Wartburg

( Castelo de Wartburg )

O Wartburg é um castelo da Turíngia (Alemanha), situado numa colina sobre Eisenach, no extremo noroeste das florestas daquele estado alemão, onde se ergue a 411 metros acima do nível médio do mar. foi fundado por volta de 1067 por Ludwig der Springer e está classificado, desde 1999, como Património da Humanidade como um "Monumento Excecional do Período Feudal na Europa Central", estando ainda ligado a "Valores Culturais de Importância Universal".

Um mito humorístico atribui a o seu nome a um episódio ligado ao seu criador. Quando este viu pela primeira vez a montanha onde se ergue o castelo ter-se-á encantado pelo lugar e gritado: "Wart’, Berg – du sollst mir eine Burg tragen!" - "Espera montanha - tu deverás tornar-te num castelo para mim!". O significado real do nome deriva da palavra "Wach" (guarda, vigia) - "Wächterburg" - que significa Castelo de Vigia.

Atualmente Wartburg conserva em grande medida o aspeto adquirido no século XIX, incl...Ler mais

O Wartburg é um castelo da Turíngia (Alemanha), situado numa colina sobre Eisenach, no extremo noroeste das florestas daquele estado alemão, onde se ergue a 411 metros acima do nível médio do mar. foi fundado por volta de 1067 por Ludwig der Springer e está classificado, desde 1999, como Património da Humanidade como um "Monumento Excecional do Período Feudal na Europa Central", estando ainda ligado a "Valores Culturais de Importância Universal".

Um mito humorístico atribui a o seu nome a um episódio ligado ao seu criador. Quando este viu pela primeira vez a montanha onde se ergue o castelo ter-se-á encantado pelo lugar e gritado: "Wart’, Berg – du sollst mir eine Burg tragen!" - "Espera montanha - tu deverás tornar-te num castelo para mim!". O significado real do nome deriva da palavra "Wach" (guarda, vigia) - "Wächterburg" - que significa Castelo de Vigia.

Atualmente Wartburg conserva em grande medida o aspeto adquirido no século XIX, incluindo as partes reconstruídas menos preservadas. A aparência do castelo e do seu parque paisagístico regressou à época de Carl Alexander, Grão-duque de Sachsen-Weimar-Eisenach (1818-1901).

Os Ludowinger  Vista geral do Castelo de Wartburg.

O Wartburg é o mais famoso castelo da nobre estirpe dos Ludowinger. O seu antepassado Ludwig der Bärtige (falecido em 1056), pai de Ludwig der Springer (1042-1123), provinha da família dos Condes de Rieneck, na Baixa Francónia, burgraves investidos pelos arcebispos de Mogúncia. Com o apoio destes, fundou um domínio numa pequena área de Eisenach e construíu um castelo em Friedrichroda (hoje desaparecido).

 O Castelo de Wartburg visto de baixo.

Ludwig der Springer mudou a sede da sua Casa para Wartburg. A posição dominante da colina do castelo, assim como o nome, sugere que antes mesmo da fundação do castelo feudal já existia na montanha uma fortaleza ou um ponto de observação. No entanto, dessa fortificação mais antiga ainda não foram encontrados vestígios. O primeiro ato relatado no castelo data de 1080, quando a guarnição do castelo sofreu um assalto por parte duma divisão do exército real de Henrique IV. Mais tarde, Ludwig der Springer envolveu-se numa rebelião contra Henrique V, a fim de recuperar a sua liberdade e obter a devolução de Wartburg por parte do imperador. A importância do castelo nestes primeiros tempos documentados deve-se à atitude beligerante dos Ludowinger, à excelência da sua política e à existência de outros factos, o que levou Wolfgang Hartmann a defender na sua recente tese que entre os célebres beneméritos da Catedral de Naumburger se encontram as estátuas de Ludwig, o construtor de Wartburg, e da sua esposa, Adelheid.

 Torre de menagem do Castelo de Wartburg.

Como partidários do Arcebispo de Mogúncia, os Ludowinger ganharam rapidamente poder e importância. Em 1131, o filho de Ludwig des Springers, Ludwig I, foi elevado à categoria de landgrave, pelo Imperador Lotário III, ficando assim com um estatuto equivalente ao dos duques. A aproximação à Casa Real alemã dos Hohenstaufen conduziu à ruptura com o Arcebispo de Mogúncia; como consequência, o condado foi expandido na Turíngia às custas dos arcebispos. Restam apenas estruturas mínimas do antigo castelo. Provavelmente, uma parte substancial das construções era feita em madeira.

Todas as informações mencionadas anteriormente são baseadas, em última análise, na credibilidade da Reinhardsbrunner Chronik (Crónica de Reinhardsbrunn) e em conjeturas. Na verdade, os Ludowinger aparecem como donos de Wartburg apenas a partir da década de 1150. Antes disso o castelo estaria, aparentemente, na posse (como alódio ou como feudo) duma grande família nobre com estreita ligação ao Imperador Conrado III, da qual era originário, inclusive, Heinrich, Arcebispo de Mogúncia, mas sendo tomado por Frederico I.

 O palácio visto do pátio.

O landgrave Ludwig II (1140–1172) foi o principal construtor da família Ludowing. A sua influência na arquitetura do castelo daquela época foi muito importante. Sob a sua liderança foi erguida, entre 1156 e 1162, uma casa senhorial culturalmente muito valiosa, a qual consistia num edifício de representação com funções habitacionais separadas. Além do palácio foram erguidas, ainda no século XII, as muralhas externas e parte das casas da portaria. Uma torre de menagem, no local onde se ergue a atual torre, mas de muito maiores dimensões, sobreviveu durante séculos.

Sob Hermann I (1190–1216) Wartburg foi um dos principais lugares da poesia alemã e serviu de cenário aos lendários Sängerkrieges (Cantos de Guerra).

O último Ludowinger, Heinrich Raspe IV (1204-1247), foi landegrave no período compreendido entre 1241 e 1247. Heinrich usou Wartburg como sua única residência, tendo esta sofrido, de forma inquestionável, um desenvolvimento quase histórico. Até então, eram habituais os reinados itinerantes, ou seja, a corte viajava de castelo em castelo à medida que os recursos agrícolas iam sendo esgotados.

Os Wettin  Pátio do Castelo de Wartburg.

Após a morte de Heinrich Raspe, em 1247, e da subsequente guerra de sucessão Turíngia, o castelo ficou nas mãos dos Wettin. Depois do marquês de Meissen, Alberto II de Meissen, assumir o controle da Turíngia, instalou a sua sede em Wartburg, recém-adquirido pelo seu pai, Heinrich dem Erlauchten.

Em 1318 o castelo foi bastante danificado por um incêndio causado por relâmpagos. No ano seguinte, o marquês Frederico de Freidige procedeu a obras de reparação no palácio e na torre de menagem, além de construir um grande edifício aquecido no coração do castelo. Entre outras coisas, também a torre sul é originária desta época.

 Imagem da torre sul do Castelo de Wartburg.

Após a morte de Balthasar von Thüringen, em 1406, o Castelo de Wartburg serviu apenas como residência secundária. Isso exprime-se também nas modestas construções desse período. Em vez dos cubos de pedra natural foi usado o, mais barato, enxaimel. Esta técnica de construção ainda pode ser encontrada na portaria (do final do século XV com recurso a peças mais antigas), na casa dos cavaleiros, na casa da gestão comunitária (vogtei - começada em 1480) e nas duas enfiadas próximas da entrada do castelo.

 Isabel da Turíngia.Significado para a história alemã  Estudantes marchando para o Castelo de Wartburg em 1817.

O Castelo de Wartburg está ligado à História da Alemanha e ao desenvolvimento do Cristianismo como nenhum outro castelo do país. Entre 1211 e 1227 viveu no castelo Isabel da Turíngia, mais tarde conhecida como Santa Isabel da Hungria.

Entre 1521 e 1522 foi a vez do reformador Martinho Lutero,disfarçado de cavaleiro "Junker Jörg", se esconder aqui por dez meses. Durante esse período, traduziu o Novo Testamento para alemão em apenas 11 semanas, tornando-o acessível às pessoas. Essa tradução, embora intensamente académica, foi revolucionária por estímular a educação Universal: todos precisavam ser alfabetizados a fim de ler a palavra de Deus, privando a elite da classe clerical de seu controle exclusivo da teologia.

Johann Wolfgang von Goethe esteve no castelo várias vezes, a primeira das quais em 1777.

No dia 18 de Outubro de 1817, realizou-se no castelo a primeira Festa de Wartburg, com uma reunião Burschenschaft de estudantes alemães. O segundo festival foi organizado no mesmo ano da Revolução de 1848.

Vários lugares e uma marca local de automóveis receberam o seu nome a partir de Wartburg.

Deste modo, não é surpreendente que o castelo já seja considerado monumento nacional desde o século XIX.

Reconstrução a partir do século XIX

Após uma ampla discussão, teve lugar a partir de 1853 a reconstrução do castelo em estilo histórico. Foram construídos novos edifícios que, atualmente, marcam muito a imagem do castelo. Por exemplo, em 1867 foi concluída a sala aquecida (Dirnitz) no edifício da portaria, entre várias outras obras em curso. No seu lugar estava o abandonado salão da corte, de 1778.

A nova torre de menagem foi erguida entre 1853 e 1859. Aquando da criação das fundações, descobriram-se os vestígios da torre medieval, embora situados um pouco a norte. A velha torre já em 1568 tinha sido identificada como degradada. Em 1679 tinha sido considerada a colocação duma nova cobertura. Em 1774 falava-se da "torre do castelo recebida" (eingegangenen Schlossturm).

A partir da década de 1950 procederam-se a amplas obras de restauro. O estilo apresentado nessa época correspondia, em muitas instalações, ao do século XIX. Só nos últimos anos é que as construções receberam o seu próprio estilo histórico. Neste sentido, tem-se procedido até aos nossos dias a um processo contínuo de restauro. Em 1990 a investigação sobre o castelo avançou de forma decisiva, nomeadamente através do recurso à dendrologia para assegurar a datação das construções.

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