país em duas metades: a oriental e a ocidental. Sua religião predominante é o islamismo. Quase um quinto da população do Sudão vive abaixo da linha internacional de pobreza, vivendo com menos de US$ 1,25 por dia.

Até 2011, o Sudão era o maior país da África e do Mundo árabe, quando o Sudão do Sul se separou em um país independente, após um referendo sobre a independência. O Sudão é hoje o terceiro maior ...Ler mais

O Sudão (em árabe: السودان; romaniz.: As-Sudan; em inglês: Sudan), oficialmente República do Sudão (em árabe: جمهورية السودان, transl.: Jumhūriyyat as-Sūdān; em inglês: Republic of the Sudan), é um país africano, limitado a norte pelo Egito, a leste pelo Mar Vermelho, por onde faz fronteira com a Arábia Saudita, pela Eritreia e pela Etiópia, a sul pelo Sudão do Sul e a oeste pela República Centro-Africana, Chade e Líbia. O Rio Nilo divide o país em duas metades: a oriental e a ocidental. Sua religião predominante é o islamismo. Quase um quinto da população do Sudão vive abaixo da linha internacional de pobreza, vivendo com menos de US$ 1,25 por dia.

Até 2011, o Sudão era o maior país da África e do Mundo árabe, quando o Sudão do Sul se separou em um país independente, após um referendo sobre a independência. O Sudão é hoje o terceiro maior país da África (após a Argélia e a República Democrática do Congo) e também o terceiro maior país do mundo árabe (depois da Argélia e Arábia Saudita). Sua área consiste em 1 886 068 km².

A nação é membro da Organização das Nações Unidas, União Africana, Liga Árabe, Organização da Conferência Islâmica e do Movimento de Países Não Alinhados, bem como um observador na Organização Mundial do Comércio. Sua capital é Cartum, o centro político, cultural e comercial da nação. É uma República federal presidencial democrática e representativa. As políticas do Sudão são reguladas pela Assembleia Nacional. O sistema legal sudanês é baseado na lei islâmica.

Grande parte da história do Sudão é marcada por conflitos étnicos, além de dois conflitos internos em andamento (um na região sul e outro na região de Darfur) e duas guerras civis, entre 1955 e 1972 e 1983 e 2005. Há inúmeros casos de limpeza étnica e escravidão no país. O Índice de Percepção da Corrupção indicou o Sudão como o quarto país mais corrupto do mundo. De acordo com o Índice Global da Fome de 2013, o Sudão tem um valor indicador GHI de 27,0, indicando que o país tem um "estado alarmante de situação de fome", fazendo desta a quinta nação mais faminta do mundo. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,510 (dados de 2019) , o classifica como um dos mais baixos níveis de desenvolvimento humano no mundo. O seu Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD) (dados referentes A 2019) é de 0,333.

Mais sobre Sudão

Informação básica
  • Código de chamada +249
  • Domínio da Internet .sd
  • Mains voltage 230V/50Hz
  • Democracy index 2.54
Population, Area & Driving side
  • População 30894000
  • Área 1886068
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigo principal: História do Sudão
    Antiguidade
     Ver artigos principais: Reino de Cuxe e Núbia
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    Antiguidade
     Ver artigos principais: Reino de Cuxe e Núbia
     
    Ruínas de antigas pirâmides núbias em Meroé

    O Reino de Cuxe era um Estado antigo da Núbia centrado nas afluências do Nilo Azul, Nilo Branco e Rio Atbara. Foi criado após o colapso da Idade do Bronze e a desintegração do Império Novo do Egito Antigo. Era centrado em Napata em sua fase inicial. Depois que o rei Cáchita ("o cuxita") invadiu o Egito no século VIII a.C., os reis cuxitas ordenaram-se como faraós da vigésima quinta dinastia do Egito, um século antes de serem derrotados e expulsos pelos assírios. No auge de sua glória, os cuxitas conquistaram um império que se estendia desde o que hoje é conhecido como Cordofão do Sul todo o caminho para o Sinai. O rei Piiê tentou expandir o império no Oriente Próximo, mas foi impedido pelo rei assírio Sargão II. O Reino de Cuxe é mencionado na Bíblia como tendo salvo os israelitas da ira dos assírios, embora a doença entre os sitiantes tenha sido a principal razão pelo fracasso em tomar a cidade.[1]

    A guerra que ocorreu entre o rei Taraca e o rei assírio Senaqueribe foi um acontecimento decisivo na história ocidental, quando os núbios foram derrotados pelos assírios em sua tentativa de ganhar uma posição no Oriente Próximo. O sucessor de Senaqueribe, Assaradão, foi mais longe e invadiu o próprio Egito, depondo Taraca e liderando os núbios do Egito. Taraca fugiu de volta para sua terra natal, onde morreu dois anos depois. O Egito tornou-se uma colônia assíria; no entanto, o rei Tantamani fez uma tentativa final para recuperar determinada Egito. Assaradão morreu enquanto se preparava para deixar a capital assíria de Nínive, a fim de expulsá-lo. No entanto, seu sucessor, Assurbanípal, enviou um grande exército para o sul do Egito terminando com todas as esperanças de um renascimento do império núbio.

    Durante a Antiguidade Clássica, a capital núbia era em Meroé. Na geografia grega antiga, o reino meroítico era conhecido como "Etiópia" (termo também usado anteriormente pelos assírios quando se deparam com os núbios). A civilização de Cuxe foi uma das primeiras no mundo a usar a tecnologia de fundição de ferro. O reino núbio em Meroé persistiu até o século IV Após o colapso do império cuxita, vários Estados surgiu em seus antigos territórios, entre eles a Núbia.

    Séculos XIX e XX

    O Sudão é incorporado ao mundo árabe na expansão islâmica do século VII. O sul escapa ao controle muçulmano e sofre incursões de caçadores de escravos. Entre 1820 e 1822, é conquistado e unificado pelo Egito e posteriormente entra na esfera de influência do Reino Unido. Em 1881 eclode uma revolta nacionalista chefiada por Maomé Amade, líder religioso conhecido como Mádi, que expulsou os ingleses em 1885. Ele morre logo depois e os britânicos retomam o Sudão em 1898. No ano seguinte, a Nação é submetida ao domínio egípcio-britânico. Obtém autonomia limitada em 1953 e independência total em 1956.

    O Sudão está em guerra civil há 46 anos. O conflito entre o governo muçulmano e guerrilheiros não muçulmanos, baseados no sul do território, revela as realidades culturais opostas da Nação. A guerra e prolongados períodos de seca já deixaram mais de 2 milhões de mortos.

    A introdução da Sharia, a lei islâmica, causou a fuga de mais de 350 mil sudaneses para países vizinhos. Entre outras medidas, a lei determina a proibição de bebidas alcoólicas e punições por enforcamento ou mutilação.

    Conflito em Darfur
     Ver artigo principal: Conflito de Darfur

    A 9 de setembro de 2004 o Secretário de Estado norte-americano Colin Powell denominou o conflito em Darfur de genocídio, declarando-a a pior crise humanitária do século XXI.[2] Houve relatos de que a Janjawid (milícias governamentais) estava lançando ataques e bombardeios a vilarejos, e matando civis com base na etnia, cometendo estupros, roubando bens, terras e gado. Até o momento, mais de 2,5 milhões de civis foram deslocados, e se estima o total de mortos entre 200 mil[3] e 400 mil.[4] Estas estimativas estão estagnadas desde que os relatórios iniciais da ONU apontaram genocídio já em 2003/2004.

    A 5 de maio de 2006 o governo sudanês e o principal grupo rebelde do país, o Movimento de Libertação do Sudão - MLS - assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que tentava pôr fim ao conflito.[5] O acordo estabelecia especificamente o desarmamento da Janjaweed e desmantelamento dos grupos armados, e visava estabelecer um governo temporário no qual os rebeldes pudessem participar.[6] Somente um grupo rebelde, o SLA, comandado por Minni Arko Minnawi, aceitou assinar o acordo.[5]

     
    Milícia do governo sudanês em Darfur

    Desde que o acordo foi assinado, entretanto, tem havido notícias de violência generalizada na região. Surgiu um novo grupo, chamado Frente de Redenção Nacional, formado pela união de 4 grupos que recusaram-se a assinar os acordos de maio de 2006.[7] Recentemente, tanto o governo quanto as milícias islâmicas por ele apoiadas têm lançado grandes ofensivas contra os grupos rebeldes, resultando em mais mortes e mais refugiados. Conflitos entre os próprios grupos rebeldes também contribuíram para a violência.[7] Combates recentes na fronteira com o Chade deixaram centenas de soldados e rebeldes mortos, e quase 250 mil refugiados sem ajuda humanitária.[8]

    A população de Darfur é predominantemente negra e de religião muçulmana, enquanto a milícia Janjawid é predominantemente árabe negra. A maioria dos etnicamente árabes de Darfur permanece longe do conflito. Os habitantes de Darfur - tanto árabes quanto não árabes - rejeitam profundamente o governo de Cartum, que não lhes forneceu nada a não ser problemas.[9]

    A Corte Criminal Internacional - CCI - indiciou o Ministro de Estado para Assuntos Humanitários, Ahmed Haroun, e o suposto líder da milícia islâmica Janjawid, Ali Mohammed Ali, também conhecido como Ali Kosheib, pelas atrocidades na região. Ahmed Haroum pertence à tribo Bargou, uma das tribos não árabes da região, e é acusado de incitar ataques contra grupos não árabes específicos. Ali Kosheib é um ex-soldado e líder das forças populares de defesa, e é acusado de ser um dos líderes dos ataques a vilarejos no oeste de Darfur. A 14 de julho de 2008 o promotor da Corte Criminal Internacional, Luis Moreno Ocampo, lançou 10 acusações criminais contra o presidente al-Bashir, como as de patrocinar crimes de guerra e crimes contra a humanidade.[10] Al-Bashir foi acusado pelos promotores de ter "planejado e implementado o extermínio" de três grupos tribais em Darfur por motivos étnicas.[10] Espera-se que em breve Luis Moreno Ocampo peça aos juízes da CCI que expeçam um mandado de prisão contra al-Bashir.[10]

    A Liga Árabe, a União Africana e até a França apoiaram os esforços do Sudão para suspender as investigações da CCI.[11] Eles esperam que seja considerado o Artigo 16 da Convenção de Roma, que estabelece que as investigações da CCI podem ser suspensas se ameaçarem um processo de paz.[12]

    Queda de Omar al-Bashir
     Ver artigo principal: Conselho Militar de Transição (2019)

    Em 11 de abril de 2019 o Exército do Sudão derrubou o presidente Omar al-Bashir após várias semanas de protestos, o presidente Omar al-Bashir foi afastado de todos os cargos e o governo foi demitido. Segundo a mídia, o exército anunciará a criação de um comitê militar que liderará o país durante o período de transição.[13]

    Golpe de Estado em 2021
     Ver artigo principal: Golpe de Estado no Sudão em 2021
     Ver artigo principal: Tentativa de golpe de Estado no Sudão em setembro de 2021

    Um golpe de Estado em outubro de 2021 interrompeu temporariamente o processo de transição democrática iniciado em 2019. O acontecimento marcou o crescente tensionamento no interior do Conselho Soberano do Sudão, principalmente entre a ala militar e a ala civil, mas também internamente à cada um desses. O golpe gerou fortes protestos da população, mesmo diante da brutal repressão que deixou pelo menos 41 mortos. Organismos internacionais também assumiram um posição de grave reprovação da movimentação golpista. No fim do mês posterior, novembro, um acordo foi celebrado entre as lideranças militares e o primeiro ministro, até então em prisão domiciliar, Abdalla Hamdok, que teve sua posição restaurada. O acordo deliberou a libertação de todos os detidos pelas forças golpistas, e a retomada do acordo de transição elaborado em 2019. A conciliação foi celebrada internacionalmente; no país, porém, organizações civis rejeitaram fortemente o acordo com os militares, com a alegação de que esse não só não buscava fazer cumprir a justiça violada pelos militares, como também deixava partidos que antes eram membros do governo em uma situação não definida, como é o caso das Forças de Liberdade e Mudança. Intensos processos se seguiram à assinatura do acordo, com ampla participação social e forte repressão.[7][14][15][16]

    Confrontos armados em 2023
     Ver artigo principal: Tentativa de golpe de Estado no Sudão em 2023

    Na manhã de 15 de abril de 2023, eclodiram pesados confrontos em Cartum entre o exército sudanês e as Forças de Suporte Rápidas. O conflito logo se espalhou pelo país deixando inúmeros mortos e feridos.

    Roux, Georges (27 de agosto de 1992). Ancient Iraq (em inglês). [S.l.]: Penguin Books Limited. ISBN 9780141938257  Slavin, Barbara (9 de setembro de 2004). «Powell accuses Sudan of genocide». usatoday30.usatoday.com. USATODAY.com. Consultado em 31 de janeiro de 2017  «World Africa Q&A: Sudan's Darfur conflict» (em inglês). BBC NEWS. 23 de fevereiro de 2010. Consultado em 31 de janeiro de 2017  «The Genocide in Darfur - Briefing Paper». Save Darfur. Junho de 2008. Consultado em 31 de janeiro de 2017. Cópia arquivada em 31 de outubro de 2013  a b «Darfur Peace Agreement». U. S. Departament of State. 8 de maio de 2006. Consultado em 31 de janeiro de 2017. Cópia arquivada em 2 de junho de 2006  «Africa Main parties sign Darfur accord» (em inglês). BBC NEWS. 5 de maio de 2006. Consultado em 31 de janeiro de 2017  a b c Steele, Jonathan (11 de outubro de 2006). «Khartoum struggles to defeat new alliance». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077  «Heavy Fighting Breaks Out». www.strategypage.com. 11 de outubro de 2006  Waal, Alex de (25 de julho de 2004). «Darfur's deep grievances defy all hopes for an easy solution». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077  a b c Walker, Peter; Sturcke, James; agencies (14 de julho de 2008). «Darfur genocide charges for Sudanese president Omar al-Bashir». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077  Charbonneau, Louis (18 de setembro de 2008). «France might be open to deal on Sudan's Bashir». Reuters. Consultado em 31 de janeiro de 2017. Cópia arquivada em 21 de setembro de 2008  «Rome Statute of the International Criminal Court» (PDF). International Criminal Court. 1 de julho de 2002. Consultado em 31 de janeiro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 10 de maio de 2005  Brasil 247 (11 de abril de 2019). «Exército derruba presidente do Sudão». Brasil 247. Consultado em 11 de abril de 2019  «Sudan's Burhan declares state of emergency, dissolves government». Reuters (em inglês). 25 de outubro de 2021. Consultado em 25 de outubro de 2021  «Sudan's Hamdok reinstated as PM after political agreement signed». Al-jazeera (em inglês). 21 de novembro de 2021. Consultado em 21 de novembro de 2021  «Teen shot dead in Sudan anti-coup protest after Hamdok reinstated». Al-jazeera (em inglês). 21 de novembro de 2021. Consultado em 21 de novembro de 2021 
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