Úbeda é um município da Espanha na província de Jaén, comunidade autónoma da Andaluzia. O município tem 397,1 km² de área e em 2021 tinha habitantes (densidade: 86,1 hab./km²). O centro histórico da cidade foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, juntamente com o da cidade vizinha, Baeza, em 3 de julho 2003, seguindo os critérios (ii) e (iv). É uma das cidades espanholas mais ricas em monumentos do Renascimento, além de dotada de uma arquitetura fruto das trocas culturais entre espanhóis e árabes ao longo da Idade Média.

Úbeda é um importante centro de atração, que exerce sua influência sobre uma área comercial com mais de 150 mil habitantes. A cidade conta com órgãos e instituições como o Hospital San Juan de la Cruz, grandes centros educacionais e universidades (em destaque, UNED e SAFA), um Centro del Professorado (CEP), delegações de finanças e de segurança social. O cantor Joaquín Sabina tem um mural nas ruas da sua c...Ler mais

Úbeda é um município da Espanha na província de Jaén, comunidade autónoma da Andaluzia. O município tem 397,1 km² de área e em 2021 tinha habitantes (densidade: 86,1 hab./km²). O centro histórico da cidade foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, juntamente com o da cidade vizinha, Baeza, em 3 de julho 2003, seguindo os critérios (ii) e (iv). É uma das cidades espanholas mais ricas em monumentos do Renascimento, além de dotada de uma arquitetura fruto das trocas culturais entre espanhóis e árabes ao longo da Idade Média.

Úbeda é um importante centro de atração, que exerce sua influência sobre uma área comercial com mais de 150 mil habitantes. A cidade conta com órgãos e instituições como o Hospital San Juan de la Cruz, grandes centros educacionais e universidades (em destaque, UNED e SAFA), um Centro del Professorado (CEP), delegações de finanças e de segurança social. O cantor Joaquín Sabina tem um mural nas ruas da sua cidade natal, Úbeda, realizado por Miguel Ángel Belinchón.

A economia do município é baseada principalmente no setor terciário, comércios e administração, além da agricultura, em destaque a produção azeiteira, que ocupa papel fundamental na renda da cidade: Úbeda é uma das maiores produtoras e vendedoras de azeite de Jaén. A indústria e o turismo cultural são atividades complementares.

Pré História e Antiguidade

Uma lenda diz que Úbeda foi fundada por Túbal, descendente de Noé. O nome da cidade deriva, segundo relatos míticos, do rei Ibiut. Constam na Pedra velha de Úbeda, a velha, atualmente no museu arqueológico, os seguintes versos, que evocam a história antiga da cidade:

Tubal me hizo primero/ Ibero el segundo fue/ Idubeda es el tercero/ Bétula soy de los tres.

[Túbal me fez primeiro/ Íbero o segundo foi/ Idúbeda é o terceiro/ Bétula sou dos três.]

Em termos arqueológicos, os primeiros assentamentos em Úbeda remontam à Idade do Cobre, e se localizam no atual Cerro do Alcázar. De fato, as últimas investigações arqueológicas encontraram seis mil anos de antiguidade; Úbeda é a ‘’cidade mais velha – cientificamente documentada – da Europa Ocidental’’, afirma a equipe dirigida pelo catedrático Fransisco Nocete, com base nos resultados que encontraram em 36 datações de Carbono-14 no depósito das Eras do Alcázar.

Existem restos calcolíticos, argáricos, oretanos, visigodos e romanos tardios no terreno onde Úbeda esta assentada. Anteriormente à ocupação romana, havia na região um importante ópido ibérico de população nativa, que os nativos chamavam de Iltiraka. Esse assentamento fortificado se localizava no rio Guadalquivir, 10km a sul da atual cidade. Posteriormente associada à colônia romana de Salária, é hoje conhecida como Úbeda la Vieja (Úbeda, a Velha). O comércio trouxe os gregos e mais tarde os cartagineses à cidade, levando a intercâmbios que permaneceram ativos até o período das guerras púnicas, conflitos que substituíram a supremacia cartaginesa pela romana.

Momento decisivo para a romanização de Úbeda foi a batalha de Ilipa (206 a.C.) – vitória das tropas romanas, comandadas por Cipião, sobre o exército púnico de Asdrúbal, irmão do célebre Aníbal Barca –, que assegurou o domínio romano na Hispânia. É nesse período que a cidade passa a ser conhecida como Bétula (em latim Baetula). Com a decadência de Roma e as invasões bárbaras de godos e vândalos, a região foi completamente arrasada. Os saques deixaram o assentamento destruído, fazendo com que os habitantes da eminência entre os vales dos rios Guadalimar e Gaudalquivir se assentassem sobre o local onde hoje se encontra Úbeda.

Idade média

As invasões árabes do Século IX deram mais importância à cidade. O Emir de Córdoba Abderramão II refundou a cidade sob o nome de Ubbadat Al-Araba (Úbeda dos árabes), com a intenção de controlar revoltosos moçárabes na vizinha Baeza. A desintegração do Califado de Córdoba no Século XI fez da cidade objeto de conflitos entre os taifas islâmicos da Almería, Granada, Toledo e Sevilha. Nessa época, Úbeda tornar-se-ia um dos centros comerciais e artesanais islâmicos mais proeminentes do Al-Andaluz.

No fim do Século XI, entretanto, os conflitos internos entre os mouros fizeram com que Úbeda se rendesse aos cristãos, sob Afonso VI. No século seguinte, os reis castelhanos aumentaram progressivamente a pressão sobre o Alto Guadalquivir; Úbeda é mencionada como cenário de episódios bélicos dos mais variados, tendo trocado de mãos entre os mouros e os cristãos diversas vezes. Nesses tempos conturbados, a cidade foi saqueada e devastada em inúmeras ocasiões, até ser definitivamente reconquistada  em 1233 por Fernando III – ao fim de seis meses de cerco castelhano, a cidade capitulou, ação que evitou novas matanças.

Durante o Século XIV, a guerra civil entre Pedro I de Castela e Henrique II de Trastâmara assolou a cidade. Saques por Maomé V de Granada contribuíram para um clima de decadência que reavivou rivalidades entre bandos locais. Tumultos durante esse século culminaram na demolição das fortificações e estruturas bélicas – similarmente ao que ocorreu em Baeza – em 1506, por ordem real, com o intuito de por fim ás rivalidades.

Era Moderna

Desde o início do período cristão de Úbeda, a jurisdição da cidade foi consideravelmente expandida, chegando a fazer fronteira com Granada, a sul. Vale lembrar que La Loma, comarca em que a cidade se localiza, era um centro geo-estratégico importante, além de dominar diversas vias de comunicação e rotas comerciais. Todos esses fatores, somados à conquista de Granada pelos cristãos ao longo do século XV (o que encerrou um período muito conflituoso, o da chamada Reconquista), contribuíram para o surgimento de uma idade de esplendor no Século XVI. A unificação das coroas de Aragão e Castela trouxe um período de paz e desenvolvimento econômico para a região, que durou por toda a era de ouro do Estado Espanhol. Baseada principalmente na agricultura, a cidade contou no período com um relevante crescimento demográfico, alcançando 18000 habitantes (número expressivo para a época), chegando a ser uma das maiores áreas urbanas da Espanha. Nessa época, nobres de famílias de Úbeda atingiram posições de alto nível na Monarquia Espanhola. Francisco de los Cobos, por exemplo, tornou-se Secretário de Estado do Imperador Carlos V. A sofisticação da casta nobre e o consequente mecenato contribuíram para a proliferação de ideais renascentistas na cidade. Datam desse período o palácio Vazquez de Molina e a Capela do Salvador do Mundo. Além da nobreza, a prosperidade econômica também beneficiou o clero – a diocese de Xaén era possivelmente uma das mais ricas da Espanha – e os profissionais liberais, muitos dos quais dariam origem a uma burguesia. Dentre os mercadores mais ricos da cidade destacavam-se judeus e mouriscos.

A decadência do Império Espanhol nos Séculos XVII e XVIII contribuíram para um período de declive na história de Úbeda. A ausência de uma política protecionista alavancou um declínio na economia artesanal da cidade; centros comerciais como Sevilha passaram a controlar rotas de comércio antes sob domínio de Úbeda. A expulsão dos mouriscos em 1609 também foi fator importante na decadência econômica, visto que essa camada constituía uma das principais castas comerciais do local. Desastres naturais também não faltaram: um surto de peste em 1681 e os impactos sísmicos do Terremoto de Lisboa de 1755 se somaram às circunstâncias da crise. A Guerra de Sucessão Espanhola, no início do Século XVIII, também foi relevante na estagnação financeira de Úbeda; os esforços de guerra empreendidos demandaram elevação altíssima de impostos, destruindo uma economia já em ruínas.

Idade Contemporânea

A decadência se arrastou até o Século XIX; as desgraças da Guerra Peninsular não pouparam Úbeda, que se via numa lenta recuperação. Novamente os prejuízos e os saques voltaram, e derrubaram mais uma vez a economia local. Um breve ressurgimento econômico só viria no fim do Século XIX, com a chegada de inovações tecnológicas no campo da agricultura. O patrimônio cultural, entretanto, permanecia sujo e mal cuidado, os palácios do que fora a ‘’Florença da Alta Andaluzia’’ estavam em estado de abandono completo.

Uma tímida recuperação, baseada na chamada retórica regeneracionista, se esboçava nas primeiras décadas do Século XX. A Guerra Civil dos anos 30, contudo, mergulhou-a mais uma vez em estado de depressão.

A recuperação viria com mais força nos anos 60 e 70 com uma política desenvolvimentista patrocinada por Francisco Franco, que contribuiu para um crescimento industrial na cidade. O reconhecimento do valor histórico de Úbeda veio com a nomeação, junto da vizinha Baeza, à Patrimônio Mundial da Humanidade, em 2003.[1][2]

«Úbeda». Wikipedia (em inglês). 13 de novembro de 2020. Consultado em 19 de novembro de 2020  «Úbeda». Wikipedia, la enciclopedia libre (em espanhol). 6 de novembro de 2020. Consultado em 19 de novembro de 2020 
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