Castelo dos Mouros (Sintra)

O Castelo de Sintra, popularmente conhecido como Castelo dos Mouros, localiza-se na vila de Sintra, freguesia de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim), município de Sintra, no distrito de Lisboa, em Portugal. Está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Erguido sobre um maciço rochoso, isolado num dos cumes da serra de Sintra, na Estremadura, do alto das suas muralhas descortina-se uma vista privilegiada de toda a sua envolvência rural que se estende até ao oceano Atlântico.

Antecedentes

Sobre esta toponímia, o historiador Pinho Leal referiu:

"A origem do nome veio de um templo erguido uns 308 anos antes de Cristo, por Gregos, Galo-celtas e Túrdulos, dedicado à Lua. Os Celtas chamavam a Lua de 'Cynthia' e quando os Árabes dominaram a região, por não pronunciar o 's', chamavam o local de 'Chintra' ou 'Zintira'."[1]

A pesquisa arqueológica contemporânea, entretanto, revela que a primitiva ocupação da região de Sintra data dos séculos X a VIII a.C.[2]

Quando da Invasão muçulmana da Península Ibérica, a partir do século VIII a região foi ocupada, tendo a sua povoação recebido o nome de "as-Shantara". Os estudiosos são acordes em afirmar que foram eles os responsáveis pela primitiva fortificação da penedia, entre o século VIII e IX, com a finalidade de controlar estrategicamente as vias terrestres que ligavam Sintra a Mafra, Cascais e Lisboa.

Integrante dos domínios da taifa de Badajoz, no alvorecer do século XII, diante da ameaça representada pelas forças de Ali ibne Iúçufe, que oriundas do Norte de África, haviam passado à península visando a conquista e reunificação dos domínios Almorávidas, o governante de Badajoz, Mutavaquil, entregou Sintra, juntamente com Santarém e Lisboa, na Primavera de 1093, ao rei Afonso VI de Leão e Castela, visando uma aliança defensiva, que não se sustentou. Envolvido com a defesa de seus próprios territórios, o soberano cristão não foi capaz de assistir o governante mouro, cujos territórios vieram a cair, no ano seguinte, em 1094, diante dos invasores. Desse modo, Lisboa, Santarém e Sintra voltaram ao domínio muçulmano, agora sob os Almorávidas.

O castelo medieval  Porta islâmica
 Ver também: Portugal na Reconquista

O destino de Sintra manteve-se associado ao de Lisboa, que viria a ser reconquistada pelas forças de Afonso VI de Leão e Castela, para voltar ao domínio muçulmano em 1095, até se entregar voluntária e definitivamente, a D. Afonso Henriques em 1147. Visando o seu repovoamento e defesa, o soberano outorgou Carta de Foral a Sintra em 1154, quando terá determinado reparos nas suas defesas, dotando-a de um templo, a Igreja de São Pedro de Penaferrim.

O seu filho e sucessor, D. Sancho I (1185-1211) também não dispensou cuidados ao castelo, remodelando-lhe e reforçando-lhe as defesas. Assim também procedeu, séculos mais tarde, D. Fernando I (1367-1383), tendo o castelo sido assediado por tropas de Castela no contexto das chamadas Guerras fernandinas. À época da crise de 1383-1385, era seu alcaide-mor D. Henrique Manuel de Vilhena, que tomou o partido por D. Beatriz, somente entregando este castelo "forte e muito alto e fragoso" que lhe fora confiado após a vitória de D. João I na batalha de Aljubarrota (Lopes, Fernão. [[Crónica de el-rei D. João I|Crónica de D. João I).

Posteriormente, diversos soberanos portugueses elegeram Sintra para sua estadia, demorando-se no "Paço Régio", construído para esse fim e sucessivamente ampliado e melhorado ao longo dos séculos, o Palácio Nacional de Sintra, tendo a povoação se desenvolvido em torno deste novo núcleo. O castelo manteve-se, por essa razão em segundo plano, entrando em decadência, principalmente após o século XV, face à expulsão dos judeus do país, então os seus únicos habitantes. No século XVI encontrava-se desabitado. A queda de um raio causou-lhe danos à torre de menagem em 1636, danos grandemente aumentados pelo sismo de 1755.

Do século XIX aos nossos dias  Aspecto de um cubelo, com a palavra "Sintra" em árabe na bandeira

No século XIX, sob o segundo reinado de Maria II (1834-1853), o seu consorte, D. Fernando II, sob o impulso de redescoberta da Idade Média proporcionado pelo romantismo, tomou, em 1839, o antigo castelo por aforamento à Câmara Municipal de Sintra pela quantia anual de $210 réis, promovendo-lhe amplas obras de reconstrução que, embora de caráter amador, tiveram o mérito de sustar o avançado estado de degradação em que a estrutura se encontrava. Ao gosto imaginativo da época foram adicionados locais de contemplação, caminhos de acesso e vegetação abundante, transformando-o em uma atração turística.

O Castelo dos Mouros e a cisterna encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910, no reinado de D. Manuel II. A intervenção do poder público português no monumento iniciou-se com o Estado Novo em 1939, com a reconstrução de troços das muralhas. Após intervenções menores (1954, 1965), em 1986 procederam-se trabalhos de limpeza e reconstrução de alvenarias, degraus e ameias em várias zonas do castelo, repetindo-se os trabalhos de limpeza das muralhas em nova campanha, em 1992.

O conjunto de Sintra foi classificado pela UNESCO como Património Mundial em 1995, figurando na respetiva lista com o nome "Paisagem cultural de Sintra". Foi a primeira paisagem cultural a ser classificada por aquele organismo na Europa.[3]

Desde Setembro de 2000 que o monumento vem sendo gerido pela empresa Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A.

Pinho Leal, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de. Portugal Antigo e Moderno (Vol. 2). Lisboa: 1877. pp. 301 e seg.s Linha de tempo. Desdobrável "Castelo dos Mouros". Parques de Sintra - Monte da Lua. Paisagem cultural de Sintra. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 20-2-2024.
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