O Castelo de Eltz (em alemão: Burg Eltz), situado por trás de Wierschem e nas proximidades da cidade de Münstermaifeld, no Estado da Renânia-Palatinado, é um dos mais belos castelos da Alemanha. Está situado no vale do Elz, na separação de Maifeld com a frente do Eifel. Juntamente com o Castelo de Bürresheim, o Castelo de Eltz é a única construção na região Maifeld-Eifel que nunca foi capturada ou destruída, tendo sobrevivido intacto às guerras dos séculos XVII e XVIII, assim como às convulsões sociais causadas pela Revolução Francesa.

Importância estratégica  Mapa da região com a localização do Castelo de Eltz

Parece que o interesse estratégico deste local no curso inferior do Elz (ou Eltz), afluente do Mosela, terá sido um fator determinante para a construção desse primeiro castelo-forte, provavelmente no início do século XII. Foi, assim, elevado junto do referido rio — desde sempre uma das vias comerciais mais importantes — e num lugar onde o acesso ao fértil Maifeld era dos mais fáceis. A localização permitia vigiar de dois lados o acesso ao vale do Eltz, assim como a via que ligava o Maifeld ao Mosela.

O nome Eltz aparece pela primeira vez referido numa carta de doação de Frederico Barbarossa, na qual "Rudolphus de Elze" aparece como testemunha. A tardo-românica torre de menagem Platt-Eltz e vestígios das casas residenciais românicas estão preservadas até hoje.

O pico rochoso de forma elíptica, com 70 metros no seu ponto mais elevado, banhado em três lados pelas águas do Eltz, forma as fundações do conjunto do palácio fortificado que — obedecendo às contingências naturais — está construído numa planta oval. Isto causou, em parte, o esquema invulgar dos espaços individuais.

Idade Média  Vista exterior do Castelo de Eltz

Antes de 1268, os irmãos Elias, Wilhelm e Theoderich procederam à primeira divisão do património, ou seja, à divisão do castelo e dos domínios que dele dependiam. Foi então que apareceram três linhagens principais da Casa de Eltz, as quais tomaram os nomes dos seus brasões — Eltz do Leão de Ouro (Eltz vom goldenen Löwen — Kempenich), Eltz do Leão de Prata (Eltz vom silbernen Löwen — Rübenach) e Eltz dos Chifres de Búfalo (Eltz von den Büffelhörnern — Rodendorf) — que ainda hoje se refletem nos nomes das diferentes partes do castelo. Desde então, o Castelo de Eltz foi, tipologicamente, um castelo detido pelos co-herdeiros, onde viviam juntas várias linhagens da Casa de Eltz numa comunidade de herança e de habitação. "Cartas de paz do castelo" asseguram uma coabitação pacífica entre os co-herdeiros, fixando os seus direitos e deveres, assim como as modalidades de administração e manutenção do castelo. A mais antigas dessas cartas, que foi conservada, data do ano de 1323. Os co-herdeiros ("Ganerben", em alemão antigo "ganarpeo") são membros duma comunidade de herdeiros que co-habitam num bem herdado dividido. A comunidade "de pote e de arroto" não era a regra. Os co-herdeiros viviam separadamente com base na divisão do usufruto.

 Vista exterior do Castelo de Eltz

No século XIV, o Príncipe-eleitor de Tréveris, Balduíno de Luxemburgo, tio de Carlos IV, tratou de consolidar a unidade territorial do Eleitorado de Tréveris em torno das cidades de Tréveris, Coblença e Boppard. A nobreza imediata livre opôs-se à política territorial do príncipe eleitor. Foi então que, no dia 15 de Junho de 1331, as comunidades de co-herdeiros dos Burg Waldeck, Burg Schönecken, Ehrenburg (os três situados no Hunsrück) e Castelo de Eltz concluíram uma aliança defensiva e ofensiva. Além das guarnições dos seus castelos, concordaram em levantar contra o príncipe eleitor um total de 50 cavaleiros fortemente armados.

No mesmo ano, Balduíno tratou de esmagar esta liga de cavaleiros e mandou edificar num pico rochoso, frente ao Castelo de Eltz, um castelo de cerco, o Burg Trutzeltz (também chamado de Balduineltz, Baldeneltz ou Neueltz): uma torre de menagem de planta quadrada com dois andares, acolhendo apartamentos e — elementos característicos das pequenas fortalezas de Balduíno — com caminho de ronda, entrada em ogiva com duplo portal e liças em três dos lados. De lá, mandou bombardear o Castelo de Eltz com recurso a catapultas que lançavam bolas do género daquelas que se encontram ainda hoje no pátio interior do castelo. Com o corte das vias de acesso que permitiam o aprovisionamento do castelo, os cercados de Eltz foram obrigados a render-se após um cerco de dois anos. A capitulação dos três castelos do Hunsrück foi obtida por meios semelhantes. Em 1333, os senhores de Eltz pediram a paz. No dia 9 de Janeiro de 1336, a "Paz de Eltz" foi concluída e a "guerra de Eltz" teve fim. A aliança defensiva e ofensiva foi dissolvida e o Burg Trutzeltz permaneceu nas mãos do príncipe eleitor Balduínio que, em 1337, fez de Johann von Eltz o seu burgrave hereditário. Em 1354, o próprio Imperador Carlos IV deu o castelo em feudo ao príncipe eleitor Balduíno e confirmou a doação a Boemundo, seu sucessor. Assim, os senhores de Eltz (cavaleiros livres de nobreza imediata de origem dinástica) tornaram-se vassalos dependentes do Eleitorado de Tréveris e ficaram reduzidos a receber em feudo o Castelo de Eltz, assim como o Burg Trutzeltz, das mãos do príncipe eleitor.

 Vista do Castelo de Eltz, com as ruínas do Castelo de Trutzeltz à direita

Em toda a história do Castelo de Eltz, esta guerra permanece como o único caso militar importante.

No {séc|XV}}, seguiu-se um período de intensa atividade arquitetónica que conduziu, em 1472, sob Lancelot e Wilhelm do Leão de Prata, ao acabamento da casa Rübenach, no lado oeste (o nome Eltz-Rübenach vem do bailio de Rübenach, perto de Coblença, do qual Richard do Leão de Prata tinha feito a aquisição em 1277).

Na diversidade arquitetónica que atinge o visitante desde a sua entrada no pátio interior, destaca-se particularmente a fachada da casa Rübenach virada para este pátio: As torretas em secções de madeira e de planta poligonal, o corpo-avançado em enxaimel, restaurado, de linha despida e severa, repousando sobre duas colunas de basalto e encimando a porta de entrada da casa e, sobretudo, o encanto do estilo final do gótico do enxaimel abrigando uma capela.

Renascimento  Pátio interior do Castelo de Eltz

No {séc|XVI}}, foram acrescentadas as casas Grossrodendorf e Kleinrodendorf, cuja fachada virada para o pátio é ornada por um pórtico abobadado assente sobre três pilares. O mosaico com a Nossa Senhora mesmo ao lado, inserido na parede exterior, data do último século (o nome Eltz-Rodendorf remonta ao casamento de Hans Adolf, em 1563, com Catarina von Brandscheid zu Rodendorf, casamento que lhe trouxe o Senhorio de Rodendorf, no bailio de Bouzonville, na Lorena, e do qual toma o nome).

 Vista exterior do Castelo de Eltz

Após a conclusão das casas Rodendorf começa a construção das casas Kempenich, que se prolongaria entre 1604 e 1661. As suas fachadas para o pátio interior contribuem para o encanto e o pitoresco do seu aspeto de conjunto devido à sua composição arquitetónica e à sua construção em secções de madeira harmoniosamente articuladas. A base da poderosa torre-escadaria de planta octogonal dá acesso a uma cisterna outrora acessível pelo pátio e assegurando uma parte importante do aprovisionamento de água. A entrada principal das casas Kempenich é abrigada por um pórtico contendo, no andar superior, uma sala em enxaimel apoiada por dois pilares octogonais em basalto. Nos arcos de pleno cimbre, ligando os pilares, encontram-se as inscrições BORGTORN ELTZ 1604 e ELTZ-MERCY, que nos informam da construção e dos iniciadores da edificação destas casas. No entanto, os trabalhos só tomaram a sua amplitude e foram acabados sob Hans Jacob von Eltz e a sua esposa, Anna Elisabeth von Metzenhausen, facto comemorado pelas chaves da abóbada em aresta encimando o pórtico (1651), As chaves de abóbada que ali se encontram, carregando as armas dos Eltz e dos Metzenhausen, sob a forma de esplêndidas armas de aliança barrocas esculpidas no arenito, abaixo da janela central do enxaimel, datam de 1661. Essas mesmas armas ornam igualmente o enxaimel das janelas em ferro forjado na sala do rés-do-chão da casa Kempenich, assim como um brasão no gradeamento do pátio.

Período da Guerra da Sucessão do Palatinado até ao domínio francês

Entre 1688 e 1689, no decorrer da Guerra de Sucessão do Palatinado, uma grande parte dos castelos do Reno foi destruída. No entanto, Hans Anton zu Eltz-Üttingen, oficial superior do exército francês, conseguiu evitar a destruição do Burg Altz.

O Conde Hugo Philipp zu Eltz foi tratado como emigrante durante o domínio francês sobre o Reno, entre 1794 e 1815. Os seus domínios na região e nas proximidades de Tréveris foram confiscados. O Castelo de Eltz e os bens com ele relacionados foram colocados sob o comando de Coblença.

Mais tarde, quando se descobriu que o Conde Hugo Philipp não tinha emigrado, mas tinha estado detido em Mogúncia, o usufruto das suas propriedades e rendas voltou para as suas mãos em 1797. Em 1815, através da compra das casas Rübenacher e dos bens dos barões de Eltz-Rübenach, passou a ser o único proprietário do Castelo de Eltz.

Restauro no século XIX  Aspeto do Castelo de Eltz em 1900

No século XIX, o Conde Karl zu Eltz empreendeu um profundo restauro do seu castelo. Entre 1845 e 1888 investiu a soma considerável de 184.000 marcos, tendo muito cuidado na execução das obras e levando em linha conta a arquitetura existente. Essa quantia corresponderá, atualmente, a cerca de oito milhões de euros.

Incêndio no século XX

Um incêndio, ocorrido no dia 20 de setembro de 1920 na parte sul das casas Kempenich e que invadiu outras partes do edifício, ocasionou renovações e restauros. Ficaram particularmente destruídos a capela e o arquivo situado por cima, o equipamento das casas Kempenich e as dez divisões superiores das casas Rodendorfer. Em 1930 concluíram-se as primeiras recuperações, na Casa Kempenich, e os primeiros restauros, na capela e na Casa Rodendorf.

Atualidade

Nos últimos 800 anos o Castelo de Eltz permaneceu na posse da família com o mesmo nome. O atual proprietário do castelo, o Dr. Karl, Conde e Edler Herr von und zu Eltz-Kempenich chamado Faust von Stromberg, vive em Frankfurt am Main e no Eltzer Hof, em Eltville am Rhein. Este assumiu a tarefa de manter o edifício aberto ao público, de garantir a sua riqueza e de passar o castelo à 34ª geração.

O Castelo de Eltz visto de norte 
O Castelo de Eltz visto de norte
Visto de noroeste, com a entrada em primeiro plano 
Visto de noroeste, com a entrada em primeiro plano
O Castelo de Eltz visto de oeste 
O Castelo de Eltz visto de oeste
Gárgula 
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Gárgula no pátio interior 
Gárgula no pátio interior
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Genadij Etus - CC BY-SA 4.0
Mr. Bob Dalton - CC BY-SA 4.0
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