Italia

Itália
Fausto Zambra - CC BY-SA 4.0 Andrea - CC BY 2.0 Antonella Balboni - CC BY-SA 4.0 Paoladc91 - CC0 Maurizio Moro5153 - CC BY-SA 4.0 Burkhard Mücke - CC BY-SA 4.0 Ricardalovesmonuments - CC BY-SA 4.0 Didier Descouens - CC BY-SA 4.0 cattan2011 - CC BY 2.0 This Photo was taken by Andrea Bertozzi. Feel free to use my photos, but please mention me as th - CC BY-SA 4.0 Pivari.com - CC BY-SA 4.0 Alexander Fradellafra - CC0 Martin de Lusenet from Heemskerk, Netherlands - CC BY 2.0 MW - CC0 Carlo cattaneo fotografie - CC BY-SA 4.0 This Photo was taken by Andrea Bertozzi. Feel free to use my photos, but please mention me as th - CC BY-SA 4.0 Pivari.com - CC BY-SA 4.0 Marcok - CC BY-SA 4.0 Sefabetti - CC BY-SA 4.0 Sidvics - CC BY-SA 3.0 Sidvics - CC BY-SA 3.0 Pavel Špindler - CC BY 3.0 Maurizio Moro5153 - CC BY-SA 4.0 Gabriele Gorla - CC BY-SA 2.5 Clemensfranz - CC BY 2.5 Tyler Bell - CC BY 2.0 Gabriele Altimari - CC BY 3.0 Sidvics - CC BY-SA 3.0 D.benedetti - Public domain Livioandronico2013 - CC BY-SA 4.0 Didier Descouens - CC BY-SA 4.0 Commonists - CC BY-SA 4.0 rachel_thecat - CC BY-SA 2.0 Giuseppe Guida - CC BY-SA 2.0 Starlight - Public domain Didier Descouens - CC BY-SA 4.0 cattan2011 - CC BY 2.0 Vid Pogacnik - CC BY-SA 4.0 MumblerJamie - CC BY-SA 2.0 Photo by Guido Adler. Upload by Moroder - CC BY-SA 3.0 Ugeorge - CC BY-SA 3.0 Stefan Bauer, http://www.ferras.at - CC BY-SA 2.5 Starlight - Public domain Bgabel - CC BY-SA 3.0 Nicolas Esposito from France - CC BY 2.0 Didier Descouens - CC BY-SA 4.0 Dpedreroroson - CC BY-SA 4.0 Alicudi - CC BY-SA 3.0 Alexander Fradellafra - CC0 Veronika.szappanos - CC BY-SA 4.0 No images

Contexto de Itália

Itália (em italiano: Italia [iˈtaːlja] (escutar?·info)), oficialmente República Italiana (em italiano: Repubblica Italiana), é uma república parlamentar unitária localizada no centro-sul da Europa. Ao norte, faz fronteira com França, Suíça, Áustria e Eslovênia ao longo dos Alpes. A parte sul consiste na totalidade da península Itálica, Sicília, Sardenha, as duas maiores ilhas no mar Mediterrâneo, e muitas outras ilhas menores ficam no entorno do território italiano. Os Estados independentes de San Marino e do Vaticano são enclaves no interior da Itália, enquanto Campione d'Italia é um exclave italiano na Suíça. O território do país abrange cerca de 301 338 km² e a maior parte do seu território tem um clima temperado sa...Ler mais

Itália (em italiano: Italia [iˈtaːlja] (escutar?·info)), oficialmente República Italiana (em italiano: Repubblica Italiana), é uma república parlamentar unitária localizada no centro-sul da Europa. Ao norte, faz fronteira com França, Suíça, Áustria e Eslovênia ao longo dos Alpes. A parte sul consiste na totalidade da península Itálica, Sicília, Sardenha, as duas maiores ilhas no mar Mediterrâneo, e muitas outras ilhas menores ficam no entorno do território italiano. Os Estados independentes de San Marino e do Vaticano são enclaves no interior da Itália, enquanto Campione d'Italia é um exclave italiano na Suíça. O território do país abrange cerca de 301 338 km² e a maior parte do seu território tem um clima temperado sazonal. Com 60,8 milhões de habitantes em 2015, é a quinta nação mais populosa da Europa e a 23.ª do mundo.

Roma, a capital italiana, foi durante séculos o centro político e religioso da civilização ocidental como capital do Império Romano e como sede da Santa Sé. Após o declínio do Império Romano, a Itália sofreu inúmeras invasões de povos estrangeiros, desde tribos germânicas, como os lombardos e ostrogodos, aos bizantinos e, mais tarde, os normandos, entre outros. Séculos mais tarde, Itália tornou-se o berço das repúblicas marítimas e do Renascimento, um movimento intelectual extremamente frutífero que seria fundamental na formação subsequente do pensamento europeu.

Durante grande parte de sua história pós-romana, a Itália foi fragmentada em vários reinos (tais como o Reino da Sardenha; o Reino das Duas Sicílias e o Ducado de Milão, etc.) e cidades-Estado, mas foi unificada em 1861, após um período tumultuado da história conhecido como "Il Risorgimento" ("O Ressurgimento"). Entre o final do século XIX e o fim da Segunda Guerra Mundial, a Itália possuiu um império colonial que estendia seu domínio até à Líbia, Eritreia, Somália, Etiópia, Albânia, Dodecaneso e uma concessão em Tianjin, na China.

A Itália moderna é uma república democrática, classificada como o 24.º país mais desenvolvido do mundo e com índice de qualidade de vida entre os dez primeiros do planeta. O país goza de um alto padrão de vida e tem um elevado PIB nominal per capita. É um membro fundador da União Europeia e parte da Zona Euro, além de ser membro do G7, G20, OTAN, OCDE, Organização Mundial do Comércio (OMC), Conselho da Europa, União da Europa Ocidental e das Nações Unidas. A Itália tem a quarta maior reserva de ouro, o oitavo maior PIB nominal, o décimo maior PIB (PPC) e o sexto maior orçamento público do mundo. A República Italiana tem o nono maior orçamento de defesa do mundo, acesso às armas nucleares da OTAN e um papel proeminente nos assuntos militares, culturais e diplomáticos europeus e mundiais, o que a torna uma das principais Potências Médias do mundo e uma Potência Regional de destaque na Europa. O país tem um elevado nível de escolaridade pública e é uma nação altamente globalizada.

Mais sobre Itália

Informação básica
  • Nome nativo Italia
  • Código de chamada +39
  • Domínio da Internet .it
  • Mains voltage 230V/50Hz
  • Democracy index 7.74
Population, Area & Driving side
  • População 58850717
  • Área 302068
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigo principal: História da Itália

    A história da Itália influenciou fortemente a cultura e o desenvolvimento social, tanto na Europa como no resto do mundo. Foi o berço da civilização etrusca, da Magna Grécia, da civilização romana, da Igreja Católica, das repúblicas marítimas, do humanismo, do Renascimento e do fascismo. Foi o lugar de nascimento de muitos artistas, cientistas, músicos, literatos, exploradores.[1]

    ...Ler mais
     Ver artigo principal: História da Itália

    A história da Itália influenciou fortemente a cultura e o desenvolvimento social, tanto na Europa como no resto do mundo. Foi o berço da civilização etrusca, da Magna Grécia, da civilização romana, da Igreja Católica, das repúblicas marítimas, do humanismo, do Renascimento e do fascismo. Foi o lugar de nascimento de muitos artistas, cientistas, músicos, literatos, exploradores.[1]

    Pré-história e Antiguidade
     Ver artigos principais: Cultura Nuráguica, Etruscos, Magna Grécia e Lista de povos itálicos
     
    Afresco etrusco na Necrópole de Monterozzi, século V a.C.

    As escavações em toda a Itália revelaram uma presença de neandertais que remonta ao período paleolítico, cerca de 200 mil anos atrás.[2] Os humanos modernos apareceram há cerca de 40 mil anos na região. Os sítios arqueológicos deste período incluem locais como Ceprano e Gravina in Puglia.[3]

    Civilizações importantes que desapareceram há milhares de anos nasceram na Itália, como a civilização de Nurago, da Sardenha. Durante a Idade do Ferro existiram várias culturas que podem ser diferenciadas em três grandes núcleos geográficos, a do Lácio Antigo, a da Magna Grécia e a da Etrúria. Uma dessas culturas, os lígures, foram um enigmático povo que habitava o norte da Itália, Suíça e sul de França.[4]

    Entre os diversos povos da Antiguidade destacam-se os lígures, os vênetos e os celtas no norte, os latinos, etruscos e samnitas no centro, enquanto no sul prosperaram colônias gregas (Magna Grécia), e na Sardenha desde o segundo milênio a.C.floresceu a antiga civilização dos sardos.[5]

    Roma antiga
     Ver artigos principais: Fundação de Roma, Roma Antiga, Reino de Roma, República Romana, Império Romano e Queda do Império Romano do Ocidente
     
    O Coliseu, construído ca. 70-80 d.C.
     
    Império Romano em sua extensão máxima sobreposto às fronteiras atuais

    Uma das mais importantes culturas antigas desenvolvidas em solo italiano foi a etrusca (a partir do século VIII a.C.), que influenciou profundamente Roma e sua civilização, na qual muitas tradições importantes de origem mediterrânica e eurasiática encontraram a mais original e duradoura síntese política, econômica e cultural.[5]

    Nascida na península Itálica, Roma, um assentamento em um vau no rio Tibre,[6] com fundação convencional em 753 a.C. Foi regida por um período de 244 anos por um sistema monárquico, inicialmente com soberanos de origem das tribos latina e sabina, depois por reis etruscos. A tradição conta sete reis: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo. Em 509 a.C., os romanos expulsam o último rei da sua cidade[7] e estabelecem a República Romana.Desde sempre terra de origem e de encontro entre diversos povos e culturas, a civilização romana foi capaz de explorar as contribuições provenientes dos etruscos e de outros povos itálicos, da Grécia e de outras regiões do Mediterrâneo Oriental (Palestina — o berço do cristianismo — Síria, Fenícia e Egito). Graças ao seu império, Roma difundiu a cultura heleno-romana pela Europa e pelo Norte de África, que foram os limites de sua civilização.[5]

    O Império Romano estava entre as forças econômicas, culturais, políticas e militares mais poderosas do mundo de seu tempo. Foi um dos maiores impérios da história mundial. Em seu auge, sob o governo de Trajano, cobriu 5 milhões de quilômetros quadrados.[8][9] O legado romano influenciou profundamente a civilização ocidental, moldando a maior parte do mundo moderno; entre os muitos legados do domínio romano estão o uso generalizado das línguas românicas derivadas do latim, do sistema numérico, do alfabeto, do calendário do Ocidente e da transformação do cristianismo em uma religião mundial importante.[10]

    Em um lento declínio desde o século III, o Império dividiu-se em dois no ano de 395. O Império Ocidental, sob a pressão das invasões bárbaras, entrou em colapso em 476, quando seu último imperador foi deposto pelo chefe germânico Odoacro, enquanto o Império Oriental ainda sobreviveria por mais mil anos.[5]

    Idade Média
     Ver artigos principais: Reino Ostrogótico, Reino Lombardo, Ducado de Benevento, História do islã no sul da Itália, Conquista normanda do sul da Itália e Reino Itálico
     
    Bandeiras das repúblicas marítimas. Do topo, em sentido horário: Veneza, Gênova, Pisa e Amalfi

    Após a queda do Império Romano do Ocidente, o território da península se dividiu em vários Estados, alguns independentes, alguns parte de estados maiores (inclusive fora da península Itálica). O mais duradouro entre eles foram os Estados Pontifícios, que resistiram até a tomada italiana de Roma em 1870 e que foi mais tarde reconstituído como o Vaticano, no coração da capital italiana. Depois da queda do último imperador romano do Ocidente, seguiu-se a o domínio dos hérulos e, em seguida, dos ostrogodos.[11] A reanexação da Itália ao Império Romano do Oriente realizada por Justiniano no decurso das Guerras Góticas, na primeira metade do século VI, foi curta, uma vez que entre 568 e 570 os lombardos, povos germânicos provenientes do território da atual Hungria, ocuparam parte da península, reduzindo os domínios bizantinos na Itália ao Exarcado de Ravena, mas representaram uma formidável continuidade política e cultural e a garantia da prosperidade económica da península e de toda a Europa por muitos anos.[5]

    Depois, a área sob domínio romano-bizantino foi sujeita a fragmentações territoriais, mas conseguiu resistir até o final do século XI, enquanto os lombardos tiveram que se submeter aos francos comandados por Carlos Magno a partir da segunda metade do século VIII. Os francos ajudaram na formação dos Estados Papais e no ano 800, a Itália central tornou-se parte do Sacro Império Romano-Germânico. Até o século XIII a política italiana foi dominada pela relação entre os imperadores do Sacro Império e os papas, com a maioria das cidades italianas se aliando com os primeiros (gibelinos) ou com os últimos (guelfos) de acordo com a conveniência do momento.[12]

     
    Marco Polo, explorador do século XIII, registrou as suas viagens durante 24 anos no seu livro, apresentando aos europeus a Ásia Central e a China[13]

    Foi durante essa época caótica que as cidades italianas viram a ascensão de uma instituição peculiar, as comunas medievais. Devido ao vácuo de poder causado pela extrema fragmentação territorial e a luta entre o império e a Santa Sé, as comunidades locais buscaram maneiras autônomas de manter a lei e a ordem.[14]

    A Questão das Investiduras, um conflito sobre duas visões radicalmente diferentes sobre as autoridades seculares tais como reis, condes ou duques, terem qualquer papel legítimo no apontamento de instituições eclesiásticas tais como bispados, foi finalmente resolvida pela Concordata de Worms. Em 1176, uma liga de cidades estado, a Liga Lombarda, derrotou o imperador germânico Frederico Barbarossa na Batalha de Legnano, assim certificando a independência efetiva para a maioria das cidades do centro e norte da Itália.[15]

    Nas áreas costeiras e do sul, as repúblicas marítimas cresceram para finalmente dominarem o Mediterrâneo e monopolizar as rotas de comércio com o Oriente. Elas eram cidades-estados talassocráticas e independentes, ainda que a maioria delas tenha tido origem em territórios que pertenciam ao Império Bizantino. Durante o tempo em que foram independentes, todas essas cidades tiveram sistemas de governo similares, nos quais a classe mercante detinha praticamente todo o poder. Na prática, as repúblicas eram oligárquicas e pouco se assemelhavam a democracias modernas. A relativa liberdade política que nelas se vivia contribui decisivamente para o avanço acadêmico e artístico.[16]

     
     
    Expansão, rotas de comércio, influência e colônias dos genoveses (acima) e venezianos (abaixo).

    As quatro mais proeminentes repúblicas marítimas foram a Veneza, Gênova, Pisa e a Amalfi, enquanto que as menos conhecidas são a Ragusa, Gaeta, Ancona e Noli.[16]

    Veneza e Gênova eram portas de entrada da Europa para o comércio com o Oriente, além de produtoras de vidro fino, enquanto que a Florença foi a capital da seda, lã, bancos e joalheria. A riqueza desses negócios trazidos à Itália significou o patrocínio público e privado de grandes projetos artísticos. As repúblicas estiveram pesadamente envolvidas com as Cruzadas, providenciando suporte mas especialmente, tomando vantagem das oportunidades políticas e de comércio resultante dessas guerras.[16]

    No sul, a Sicília se tornou um emirado islâmico no século IX, prosperando até que os ítalo-normandos o conquistaram no fim do século XI junto com a maioria dos principados lombardos e bizantinos no sul da Itália.[17]

    Por uma série de eventos complexos, o sul da Itália desenvolveu um reino unificado, primeiro sob a Dinastia de Hohenstaufen, depois sob a Casa capetiana de Anjou e a partir do século XV com reis aragoneses. Na Sardenha, as antigas províncias bizantinas se tornaram estados independentes conhecidos como giudicati, embora algumas partes da ilha se tornaram controladas por Gênova ou Pisa até à anexação aragonesa no século XV. A pandemia de Peste Negra de 1348 deixou a sua marca na Itália ao matar talvez cerca de um terço da população.[18][19]

    Contudo, a recuperação da praga levou ao ressurgimento das cidades, comércio e economia, que permitiu o florescimento do humanismo e da Renascença, que depois se espalhou pela Europa.[20]

    Era moderna
     
    A península itálica em 1494
     Ver artigos principais: Renascença italiana, Renascimento, Guerras Italianas e Reino da Itália (1805-1814)

    Nos séculos XIV e XV, o centro-norte da Itália foi dividida em várias cidades-Estados em guerra, sendo o restante da península ocupada pelos Estados Papais e pelo Reino da Sicília, até então designado Reino de Nápoles. Embora muitas dessas cidades tenham sido muitas vezes subordinadas formalmente a governantes estrangeiros, como no caso do Ducado de Milão, que era oficialmente um Estado constituinte do Sacro Império Romano-Germânico, elas geralmente conseguiram manter a independência que haviam conquistado em terras italianas após o colapso do Império Romano do Ocidente. As cidades-Estados mais poderosas absorveram gradualmente os territórios que as circundavam, dando origem às signorie (singular: signoria), estados regionais frequentemente liderados por famílias mercantes que fundaram dinastias locais. A guerra entre as cidades-Estados era endêmica e principalmente lutada por exércitos de mercenários conhecidos como condottieri, grupos de soldados provenientes de toda a Europa, especialmente da Alemanha e da Suíça, liderados em grande parte por capitães italianos.[21]

    Após décadas de luta, Florença, Milão e Veneza emergiram como as potências dominantes que assinaram o Tratado de Lodi em 1454, que trouxe calma relativa para a região pela primeira vez em séculos. Esta paz vigoraria nos quarenta anos seguintes.[20]

     
    Florença, o berço do Renascimento

    O Renascimento, um período de vigoroso renascimento das artes e da cultura, originou-se na Itália graças a uma série de fatores, como a grande riqueza acumulada pelas cidades mercantes, o mecenato de suas famílias dominantes[22] e a imigração de estudiosos e textos gregos para a Itália após a conquista de Constantinopla pelo Império Otomano.[23][24][25] O Renascimento italiano atingiu o apogeu em meados do século XVI, enquanto as invasões estrangeiras mergulhavam a região na turbulência das Guerras Italianas.[20]

    Os Médici se tornaram a principal família de Florença e fomentaram e inspiraram o nascimento do Renascimento italiano,[22][26] juntamente com outras famílias da Itália, como os Visconti e Sforza de Milão, os Este de Ferrara e os Gonzaga de Mântua. Os melhores artistas, como Leonardo da Vinci, Brunelleschi, Botticelli, Michelangelo, Giotto, Donatello, Ticiano e Rafael produziram trabalhos inspirados — sua pintura era mais realista do que tinha sido criada por artistas medievais e suas estátuas de mármore rivalizavam e às vezes superavam as da Antiguidade Clássica. O historiador humanista Leonardo Bruni também dividiu a história na Antiguidade, na Idade Média e Idade Moderna.[27] As ideias e ideais do Renascimento logo se espalharam para França, Inglaterra e grande parte da Europa. Enquanto isso, no entanto, a descoberta da América, as novas rotas para a Ásia encontradas pelos portugueses e o surgimento do Império Otomano, foram fatores que corromperam com o tradicional domínio italiano no comércio com o Oriente e provocaram um longo declínio econômico na península.[5]

     
    Cristóvão Colombo descobriu a América em 1492, abrindo uma nova era na história da humanidade

    Após as Guerras Italianas (1494 a 1559), provocadas pela rivalidade entre a França e a Espanha, as cidades-estados perderam gradualmente sua independência e sofreram a dominação estrangeira, primeiro pela Espanha (1559 a 1713) e depois pela Áustria (1713 a 1796). Em 1629-1631, uma nova explosão de peste afetou cerca de 14% da população da Itália.[28] Além disso, à medida que o Império Espanhol começou a declinar no século XVII, suas posses em Nápoles, Sicília, Sardenha e Milão também entraram em decadência. Em particular, o sul da Itália foi empobrecido deixou de ter relevância na corrente principal de eventos na Europa.[29]

    No século XVIII, como resultado da Guerra da Sucessão Espanhola, a Áustria substituiu a Espanha como poder estrangeiro dominante, enquanto a Casa de Saboia surgiu como uma potência regional que se expandiu para o Piemonte e para a Sardenha. No mesmo século, o declínio de 200 anos foi interrompido pelas reformas econômicas e políticas levadas a cabo em diversos estados pelas elites governantes.[30] Durante as Guerras Napoleônicas, o norte e o centro da Itália foram invadidos e reorganizados como um novo Reino da Itália, um Estado cliente do Império Francês,[31] enquanto a metade sul da península era administrada primeiro por José Bonaparte e depois por Joachim Murat, respetivamente irmão e cunhado de Napoleão, que foram coroados como reis de Nápoles. O Congresso de Viena de 1814 restaurou a situação que era vigente no final do século XVIII, mas os ideais da Revolução Francesa não puderam ser erradicados e pouco depois ressurgiram durante as convulsões políticas que caracterizaram a primeira parte do século XIX.[5]

    Unificação
     Ver artigos principais: Risorgimento e Reino de Itália (1861–1946)
     
    Mapa animado da Unificação Italiana, entre 1829 e 1871

    A Itália contemporânea nasceu como um Estado unitário quando, em 17 de março de 1861, a maioria dos estados da península e as duas principais ilhas foram unidas sob o governo do rei da Sardenha Vítor Emanuel II da Casa de Saboia. O arquiteto da unificação da Itália foi o primeiro-ministro da Sardenha, conde Camillo Benso de Cavour, que apoiou (embora não reconhecendo diretamente) Giuseppe Garibaldi, permitindo a anexação do Reino das Duas Sicílias pelo Reino da Sardenha-Piemonte.[5]

    O processo de unificação teve a ajuda da França, que — juntamente com o Reino Unido — tinha interesse em criar um estado anti-Habsburgo liderado por uma dinastia amiga (Saboia) e capaz de impedir o surgimento de um estado republicano e democrático na Itália, desejado por alguns "patriotas", como Mazzini e como já tinha acontecido em parte, em Roma, Milão, Florença e Veneza durante o movimento revolucionário de 1848.[5]

    A primeira capital do reino foi Turim, a antiga capital do Reino da Sardenha e ponto de partida do processo de unificação da Itália. Depois da convenção de setembro de 1864, a capital foi transferida para Florença.[32]

    Em 1866, a Itália anexou o Vêneto, até então na posse do Império Austríaco, na sequência da terceira guerra de independência, na qual a Itália foi aliada da Prússia de Bismarck. A unificação não incluiu a Córsega, a região de Nice, cidade natal de Garibaldi, nem Roma e os territórios vizinhos, que estavam sob o controle do Papa e protegidos por tropas de Napoleão III.[5]

     
    Altare della Patria ("Altar da Pátria"), em honra a Vítor Emanuel II, primeiro rei da Itália

    Graças à derrota da França pelos prussianos, após uma rápida ação militar em 20 de setembro de 1870, Roma também foi anexada e proclamada a capital do reino. Mais tarde, com o Tratado de Latrão, em 1929, o Papa obteve a soberania da Cidade do Vaticano. Outra entidade autônoma dentro das fronteiras italianas é a República de San Marino.[5]

    Mas mesmo após a conquista de Roma em 1870, a unificação da Itália ainda não estava completa, pois faltavam ainda as chamadas "terras irredentas": o Trentino, Trieste, a Ístria e a Dalmácia, que os nacionalistas clamavam como pertencentes à Itália. O Trentino, Trieste, a Ístria e Fiume foram anexados depois dos tratados de paz, após a Primeira Guerra Mundial, impostos pela França, Reino Unido e Estados Unidos aos Impérios Centrais, perdedores da guerra.[5]

    Fascismo
     Ver artigos principais: Fascismo, Itália Fascista, Grande Itália e Segunda Guerra Mundial
     Ver também: Crimes de guerra da Itália
     
    Benito Mussolini, líder do Partido Nacional Fascista, cumprimenta suas tropas na Etiópia.

    A turbulência que se seguiu à devastação da Primeira Guerra Mundial, inspirada pela Revolução Russa de 1917, levou à turbulência e anarquia. O governo liberal, temendo uma revolução socialista, começou a apoiar o pequeno Partido Nacional Fascista, liderado por Benito Mussolini. Em outubro de 1922, as milícias fascistas camisas negras tentaram um golpe de Estado (a "Marcha sobre Roma"), que apesar de ter falhado, levou o rei Vítor Emanuel III a nomear Mussolini como primeiro-ministro. Nos anos seguintes, Mussolini proibiu todos os partidos políticos e liberdades pessoais, instituindo assim uma ditadura.[5]

    Em 1935, Mussolini invadiu a Etiópia, resultando em um isolamento internacional e levando à retirada da Itália da Liga das Nações. Subsequentemente, a Itália deu forte apoio a Franco na Guerra Civil Espanhola e mais tarde aliou-se com a Alemanha nazista e com o Império do Japão. Em 1939, a Itália ocupou a Albânia, um protetorado italiano de facto durante décadas e entrou na Segunda Guerra Mundial em junho de 1940 ao lado das potências do Eixo.[5][33]

     
    Extensão máxima do Império colonial italiano (1940-1943)

    Mussolini, querendo uma vitória rápida como a blitzkriegs de Adolf Hitler na Polônia e na França, invadiu a Grécia em outubro de 1940, mas foi forçado a aceitar um empate humilhante depois de alguns meses. Ao mesmo tempo, a Itália, depois de inicialmente conquistar a Somalilândia Britânica e partes do Egito, sofreu um contra-ataque dos Aliados que acabou com todas as suas possessões no Corno de África e no Norte da África.[5]

    A Itália foi invadida pelos Aliados em julho de 1943, levando ao colapso do regime fascista e à queda de Mussolini. Em setembro de 1943, a Itália se rendeu. O país foi palco de combates durante o resto da guerra, enquanto os Aliados estavam avançando a partir do sul e o norte era a base para as forças leais ao regime fascista e às forças alemãs. Os combates tiveram a participação do movimento de resistência italiano.[5]

    As hostilidades terminaram em 2 de maio de 1945. Quase meio milhão de italianos (incluindo civis) morreram no conflito[5] e a economia italiana tinha sido completamente destruída; a renda per capita em 1944 estava em seu ponto mais baixo desde o início do século XX.[34]

    República
     Ver artigo principal: Itália republicana
     
    O chefe de Estado provisório, Enrico De Nicola, assina a Constituição da República Italiana em virtude da provisão XVIII, em 27 de dezembro de 1947

    A Itália se tornou uma república, após um referendo realizado em 2 de junho de 1946, um dia comemorado desde então como o Dia da República. Esta foi também a primeira vez que as mulheres italianas tiveram direito ao voto.[35] O filho de Vítor Emmanuel III, Humberto II, foi forçado a abdicar e foi exilado. A constituição republicana entrou em vigor em 1 de janeiro de 1948. Nos termos dos Tratados de Paz de Paris de 1947, a área da fronteira oriental foi perdida para a Iugoslávia e, mais tarde, o Território Livre de Trieste foi dividido entre os dois Estados. O medo no eleitorado italiano de uma possível tomada comunista provou ser crucial para o resultado da primeira eleição com sufrágio universal em 18 de abril de 1948, quando os democratas-cristãos, sob a liderança de Alcide De Gasperi, obtiveram uma vitória esmagadora. Consequentemente, em 1949, a Itália tornou-se membro da OTAN. O Plano Marshall ajudou a reavivar a economia italiana, que, até final dos anos 1960, desfrutou de um período de crescimento econômico sustentado, o que foi comumente chamado de "Milagre Econômico". Em 1957, a Itália foi um membro fundador da Comunidade Econômica Europeia (CEE), que posteriormente se tornou a União Europeia (UE) em 1993.[36]

    Do final dos anos 1960 até o início dos anos 1980, o país experimentou os "anos de chumbo", um período caracterizado pela crise econômica (especialmente após a crise do petróleo de 1973), generalizados conflitos sociais e massacres terroristas realizados por grupos extremistas opostos, com o suposto envolvimento dos serviços de inteligência dos Estados Unidos.[37][38][39]

     
    A cerimônia de assinatura do Tratado de Roma, em 25 de março de 1957, criando a Comunidade Econômica Europeia, precursora da atual União Europeia. A Itália é um membro fundador de todas as instituições da UE

    Os anos de chumbo culminaram com o assassinato do líder democrata-cristão Aldo Moro em 1978, um evento que afetou profundamente todo o país. Na década de 1980, pela primeira vez desde 1945, dois governos foram conduzidos por primeiros-ministros que não eram democratas-cristãos: um liberal (Giovanni Spadolini) e um socialista (Bettino Craxi), o Partido Democrata Cristão permaneceu, no entanto, como o principal partido do governo. Durante o governo Craxi, a economia recuperou e a Itália se tornou a quinta maior nação industrial do mundo, ganhando ingresso no G7. No entanto, como resultado de suas políticas de gastos, a dívida nacional italiana disparou durante a era Craxi, passando de 100% do produto interno bruto (PIB) pouco depois.[40]

    No início de 1990, a Itália enfrentou desafios significativos, devido aos eleitores — desencantados com a paralisia política, a dívida pública enorme e extensa corrupção do sistema (conhecida como Tangentopoli) descoberto pela "Operação Mãos Limpas" — exigirem reformas radicais. Os escândalos envolveram todos os principais partidos, mas especialmente os da coalizão de governo: o partido democrata-cristão, que governou durante quase 50 anos, sofreu uma grave crise e acabou por ser dissolvido em 1994, dividindo-se em várias facções. Os comunistas reorganizaram-se como uma força social-democrata. Durante os anos 1990 e 2000, o centro-direita (dominada pelo magnata da mídia Silvio Berlusconi) e coalizões de centro-esquerda governaram alternadamente o país, que entrou em um período prolongado de estagnação econômica.[41]

    Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Etimologia do nome Itália 1 Kluwer Academic/Plenum Publishers 2001, ch. 2. ISBN 0-306-46463-2. «Istituto Italiano di Preistoria e Protostoria». IIPP. 29 de janeiro de 2010  La piccola Treccani vol. XII, p. 703 a b c d e f g h i j k l m n o p q «Italy – Britannica Online Encyclopedia». Britannica.com. Consultado em 2 de agosto de 2010  Britânica (ed.). «Ancient Rome». Consultado em 12 de junho de 2018  Britânica (ed.). «Tarquin, king of Rome». Consultado em 12 de junho de 2018  Taagepera, Rein (1979). «Size and Duration of Empires: Growth-Decline Curves, 600 B.C. to 600 A.D». Duke University Press. Social Science History. 3 (3/4): 125. JSTOR 1170959. doi:10.2307/1170959  Turchin, Peter; Adams, Jonathan M.; Hall, Thomas D (2006). «East-West Orientation of Historical Empires» (PDF). Journal of world-systems research. 12 (2): 222. ISSN 1076-156X. Consultado em 6 de fevereiro de 2016  Richard, Carl J. (2010). Why we're all Romans : the Roman contribution to the western world 1st pbk. ed. Lanham, Md.: Rowman & Littlefield. pp. xi–xv. ISBN 0-7425-6779-6  Peter, Sarris (2011). Empires of faith : the fall of Rome to the rise of Islam, 500 – 700. 1st. pub. ed. Oxford: Oxford UP. p. 118. ISBN 0-19-926126-1  Nolan, Cathal J. (2006). The age of wars of religion, 1000–1650 : an encyclopedia of global warfare and civilization 1. publ. ed. Westport (Connecticut): Greenwood Press. p. 360. ISBN 0-313-33045-X  «Marco Polo - Exploration - HISTORY.com». Consultado em 9 de janeiro de 2017  Jones, Philip (1997). The Italian city-state : from Commune to Signoria. Oxford: Clarendon Press. pp. 55–77. ISBN 978-0-19-822585-0  «Lombard League». Encyclopædia Britannica. Consultado em 31 de maio de 2018  a b c Lane, Frederic C. (1991). Venice, a maritime republic 4. print. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 73. ISBN 0-8018-1460-X  Ali, Ahmed Essa with Othman (2010). Studies in Islamic civilization : the Muslim contribution to the Renaissance. Herndon, VA: International Institute of Islamic Thought. pp. 38–40. ISBN 1-56564-350-X  Stéphane Barry and Norbert Gualde, "The Biggest Epidemics of History" (La plus grande épidémie de l'histoire), in L'Histoire n° 310, June 2006, pp. 45–46 «Plague. The Death Toll». Decameron Web (em inglês). Brown University. www.brown.edu. Consultado em 19 de maio de 2018. Arquivado do original em 31 de agosto de 2009  a b c «Renaissance». Encyclopædia Britannica. Consultado em 31 de maio de 2018  Jensen 1992, p. 64. a b Strathern, Paul The Medici: Godfathers of the Renaissance (2003) Encyclopædia Britannica, Renaissance, 2008, O.Ed. Har, Michael H. History of Libraries in the Western World, Scarecrow Press Incorporate, 1999, ISBN 0-8108-3724-2 Norwich, John Julius, A Short History of Byzantium, 1997, Knopf, ISBN 0-679-45088-2 Peter Barenboim, Sergey Shiyan, Michelangelo: Mysteries of Medici Chapel, SLOVO, Moscow, 2006. ISBN 5-85050-825-2 Leonardo Bruni; James Hankins (9 de outubro de 2010). History of the Florentine People. 1. Boston: Harvard University Press  Karl Julius Beloch, Bevölkerungsgeschichte Italiens, volume 3, pp. 359–360. Thomas James Dandelet, John A. Marino (2007). Spain in Italy: Politics, Society, and Religion 1500–1700. Leiden: Koninklijke Brill. ISBN 978-90-04-15429-2  Galasso, Giuseppe (1972). Storia d'Italia 1: I caratteri originali. Turin: Einaudi. pp. 509–10  Napoleon Bonaparte, "The Economy of the Empire in Italy: Instructions from Napoleon to Eugène, Viceroy of Italy," Exploring the European Past: Texts & Images, Second Edition, ed. Timothy E. Gregory (Mason: Thomson, 2007), 65–66. Anthony Parenti (9 de maio de 2010). «Turin's History: As portrayed by its commemorative plaques - Part 4 of 5: The 19th Century» (em inglês). Italianrus.com. Consultado em 14 de outubro de 2016  Smith, vol. III, p. 581. Adrian Lyttelton (editor), "Liberal and fascist Italy, 1900–1945", Oxford University Press, 2002. pp. 13 «Italia 1946: le donne al voto, dossier a cura di Mariachiara Fugazza e Silvia Cassamagnaghi» (PDF). Consultado em 30 de maio de 2011. Arquivado do original (PDF) em 20 de maio de 2011  Beppe Severgnini (27 de abril de 2018). The New York Times, ed. «Will Italy Leave the E.U.? Not So Fast». Consultado em 12 de junho de 2018  (em italiano) «Commissione parlamentare d'inchiesta sul terrorismo in Italia e sulle cause della mancata individuazione dei responsabili delle stragi (Parliamentary investigative commission on terrorism in Italy and the failure to identify the perpetrators)» (PDF). 1995. Consultado em 2 de maio de 2006. Cópia arquivada (PDF) em 19 de agosto de 2006  (em inglês)/(em italiano)/(em francês)/(em alemão) «Secret Warfare: Operation Gladio and NATO's Stay-Behind Armies». Swiss Federal Institute of Technology / International Relation and Security Network. Consultado em 2 de maio de 2006. Cópia arquivada em 25 de abril de 2006  «Clarion: Philip Willan, Guardian, 24 June 2000, page 19». Cambridgeclarion.org. 24 de junho de 2000. Consultado em 24 de abril de 2010  The Economist, ed. (7 de janeiro de 2010). «Shameful honour». Consultado em 12 de junho de 2018  Berlusconismo, in Treccani.it – Enciclopedie on line, Istituto dell'Enciclopedia Italiana, 2011.
    Leia menos

Livro de frases

Olá
Ciao
Mundo
Mondo
Olá Mundo
Ciao mondo
obrigada
Grazie
Adeus
Arrivederci
Sim
Não
No
Como você está?
Come stai?
Tudo bem, obrigado
Bene grazie
Quanto isso custa?
Quanto costa?
Zero
Zero
Um
Uno

Onde você pode dormir perto Itália ?

Booking.com
487.360 visitas no total, 9.187 Pontos de interesse, 404 Destinos, 45 visitas hoje.