Djerba, Jerba ou Yerba (em árabe: جربة; romaniz.:Ǧirba ou Jarbah), também chamada no passado Gerba, Girba, ou, em castelhano, Los Gelves, é uma ilha situada na costa mediterrânica do sul da Tunísia, com 514 km² de área. É a maior ilha costeira do Norte de África e situa-se a sudeste do golfo de Gabès, barrando a entrada do golfo de Boughrara. Tem cerca de 20 por 25 km e 150 km de costa. Em 2004, a ilha tinha 139 517 habitantes. Houmt Souk, a capital e única verdadeira cidade, tinha então 44 555 habitantes.

Segundo a lenda, Djerba foi visitada por Ulisses. Os cartagineses tiveram ali diversos entrepostos comerciais, os romanos fundaram várias cidades e desenvolveram a agricultura e o comércio portuário. Passou depois pelo domínio dos vândalos e dos bizantinos antes de ser uma possessão árabe. Desde os anos 1960 que é um destino t...Ler mais

Djerba, Jerba ou Yerba (em árabe: جربة; romaniz.:Ǧirba ou Jarbah), também chamada no passado Gerba, Girba, ou, em castelhano, Los Gelves, é uma ilha situada na costa mediterrânica do sul da Tunísia, com 514 km² de área. É a maior ilha costeira do Norte de África e situa-se a sudeste do golfo de Gabès, barrando a entrada do golfo de Boughrara. Tem cerca de 20 por 25 km e 150 km de costa. Em 2004, a ilha tinha 139 517 habitantes. Houmt Souk, a capital e única verdadeira cidade, tinha então 44 555 habitantes.

Segundo a lenda, Djerba foi visitada por Ulisses. Os cartagineses tiveram ali diversos entrepostos comerciais, os romanos fundaram várias cidades e desenvolveram a agricultura e o comércio portuário. Passou depois pelo domínio dos vândalos e dos bizantinos antes de ser uma possessão árabe. Desde os anos 1960 que é um destino turístico popular, pelas suas praias que alguns consideram as melhores do Mediterrâneo. Apresenta algumas características culturais únicas na Tunísia, como o facto duma parte da população ser ibadita, de ser um dos últimos locais onde ainda se fala berbere na Tunísia, da presença outrora importante duma comunidade judaica, cuja origem, segundo a tradição, remonta à destruição do Templo de Salomão.

A ilha está ligada ao continente na extremidade sudoeste por um ferryboat que liga Ajim a Jorf e a sudeste por uma estrada que atravessa o estreito muito pouco profundo entre El Kantara e a península de Zarzis. A construção mais antiga desta última via pode remontar ao final do século III a.C.

Em 2023, 11 anos após a candidatura, Djerba foi incluída na lista do Património Mundial com o nome de "Djerba: Testemunho de um padrão de assentamento num território insular", por se considerar que cumpre o critério de seleção (v).

Antiguidade  Túmulos púnicos em Souk el Guebli, Djerba

Desde a Antiguidade que os historiadores mencionam Djerba, que identificam como a primeira ilha onde, na Odisseia de Homero, Ulisses e os seus companheiros encalham enquanto andam perdidos no mar no regresso da Guerra de Troia (c. 1 185 a.C.).[1] Por ter provado o lotos, «um fruto doce como o mel que mergulha todos os que o provam nas delícias de um feliz esquecimento que que apaga todas as preocupações da existência», Ulisses «que esse fruto milagroso tinha mergulhado numa feliz amnésia»[2] resiste a deixar a ilha dos lotofagitas (comedores de lotos).[3]

Na Pré-história, o que é hoje a Tunísia eram territórios povoados por berberes com hábitos de vida do Neolítico.[4] Vários especialistas, como Lucien Bertholon e Stéphane Gsell, admitiam a existência de migrações durante o 2º milénio a.C. entre o mar Egeu e o golfo das Sirtes (nome dado na Antiguidade ao conjunto dos golfos de Sirtes e de Gabès), onde se encontra Djerba.[5][6] Ainda antes da fundação de Cartago, no século IX a.C., os fenícios de Tiro teriam impantado diversos entrepostos ao longo das costas do que são hoje a Líbia e a Tunísia, até Útica. Djerba fazia sem dúvida parte dessa rede de entrepostos fenícios. O Périplo de Pseudo-Cílax, escrito em meados do século IV a.C., contém as informações mais antigas sobre a ilha, à exceção das de Homero:

“ Ali fazem muito azeite, que colhem da oliveira selvagem; a ilha produz também muitos frutos, trigo, cevada, a terra é fértil. ”  
— Périplo de Pseudo-Cílax [7].

Segundo uma tradição local, os primeiros judeus de Djerba instalaram-se na ilha depois da destruição do templo de Salomão por Nabucodonosor II, em 586 a.C.. Uma das portas desse templo teria sido incorporada na sinagoga de la Ghriba, que ainda hoje existe no centro da ilha.[8]

 Mausoléu númida em Henchir Bourgou, perto de Midoun

Segundo Gsell, nessa época Djerba dependia de Cartago. Os cartagineses fundaram vários entrepostos, o mais importante deles Menix, na costa sudeste, que transformaram num lugar importante de trocas comerciais da bacia mediterrânica. Construíram também vários portos para as suas embarcações, que utilizaram para fazer escala nos seus percursos ao longo do Mediterrâneo.[9] Além da cultura da oliveira, na Djerba cartaginesa existiam oficinas de cerâmica, diversos pesqueiros, e produzia-se o corante de púrpura à base de murex que era usado para tingir as vestes dos mais poderosos, que tornou a ilha célebre. Ponto de passagem importante nas rotas em direção ao interior do continente africano, Djerba prosperou durante cerca de meio milénio com os fenícios e cartagineses.[1]

Os primeiros contactos da ilha com os romanos tiveram lugar durante a Primeira Guerra Púnica, no decurso de operações romanas contra Cartago. A primeira verdadeira expedição naval comandada por Cneu Servílio Cepião e Caio Semprônio Bleso foi enviada a Djerba em 253 a.C.[10] Uma segunda expedição, comandada pelo cônsul Cneu Servílio Gêmino, foi lançada durante a Segunda Guerra Púnica, em 217 a.C., no mesmo ano em que se travou a batalha do Lago Trasimeno, que opôs cartagineses e romanos em Itália.

No entanto, a verdadeira colonização romana na "região siyrtica" só se intensifica a partir do ano 6 a.C., depois da fase dos protetorados romanos sobre os príncipes berberes, os chamados reges inservientes. A ilha tinha então duas cidades: Meninx e Thoar.[11]

 Ruínas de um templo romano perto de El Kantara

Pouco tempo depois existiam três centros urbanos principais. Um deles conhecido na atualidade como Henchir Bourgou, foi descoberto perto de Midoun, no centro da ilha. Ali encontram-se vestígios duma grande cidade que remonta ao século IV a.C., marcados pela presença de cerâmica abundante e um imponente mausoléu que provavelmente pertenceu à família real númida. Um segundo povoado, situado na costa sudeste, foi um centro de produção de corantes à base de murex, citado por Plínio, o Velho como sendo o mais importante a seguir a Tiro, na Fenícia. As quantidades substanciais de mármore colorido ali descobertos testemunham a riqueza da cidade. O terceiro centro urbano importante, provavelmente a antiga Haribus, encontra-se na costa sul, perto da aldeia de Guellala.

Dois imperadores romanos do século III, Treboniano Galo e o seu filho Volusiano alegadamente nasceram em Djerba. Um decreto romano do ano 254, pouco depois da morte de ambos, menciona a ilha na expressão «Creati in insula Meninge quae nunc Girba dicitur» (tradução aproximada: "criados na ilha Meninge, que agora se chama Girba"); essa é a primeira menção conhecida do nome Girba.[12] Em meados do século III foi construída uma basílica no que se torna a diocese de Girba. Dois bispos da ilha ficaram na História: Monnulus e Vicente, que assitiram, respetivamente aos concílios de Cartago, respetivamente ao de 255 e de 525.[13] A ruínas da catedral episcopal foram identificadas perto de El Kantara, no sudeste da ilha; dali provêm um batistério em forma de cruz conservado no Museu Nacional do Bardo, em Tunes.[14]

As prospeções arqueológicas levadas a cabo entre 1996 e 2000 sob os auspícios da Universidade da Pensilvânia, da Academia Americana em Roma e do Instituto Nacional do Património da Tunísia revelaram 250 sítios arqueológicos que incluem numerosas villas púnicas e romanas.[15]

Idade Média  Batistério encontrado nas ruínas duma catedral episcopal situada perto de El Kantara, em exposição no Museu Nacional do Bardo, em Tunes O Borj El Kebir, o forte de Houmt Souk, originalmente construído no século XV, num postal c. 1900

Após a Queda do Império Romano do Ocidente, Djerba foi invadida pelos Vândalos, a que se seguem os Bizantinos. Em 665 é tomada pelos Árabes comandados por Ruwayfa ibn Thâbit Al Ansari, um companheiro do profeta Maomé, durante a campanha de Bizacena liderada por Muawiya Ben Hudaydj. A ilha assiste então a lutas entre fações muçulmanas, acabando por se juntar aos Carijitas.[16]

No século XI, a ilha torna-se independente após a invasão de Ifríquia (nome dado à região centrada no que é hoje a Tunísia pelos árabes) pelos Banu Hilal vindos do Egito e a ilha torna-se um reduto de piratas.[17] É também nessa época que a presença duma comunidade judia é atestada historicamente pela primeira vez por uma carta de comércio proveniente da Geniza do Cairo, onde são emitidos também outros documentos que mencionam os djerbanos na Idade Média. Escrita cerca de 1030, a carta faz referência a um certo Abū al-Faraj al-Jerbī (Abū al-Faraj, o Djerbano) residente em Cairuão e comerciante com o Oriente, tanto com o Egito como com o Oceano Índico.[18]

No século XII, foi ocupada pelo emir hamádida Abdalazize ibne Almançor (r. 1104–1121) e é tomada brevemente pelo emir zírida Ali ibne Iáia entre 1115 e 1116.[17]

Nos quatro séculos seguintes, Djerba foi invadida sucessivamente pelos normandos da Sicília, aragoneses, espanhóis e otomanos e sofreu vários massacres, tanto de cristãos como de muçulmanos. Os reinos cristãos da Sicília e de Aragão tentam várias vezes tomar a ilha, dominada pelos ibaditas carijitas. Subsistem várias mesquitas desse período, as mais antigas datadas do século XII, bem como duas fortalezas imponentes.[19]

Em 1134, tirando partido da situação agitada em Ifríquia, os normandos da Sicília apoderam-se da ilha, que fica sob o domínio de Rogério II e do seu filho Guilherme, o Mau. Em 1154 os djerbanos rebelam-se, mas os normandos esmagam a revolta com um banho de sangue. Os normandos só seriam expulsos de Djerba e do litoral tunisino em 1160, pelo Califado Almóada.[20]

Durante o outono de 1284, o almirante ao serviço de Aragão Rogério de Lauria conquista a ilha, onde instala um senhorio sob a suserania da Santa Sé.[21] As ilhas Kerkennah juntam-se ao senhorio em 1286. Em 1289, Rogério manda construir preto da antiga Meninx uma fortaleza inicialmente conhecida como Castelló, e posteriormente como Borj El Kastil ou Borj El Gastil. Após a sua morte, Rogério é substituído sucessivamente pelos seus filho Rogério (1305–1310), Carlos (1310) e Francisco-Rogério (1310). Não conseguindo controlar as tentativas de sublevação dos djerbanos e os ataques do Reino Haféssida, os sucessores de Rogério cederam os seus direitos ao rei Frederico II da Sicília, que nomeia Ramon Muntaner como governador em 1311.[22] Quando Muntaner assumiu o cargo e durante os meses seguintes uma crise alimentar assolou severamente a ilha, o que instigou uma revolta, que foi apoiada por gentes do continente. Muntaner foi governador até 1314, mas só em meados de 1335, durante a guerra entre Aragão e Castela, a ilha voltou a estar em mãos de muçulmanos, sendo conquistada aos Aragoneses pelo califa haféssida Abacar Mutavaquil (Abacar II).[23]

Os Aragoneses retomam Djerba em 1388, com a ajuda duma frota genovesa,[24] mas voltam a perdê-la no final de 1392.[25] Em 1424 e 1431, a ilha é atacada pela armada de Afonso V de Aragão, mas os ataques são repelidos com a ajuda do califa haféssida Abu Faris Abdalazize Mutavaquil. Os muçulmanos constroem uma fortaleza no norte da ilha, ao lado das ruínas da antiga Girba, a que chamam Borj El Kebir. A cidade Houmt Souk desenvolve-se nas proximidades.[26][27]

Em 1480, as gentes locais revoltam-se contra o califa haféssida Abu Anre Otomão e tomam o controlo da calçada romana que liga a ilha ao continente em El Kantara. As lutas internas entre os uabias e os nacaras, duas fações ibaditas, que dominam, respetivamente, o noroeste e o sudeste de Djerba não afetam o progresso económico da ilha. Os habitantes pagam tributo ao soberano haféssida mas mantêm-se independentes. Durante o período zírida, a Tunísia é invadida por tribos árabes nómadas, mas Djerba escapa ao seu controlo.[28]

Do século XVI ao XIX

Cerca de 1500, Djerba passa a estar sob o controlo do Império Otomano. O corsário otomano Oruç Reis (Aruj Barba Ruiva) obtém do soberano haféssida a posse da ilha, que se torna a base da dezena de navios da sua esquadra.[29] Em 1511, tropas espanholas comandadas por Pedro Navarro atacam Djerba com o objetivo de ali estabelecerem uma fortaleza para apoiar a conquista de Orão, Bugia, Argel e Trípoli, mas foram derrotadas. Em 1513, a ilha é pilhada pelos genoveses.[30] Os espanhóis logram dominar a ilha entre 1520 e 1524[31] e entre 1551 e 1560. Nos períodos em que não está nas mãos dos espanhóis, é usada como base temporária pelo corsário otomano Barba Ruiva, irmão de Aruj. Entre 1524 e 1551, Djerba torna-se um das principais redutos de corsários otomanos e norte-africanos comandados pelo almirante otomano Dragute Arrais. Em abril de 1551, o imperador Carlos V enviou uma expedição a Djerba para combater Dragute. A expedição foi organizada pelos Cavaleiros de Malta e pelo vice-rei de Nápoles e durante o seu decurso as galés do almirante genovês Andrea Doria bloquearam a frota de Dragute a sudeste da ilha.[32][33] Os piratas conseguem escapar graças a um plano audaz de Dragute, que mandou que os seus homens derrubassem parte da ponte que atravessa o canal de El Kantara[a] durante a noite e pusessem os navios a salvo no golfo de Boughrara, ao mesmo tempo que ele entretinha as tropas inimigas barricando-se no forte de Borj Kastil. Os estragos provocados na ponte milenar tornaram-no praticamente inútil, apesar de ainda poder ser atravessado durante a maré baixa. Ficaria nesse estado durante 400 anos, só sendo sido reaberto em 1953.[34]

Em 1560, outra expedição europeia, composta principalmente de navios espanhóis, napolitanos, sicilianos e malteses, comandada por João Luís de Lacerda e Silva, duque de Medinaceli, ocupa a ilha para a converter numa base de operações contra Trípoli.[33][35] É neste cenário de rivalidade pelo controlo do Mediterrâneo que 9 e 14 de maio de 1560 é travada ao largo da ilha a batalha de Djerba, que opõe a frota de Lacerda e Silva à armada otomana comandada por Piale Paxá e Dragute. A batalha saldou-se numa pesada derrota para os cristãos — os otomanos afundaram-lhes 30 navios e fizeram 5 000 prisioneiros no dia 15, a pequena guarnição cristã de Djerba foi exterminada depois de se bater destemidamente, sendo as suas ossadas empilhadas numa pirâmide, a "Torre dos Crânios", que subsistiu pelo menos até 1846.[36][33] A batalha é um dos acontecimentos político-militares mais marcantes do século XVI.[37]

 A ponte de El Kantara, que liga a ilha com o continente, também conhecida por calçada romana devido a ter sido reconstruída pelos romanos

Em 1568, o paxá (governador otomano) de Trípoli, Djaafar Paşa, exige aos djerbanos um avultado tributo. A ilha seria depois conquistada por um dos seus sucessores, Ibrahim Paşa em 1598.[38] Em setembro de 1611 dá-se um ataque por uma poderosa frota constituída por navios napolitanos, genoveses e malteses. Cerca de 500 habitantes perdem a vida ao defenderem a sua ilha.[39]

Nos períodos em que esteve sob o domínio muçulmano, ao longo do século XVI e início do século XVII, a ilha depende alternadamente dos governadores de Argel, Trípoli ou Tunes. A sua anexação à Tunísia foi concretizada por um acordo concluído em 1614.[40] A partir de 1705, com o estabelecimento da dinastia dos Husseinitas, o bei de Tunes passa a fazer-se representar em Djerba por um xeque e caïds escolhidos entre as famílias locais mais influentes. Dentre estas destacaram-se, no século XVI em primeiro lugar os Senumeni e os Bel Djelloud. Um dos membros desta última, Saïd, usa todos os navios da ilha para impedir a entrada de Younès, filho de Ali I Paxá em Djerba, o que lhe custa a vida. Entre a segunda metade do século XVII até ao século XIX, a família dominante é a dos Ben Ayed.[carece de fontes?]

A partir do século XVIII o maliquismo expande-se na ilha, ao lado do ibadismo, ao mesmo tempo que a língua berbere perde terreno face ao árabe. Durante esse mesmo século, assiste-se a incursões de nómadas Ouerghemma e Accaras, provenientes da região de Djeffara, atualmente o sudeste da Tunísia e noroeste da Líbia. Em 1705, 1706, e novamente em 1809, a peste assola a ilha.[carece de fontes?] Em 1846, Ahmed I Bey interdita a escravatura,[41] o que afeta negativamente o comércio de Djerba, já que esta, juntamente com Gabès, era então um dos principais centros tunisinos do tráfico de escravos alimentado pelas caravanas do deserto do Saara provenientes dos oásis de Gadamés e de Gate. O tráfico desloca-se então para Trípoli.[carece de fontes?]

Em 1794, Djerba é saqueada durante 58 dias por um aventureiro de nome Ali Burghul. Em 1864 registam-se mais ataques de nómadas da região de Zarzis. No mesmo ano há uma nova epidemia de peste e uma revolta.[carece de fontes?]

Depois de 1881  Gravura de 1841 do Borj El Kebir, em Houmt Souk
 Ver também: Protetorado Francês da Tunísia

Djerba é mantida sob o domínio otomano, através dos beis de Tunes, até 1881, quando a Tunísia passa a ser o protetorado de França. A ocupação da ilha pelos franceses é antecedida por um bombardeamento.[42] As tropas francesas ocupam o Borj El Kebir, em Houmt Souk, a 28 de julho de 1881 e ali permanecem até 1890, data em que a administração da ilha passou para a autoridade civil.[43]

Em 1956 a Tunísia torna-se independente e Djerba passa a ser uma delegação da província (gouvernorat) de Médenine. Devido ao principal adversário político de Habib Bourguiba durante a luta pela independência, Salah Ben Youssef, ser natural da ilha, esta é negligenciada pelo governo tunisino durante vários anos. Enquanto que no resto do país o governo se empenha na construção de hospitais, escolas secundárias e estradas, inclusivamente em pequenas localidades, nada disso acontece em Djerba até aos anos 1970 e 1980. Apesar de ser mais povoada que muitas regiões que se tornaram províncias, a ilha continua a fazer parte da província de Médenine. Entre 1962 e 1969, devido às condições económicas adversas resultantes das reformas estatizantes das estruturas comerciais, milhares de djerbanos emigram (entre cinco e seis mil chefes de família) para a Europa. A maior partes (80%) desses emigrantes instalam-se em França, metade deles na região parisiense. As localidade de Sedouikech, Guellala e Ajim ficam praticamente sem população ativa devido à emigração.[44]

 Três caças Supermarine Spitfire V da RAF britânica em patrulha sobre Djerba em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial

Desde os anos 1960, a face da ilha mudou muito. Foi construída uma extensa zona hoteleira na costa nordeste, o aeroporto de Melita foi ampliado, urbanizaram-se várias áreas, o que transformou simples lugarejos em verdadeiras localidades, as estradas foram alargadas, ampliação da eletrificação, etc. Só ficaram quase intactas algumas partes do interior e uma parte da costa meridional.[45]

Em março de 1976, algumas ruas de Ajim foram transformadas em cenários para a rodagem do primeiro filme da saga Star Wars (Guerra das Estrelas). As filmagens das ruas de Mos Eisley, no planeta Tatooine decorreram em Ajim nos dias 2 e 3 de abril. 14 km a norte dali, o marabuto de Sidi Jemour também serviu de cenário para Mos Eisley e Anchorhead, o antigo centro mineiro do planeta.

A 11 de abril de 2002, foi levado a cabo um atentado terrorista contra a sinagoga de la Ghriba. Um camião carregado de explosivos explodiu nas proximidades, matando 21 pessoas, das quais 14 alemães, 5 tunisinos e 2 franceses, e ferindo várias outras.[46] O governo tunisino começo por falar em acidente, mas os especialistas rapidamente sugerem que foi um atentado, que a seguir foi reivindicado pela al-Qaeda.[47] A comunidade judia da ilha contava então com cerca de 1 500 pessoas,[48] um número bastante distante das 4 300 que tinha em 1946.[18]

a b Ouezdou 2007, p. 14. Tlatli 1967, p. 3, 7. Bérard 1929. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome eun Bertholon 1897. Gsell 1913–1929. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Tlatli Sebag 1991, p. 12. Yagoub 1986. Tlatli 1967, p. 51. Tlatli 1967, p. 52. Berrebi 1995. Toulotte 1892, p. 353, 380. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Tlatli53 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome upenn Khaldun século XIV. a b Julien 1994, p. 451. a b Valensi 1984, p. 11. Tlatli 1967, p. 69. Julien 1994, p. 454. Mercier 1868, p. 233. Mercier 1868, p. 258. Julien 1994, p. 494-495. Mercier 1868, p. 374. Mercier 1868, p. 376. Julien 1994, p. 498. Mercier 1868, p. 398. Julien 1994, p. 625. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Roux Julien 1994, p. 630. Houtsma 1927, p. 853. Bono 2000, p. 20. a b c Julien 1994, p. 651. Morris 2001, p. 377. Mercier 1891, p. 98. Bono 2000, p. 158. Éternelle Djerba 1998, p. 60 Lea 2001, p. 237. Bono 2000, p. 177. Tmarzizet 1997, p. 68. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ejus Tmarzizet 1997, p. 71. Tlatli 1967, p. 72. Éternelle Djerba 1998, p. 74 Éternelle Djerba 1998, p. 68 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome cnn1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome polj Morris 2001, p. 382.


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