ประเทศไทย

Tailândia
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Contexto de Tailândia

Tailândia, oficialmente Reino da Tailândia (em tailandês: ราชอาณาจักรไทย; romaniz.: Ratcha Anachak Thai, pronunciado: [râːtɕʰa-ʔaːnaːtɕɑ̀k-tʰɑj]), anteriormente conhecida como Sião (em tailandês: สยาม) é um estado soberano no centro da península da Indochina, no Sudeste asiático. É limitado a norte por Mianmar e Laos, a leste por Laos e Camboja, a sul pelo Golfo da Tailândia e pela Malásia, e a oeste pelo Mar de Andamão e pela extremidade sul de Mianmar. Suas fronteiras marítimas incluem o Vietnã, no Golfo da Tailândia, para o sudeste; e a Indonésia e a Índia no mar de Andamão, a sudoeste.

Os historiadores muitas vezes consideram o Reino de Sucotai como o início da história tailandesa, que se insere na influência do Reino de Aiutaia, o primeiro a ter contato com o Ocidente,...Ler mais

Tailândia, oficialmente Reino da Tailândia (em tailandês: ราชอาณาจักรไทย; romaniz.: Ratcha Anachak Thai, pronunciado: [râːtɕʰa-ʔaːnaːtɕɑ̀k-tʰɑj]), anteriormente conhecida como Sião (em tailandês: สยาม) é um estado soberano no centro da península da Indochina, no Sudeste asiático. É limitado a norte por Mianmar e Laos, a leste por Laos e Camboja, a sul pelo Golfo da Tailândia e pela Malásia, e a oeste pelo Mar de Andamão e pela extremidade sul de Mianmar. Suas fronteiras marítimas incluem o Vietnã, no Golfo da Tailândia, para o sudeste; e a Indonésia e a Índia no mar de Andamão, a sudoeste.

Os historiadores muitas vezes consideram o Reino de Sucotai como o início da história tailandesa, que se insere na influência do Reino de Aiutaia, o primeiro a ter contato com o Ocidente, através de uma missão diplomática portuguesa. Aiutaia teve uma longevidade de 417 anos, chegando ao fim com a guerra birmano-siamesa em 1767. Taksin libertou o país, estabelecendo a cidade de Thonburi como capital e adotando uma política de enfrentamento à ameaça de outras nações, o que fez do reino o único no Sudeste asiático a nunca ter sofrido colonização europeia. A dinastia Chacri foi fundada por Rama I, o Grande e Banguecoque foi elevada à capital em 1782. Em meio à revolução, em 1932 o país passou de monarquia absoluta a monarquia constitucional e, em 23 de junho de 1939, deixou de chamar-se Sião e adotou seu nome atual, Tailândia. Atualmente, o país é regido por uma junta militar, que tomou o poder em maio de 2014, através de um golpe de Estado. É liderada pelo rei Maha Vajiralongkorn, que ascendeu ao trono em 2016.

Com uma área de 513 120 km², é o 50.º maior país do mundo em área territorial, sendo ainda o 20.º mais populoso do planeta, com população de 67,7 milhões de habitantes. A capital e maior cidade do país é Banguecoque (Banguecoque, em português europeu), que é o centro político, comercial, industrial e cultural da Tailândia. Entre 75% e 95% da população é etnicamente tailandesa, que inclui quatro grandes grupos regionais: Central, Isan (também chamados Khon ou Lao), tailandeses do norte e o sul. Os sino-tailandeses e aqueles com ascendência chinesa significativa são 14% da população, enquanto Tais com ancestralidade chinesa parcial compreendem até 40% da população. Tais-malaios representam 3% da população, com o restante consistindo em minorias étnicas como o Mons, os quemeres e várias tribos. O idioma oficial do país é o tailandês e a religião principal é o budismo, considerada a oficial do país pela constituição e praticada por cerca de 95% da população.

A Tailândia sofreu um rápido crescimento econômico entre meados da década de 1980 e fim da década de 1990, tornando-se um país recentemente industrializado e um grande exportador. A indústria, agricultura e o turismo são os setores que mais contribuem para a economia. Entre os dez países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), a Tailândia ocupa o segundo lugar em qualidade de vida e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país é classificado como elevado. Sua grande população e crescente influência econômica fizeram-lhe um poder médio na região e ao redor do mundo. A Tailândia foi classificada em 2020 como "parcialmente livre" pela Freedom House. A Human Rights Watch, e a Amnistia Internacional, em 2019, enumeram diversos atropelos dos direitos humanos.

Mais sobre Tailândia

Informação básica
  • Nome nativo ประเทศไทย
  • Código de chamada +66
  • Domínio da Internet .th
  • Mains voltage 220V/50Hz
  • Democracy index 6.04
Population, Area & Driving side
  • População 66188503
  • Área 513119
  • Lado de condução left
Histórico
  •  Ver artigo principal: História da Tailândia
    Pré-história
     
    Mapa mostrando a distribuição geográfica da família linguística kradai
     Ver artigo principal: História da Tailândia
    Pré-história
     
    Mapa mostrando a distribuição geográfica da família linguística kradai
     
    Escavações em Ban Chiang

    A região da atual Tailândia possui evidências de habitação humana datadas em cerca de 40 000 anos atrás, com artefatos de pedra que, estima-se, pertencem ao mesmo período da ocupação de Tham Lod rockshelter, em Mae Hong Son.[1] O arroz já era cultivado em Ban Chiang e Ban Prasat, no nordeste do território, há cerca de 4 000 a.C., sendo que em Ban Chiang a cultura da metalurgia e do bronze se iniciou por volta de 3 000 a.C., muito antes do Oriente Médio, onde tal acontecimento ocorreu por volta de 2 800 a.C. Há evidências e discussões que sugerem que as obras de bronze fabricadas em Ban Chiang eram mais fortes do que os fabricados na Mesopotâmia ou na China, uma vez que Ban Chiang tinha acesso aos abundantes recursos de estanho da Península Tai-Malaia.[2] Os primeiros habitantes do atual território da Tailândia ocupavam, preferencialmente, os vales de rios, especialmente as margens do Chao Phraya, conforme pode ser visto num mapa linguístico do sul da China, região nordeste da Índia e do sudeste da Ásia.[2]

    O rio Mecom contribuiu bastante no processo de povoação da região. O vale do rio funcionava como uma zona intermediária, com um número significativo de povos austronésios vivendo na localidade, além de outros povos oriundos do que hoje é a China e o norte do Vietnã. Esses povos passaram a migrar para o sul e o oeste, em pequenos grupos e em períodos diferentes, com essa migração se intensificando entre os séculos VIII e XX. Os rios Nan, Wang, Ping, Yom e Kok, afluentes do Mecom, também receberam notável povoação às suas margens.[2] Essas populações certamente estabeleceram políticas sociais tradicionais, organizando-se em cidades-estados, identificadas mais tarde como mueangs, sob a liderança de chefes e soberanos. É possível que alguns destes mueangs tenham estabelecido alianças com outros grupos vizinhos.[2]

    Durante o processo de deslocamento das populações que viriam habitar a região da Tailândia, muitos encontraram povos como os Tibeto-Birmaneses e os Mon-quemeres, especialmente na área do atual Mianmar e Laos. De alguma forma, eles foram capazes de manter o deslocamento ou cooptá-los sem o uso da força. Não existe um consenso sobre a forma como isso ocorreu, sendo que a explicação mais provável é de que já havia outros povos Tais na área.[2]

    Primeiros reinos
     Ver artigos principais: Reino de Aiutaia e Reino de Sucotai
     
    Enviados siameses apresentam carta ao Papa Inocêncio XI, 1688
     
    Ruínas de Wat Chaiwatthanaram, na cidade de Aiutaia, destruída durante a Guerra birmano-siamesa (1765–1767)

    Por volta do século VI, algumas comunidades agrícolas que mantinham alianças entre si prosperaram até a área onde hoje estão as províncias de Pattani e Yala, estendendo-se também para o norte e o nordeste, em áreas como Lamphun e Muang Fa Daet, nos limites de Khon Kaen.[2] Assim como outras regiões do Sudeste Asiático, a Tailândia foi fortemente influenciada pela cultura e religiões da Índia, iniciando com o Reino de Funan, em torno do século I, até o surgimento do Império Quemer, por volta do ano 802.[1]

    A influência indiana na cultura siamesa foi, em parte, o resultado do contato direto com os indianos, provocado indiretamente pelo reino indianizado de Dvaravati, que se estendeu até o Camboja, além do Serivijaia, que dominava grande parte do Arquipélago Malaio.[3][4] O historiador E.A Voretzsch acredita que o budismo começou a adentrar em Sião no tempo do imperador indiano Asoca, do Império Máuria, no primeiro milênio[4] Missionários indianos foram enviados para uma terra chamada Suvannabhumi, provavelmente uma área extremamente fértil, que se estende do sul de Mianmar, toda região central da Tailândia e chega ao leste do Camboja.[2] Assim, a Tailândia passou a sofrer influência do sul da Índia, que vivia sob o Império Palava, e também do norte indiano, sob o domínio do Império Gupta.[4]

    Pouco antes do Império Quemer (ou ainda durante o império)[5] vários Estados prosperaram na região, como os reinos Tai, Mom, Quemer e Malaio.[6] A existência destes reinos é comprovada através dos inúmeros sítios arqueológicos e artefatos que estão espalhados por toda a paisagem do antigo Sião. Antes do século XII, porém, o primeiro Estado tailandês ou siamês é tradicionalmente considerado como sendo o reino budista de Sucotai, fundado em 1238.[7]

    Após o declínio e queda do Império Quemer, entre os séculos XIII e XV, os reinos budistas de Sucotai, Lanna e Lan Xang (atual Laos) estavam em ascensão. No entanto, um século depois, o poder de Sucotai foi ofuscado pelo novo reino de Aiutaia, estabelecido em meados do século XIV, na área inferior do rio Chao Phraya, chamado de Menam à época.[2]

    A expansão de Aiutaia, centrada ao longo do rio Menã, dava-se cada vez mais ao leste e sul, enquanto no vale do norte do Reino Lanna, outras pequenas cidades-estados governavam a área. Em 1431, os quemeres abandonaram Angkor depois que as forças de Aiutaia invadiram a cidade.[8] O reino manteve uma tradição de comércio com os Estados vizinhos, principalmente com a China, à Índia, Pérsia e reinos árabes. Aiutaia tornou-se um dos centros comerciais mais desenvolvidos da Ásia. O contato e o comércio europeu começaram no início do século XVI, com o enviado do português Afonso de Albuquerque em 1511, Portugal tornou-se um aliado e cedeu alguns soldados ao rei Rama Thibodi II . Pelo o apoio dos portugueses, o rei ofereceu terras para colonos e comerciantes. Os portugueses foram seguidos , mais tarde, pelos franceses, holandeses e ingleses.[9]

    Em meados do século XVII, Aiutaia e o reino independente de Lanna passaram a ser controlados pela Birmânia. Os siameses recuperaram o domínio do reino por completo nos anos seguintes. No entanto, em 1765, os birmaneses fizeram nova tentativa de invadir Aiutaia, e dois anos depois, em 1767, o reino caiu e foi derrotado pela Birmânia. Os invasores destruíram boa parte do que era sagrado para os siameses, principalmente templos, manuscritos e esculturas religiosas. Mas os birmaneses não conseguiram sustentar o domínio sob o território, o que possibilitou que Taksin, o Grande, restabelecesse a ordem no reino e transferisse a capital siamesa para Thonburi, em 1769. Taksin passou a governar Sião de forma rígida, e os ministros que não aprovavam seus feitos eram depostos ou executados.[2][10]

    Fundação da dinastia Chacri
     
    Concessões territoriais siamesas ao Reino Unido e França por ano
     Ver artigo principal: Dinastia Chacri

    Taksin é assassinado em 1782. Rama I, O Grande, um dos principais generais de Taksin, foi coroado rei no mesmo ano, com o nome de Phra Yot Fa, iniciando assim a dinastia Chacri, que governa o país até os dias atuais. Seu primeiro feito foi transferir novamente a capital do Reino de Sião, de Thonburi para Banguecoque, que estava estabelecida do outro lado do rio Chao Phraya, à frente de Thonburi.[11]

    A transferência e instalação de Banguecoque como nova capital deu-se ainda em 1782, ano em que Rama I, o Grande chegou ao poder.[11] À época, cerca de um quarto a um terço da população de algumas áreas de Sião e da Birmânia viviam em sistema de escravidão.[12][13]

    O Sião tem tradição imemorial de comércio com os países e culturas vizinhas do oceano Índico e do mar da China Meridional. O comércio e a influência europeus chegaram à região da atual Tailândia no século XVI, com os Portugueses. Apesar da pressão europeia, a Tailândia é o único país do sudeste asiático que nunca foi colonizado por europeus. As duas principais razões para tal são o facto de a Tailândia ter tido uma longa sucessão de governadores bastante hábeis durante o século XIX e estes terem sabido explorar as rivalidades e tensões entre França e o Reino Unido.[12]

    Como resultado, o país manteve-se como estado-tampão entre as partes do sudeste asiático colonizadas pelas duas potências.[12] Apesar disto, a influência ocidental levou a muitas mudanças e grandes concessões durante o século XIX, mais notavelmente na grande perda territorial a leste da região do Mecão para os franceses, e na absorção gradual pelos ingleses de Shan (Thai Yai, atual Myanmar) e pela Malásia peninsular.[12]

    Revolução Siamesa, Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria
     Ver artigos principais: História da Tailândia (1932-1973), Revolução Siamesa de 1932 e Tailândia na Segunda Guerra Mundial

    O calendário oficial na Tailândia é baseado na versão ocidental da Era Budista, que está 543 anos à frente do calendário gregoriano ocidental.[14][15] Por exemplo, o ano 2023 é o ano 2566 na Tailândia.[16]

     
    Phraya Manopakorn Nititada dirigindo-se à multidão no Salão do Trono Ananda Samakhom após a Revolução Siamesa de 1932

    Em 1932, uma revolução pacífica resultou em uma nova monarquia constitucional.[17] Durante a Segunda Guerra Mundial, a Tailândia aliou-se ao Japão, mantendo-se, ainda, em posição paradoxal de resistência antijaponesa, no movimento conhecido como Seri Thai. Após a guerra, a Tailândia emergiu como aliado dos Estados Unidos. Como as demais nações em desenvolvimento no período da Guerra Fria, a Tailândia passou por décadas de transgressão política caracterizadas por golpes de estado e regimes militares seguidos, progredindo, ao final, rumo a uma estabilidade democrática na década de 1980.

    Durante a Segunda Guerra Mundial, a Tailândia adotou inicialmente uma posição de neutralidade, até que o Império do Japão exigiu o direito de mover tropas em todo o país até a fronteira com a Malásia. O Japão invadiu a Tailândia em 8 de dezembro de 1941, em coordenação com os ataques em toda a Ásia, e contactou o Exército tailandês seis a oito horas antes de Plaek Pibulsonggram ordenar um armistício. Pouco tempo depois, foi concedida ao Japão a livre passagem pelo território do reino e, em 21 de dezembro de 1941, a Tailândia e o Japão assinaram uma aliança militar com um protocolo secreto, no qual Tóquio concordava em ajudar a Tailândia a recuperar territórios perdidos para os britânicos e franceses.[18] Posteriormente, os tailandeses declararam guerra aos Estados Unidos e ao Reino Unido, em 25 de janeiro de 1942, e comprometeram-se em apoiar o Japão em sua guerra contra os Aliados, ao mesmo tempo em que mantinha um movimento de resistência antijaponesa ativo, conhecido como Seri Thai. Cerca de 200 000 trabalhadores asiáticos (principalmente romusha) e 60 000 prisioneiros de guerra trabalharam na Estrada de Ferro Thai-Burma.[18] Entretanto, após a guerra, a Tailândia emergiu como um aliado forte dos Estados Unidos na região, apoiando-o em diversos momentos da Guerra Fria.[19][20]

    Em 1972, centenas de camponeses, talvez mais de 3 000, suspeitos de apoiar a rebelião comunista, foram massacrados pelas forças armadas na província de Phattalung, no sul da Tailândia. Até então, os suspeitos comunistas detidos pelo exército eram geralmente fuzilados e os seus corpos deixados para trás. Desta vez, o método do "barril vermelho" foi introduzido para eliminar qualquer prova possível. Os suspeitos foram espancados até à semiconsciência, antes de serem atirados para barris contendo gasolina e queimados vivos.[21]

    Em 1973, manifestações lideradas principalmente por estudantes e apoiadas por centenas de milhares de cidadãos em Banguecoque levaram à partida do ditador militar Thanom Kittikhachon, à custa de pelo menos 70 manifestantes mortos (possivelmente perto de 300 mortos), e a Tailândia abriu-se a um dos poucos períodos democráticos da sua história. Terminou três anos depois: a 6 de Outubro de 1976, activistas de extrema-direita em Banguecoque, apoiados pela polícia e pelo exército, abriram fogo sobre uma manifestação de estudantes de esquerda. Os manifestantes que tentaram atravessar a nado o rio Chao Phraya foram fuzilados. Aqueles que se renderam foram espancados, uns até à morte, e outros queimados vivos. Várias raparigas jovens são violadas e depois mortas. As autoridades comunicam 46 mortos, mas o verdadeiro número de mortos pode ser de cerca de 100. No mesmo dia, o exército levou a cabo um putsch, com o consentimento do rei.[22]

    Em 1997, a Tailândia foi atingida pela crise financeira asiática, e o baht tailandês (moeda nacional) atingiu rapidamente um pico de 56 bahtes por dólar, comparado à cotação de 25 bahtes por dólar anterior a 1997. Desde então, o bath recuperou grande parte da sua força e em maio de 2007 ficou em 32 bahtes por dólar americano.[23][24]

    Os golpes palacianos e os golpes militares marcaram a evolução política da Tailândia no século passado e neste, totalizando 12 levantes militares desde 1932,[25][26] tendo a monarquia apoiado alguns deles.[27]

    Era contemporânea
     Ver artigos principais: Revolta popular tailandesa de 1973, Maio Negro (1992), Crise política tailandesa de 2005-2006, Protestos na Tailândia em 2013-2014 e Golpe de Estado na Tailândia em 2014

    Depois da revolução de 1932, considerou-se que, na prática, a ditadura militar era vigente, perdurando por várias décadas. A primeira eleição para primeiro-ministro ocorreu somente após a revolta popular de 1973 e, durante esse período, o país enfrentou instabilidade política. As competências militares intervieram por mais de dez vezes, por meio de golpes de Estado, com a democracia tailandesa se estabilizando após o massacre na Universidade Thammasat[28] e o período do Maio Negro.[29][30]

    Durante a crise financeira asiática de 1997, a Tailândia tomou vários empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), por meio da gestão do então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Shinawatra, que foi primeiro-ministro por dois mandatos consecutivos, adotou políticas econômicas visando atingir vários resultados na economia do país. Entretanto, depois do sismo e tsunami do Oceano Índico de 2004, que atingiu boa parte do território tailandês, iniciou-se um conflito separatista no sul do país envolvendo especialmente três províncias: Pattani, Narathiwat e Yala.[31] A crise política acentuou-se ainda mais com o golpe militar que derrubou o governo de Thaksin[32] nas eleições gerais em 2007, que tinha Samak Sundaravej e Abhisit Vejjajiva como principais candidatos.[33]

     
    Protesto da Frente Unida para a Democracia contra a Ditadura em Banguecoque em 2010

    Esta crise política envolveu boa parte da sociedade tailandesa. A Aliança Popular para a Democracia (PAD, em inglês) tornou-se o principal grupo de manifestação contra Thaksin Shinawatra, enquanto a Frente Unida para a Democracia contra a Ditadura (cujos adeptos são comumente chamados de camisas vermelhas) se opôs ao golpe militar de 2006, com boa parte de seus membros apoiando Thaksin.[34][35][36] A Frente Unida para a Democracia contra a Ditadura — composta principalmente por pessoas do Norte e Nordeste da Tailândia, de classes urbanas mais baixas de Banguecoque e de alguns intelectuais — acusa a elite extra-democrática do país, tais como os militares, judiciário, certos membros do conselho privado do rei e outros funcionários não eleitos, de ações antidemocráticas e de interferência na política em prol de interesses não coletivos.[37] Por outro lado, a Aliança Popular para a Democracia colocou-se contra o governo de Thaksin Shinawatra e é descrita como ultranacionalista, opondo-se à democracia representativa e defendendo a manutenção da monarquia constitucional. Seus membros são, em sua maioria, membros da classe média tailandesa, da classe trabalhadora de Banguecoque e sulistas antiThaksin, apoiados por algumas facções do Exército tailandês, alguns líderes do Partido Democrata e membros dos sindicatos estado-empresa.[38]

    Após o golpe, o país continuou a registrar protestos e instabilidade política, tais como a crise de 2008-2009 e as manifestações contra o governo de Abhisit Vejjajiva, ocorridas principalmente em Banguecoque e Pataia. Os protestos de 2010, provocados pela Frente Unida para a Democracia contra a Ditadura, levou Vejjajiva a dissolver o parlamento e convocar novas eleições em 2011, antecipando a que deveria ocorrer em 2012. Yingluck Shinawatra foi eleita, tornando-se a primeira mulher do país a ocupar o cargo de primeira-ministra.[39]

    Em 4 de novembro de 2013, por consequência de atos de corrupção, o povo tailandês protesta contra o governo parlamentar. A Corte Constitucional da Tailândia então suspende a primeira-ministra e elege Niwatthamrong Boonsongpaisan como primeiro-ministro interino em 7 de maio de 2014. Em 22 de maio de 2014, o general Prayut Chan-o-cha, comandante-chefe do exército real tailandês e líder do Conselho Nacional para a Paz e a Ordem derruba o governo e suspende a constituição de 2007, através de um golpe de estado em conjunto com uma junta militar. Como resultado, foi criada uma constituição interina em 22 de julho. No dia 24 de agosto de 2014, o mesmo foi intitulado primeiro-ministro, com aprovação do rei Bhumibol Adulyadej.[40]

    Em 7 de agosto de 2016, foi aprovado um referendo para criação de uma nova constituição e uma nova eleição para 2018, com resultado de 61,4% contra 59,4%. Em 29 de março de 2017, a nova constituição é criada, sendo aprovada em 9 de abril do mesmo ano. O rei Bhumibol Adulyadej morreu em 13 de outubro de 2016 após setenta anos de reinado, sendo sucedido por seu filho Maha Vajiralongkorn.[40]

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