Contexto de França

França (em francês: France; pronúncia em francês: ​[fʁɑ̃s] (escutar?·info)), oficialmente República Francesa (em francês: République française; [ʁepyblik fʁɑ̃sɛz]), é um país, ou, mais especificamente, um Estado unitário localizado na Europa Ocidental, com várias ilhas e territórios ultramarinos noutros continentes. A França Metropolitana estende-se do Mediterrâneo ao Canal da Mancha e Mar do Norte, e do rio Reno ao Oceano Atlântico. É muitas vezes referida como L'Hexagone ("O Hexágono") por causa da forma geométrica do seu território e partilha fronteiras com a Bélgica e Luxemburgo a norte; Alemanha a nordeste; Suíça e Itália a leste; ...Ler mais

França (em francês: France; pronúncia em francês: ​[fʁɑ̃s] (escutar?·info)), oficialmente República Francesa (em francês: République française; [ʁepyblik fʁɑ̃sɛz]), é um país, ou, mais especificamente, um Estado unitário localizado na Europa Ocidental, com várias ilhas e territórios ultramarinos noutros continentes. A França Metropolitana estende-se do Mediterrâneo ao Canal da Mancha e Mar do Norte, e do rio Reno ao Oceano Atlântico. É muitas vezes referida como L'Hexagone ("O Hexágono") por causa da forma geométrica do seu território e partilha fronteiras com a Bélgica e Luxemburgo a norte; Alemanha a nordeste; Suíça e Itália a leste; Espanha ao sul e com as micronações de Mônaco e Andorra. A nação é o maior país da União Europeia em área e o terceiro maior da Europa, atrás apenas da Rússia e da Ucrânia (incluindo seus territórios ultramarinos, como a Guiana Francesa, o país torna-se maior que o território ucraniano).

Por cerca de meio milênio, o país tem sido uma grande potência, com forte influência econômica, cultural, militar e política no âmbito europeu e global. Durante muito tempo a França exerceu um papel de liderança e hegemonia na Europa (principalmente a partir da segunda metade do século XVII e parte do XVIII). Ao longo daqueles dois séculos, a nação iniciou a colonização de várias áreas do planeta e, durante o século XIX e início do século XX, chegou a constituir o segundo maior império da história, o que incluía grande parte da América do Norte, África Central e Ocidental, Sudeste Asiático e muitas ilhas do Pacífico. É conhecida como a terra natal da primeira grande enciclopédia do mundo, a chamada Encyclopédie, formada por 35 volumes e publicada entre 1751 e 1766, em pleno iluminismo do século XVIII.

O país tem seus principais ideais expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. A República Francesa é definida como indivisível, laica, democrática e social pela sua constituição. A França é um dos países mais desenvolvidos do mundo, possui a sétima maior economia do mundo por produto interno bruto (PIB) nominal, a nona maior por paridade do poder de compra e a segunda maior de toda a Europa. O país goza de um alto padrão de vida, bem como um elevado nível de escolaridade pública, além de ter uma das mais altas expectativas de vida do mundo. A França foi classificada como o melhor provedor de saúde pública do mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É o país mais visitado no mundo, recebendo 82 milhões de turistas estrangeiros por ano.

O país tem o terceiro maior orçamento militar do mundo, a terceira maior força militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o maior exército da União Europeia (UE), além de ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e possuir o terceiro maior número de armas nucleares do mundo. O país é um dos membros fundadores da UE e possui a maior área e a segunda maior economia do bloco. É também membro fundador da Organização das Nações Unidas, além de ser membro da Francofonia, do G8, do G20, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da União Latina.

Mais sobre França

Informação básica
  • Nome nativo France
  • Código de chamada +33
  • Domínio da Internet .fr
  • Speed limit 130
  • Mains voltage 400V/50Hz
  • Democracy index 7.99
Population, Area & Driving side
  • População 67749632
  • Área 643801
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigo principal: História da França
    Pré-história
     Ver artigo principal: Pré-história da França
     Ver artigo principal: História da França
    Pré-história
     Ver artigo principal: Pré-história da França
     
    Rochas de Carnac

    Os traços mais antigos de hominídeos no que é agora a França datam de aproximadamente 1,8 milhão de anos atrás.[1] Eles foram confrontados por um clima severo e variável, marcado por várias eras glaciais. Os primeiros hominídeos levavam a uma vida nômade de caçadores-coletores.[1] A França tem um grande número de cavernas decoradas da era paleolítica, incluindo uma das mais famosas e melhor preservadas: Lascaux (aproximadamente 18 000 a.C.).[1]

    No final do último período glacial (10 000 a.C.), o clima tornou-se mais suave.[1] Por volta de 7 000 a.C., esta parte da Europa Ocidental entrou na era neolítica e seus habitantes se tornaram sedentários. Após um forte desenvolvimento demográfico e agrícola entre o quarto e o terceiro milênio. A metalurgia apareceu no final do terceiro milênio, inicialmente com trabalhos em ouro, cobre e bronze e, mais tarde, ferro.[2] A França possui inúmeros sítios megalíticos do período neolítico, incluindo o local excepcionalmente denso das Rochas de Carnac (aproximadamente 3 300 a.C.).[3]

    Antiguidade
     Ver artigos principais: Celtas, Gália e Gália Narbonense
     
    Vercingetórix se rende a Júlio César durante as Guerras da Gália

    Em 600 a.C., os gregos jônicos, originários de Foceia, fundaram a colônia de Massália (atual Marselha), nas margens do Mar Mediterrâneo, o que a torna a cidade mais antiga da França.[4][5] Ao mesmo tempo, algumas tribos celtas gaulesas penetraram em partes do território da atual da França e esta ocupação se espalhou para o resto da França entre os séculos IV e III a.C..[6]

    Por volta de 125 a.C., o sul da Gália foi conquistado pela República Romana, que chamou esta região Provincia Nostra ("Nossa Província"), que ao longo do tempo evoluiu para o nome Provence em francês.[7] Júlio César conquistou o restante da Gália e superou uma revolta realizada pelo chefe gaulês Vercingetórix em 52 a.C..[8] A Gália foi dividida por Augusto em várias províncias romanas.[9]

     
    Maison Carrée, templo da cidade galo-romana de Nemauso (atual Nimes) e um dos mais bem conservados vestígios romanos

    Muitas cidades foram fundadas durante o período galo-romano, incluindo Lugduno (atual Lião), que é considerada a capital dos gauleses.[9] Estas cidades foram construídas em estilo romano tradicional, com um fórum, um teatro, um circo, um anfiteatro e banhos termais.[9]

    Os gauleses se misturaram com colonos romanos e eventualmente adotaram a cultura e o idioma romano (o latim, do qual a língua francesa evoluiu). O politeísmo romano se fundiu com o paganismo gálico no mesmo processo de sincretismo.[10]

    Desde os anos 250 até os anos 280, a Gália romana sofreu uma grave crise, com as fronteiras fortificadas atacadas em várias ocasiões por bárbaros.[11] No entanto, a situação melhorou na primeira metade do século IV, que foi um período de reavivamento e prosperidade para a Gália romana.[12]

    Em 312, o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo. Posteriormente, os cristãos, que haviam sido perseguidos até então, aumentaram rapidamente em todo o Império Romano.[13] Mas, desde o início do século V, as invasões bárbaras retomaram[14] e as tribos germânicas, como os vândalos, suevos e alanos, cruzaram o rio Reno e se estabeleceram na Gália, na Hispânia e em outras partes do Império Romano em colapso.[15]

    Idade Média
     Ver artigos principais: França na Idade Média, Reino Franco, Dinastia merovíngia, Dinastia carolíngia, Reino da França, Dinastia capetiana, Casa de Valois e Casa de Bourbon
     
    Expansão dos francos entre 481 e 843/870

    No final do período da Antiguidade, a antiga Gália estava dividida em vários reinos germânicos e um território galo-romano restante, conhecido como o Reino de Soissons. Simultaneamente, os celtas britanos, ao fugirem da invasão anglo-saxã da Grã-Bretanha, estabeleceram-se na parte ocidental de Armórica. Como resultado, a península armórica foi renomeada para Bretanha, a cultura celta foi revivida e vários reinos pequenos independentes surgiram nessa região. Os francos pagãos, de quem derivou o nome antigo de "Francie", estabeleceram-se originalmente na parte norte da Gália, mas sob a liderança de Clóvis conquistaram a maioria dos outros reinos no norte e no centro da região. Em 498, Clóvis se tornou o primeiro conquistador germânico após a queda do Império Romano a converter-se ao cristianismo católico, em vez do arianismo; assim, a França recebeu o título de "filha mais velha da Igreja" (em francês: la fille aînée de l'Église) pelo papado.[16]

    Os francos abraçaram a cultura galo-romana cristã e a Gália antiga foi finalmente renomeada para Frância ("Terra dos Francos"). Os francos germânicos adotaram as línguas românicas, exceto no norte da Gália, onde os assentamentos romanos eram menos densos e onde surgiram línguas germânicas. Clóvis fez de Paris a sua capital e estabeleceu a dinastia merovíngia, mas seu reino não sobreviveria à sua morte. Os francos tratavam a terra puramente como uma possessão privada e a dividiam entre seus herdeiros; então quatro reinos surgiram depois de Clóvis: Paris, Orléans, Soissons e Reims. Os últimos reis merovíngios perderam poder para seus mordomos do palácio. Um deles, Carlos Martel, derrotou uma invasão islâmica da Gália na Batalha de Tours (732) e obteve respeito e poder dentro dos reinos francos. Seu filho, Pepino, o Breve, usurpou a coroa da Frância dos merovíngios enfraquecidos e fundou a dinastia carolíngia. O filho de Pepino, Carlos Magno, reuniu os reinos francos e construiu um vasto império em toda a Europa ocidental e central.[17]

     
    Busto de Carlos Magno, o primeiro Imperador dos Francos, exposto na Catedral de Aachen, Alemanha

    Carlos Magno foi proclamado Imperador Romano-Germânico pelo Papa Leão III e, assim, restabeleceu a antiga associação histórica entre o governo francês e a Igreja Católica,[18] Ele tentou reviver o Império Romano do Ocidente e sua grandeza cultural. O filho de Magno, Luís I (r. 814–840), manteve o império unido; no entanto, o império carolíngio não sobreviveria à sua morte. Em 843, sob o Tratado de Verdun, o império foi dividido entre os três filhos de Luís: a Frância Oriental ficou com Luís, o Germânico; a Frância Média ficou com Lotário I, enquanto que a Frância Ocidental foi para o domínio de Carlos, o Calvo. A Frância Ocidental aproxima-se da área ocupada pela França moderna e é a sua precursora.[19]

    A dinastia carolíngia governou a França até 987, quando Hugo Capeto, Duque da França e Conde de Paris, foi coroado o Rei dos Francos.[20] Os seus descendentes — os capetianos, a Casa de Valois e a Casa de Bourbon — unificaram progressivamente o país através das guerras e da herança dinástica no Reino da França, que foi totalmente declarado em 1190 por Felipe II. A nobreza francesa desempenhou um papel proeminente na maioria das Cruzadas, a fim de restaurar o acesso cristão à Terra Santa. Os cruzados franceses constituíam a maior parte do fluxo constante de reforços ao longo do período de 200 anos das Cruzadas, de tal forma que os árabes se referiam uniformemente aos cruzados como franj, sendo que pouco se importavam se realmente vinham da França.[21] Os cruzados franceses também importaram a língua francesa para o Levante, que se tornou a língua franca dos Estados cruzados.[21] Os cavaleiros franceses também eram maioria nas ordens do Hospitalários e dos Templários. Estes últimos, em particular, possuíam várias propriedades em toda a França e, no século XIII, eram os principais banqueiros da coroa francesa, até que Felipe IV aniquilasse a ordem em 1307. A Cruzada Albigense foi lançada em 1209 para eliminar os cátaros, considerados hereges, da região sudoeste da França moderna. No final, os cátaros foram exterminados e o autônomo Condado de Toulouse foi anexado às terras da coroa francesa.[22]

     
    Joana D'Arc na Batalha de Orleães

    Carlos IV morreu sem um herdeiro em 1328.[23] De acordo com as regras da lei sálica, a coroa da França não podia passar para uma mulher nem a linhagem real poderia passar pela linhagem feminina.[23] Consequentemente, a coroa passou para Filipe de Valois, um primo de Carlos, e não através da linha feminina para o sobrinho de Carlos, Eduardo, que logo se tornaria Eduardo III de Inglaterra. Durante o reinado de Filipe de Valois, a monarquia francesa atingiu o auge de seu poder medieval.[23]

    O assento de Filipe no trono foi contestado por Eduardo III e, em 1337, na véspera da primeira onda da Peste Negra,[24] Inglaterra e França entraram em guerra, conflito que posteriormente seria conhecido como Guerra dos Cem Anos.[25] Os limites exatos mudaram muito ao longo tempo, mas as propriedades francesas dos reis ingleses permaneceram extensas por décadas. Com líderes carismáticos, como Joana d'Arc e La Hire, fortes contra-ataques franceses conquistaram territórios continentais dos ingleses. Como o resto da Europa, a França foi fortemente atingida pela Peste Negra; metade dos 17 milhões de habitantes da França morreu no período.[26][27]

    Era Moderna
     Ver artigos principais: Renascimento francês, Guerras religiosas na França e Antigo Regime
     
    Catarina de Médici observa os corpos de protestantes após o Massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572, o auge das Guerras Religiosas na França. Pintura francesa de 1880.

    O renascimento francês proporcionou um desenvolvimento cultural espetacular e a primeira padronização da língua francesa, que se tornaria a língua oficial da França e a língua da aristocracia europeia. Também criou um longo conjunto de conflitos militares, conhecidos como as Guerras Italianas, entre o Reino da França e o poderoso Sacro Império Romano-Germânico. Os exploradores franceses, como Jacques Cartier ou Samuel de Champlain, reivindicaram terras na América para a França, preparando o caminho para a expansão do Primeiro Império Colonial Francês. O surgimento do protestantismo na Europa levou a França a uma guerra civil conhecida como Guerras Religiosas, onde, no incidente mais notório, milhares de huguenotes foram assassinados no massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572.[28]

    Sob o governo de Luís XIII, o energético Cardeal de Richelieu promoveu a centralização do Estado e reforçou o poder real ao desarmar os detentores de poder doméstico na década de 1620. Ele sistematicamente destruiu castelos de senhores que desafiaram o poder central e denunciou o uso da violência privada (duelos, transporte de armas e manutenção de um exército privado). No final de 1620, Richelieu estabeleceu o "monopólio real da força" como doutrina.[29]

     
    Luís XIV, o "Rei Sol", foi o monarca absoluto da França e fez do país a principal potência europeia

    A monarquia atingiu seu pico no século XVII e no reinado de Luís XIV. Ao transformar os poderosos senhores feudais em cortesãos no Palácio de Versalhes, o poder pessoal de Luís XIV se tornou incontestável. Lembrado por suas numerosas guerras, ele fez da França a principal potência europeia. O país tornou-se o mais populoso da Europa e teve uma tremenda influência sobre a política, a economia e a cultura do continente. O francês tornou-se a língua mais utilizada na diplomacia, ciência, literatura e relações internacionais e permaneceu com tal estatuto até o século XX.[30]

    Sob Luís XV, o bisneto de Luís XIV, a França perdeu a Nova França e a maioria da Índia Francesa após a derrota na Guerra dos Sete Anos, que terminou em 1763. Seu território europeu continuou crescendo, no entanto, com aquisições notáveis, ​​como Lorena (1766) e Córsega (1770). O fraco governo do impopular Luís XV, com suas decisões financeiras, políticas e militares mal planejadas — assim como a devastação de sua corte — desacreditaram a monarquia, o que indiscutivelmente abriu o caminho para a Revolução Francesa, que ocorreria 15 anos após sua morte.[31][32]

    Revolução
     Ver artigos principais: Revolução Francesa, Guerras revolucionárias francesas, Processo de Luís XVI e Execução de Luís XVI

    Diante de problemas financeiros, o rei Luís XVI convocou os Estados-Gerais (reunindo as três estamentos do reino) em maio de 1789 para propor soluções para o governo. Na sequência de um impasse, os representantes do terceiro estado formaram-se numa Assembleia Nacional, sinalizando o surgimento da Revolução Francesa. No início de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte aboliu os privilégios da nobreza,[33] como a servidão pessoal e os direitos exclusivos de caça. Através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (27 de agosto de 1789), a França estabeleceu direitos fundamentais para os homens. A Declaração afirma "os direitos naturais e imprescritíveis do homem à liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão". A liberdade de expressão e de imprensa foram declaradas e as prisões arbitrárias foram proibidas. Ela solicitou a destruição de privilégios aristocráticos e proclamou a liberdade e a igualdade de direitos para todos os homens, bem como o acesso a cargos públicos com base em talentos e não nascimento.[34]

     
    Tomada da Bastilha em 1789, um dos eventos centrais da Revolução Francesa

    Em novembro de 1789, a Assembleia decidiu nacionalizar e vender todos os bens da Igreja Católica Romana, que era o maior proprietário do país. Em julho de 1790, uma Constituição Civil do Clero reorganizou a Igreja Católica Francesa, cancelando a autoridade da Igreja para cobrar impostos e assim por diante.[35] Isto provocou um grande descontentamento em partes da França, o que contribuiria para a guerra civil que acabou alguns anos depois. Apesar do rei Luís XVI ainda gozar de popularidade entre a população, sua desastrosa fuga de Varennes (junho de 1791) parecia justificar rumores de que ele amarrava as suas esperanças de salvação política às perspectivas de invasão estrangeira. Sua credibilidade foi tão profundamente minada que a abolição da monarquia e o estabelecimento de uma república tornaram-se uma possibilidade crescente.[36]

    Em 10 de agosto de 1792, uma multidão irritada ameaçou o palácio do rei Luís XVI, que se refugiava na Assembleia Legislativa.[37][38] Um exército prussiano invadiu a França em agosto de 1792. No início de setembro, os parisienses, enfurecidos pelo exército prussiano capturar Verdun e pelas revoltas contrarrevolucionárias no oeste da França, assassinaram entre 1 000 e 1 500 prisioneiros ao atacar as prisões parisienses. A Assembleia e o conselho da cidade de Paris pareciam incapazes de parar esse derramamento de sangue.[37][39] A Convenção Nacional, escolhida nas primeiras eleições sob sufrágio universal masculino,[37] em 20 de setembro de 1792, sucedeu a Assembleia Legislativa e, em 21 de setembro, aboliu a monarquia proclamando a Primeira República Francesa. O ex-rei, Luís XVI, foi condenado por traição e guilhotinado em janeiro de 1793. A França declarou guerra à Inglaterra e à República Holandesa em novembro de 1792 e fez o mesmo em relação à Espanha em março de 1793; na primavera de 1793, a Áustria, a Grã-Bretanha e a República Holandesa invadiram a França; em março, a França criou uma "república irmã" na "República de Mainz".[40]

    Napoleão e século XIX
     
    Napoleão Bonaparte e seu Grande Armée
     Ver artigos principais: Era napoleônica, Guerras Napoleônicas e Império colonial francês

    Napoleão Bonaparte tomou o controle da República em 1799 ao tornar-se Primeiro Cônsul e depois Imperador do Império Francês (1805–1814/1815). Como uma continuação das guerras desencadeadas pelas monarquias europeias contra a República Francesa, os conjuntos de coligações europeias declararam guerra ao Império de Napoleão. Os exércitos franceses, no entanto, conquistaram a maior parte da Europa continental com vitórias rápidas, como as batalhas de Jena-Auerstadt ou Austerlitz. Os membros da família Bonaparte foram nomeados como monarcas em alguns dos reinos recentemente estabelecidos.[41] Essas vitórias levaram à expansão mundial dos ideais e das reformas revolucionárias francesas, como o sistema métrico, o Código Napoleônico e a Declaração dos Direitos do Homem. Após a catastrófica Campanha da Rússia e o levante das monarquias europeias contra o seu governo, Napoleão foi derrotado e a monarquia Bourbon foi restaurada. Cerca de um milhão de franceses morreram durante as Guerras Napoleônicas.[41][42]

    Após o seu breve retorno do exílio, Napoleão foi finalmente derrotado em 1815 na Batalha de Waterloo, a monarquia foi restabelecida (1815–1830), com novas limitações constitucionais. A desacreditada dinastia Bourbon foi derrubada pela Revolução de Julho de 1830, que estabeleceu a Monarquia de Julho, que durou até 1848, quando a Segunda República Francesa foi proclamada, na sequência das revoluções europeias de 1848. A abolição da escravidão e o sufrágio universal masculino, ambos brevemente promulgados durante a Revolução Francesa, foram reeditados em 1848.[43]

     
    Mapa anacrônico dos territórios que já foram parte do império colonial francês

    Em 1852, o presidente da República Francesa, Louis-Napoléon Bonaparte, sobrinho de Napoleão I, foi proclamado imperador do Segundo Império, como Napoleão III. Ele multiplicou as intervenções francesas no exterior, especialmente na Crimeia, no México e na Itália, o que resultou na anexação do Ducado de Saboia e do Condado de Nice, então parte do Reino da Sardenha. Napoleão III foi destruído após a derrota na Guerra Franco-Prussiana de 1870 e seu regime foi substituído pela Terceira República Francesa.[44]

    A França tinha possessões coloniais, em várias formas, desde o início do século XVII, mas nos séculos XIX e XX, seu império colonial global ultramarino se estendeu muito e se tornou o segundo maior do mundo, atrás apenas do Império Britânico. Incluindo a França metropolitana, a área total de terra sob soberania francesa atingiu quase 13 milhões de quilômetros quadrados nas décadas de 1920 e 1930, ou 8,6% da área terrestre do planeta.[45] Conhecida como Belle Époque, a virada do século foi um período caracterizado por otimismo, paz regional, prosperidade econômica e inovações tecnológicas, científicas e culturais. Em 1905, o secularismo estatal foi oficialmente estabelecido.[46]

    Séculos XX e XXI
     
    Os poilus franceses tiveram o maior número de mortes entre os Aliados na Primeira Guerra Mundial
     
    Adolf Hitler e seus generais com a Torre Eiffel ao fundo após a Batalha de França, durante a Segunda Guerra Mundial

    A França era membro da Tríplice Entente quando a Primeira Guerra Mundial estourou. Uma pequena parte do norte da França estava ocupada, mas a França e seus aliados emergiram vitoriosos contra os Impérios Centrais com um tremendo custo humano e material. A Primeira Guerra Mundial deixou 1,4 milhão de soldados franceses mortos, ou 4% de sua população.[47] Entre 27% e 30% dos soldados recrutados de 1912 a 1915 foram mortos.[48] Os anos do Entreguerras foram marcados por intensas tensões internacionais e uma variedade de reformas sociais introduzidas pelo governo da Frente Popular (férias anuais, dias úteis de oito horas, mulheres no governo, etc.).[49]

    Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a França foi invadida e ocupada pela Alemanha nazista. A França metropolitana foi dividida em uma zona de ocupação alemã no norte e França de Vichy, um regime autoritário recém-criado no sul e que era um Estado fantoche dos nazistas, enquanto a França Livre, governada em exílio e liderada por Charles de Gaulle, foi criada em Londres.[50] De 1942 a 1944, cerca de 160 mil cidadãos franceses, incluindo cerca de 75 mil judeus,[51][52][53] foram deportados para campos de extermínio e campos de concentração na Alemanha e na Polônia ocupada.[54] Em 6 de junho de 1944, os Aliados invadiram a Normandia e, em agosto, invadiram Provença. No ano seguinte, os Aliados e a Resistência Francesa emergiram vitoriosos sobre as Potências do Eixo e a soberania francesa foi restaurada com o estabelecimento do Governo Provisório da República Francesa (GPRF).[55]

    O GPRF estabeleceu as bases para uma nova ordem constitucional que resultou na Quarta República Francesa, que passou por um crescimento econômico espetacular (les Trente Glorieuses). A França foi um dos membros fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1949. O país tentou recuperar o controle da Indochina francesa, mas foi derrotada pelo Viet Minh em 1954 na Batalha de Dien Bien Phu. Apenas alguns meses depois, a França enfrentou outro conflito anticolonial na Argélia. Tortura e execuções ilegais foram cometidas por ambos os lados e o debate sobre o controle da Argélia, então casa de mais de um milhão de colonos europeus,[56] dividiu o país e quase levou a um golpe e a uma guerra civil.[57] Em 1958, a fraca e instável Quarta República deu lugar à Quinta República Francesa, que incluiu uma Presidência fortalecida.[58]

     
    Sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo

    A França permaneceu como uma das economias mais desenvolvidas do mundo, mas enfrentou várias crises econômicas que resultaram em altas taxas de desemprego e aumento da dívida pública. No final do século XX e início do XXI, a França esteve na vanguarda do desenvolvimento de uma União Europeia (UE) supranacional ao assinar o Tratado de Maastricht (que criou a UE) em 1992, ao estabelecer a Zona do Euro em 1999 e ao assinar o Tratado de Lisboa em 2007.[59] O país também gradualmente reintegrou-se à OTAN e desde então participou da maioria das guerras patrocinadas pela organização.[60]

    Desde os ataques ao metrôs de Paris em 1995, a França tem sido esporadicamente atacada por organizações terroristas islâmicas, em particular o ataque ao Charlie Hebdo em janeiro de 2015, que provocou as maiores manifestações públicas na história da França (4,4 milhões de pessoas),[61][62] e os ataques de novembro de 2015 em Paris, que resultaram em 130 mortes. Estes foram os atentados mais mortais em solo francês desde a Segunda Guerra Mundial[63][64] e os mais mortíferos na União Europeia desde os atentados de Madri em 2004.[65]

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