Contexto de Java

Java (em indonésio, javanês e sundanês: Jawa) é a principal ilha da Indonésia, onde se situa a capital do país, Jacarta. Tem 124 413 km² de área e em 2015 tinha 141 300 000 habitantes (densidade: 1 135,7 hab./km²), que constituem 56,7% da população da Indonésia.

É a ilha mais populosa do mundo e uma das regiões mais densamente povoadas do planeta. No passado foi o centro de poderosos impérios hindus e budistas, sultanatos muçulmanos, a principal possessão das Índias Orientais Holandesas e o principal local onde se desenrolou a luta pela independência da Indonésia nas décadas de 1930 e 1940. Java tem um papel preponderante na vida política, cultural e económica da Indonésia.

A maior parte da ilha é de origem vulcânica. É a 13.ª maior ilha do mundo em área e a 5.ª maior da Indonésia. Uma cadeia de montanhas vulcânicas forma uma espinha na direção leste-oeste ao longo de praticamente toda a ilha. As três principais línguas de Java são o javanês,...Ler mais

Java (em indonésio, javanês e sundanês: Jawa) é a principal ilha da Indonésia, onde se situa a capital do país, Jacarta. Tem 124 413 km² de área e em 2015 tinha 141 300 000 habitantes (densidade: 1 135,7 hab./km²), que constituem 56,7% da população da Indonésia.

É a ilha mais populosa do mundo e uma das regiões mais densamente povoadas do planeta. No passado foi o centro de poderosos impérios hindus e budistas, sultanatos muçulmanos, a principal possessão das Índias Orientais Holandesas e o principal local onde se desenrolou a luta pela independência da Indonésia nas décadas de 1930 e 1940. Java tem um papel preponderante na vida política, cultural e económica da Indonésia.

A maior parte da ilha é de origem vulcânica. É a 13.ª maior ilha do mundo em área e a 5.ª maior da Indonésia. Uma cadeia de montanhas vulcânicas forma uma espinha na direção leste-oeste ao longo de praticamente toda a ilha. As três principais línguas de Java são o javanês, o sundanês e o madurês. A primeira é a mais falada, sendo a língua materna de 60 milhões de indonésios, a maior parte deles residentes em Java. Grande parte dos habitantes é bilingue, usando o indonésio como primeira ou segunda língua. Embora a esmagadora maioria da população seja muçulmana, Java tem uma mistura variada de crenças religiosas, etnias e culturas. Em termos administrativos, Java está dividida em quatro províncias (Banten, Java Ocidental, Java Central e Java Oriental) e duas regiões especiais (Jacarta e Jogjacarta).

Mais sobre Java

Population, Area & Driving side
  • População 160293748
  • Área 128297
Histórico
  • Foi nas margens do rio Solo que foram encontrados os primeiros restos fossilizados do chamado Homem de Java, um hominídeo da espécie Homo erectus, datados de há cerca de 1,7 milhões de anos.[1][2][3]

    A fertilidade excecional da ilha e a chuva abundante proporcionou o desenvolvimento do cultivo de arroz, uma tividade que requeria um nível sofisticado de cooperação entre aldeias. A partir das alianças de aldeias, desenvolveram-se pequenos reinos. As cadeias de montanhas vulcânicas e as terras altas associadas ao longo de toda a ilha manteve os diversos povos separados e relativamente isolados.[4] Antes do advento dos estados islâmicos e do colonialismo europeu, os rios constituíam o principal meio de comunicação, apesar da maior parte dos rios javaneseses serem relativamente curtos. Só os rios Brantas e Solo permitiam comunicações a longa distância e foi nos seus vales que floresceram os centros dos principais reinos. Supõe-se que pelo menos desde meados do século XVII a ilha foi dotada de um sistema de estradas, pontes permanentes e pontos de portagem. As estradas erm por vezes destruídas, tanto pelas potências locais como pelas chuvas, que tornavam o uso das estradas muito dependentes de manutenção constante, o que por sua vez fazia com que as comunicações entre as populações da ilha fossem difíceis.[5]

    ...Ler mais

    Foi nas margens do rio Solo que foram encontrados os primeiros restos fossilizados do chamado Homem de Java, um hominídeo da espécie Homo erectus, datados de há cerca de 1,7 milhões de anos.[1][2][3]

    A fertilidade excecional da ilha e a chuva abundante proporcionou o desenvolvimento do cultivo de arroz, uma tividade que requeria um nível sofisticado de cooperação entre aldeias. A partir das alianças de aldeias, desenvolveram-se pequenos reinos. As cadeias de montanhas vulcânicas e as terras altas associadas ao longo de toda a ilha manteve os diversos povos separados e relativamente isolados.[4] Antes do advento dos estados islâmicos e do colonialismo europeu, os rios constituíam o principal meio de comunicação, apesar da maior parte dos rios javaneseses serem relativamente curtos. Só os rios Brantas e Solo permitiam comunicações a longa distância e foi nos seus vales que floresceram os centros dos principais reinos. Supõe-se que pelo menos desde meados do século XVII a ilha foi dotada de um sistema de estradas, pontes permanentes e pontos de portagem. As estradas erm por vezes destruídas, tanto pelas potências locais como pelas chuvas, que tornavam o uso das estradas muito dependentes de manutenção constante, o que por sua vez fazia com que as comunicações entre as populações da ilha fossem difíceis.[5]

    Período dos reinos hindus e budistas
     
    Complexo de templos hindus de Prambanan, construído no (século IX pelos reis de Mataram perto de Jogjacarta

    Os reinos de Taruma e de Sunda de Java Ocidental surgiram no século IV e VII d.C., respetivamente, e o de Kalingga enviou embaixadas à China a partir de 640.[6] Contudo, o principal reino foi o de Mataram, fundado em Java Central no início do século VIII d.C. A religião de Medang tinha como divindade central o deus hindu Xiva e o reino construiu alguns dos templos hindus mais antigos de Java no planalto de Dieng. No século VIII, a dinastia Sailendra surgiu na planície de Kedu e tornou-se a patrocinadora do budismo Maaiana. É à dinastia Sailendra que se devem alguns monumentos religiosos imponentes, como os templos do século IX de Borobudur e Prambanan, em Java Central.[carece de fontes?]

    Cerca do século X, o centro do poder deslocou-se do centro da ilha para a parte oriental. Os reinos javaneses orientais de Kediri, Singasari e Majapait dependiam sobretudo da cultura de arroz, mas mantiveram comércio com o arquipélago indonésio, China e Índia. Majapait foi fundado por Raden Wijaya (r. 1294–1309)[7] e no final do reinado de Hayam Wuruk (r. 1350–1389) reclamava-se soberano de todo o arquipélago indonésio, apesar de provavelmente o controlo efetivo se limitar a Java, Bali e Madura. O primeiro-ministro de Hayam Wuruk, Gajah Mada, liderou muitas das conquistas territoriais do rei.[8] Enquanto que os reinos javaneses anteriores baseavam o seu poder na agricultura, Majapait tomou o controlo dos portos e rotas de navegação, tornando-se o primeiro império comercial de Java. Após a morte de Hayam Wuruk e da chegada do islão, Majapait entrou em declínio.[9]

    Difusão do islão e florescimento dos sultanatos islâmicos

    O islão tornou-se a religião dominante em Java no fim do século XVI. Durante esse período, os reinos islâmicos de Demak, Cirebon e Banten surgiram e desenvolveram-se a partir do século XV. No final do século XVI, o Sultanato de Mataram tornou-se a potência dominante nas regiões centrais e orientais de Java. Os reinos de Surabaia e de Cirebon acabaram por ser subjugados por Mataram e quando os holandeses conquistaram a ilha só foram confrontados por dois estados: Mataram e Banten.[carece de fontes?]

    Período colonial
     
    Gravura do século XIX da Grande Estrada Postal perto de Bogor

    Os contactos de Java com as potências coloniais europeias iniciaram-se em 1522, com o Tratado de Sunda Kalapa, assinado entre o comandante português de Malaca e o o rei de Sunda. No entanto, as tentativas dos portugueses para se estabelecerem em Java fracassaram e a presença portuguesa na Indonésia foi confinada às ilhas orientais. O primeiro contacto dos holandeses com Java ocorreu em 1596, com uma expedição de quatro navios comandada por Cornelis de Houtman.[10]

    No final do século XVIII, os holandeses tinham estendido a sua influência aos sultanatos do interior através da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Os conflitos internos impediram os javaneses de formarem alianças eficazes contra os holandeses e as únicas entidades políticas que se resistiram algum tempo foram os principados de Suracarta (ou Solo) e de Jogjacarta, anteriormente parte de Mataram. Os holandeses apoiaram alguns restos da aristocracia javanesa atribuindo cargos de regentes ou de oficiais distritais na administração colonial.[carece de fontes?]

    O principal papel económico de Java durante a primeira parte do período colonial foi o de produtor de arroz. Em ilhas onde se produziam especiarias, como as de Banda, era regularmente importado arroz de Java, para suprir a insuficiência da produção local para satisfazer a subsistência.[11]

     
    Mapa da Grande Estrada Postal

    Durante as Guerras Napoleónicas na Europa, os Países Baixos ficaram sob o controlo da França, o mesmo acontecendo com a sua colónia das Índias Orientais. Durante o curto mandato de Daendels como governador-geral ao serviço dos franceses, foi iniciada a construção da Grande Estrada Postal em 1808. A estrada, que ia de Anyer, em Java Ocidental, a Panarukan, em Java Oriental, serviu como rota de abastecimento militar e foi usada para defender Java da invasão britânica.[12] Em 1811, Java foi invadida pelos britânicos, tornando-se uma possessão do Império Britânico. Stamford Raffles foi governador durante esse período, que terminou quando a ilha foi devolvida aos holandeses em 1815, nos termos do Tratado de Paris.[13]

     
    Plantação de tabaco no início do século XX
     
    Jovens sundanesas apanhadoras de chá numa plantação, no início do século XX

    Em 1815, Java tinha possivelmente cinco milhões de habitantes. Na segunda metade do século XVIII, a população começou a aumentar nas áreas ao longo da costa norte central e no século seguinte aumentou rapidamente por toda a ilha. Para tal contribuiu a administração colonial, que acabou com as guerras civis, o aumento da área de cultivo de arroz e a introdução de algumas plantas comestíveis, como a mandioca e o milho, que eram acessíveis a populações para quem o arroz era muito caro.[14] Outros autores atribuem o crescimento demográfico aos impostos coloniais e ao crescimento do emprego devido ao cultuurstelsel,[a] que levou as famílias a terem mais filhos na esperança de aumentarem a capacidade para pagarem os impostos e comprarem bens.[16] Outro fator foi a diminuição da idade de casamento das mulheres durante o século XIX, que aumentou o número de anos em que as mulheres podiam ter filhos.[17] A epidemia de cólera de 1820 provocou cerca de 100 000 vítimas mortais.[18]

    O uso de camiões e a construção de vias férreas em regiões onde até ali o transporte dependia de búfalos e carroças, a implementação de sistemas telegráficos e de sistemas de distribuição melhor coordenados contribuíram para a eliminação da fome em Java e, consequentemente, para o aumento da população. Entre o fim da década de 1840 e a ocupação japonesa cem anos depois não houve crises alimentares significativas em Java. Contudo, segundo alguns autores, o cultuurstelsel está ligado a crises alimentares e epidemias na década de 1840, primeiro em Cirebon e depois em Java Central, devido às culturas agrícolas para exportação, como de indigo e cana-de-açúcar não permitirem a produção suficiente de arroz.[17]

    Independência

    O nacionalismo indonésio surgiu em Java no início do século XX e a luta pela independência a seguir à Segunda Guerra Mundial centrou-se em Java. A Indonésia tornou-se independente em 1949 e desde então a ilha tem dominado a vida social, política e económica do país, o que é uma fonte de insatisfação para os residentes de outras ilhas.[carece de fontes?]

    Cronologia da história de Java 3 000 a.C.: migrações do litoral da China do Sul para a Formosa de população austronésia 2 000 a.C.: migrações dos austronésios da Formosa para as Filipinas, e para Celebes, Timor e outras ilhas do arquipélago indonésio século III a.C. ao III d.C.: o Ramayana menciona Yavadvipa, "ilha do milho-miúdo" século I: rede de cidades-estado portuárias que comerciam com Índia e China 413: o monge budista chinês Faxian pernoita em "Ye-po-ti" (Yavadvipa) século V: reino de Taruma no oeste de Java 732: inscrição de Canggal no centro de Java declara que o rei Sanjaya de Mataram erigiu um monumento para honrar Xiva
     
    O templo de Kalasan perto de Jogjacarta
    778: inscrição de Kalasan, sempre no centro da ilha, menciona um rei Sailendra que observa os ritos de Buda Séculos VIII a X: construção de templos no centro de Java, como Borobudur budista e Prambanan em honra de Xiva 907: a autoridade do rei Balitung (reina de 899 a 910) estende-se ao centro e leste de Java 928: o rei Mpu Sindok transfere definitivamente o seu palácio para Java Oriental 1041: inscrição de Java Oriental menciona o rei Airlangga, filho do príncipe Udayana, de Bali 1053: a inscrição do templo de Sdok Kok Thom no Camboja diz que o rei khmer Jayavarman II (r. 802–869) estabeleceu a sua capital em 802 depois de se ter libertado da suserania de "Java" século XI: o centro do poder passa para o reino de Kediri, e depois para Singasari 1292: desembarque de um corpo expedicionário sino-mongol em Java Oriental, fundação do Império de Majapait, que controla um território que se estende até ao centro de Java Séculos XIV e XV: Majapait comercia com o Camboja, Champa, China, Índia, Sião, Vietname ("Yawana"). O almirante chinês Zheng He faz muitas vezes escala nos portos de Java 1333-1579: reino hindu sundanês de Pajajaran até Java Oriental controla os portos de Banten e Kalapa (a futura Jacarta) 1478: Majapait passa para o controlo dos príncipes de Kediri Fim do século XV: um chinês muçulmano, Cek Ko-po, funda Demak na costa norte de Java. Este reino muçulmano empreende a conquista do Pasisir (costa norte)
     
    O Selamatan, uma festividade tradicional javanesa, influenciada pelo islão
    1527: Fatahillah, um príncipe de Cirebon, conquista o porto de Kalapa e funda aí Jayakarta 1583: Senopati, rei de Mataram, empreende a conquista do centro de Java e do Pasisir[19] 1597: Cornelis de Houtman faz escala em Banten 1619: a VOC (Vereenigde Oostindische Compagnie ou "Companhia Holandesa das Índias Orientais" conquista Jayakarta e funda Batávia) O neto de Senopati toma o título de Sultan Agung ("grande sultão", reinou de 1613 a 1646) e ataca o resto de Java. Agung cerca Batávia, mas não obtém êxito. século XVII: guerras de sucessão no reino de Mataram. 1755: tratado de Giyanti. Mataram é dividida em dois reinos : Suracarta e Jogjacarta. 1770: os príncipes de Blambangan convertem-se ao Islão 1799: a VOC vai à falência; os seus ativos são tomados pelo governo dos Países Baixos. 1825: o príncipe Diponegoro de Jogjacarta levanta armas contra os neerlandeses; esta "guerra de Java" termina em 1830 (15 000 mortos no exército neerlandês, mais de 200 000 na população javanesa, num total à época de entre 4 e 5 milhões de habitantes). século XIX: os neerlandeses exploram a ilha do ponto de vista económico; o governador van den Bosch põe em prática um sistema de culturas forçadas (cultuurstelsel)[a] 1870: uma lei agrária de 1870 abre Java à iniciativa privada
    Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome hj1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome hj2 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome hj3 Ricklefs 1990, pp. 16–17. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome rick Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome coe Coedès 1968, p. 201. Coedès 1968, p. 234. Coedès 1968, p. 241. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ames Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome sjohn Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome eks Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome atk Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome tay Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome sch Taylor 2003, pp. 253–254. a b Taylor 2003, p. 254. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome byrne Pope, G G (1988). «Recent advances in far eastern paleoanthropology». Annual Review of Anthropology. 17: 43–77. doi:10.1146/annurev.an.17.100188.000355 


    Erro de citação: Existem etiquetas <ref> para um grupo chamado "lower-alpha", mas não foi encontrada nenhuma etiqueta <references group="lower-alpha"/> correspondente

    Leia menos

Onde você pode dormir perto Java ?

Booking.com
487.355 visitas no total, 9.187 Pontos de interesse, 404 Destinos, 40 visitas hoje.