Contexto de Catar

Catar, ou Qatar, (português brasileiro: [kaˈtah] ou [kaˈtaɾ]; português europeu: [kɐˈtaɾ]; em árabe: قطر; romaniz.: Qatar‎; pronunciado em árabe: [ˈqɑtˤɑr], pronunciado coloquialmente: [ɡɪtˤɑr]), oficialmente Estado do Catar (em árabe: دولة قطر, translit. Dawlat Qaṭar), é um país árabe do Sudoeste Asiático que ocupa a pequena Península do Catar, na costa nordeste da Península Arábica, no Oriente Médio...Ler mais

Catar, ou Qatar, (português brasileiro: [kaˈtah] ou [kaˈtaɾ]; português europeu: [kɐˈtaɾ]; em árabe: قطر; romaniz.: Qatar‎; pronunciado em árabe: [ˈqɑtˤɑr], pronunciado coloquialmente: [ɡɪtˤɑr]), oficialmente Estado do Catar (em árabe: دولة قطر, translit. Dawlat Qaṭar), é um país árabe do Sudoeste Asiático que ocupa a pequena Península do Catar, na costa nordeste da Península Arábica, no Oriente Médio. Sua única fronteira terrestre é com a Arábia Saudita ao sul, enquanto o restante de seu território é cercado pelo Golfo Pérsico. Um estreito também separa a península do estado insular do Barém através do Golfo do Barém. A capital do país é Doha, lar de mais de 80% de seus habitantes.

O Catar é um emirado absolutista e hereditário comandado pela Casa de Thani desde meados do século XIX. As posições mais importantes no país são ocupadas por membros ou grupos próximos da família al-Thani. Em 1995, o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani tornou-se emir após depor seu pai, Khalifa bin Hamad al Thani, em um golpe de Estado​​.

Foi um protetorado britânico até ganhar a independência em 1971. Desde então, tornou-se um dos estados mais ricos da região, devido às receitas oriundas do petróleo e do gás natural (possui a terceira maior reserva mundial de gás). Antes da descoberta do petróleo, sua economia era baseada principalmente para a extração de pérolas e comércio marítimo. Atualmente, lidera a lista dos países mais ricos do mundo pela revista Forbes e está classificado em 41.º lugar (logo após Portugal) na lista das Nações Unidas de países com maior desenvolvimento humano (IDH), e em 3.° no mundo árabe. A Freedom House considera o país "não livre". A Amnistia Internacional anota vários atropelos de direitos humanos. Desde a primeira Guerra do Golfo, tem sido um importante aliado militar dos Estados Unidos e atualmente abriga uma importante base militar na região.

Com uma população estimada em 2,8 milhões de habitantes, apenas 313 mil são nativos catarianos. Os demais são trabalhadores estrangeiros, especialmente de outras nações árabes (13%), Subcontinente indiano (Índia 24%, Nepal 16%, Bangladesh 5%, Paquistão 4%, Sri Lanka 2%), Sudeste Asiático (Filipinas 11%) e demais países (7%). Também é um dos poucos países do mundo em que seus cidadãos não pagam impostos.

Mais sobre Catar

Informação básica
  • Código de chamada +974
  • Domínio da Internet .qa
  • Mains voltage 240V/50Hz
  • Democracy index 3.24
Population, Area & Driving side
  • População 2639211
  • Área 11437
  • Lado de condução right
Histórico
  • Pré-história e domínio islâmico

    A habitação humana do Catar remonta a 50 mil anos.[1] Assentamentos e ferramentas que remontam à Idade da Pedra foram descobertos na península.[1] Artefatos da Mesopotâmia originários do período de al-Ubaid (ca. 6 500-3 800 a.C.) foram descobertos em assentamentos costeiros abandonados.[2]

    O Catar era descrito como um famoso centro de criação de cavalos e camelos durante o período do Califado Omíada.[3] No século VIII, a região começou a ser beneficiada por sua posição comercial estratégica no Golfo Pérsico e tornar-se-ia um centro de negociação de pérolas.[4][5] O desenvolvimento substancial na indústria de pérolas em torno da península do Catar ocorreu durante a era do Califado Abássida.[3] Navios viajando de Baçorá para Índia e China faziam escalas nos portos do Catar durante este período. Peças de porcelana chinesa, moedas da África Ocidental e artefatos de Tailândia foram descobertas no Catar.

    Grande parte da Arábia Oriental era controlada pelos usfuridas em 1253, mas o domínio da região foi conquistado pelo príncipe de Ormuz em 1320.[6] As pérolas do Catar forneciam ao reino uma das suas principais fontes de renda.[7] Em 1515, Manuel I de Portugal tornou o Reino de Ormuz um Estado vassalo. O Reino de Portugal passou a controlar uma parcela significativa da Arábia Oriental em 1521.[7][8] Em 1550, os habitantes de al-Hasa se colocaram voluntariamente sob domínio do Império Otomano, preferindo-o em relação ao Império Português.[9] Depois de ter mantido um presença militar insignificante na área, os otomanos foram expulsos pela tribo Bani Khalid em 1670.[10]

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    Pré-história e domínio islâmico

    A habitação humana do Catar remonta a 50 mil anos.[1] Assentamentos e ferramentas que remontam à Idade da Pedra foram descobertos na península.[1] Artefatos da Mesopotâmia originários do período de al-Ubaid (ca. 6 500-3 800 a.C.) foram descobertos em assentamentos costeiros abandonados.[2]

    O Catar era descrito como um famoso centro de criação de cavalos e camelos durante o período do Califado Omíada.[3] No século VIII, a região começou a ser beneficiada por sua posição comercial estratégica no Golfo Pérsico e tornar-se-ia um centro de negociação de pérolas.[4][5] O desenvolvimento substancial na indústria de pérolas em torno da península do Catar ocorreu durante a era do Califado Abássida.[3] Navios viajando de Baçorá para Índia e China faziam escalas nos portos do Catar durante este período. Peças de porcelana chinesa, moedas da África Ocidental e artefatos de Tailândia foram descobertas no Catar.

    Grande parte da Arábia Oriental era controlada pelos usfuridas em 1253, mas o domínio da região foi conquistado pelo príncipe de Ormuz em 1320.[6] As pérolas do Catar forneciam ao reino uma das suas principais fontes de renda.[7] Em 1515, Manuel I de Portugal tornou o Reino de Ormuz um Estado vassalo. O Reino de Portugal passou a controlar uma parcela significativa da Arábia Oriental em 1521.[7][8] Em 1550, os habitantes de al-Hasa se colocaram voluntariamente sob domínio do Império Otomano, preferindo-o em relação ao Império Português.[9] Depois de ter mantido um presença militar insignificante na área, os otomanos foram expulsos pela tribo Bani Khalid em 1670.[10]

    Domínio otomano e britânico
     
    Presença Portuguesa no Golfo Pérsico entre o séc. XVI e XVIII
     
    Mapa de 1794 mostrando Catura.
     
    Forte Zubara
     
    Pescadores de pérolas no Golfo Pérsico no início do século XX

    Sob pressão militar e política do governador do otomano Midate Paxá, o governante tribal al-Thani submeteu-se ao domínio otomano em 1871.[11] O governo otomano impôs medidas reformistas (Tanzimat) em matéria de impostos e de registro de terras para integrar plenamente estas áreas ao império.[11] Apesar da desaprovação de tribos locais, al-Thani continuou apoiando o domínio otomano. No entanto, as relações catari-otomanas estagnaram e em 1882 ela sofreu novos retrocessos quando os otomanos se recusaram a ajudar al-Thani em sua expedição para Al Khor, então ocupado por Abu Dhabi. Além disso, os otomanos apoiavam Mohammed bin Abdul Waha, que tentou suplantar al-Thani como o caimacã do Catar em 1888.[12] Isto conduziu al-Thani a se rebelar contra os otomanos, a quem ele acreditava que tentavam usurpar o controle do península. Ele renunciou ao cargo de caimacã e parou de pagar impostos ao império em agosto de 1892.[13]

    O Império Otomano caiu em desordem depois de perder batalhas em diferentes frentes no teatro de operações do Oriente Médio da Primeira Guerra Mundial. O Catar também participou da Revolta Árabe contra os otomanos. A revolta foi bem sucedida e o domínio otomano no país diminuiu ainda mais. O Reino Unido e o Império Otomano reconheceram o xeique Abedalá ibne Jassim Atani e o direito de seus sucessores de governar sobre toda a Península do Catar. Os otomanos renunciaram a todos os seus direitos sobre a região e, após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, al-Thani (que era pró-britânico) obrigou-os a abandonar Doha em 1915.[14]

    Como resultado da divisão do Império Otomano, o Catar tornou-se um protetorado britânico em 3 de novembro de 1916. Nesse dia, o Reino Unido assinou um tratado com onde o xeique al-Thani concordava em não criar quaisquer relações com qualquer outra potência sem o consentimento prévio do governo britânico. Em troca, o Império Britânico garantiria a proteção do Catar de toda a agressão por mar.[14] Em 5 de maio de 1935, al-Thani assinou outro tratado com o governo britânico que concedeu a proteção do Catar contra ameaças internas e externas.[14] As reservas de petróleo foram descobertas pela primeira vez em 1939. No entanto, a exploração foi adiada pela Segunda Guerra Mundial.[14]

    A esfera de influência dos britânicos começou a diminuir após a Segunda Guerra Mundial, particularmente após a independência da Índia e do Paquistão, em 1947. Na década de 1950, o petróleo começou a substituir as pérolas e a pesca como a principal fonte de receita do Catar. Os lucros do petróleo começaram a financiar a expansão e a modernização da infraestrutura local. A pressão para uma retirada britânica dos emirados árabes no Golfo Pérsico aumentaram durante os anos 1950. Quando o Reino Unido anunciou oficialmente, em 1968, que em três anos deixaria de controlar politicamente o Golfo Pérsico, o Catar juntou-se ao Bahrein e sete outros Estados em uma federação. Disputas regionais, no entanto, rapidamente compeliram o país a declarar a independência da coalizão, que acabaria por evoluir para os Emirados Árabes Unidos.

    Independência
     
    Tradicionais dhows com os arranha-céus de Doha ao fundo.

    Em 3 de setembro de 1971, o Catar conquistou oficialmente a sua independência do Reino Unido e se tornou um Estado soberano.[15] O governo então decidiu voltar ao realizar o abastecimento de armas para os franceses; essa ligação seria reforçada ao longo do tempo e os franceses se tornariam seu maior fornecedor no novo milênio.[16] Em 1972, o califa bin Hamad al-Thani tomou o poder em um golpe palaciano durante um período de discórdia na família governante. Em 1974, a Qatar Geral Petroleum Corporation assumiu o controle de todas as operações de petróleo no país e o Catar rapidamente cresceu em riqueza.[17] O depósito de gás natural do Campo Norte, então a maior do mundo, foi descoberto por volta de 1976[16] e o país foi um dos primeiros a ter embarcações de gás natural liquefeito.[18]

    Em 1991, o Catar desempenhou um papel significativo na Guerra do Golfo, particularmente durante a batalha de Khafji na qual os tanques do país prestaram apoio para unidades da Guarda Nacional da Arábia Saudita, que estava enfrentando o exército iraquiano. O Catar permitiu que tropas do Canadá, que eram parte da coalizão internacional, usassem o país como uma base aérea e também permitiu que forças aéreas dos Estados Unidos e da França operassem em seus territórios.[1]

    a b c Toth, Anthony. "Qatar: Historical Background." A Country Study: Qatar (Helen Chapin Metz, editor). Library of Congress Federal Research Division (January 1993). This article incorporates text from this source, which is in the public domain. Khalifa, Haya; Rice, Michael (1986). Bahrain Through the Ages: The Archaeology. [S.l.]: Routledge. pp. 79, 215. ISBN 978-0710301123  a b Rahman, Habibur (2006). The Emergence Of Qatar. [S.l.]: Routledge. p. 34. ISBN 978-0710312136  A political chronology of the Middle East. [S.l.]: Routledge / Europa Publications. 2001. p. 192. ISBN 978-1857431155  Page, Kogan (2004). Middle East Review 2003-04: The Economic and Business Report. [S.l.]: Kogan Page Ltd. p. 169. ISBN 978-0749440664  Larsen, Curtis (1984). Life and Land Use on the Bahrain Islands: The Geoarchaeology of an Ancient Society (Prehistoric Archeology and Ecology series). [S.l.]: University of Chicago Press. p. 54. ISBN 978-0226469065  a b Althani, Mohamed (2013). Jassim the Leader: Founder of Qatar. [S.l.]: Profile Books. p. 16. ISBN 978-1781250709  Gillespie, Carol Ann (2002). Bahrain (Modern World Nations). [S.l.]: Chelsea House Publications. p. 31. ISBN 978-0791067796  Anscombe, Frederick (1997). The Ottoman Gulf: The Creation of Kuwait, Saudia Arabia, and Qatar. [S.l.]: Columbia University Press. p. 12. ISBN 978-0231108393  Potter, Lawrence (2010). The Persian Gulf in History. [S.l.]: Palgrave Macmillan. p. 262. ISBN 978-0230612822  a b Rogan, Eugene; Murphey, Rhoads; Masalha, Nur; Durac, Vincent; Hinnebusch, Raymond (novembro de 1999). «Review of The Ottoman Gulf: The Creation of Kuwait, Saudi Arabia and Qatar by Frederick F. Anscombe; The Blood-Red Arab Flag: An Investigation into Qasimi Piracy, 1797–1820 by Charles E. Davies; The Politics of Regional Trade in Iraq, Arabia and the Gulf, 1745–1900 by Hala Fattah». British Journal of Middle Eastern Studies. 26 (2): 339–342. JSTOR 195948. doi:10.1080/13530199908705688  Habibur Rahman, pgs.143–144 Habibur Rahman, pgs.150–151 a b c d «Amiri Diwan – Shaikh Abdullah Bin Jassim Al Thani». Diwan.gov.qa. Consultado em 28 de outubro de 2012. Arquivado do original em 10 de fevereiro de 2012  «History of Qatar». Diwan.gov.qa. Consultado em 28 de março de 2010. Arquivado do original em 2 de maio de 2010  a b nouvelobs.com: "Qatar : "S'ils pouvaient, ils achèteraient la Tour Eiffel", 7 de abril de 2013 «History of Qatar». Fanar: Qatar Islamic Cultural Center. Consultado em 2 de julho de 2013  fdesouche.com: "Ils ont livré la France au Qatar", 13 de janeiro de 2013
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