Catedral Metropolitana de Brasília

A Catedral Metropolitana - Nossa Senhora Aparecida ou simplesmente Catedral de Brasília, é um templo católico brasileiro, na qual se encontra a cátedra da Arquidiocese de Brasília, localizada na capital federal, ao sul da S1, no Eixo Monumental, região da Esplanada dos Ministérios.

Sua arquitetura foi concebida por Oscar Niemeyer e é por vezes considerada sua obra-prima, tendo sido graças a ela que o arquiteto venceu o Prêmio Pritzker, considerado equivalente ao Nobel de sua profissão, em 1988.

Os colaboradores habituais do arquiteto também contribuíram para a obra. O complexo projeto estrutural foi feito pelo engenheiro Joaquim Cardozo, que também calculou outras obras desafiadoras da nova cidade, como o Palácio do Congresso Nacional. De uma área de setenta metros de diâmetro, se elevam dezesseis colunas de concreto com noventa toneladas cada (pilares de seção parabólica), num formato hiperboloide. O projeto estrutural de Cardozo reduziu o número de colu...Ler mais

A Catedral Metropolitana - Nossa Senhora Aparecida ou simplesmente Catedral de Brasília, é um templo católico brasileiro, na qual se encontra a cátedra da Arquidiocese de Brasília, localizada na capital federal, ao sul da S1, no Eixo Monumental, região da Esplanada dos Ministérios.

Sua arquitetura foi concebida por Oscar Niemeyer e é por vezes considerada sua obra-prima, tendo sido graças a ela que o arquiteto venceu o Prêmio Pritzker, considerado equivalente ao Nobel de sua profissão, em 1988.

Os colaboradores habituais do arquiteto também contribuíram para a obra. O complexo projeto estrutural foi feito pelo engenheiro Joaquim Cardozo, que também calculou outras obras desafiadoras da nova cidade, como o Palácio do Congresso Nacional. De uma área de setenta metros de diâmetro, se elevam dezesseis colunas de concreto com noventa toneladas cada (pilares de seção parabólica), num formato hiperboloide. O projeto estrutural de Cardozo reduziu o número de colunas e permitiu que as bases dos pilares ficassem delgadas, apenas tocando o chão, além de ter substituído o que seria uma cinta de concreto a unir as colunas no topo por uma laje posta um tanto mais abaixo do previsto. A parte estrutural ficou pronta em 1960, dois anos depois do lançamento da pedra fundamental, em 12 de setembro de 1958. Marianne Peretti, artista plástica que também participou de diversos projetos de Niemeyer, foi a responsável pelos vitrais atuais. A obra foi totalmente concluída e dedicada em 31 de maio de 1970.

   
Croqui de Oscar Niemeyer
Pormenor do projeto estrutural de Joaquim Cardozo
Local  As hipóteses de cálculo do engenheiro Joaquim Cardozo permitiram que as bases da catedral assim como dos principais palácios de Brasília apenas toquem o terreno, como agulhas.[1] Foto de Marcel Gautherot, c. 1960.

O local da Catedral foi previsto por Lúcio Costa em seu Projeto para o Plano Piloto. Segundo Lúcio, ela deveria ficar em uma praça autônoma por questões protocolares - simbolizando fisicamente a laicidade do estado e a separação entre governo e religião, por isso fora da Praça dos Três Poderes - e também por questão de escala, a fim de valorizar o monumento e ordem arquitetônica, manter limpa a perspectiva até o Marco Zero, no cruzamento dos eixos, por isso fora do canteiro central do Eixo Monumental.[2]

Projeto  A catedral em obras.

Uma vez definido o local, o arquiteto Oscar Niemeyer, segundo o próprio, se inspirou nos antigos mestres que construíram catedrais com cúpulas gigantes usando os recursos estruturais existentes na época. Tendo ele o concreto armado à disposição, idealizou uma obra em que a estrutura parece ascender aos céus, sendo formalmente simples, compacta e fazendo dos pilares estruturantes os protagonistas. Ele baseou o desenho da catedral numa estrutura hiperboloide.

Numa base circular que fica três metros abaixo do solo, subiriam vinte e uma colunas em forma de bumerangue e com uma cinta de concreto a uni-las quase no topo. Em cima dela, uma expressiva cruz metálica. Os fechamentos seriam feitos por vidros encurvados, complementando os espaços entre os pilares. Além desse volume principal, haveriam apenas alguns elementos enterrados – túnel de acesso, batistério e sacristia – e o campanário separado.[3]

O projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo reduziu o número de pilares para dezesseis, com bases delgadas e, na parte superior, uma laje posta um tanto mais abaixo do previsto. O engenheiro também calculou o efeito de cargas de vento sobre os vitrais e colunas, um cálculo avançado para a época.[4][5] Estruturalmente, a cinta de concreto armado no topo, com cerca de 6,8 metros de diâmetro, absorve os esforços de compressão e fica nos pilares, não sendo visível aos visitantes - a laje de cobertura não tem nenhuma função estrutural, servindo apenas de vedação. Uma segunda cinda de concreto fica no solo, com 60 metros de diâmetro. Esta cinta é visível no interior do prédio e serve para absorver os esforços de tração, servindo de tirante e garantindo que as fundações recebam apenas os esforços verticais vindos dos pilares.[6]

 Obras sendo finalizadas no fim dos anos 1960. Os vitrais coloridos e a pintura branca dos pilares só seriam feitos na reforma de 1987.As obras  A Catedral já concluída em maio de 1970.Primeira fase: a estrutura sobe

A pedra fundamental foi colocada em 12 de setembro de 1958, e o arquiteto responsável pela execução foi Carlos Magalhães. Para permitir a colocação dos pilares, a obra iniciou pela fundação, através dos tubulões a céu aberto, cada um com diâmetro de 70 cm e profundidade aproximada de 28 metros com as bases alargadas. Os 16 tubulões apoiavam 16 pilares, ligados através de uma cinta de concreto, a cinta inferior voltada a tração. Placas de neoprene separam a cinta dos pilares, sobre os quais sobem os pilares em forma de bumerangue.[6]

A concretagem das colunas foi outro desafio devido ao formato. As formas só puderam ser construídas após desenhar uma forma padrão no canteiro, com as dimensões reais, e depois disso montar vários cortes transversais. A concretagem foi feita por etapas, para garantir o mesmo volume concreto em cada parte das colunas, com o concreto sendo lançado através de guindastes. Até mesmo o escoramento foi desafiante, começando pelo fundo das colunas, depois a armação, os caixões perdidos e o complemento das armações.[6]

A estrutura dos pilares foi considerada terminada em 21 de abril de 1960, o dia da inauguração de Brasília, com apenas as colunas de concreto visíveis acima do solo. O escoramento das formas dos pilares de concreto foi feito no sistema caixão perdido.[6]

Uma vez terminado o mandato presidencial de Juscelino Kubitschek, o grande impulso para terminar muitas das estruturas de Brasília cessou. A obra parou no governo de Jânio Quadros, e havia a polêmica sobre o poder público pagar por uma obra religiosa.[7]

Segunda fase: a finalização

Nessa fase são feitos os fechamentos em vidro, é concluída a escavação da nave e é feito o paisagismo, como os espelhos d'água, feitos de concreto protendido.[6]

A catedral foi consagrada em 12 de outubro de 1968 (ainda sem teto) e foi oficialmente inaugurada pelo Cardeal D. Eugênio Sales em 31 de maio de 1970. O batistério oval foi dedicado em 5 de outubro de 1977 e a catedral foi declarada monumento nacional histórico e artístico em 15 de julho de 1990.[8][7]

Reformas posteriores  Os Evangelistas na época da conclusão da Catedral.

A primeira reforma feita na Catedral foi iniciada em 1987. Nesta intervenção, Marianne Peretti substitui os vidros incolores instalados em 1970 por seus vitrais pintados. Também é nessa reforma que os pilares são pintados de branco, deixando o prédio com a aparência atual, além da troca dos bancos, instalação de uma pia batismal no batistério e um controle eletrônico para o campanário.[5]

Em 2000 foi feita uma segunda reforma com os vitrais sendo restaurados com vidros especiais de Milão, que receberam uma película de climatização, evitando o aquecimento excessivo do interior, que também recebeu exaustores para melhorar a ventilação. Reparos na pintura e no mármore também foram feitos, além de melhorias nas instalações hidráulicas e elétricas.[5]

Coincidindo com o 50º aniversário de Brasília, grandes reformas foram iniciadas em 21 de abril de 2012 para atualizar e reparar o edifício e a infraestrutura, além de resolver questões com o telhado. A vitrificação exterior foi substituída e o vitral original, projetado por Marianne Peretti (que usou o vidro feito à mão e que, portanto, varia extensamente em espessura), foi substituído pelo vidro uniforme cortado e montado no Brasil de placas feitas na Alemanha. Além das reparações do telhado, todas as superfícies de mármore foram polidas, o concreto reparado e pintado, os anjos na nave foram limpos, remontados e os mecanismos do campanário foram substituídos. A Catedral ficou aberta ao público durante a renovação.[9]

Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome EBC Lúcio Costa, Relatório para o Plano Piloto, Doc Brazilia, 1 de setembro de 2020 Fracalossi, Igor (22 de Junho de 2013). «Clássicos da Arquitetura: Catedral de Brasília / Oscar Niemeyer». ArchDaily Brasil. Consultado em 2 de setembro de 2020  «Catedral de Brasília, 1958-70: redução e redenção». PUC Minas. p. 13. Consultado em 19 de julho de 2019  a b c Pessoa, Diogo Fagundes; Clímaco, João Carlos Teatini de S. «Catedral de Brasília: Histórico de Projeto/Execução e Análise da Estrutura» (PDF). Consultado em 2 de setembro de 2020  a b c d e «Uma análise estrutural da Catedral de Brasília de Oscar Niemeyer». Blog de Arquitetura. 18 de abril de 2017. Consultado em 2 de setembro de 2020  a b «Catedral de Brasília: A longa construção». brazilia.jor.br. Consultado em 28 de dezembro de 2012  «Linha do tempo». catedral.org.br. Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Consultado em 25 de dezembro de 2012  «A reforma». catedral.org.br. Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Consultado em 26 de dezembro de 2012 
Fotografias por:
Albery Santini Júnior - CC BY-SA 4.0
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