Contexto de Egito

O Egito (AO 1945: Egipto) (em egípcio: Kṃt; em copta: Ⲭⲏⲙⲓ; romaniz.: Kīmi; em árabe: مصر, pronunciado: [mi̠sˤr], pronunciado em árabe egípcio: [mesˤɾ]; em árabe egípcio: مَصر; romaniz.: Maṣr, pronunciado: [mɑsˤɾ]), oficialmente República Árabe do Egito (em árabe: جمهورية مصر العربية; em árabe egípcio: Gomhoreyyet Maṣr el-ʿArabeyya), é um país localizado entre o nordeste da África e o sudoeste da Ásia, através da ...Ler mais

O Egito (AO 1945: Egipto) (em egípcio: Kṃt; em copta: Ⲭⲏⲙⲓ; romaniz.: Kīmi; em árabe: مصر, pronunciado: [mi̠sˤr], pronunciado em árabe egípcio: [mesˤɾ]; em árabe egípcio: مَصر; romaniz.: Maṣr, pronunciado: [mɑsˤɾ]), oficialmente República Árabe do Egito (em árabe: جمهورية مصر العربية; em árabe egípcio: Gomhoreyyet Maṣr el-ʿArabeyya), é um país localizado entre o nordeste da África e o sudoeste da Ásia, através da Península do Sinai. É um país mediterrâneo limitado pela Faixa de Gaza e Israel a nordeste, o Golfo de Ácaba e o Mar Vermelho a leste, o Sudão ao sul e a Líbia a oeste. Do outro lado do Golfo de Ácaba fica a Jordânia, do outro lado do Mar Vermelho, a Arábia Saudita e, do outro lado do Mediterrâneo, a Grécia, a Turquia e o Chipre, embora nenhum deles tenha uma fronteira terrestre com o Egito.

O país tem uma das mais longas histórias entre qualquer outra nação, traçando sua herança até o VI ou IV milênio a.C. Considerado um berço da civilização, o Egito Antigo viu alguns dos primeiros desenvolvimentos da escrita, agricultura, urbanização, religião organizada e governo central. Monumentos icônicos como a Necrópole de Gizé e sua Grande Esfinge, bem como as ruínas de Mênfis, Tebas, Carnaque e do Vale dos Reis, refletem este legado e continuam a ser um foco significativo de interesse científico, histórico e turístico. A longa e rica herança cultural do Egito é parte integrante de sua identidade nacional, que muitas vezes assimilou várias influências estrangeiras, como gregos, persas, romano, árabes, otomanos e núbios. O Egito foi um dos primeiros e importantes centros do cristianismo, mas foi amplamente islamizado no século VII e continua sendo um país predominantemente muçulmano, embora com uma significativa minoria cristã.

Do século XVI ao início do século XX, o Egito era governado por potências imperiais estrangeiras: o Império Otomano e o Império Britânico. O Egito moderno remonta a 1922, quando conquistou a independência nominal do domínio britânico através de uma monarquia. No entanto, a ocupação militar britânica do Egito continuou e muitos egípcios acreditavam que a monarquia era um instrumento do colonialismo britânico. Após a revolução de 1952, o Egito expulsou soldados e burocratas britânicos e acabou com a ocupação, nacionalizou o Canal de Suez, de propriedade britânica, exilou o rei Faruque e sua família e declarou-se uma república. Em 1958, fundiu-se com a Síria para formar a República Árabe Unida, que se dissolveu em 1961. Ao longo da segunda metade do século XX, o Egito suportou conflitos sociais e religiosos, além de instabilidade política, combatendo vários conflitos armados com Israel em 1948, 1956, 1967 e 1973, e ocupou a Faixa de Gaza intermitentemente até 1967. Em 1978, o Egito assinou os Acordos de Camp David, oficialmente se retirando da Faixa de Gaza e reconhecendo a existência de Israel. O país continua a enfrentar desafios, desde agitação política, incluindo a recente revolução de 2011 e suas consequências, até o terrorismo e o subdesenvolvimento econômico. O atual governo do Egito é uma república presidencial liderada pelo presidente Abdel Fattah el-Sisi, que tem sido descrito como autoritário.

O islão é a religião oficial do Egito e o árabe é sua língua oficial. Com mais de 95 milhões de habitantes, o Egito é o país mais populoso do Norte da África, do Oriente Médio e do mundo árabe, o terceiro mais populoso da África (depois da Nigéria e da Etiópia) e o 14.º mais populoso do mundo. A grande maioria do seu povo vive perto das margens do rio Nilo, uma área de cerca de 40 000 quilômetros quadrados, onde a única terra arável disponível é encontrada. As grandes regiões do deserto do Saara, que constituem a maior parte do território do Egito, são escassamente habitadas. Cerca de metade dos habitantes vive em áreas urbanas, com a maioria espalhada pelos centros densamente povoados do Cairo, Alexandria e outras grandes cidades no delta do Nilo. O Estado soberano do Egito é um país transcontinental considerado uma potência regional no Norte da África, no Oriente Médio e no mundo muçulmano, e uma potência média em todo o mundo. A economia do Egito é uma das maiores e mais diversificadas do Oriente Médio e deve se tornar uma das maiores do mundo ao longo do século XXI. Em 2016, o Egito ultrapassou a África do Sul e se tornou a segunda maior economia da África (depois da Nigéria). O país é um dos membros fundadores das Nações Unidas, do Movimento Não Alinhado, da Liga Árabe, da União Africana e da Organização para a Cooperação Islâmica.

Mais sobre Egito

Informação básica
  • Nome nativo مصر
  • Código de chamada +20
  • Domínio da Internet .eg
  • Mains voltage 220V/50Hz
  • Democracy index 2.93
Population, Area & Driving side
  • População 107476864
  • Área 1010407
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigos principais: História do Antigo Egito e História do Egito
    Pré-história
     Ver artigo principal: Período pré-dinástico do...Ler mais
     Ver artigos principais: História do Antigo Egito e História do Egito
    Pré-história
     Ver artigo principal: Período pré-dinástico do Egito
     
    As duas faces da Paleta de Narmer

    Os vestígios de ocupação humana no vale do Nilo desde o paleolítico assumem a forma de artefatos e petróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milénio a.C., uma cultura de caçadores-coletores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8 000 a.C., mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egito, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.[1]

    Por volta de 6 000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egito. A cultura de Badari e sua sucessora Nacada, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica. O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egito, Merinde, antecede os badarianos em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egito coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contatos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefatos de cerâmica de Nacada III datados de cerca de 3 200 a.C..[2]

    Antiguidade
     Ver artigo principal: Antigo Egito
     
    A Grande Esfinge com a Pirâmide de Miquerinos ao fundo, parte da Necrópole de Gizé, erguida durante o Império Antigo. Estes são alguns dos monumentos mais emblemáticos do Antigo Egito
     
    A pesagem do coração no Papiro de Ani, parte do Livro dos Mortos

    Cerca de 3 100 a.C., o rei Menés (ou Narmer) fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milênios seguintes. A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egito unificado seguiram-se o período do Antigo Império (2686–2160 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial a Pirâmide de Djoser (III dinastia) e as pirâmides de Gizé (IV dinastia).[3]

    O Primeiro Período Intermediário foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Médio Império (2055–1650 a.C.), que atingiu o zênite durante o reinado do faraó Amenemés III. Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egito, a dos hicsos. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egito por volta de 1 650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egito chefiada por Amósis I, quem fundou a XVIII dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas.[3]

    O Reino Novo (1550–1069 a.C.) teve início com a XVIII dinastia e marcou a ascensão do Egito como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barcal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Ramessés I, Ramessés II, Aquenáton e sua mulher Nefertiti, Tutancâmon e Ramessés III. A primeira expressão do henoteísmo é desta época, com o atonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos. A XXX dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a era dos faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas aquemênidas em 343 a.C..[3]

    Domínio ptolomaico e romano
     Ver artigos principais: Egito ptolomaico e Egito romano
       
    Busto de Cleópatra, descendente de Ptolemeu I Sóter e última governante da dinastia ptolomaica a governar o Egito helenístico.
    Antínoo retratado como Osíris e usando o tradicional nemés. Os romanos reutilizaram as instituições locais para governar a província.

    O Reino Ptolomaico foi um poderoso estado helenístico, que se estendia do sul da Síria, a leste, a Cirene, a oeste, e ao sul da fronteira com a Núbia. A cidade de Alexandria tornou-se a capital e o centro cultural e comercial do reino grego. Para obter o reconhecimento da população egípcia nativa, os governantes ptolomaicos chamavam a si mesmos de sucessores dos faraós. Os ptolomaicos assumiram as tradições egípcias, retratavam-se em monumentos públicos e vestiam-se ao estilo egípcio, além de participarem da vida religiosa local.[4][1]

    O último governante da dinastia ptolomaica foi Cleópatra, que cometeu suicídio após o enterro de seu amante romano Marco Antônio, que tinha morrido em seus braços (de uma facada auto-infligida), depois de Otaviano ter capturado Alexandria e suas forças de mercenários fugirem.[5]

    Os ptolomaicos enfrentaram rebeliões dos egípcios nativos, muitas vezes causadas ​​por um regime indesejado, e se envolveram em guerras externas e civis que levaram à queda do reino e sua anexação pelo Império Romano. No entanto, a cultura helenística continuou a prosperar no Egito logo após a conquista muçulmana.[5]

    O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no século I. O reinado de Diocleciano (r. 284–305) marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamento foi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedónia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.[6]

    Domínio bizantino, árabe e otomano
     
    Mesquita de Anre, no Cairo, construída no ano 641, é considerada a mais antiga da África
     
    Batalha das Pirâmides, em 21 de julho de 1798
     Ver artigos principais: Conquista muçulmana do Egito, Califado Fatímida, Império Aiúbida, Sultanato Mameluco do Cairo, Egito otomano e Quedivato do Egito

    Os bizantinos recuperaram o controlo do país após uma breve invasão persa no início do século VII, mantendo-o até 639, quando o Egito foi tomado pelos árabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje.[7]

    Os governantes muçulmanos eram nomeados pelo Califado (Ortodoxo, Omíada e Abássida) e mantiveram o controle do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egito foi a sede do Califado Fatímida. Com o fim do Império Aiúbida, a casta militar turco-circassiana dos mamelucos tomou o poder em 1250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egito pelos turcos otomanos em 1517.[8]

    A breve invasão francesa do Egito em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo.[9] Após a retirada francesa seguiu-se uma série de guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses, até que Maomé Ali, de origem albanesa, tomou o controle do país e foi nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1805. Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá. A Assembleia dos Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo.[10]

    Domínio britânico
     Ver artigos principais: Ocupação britânica do Egito, Revolução Egípcia de 1919 e Reino do Egito
     
    Gravura de 1869 mostrando os primeiros barcos que usaram o canal de Suez entre Kantara and El-Fedane
     
    Soldados egípcios e britânicos durante os distúrbios de 1919

    Embora vivenciasse um período de modernização, a má administração financeira do quediva Ismail Paxá e os enormes empréstimos contraídos com credores europeus - especialmente para a construção do Canal de Suez - deixaram o Egito à beira da falência e foi o pretexto ideal para as constantes ingerências dos governos do Reino Unido e da França no quedivato.[11] Em 1879, pressionado interna e externamente, Ismael renunciou e seu filho, Teufique Paxá, assumiu o poder local. Em 1880, foi declarada a moratória nacional e, no ano seguinte, credores europeus assumiram a tutela do fisco e das finanças egípcias.[12] A situação humilhante ampliou o descontentamento e a oposição ao regime de Teufique, e o desejo de se livrar da dominação estrangeira culminou na Revolução Urabista, liderada pelo coronel nacionalista Ahmed Urabi.[13] A revolta foi esmagada em 1882 pelas forças britânicas, que intervieram a pedido do próprio quediva colaboracionista. Embora o Império Britânico tivesse prometido uma evacuação rápida das suas tropas, elas ainda permaneceriam por 72 anos no Egito. Mesmo que formalmente continuasse sob domínio do Império Otomano, quem mandava no quedivato eram os Altos Comissários Gerais britânicos, que por igual acumulavam a função protocolar de cônsules gerais do Império Britânico no Egito.[14] A ocupação colonial britânica semeou o incipiente sentimento nacionalista egípcio, que viu no Incidente de Dinshaway, em maio de 1906, seu episódio mais emblemático.[15]

    Embora surgissem os primeiros partidos políticos locais, a colonização se consolidaria oficialmente em 1914, quando os britânicos derrubaram o quediva Abas II e declararam o Egito um protetorado militar.[16][12] Huceine Camil, tio de Abas II, foi então nomeado sultão do Egito.[17] Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghloul e o Partido Wafd lideraram o movimento nacionalista egípcio. Quando o Reino Unido ordenou o exílio de Zaghloul e seus correligionários para Malta em 1919, houve uma grande revolta popular, e as constantes rebeliões por todo o sultanato levaram Londres a conceder independência nominal ao Egito.[18] Um sistema parlamentarista monárquico foi estabelecido e reconhecido pelos britânicos, na pessoa de Fuade I e promulgada uma nova constituição, embora o Reino Unido mantivesse a ocupação militar e controlasse as relações exteriores e as comunicações do país. De volta ao Egito, Saad Zaghloul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1924, mas renunciou no final desse ano. Novas eleições confirmaram outra vitória ao Wafd, mas o rei Fuade I determinou o encerramento do parlamento e, em 1930, outorgou uma nova constituição ao Egito, que reforçava o poder da monarquia.[19] Em 1936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egito na política desencadeou a Revolução de 1952, quando o Movimento dos Oficiais Livres derrubou militarmente o reinado do rei Faruque, que abdicou em favor do seu filho Fuade II.[20]

    República Árabe Era Naguib
     Ver artigo principal: Revolução Egípcia de 1952
     
    Os líderes da Revolução Egípcia de 1952, Muhammad Naguib (esquerda) e Gamal Abdel Nasser (direita) num Cadillac

    Após a deposição de Faruque, a monarquia egípcia continuou existindo formalmente, com Fuade II no trono, embora a Junta Militar tenha esvaziado de todos os poderes. O monarca ficou no trono por 18 meses até a república ser proclamada em 18 de junho de 1953, com o general Muhammad Naguib - número 1 do Conselho do Comando Revolucionário - tornando-se o primeiro presidente do Egito moderno. Os oficiais tentaram iniciar os trabalhos em conjunto com os políticos do país, mas surgiram os primeiros conflitos entre os militares no poder. Naguib era contrário ao afastamento dos civis e à ascensão dos militares nos negócios do governo e alertava para o perigo de uma nova ditadura, uma vez que muitos dos responsáveis pela corrupção do governo anterior continuavam em seus postos. Então com 51 anos, o general era mais velho que Nasser e gozava de boa reputação entre os oficiais mais novos, principalmente por ter sido um crítico feroz no período pré-revolucionário, conseguiu afastar o rival do centro de decisões.[21]

    Em fevereiro de 1954, as tensões entre as correntes de Naguib e Nasser eclodiram um enfrentamento. Apoiado por oficiais revolucionários mais radicais, Gamal Nasser assumiu o controle do Estado. O presidente deposto tentou resistir, mas fracassou e foi condenado à prisão domiciliar perpétua.[21][22] Comandado por Nasser, o Conselho de Comando da Revolução liderou o Egito entre novembro de 1954 e junho de 1956.[23]

    Era Nasser
     Ver artigos principais: Guerra do Suez, Movimento Não Alinhado, Pan-arabismo e Guerra dos Seis Dias
     
    Nasser em Almançora, 1960

    Em 23 de junho de 1956, Gamal Abdel Nasser assumiu oficialmente o poder como presidente do Egito, após um referendo sobre uma nova constituição e sobre a sua eleição presidencial. Com sua personalidade carismática que, junto às suas reformas sociais e econômicas bem-sucedidas, lhe proporcionaram grande apoio popular. Seu governo aboliu os partidos políticos, procedeu à reforma das estruturas agrárias, combateu o fundamentalismo islâmico e pôs em prática um processo de industrialização, do qual a construção a grande represa de Assuã era um dos projetos mais significativos.[22] Para isso, nacionalizou o Canal de Suez, o que provocou uma grave crise internacional.[21]

    Apesar de se aproximar da União Soviética, Nasser incentivou uma política de solidariedade com outras nações africanas e asiáticas do Terceiro Mundo, afirmando-se como um dos principais líderes de movimentos não alinhados, pan-arabista e anti-imperialista.[22] Objetivando um socialismo adaptado à especificidade árabe e um primeiro passo em direção à unificação do mundo árabe, apostou em uma associação com a Síria, entre 1958 e 1961, que deu origem à República Árabe Unida. Em 1967, liderou o Egito na Guerra dos Seis Dias contra Israel, no qual os israelitas tomaram dos egípcios a Península do Sinai e a Faixa de Gaza. Em setembro de 1970, o general faleceu e foi sucedido por Anwar el Sadat.[21]

    Era Sadat
     
    Begin, Carter e Sadat em Camp David
     Ver artigos principais: Guerra do Iom Quipur e Acordos de Camp David

    Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que distanciou seu país da União Soviética e o aproximou dos Estados Unidos. Promoveu uma reforma econômica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa. Em 1973, aproveitando de um feriado religioso judaico, forças do Egito e da Síria atacaram de surpresa Israel, na chamada Guerra de Outubro (ou do Iom Quipur). Embora os israelenses tenham conservado em seu poder os territórios ocupados desde 1967, tanto o Egito quanto Israel consideravam-se vencedores do conflito de 19 dias. Em negociações secretas, Sadat buscava selar a paz com o governo israelense.[24] Pressionado, o então premiê israelense Menachem Begin convidou o dirigente egípcio para uma visita surpresa a Jerusalém em novembro de 1977, um gesto que abriu definitivamente o caminho para os acordos de paz de Camp David, mediado pelo então presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter.[25] O tratado gerou a saída israelita da península do Sinai, em troca do Egito reconhecer o Estado de Israel. A iniciativa provocou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe.[24] Sadat sequer chegou a ver completada a retirada das tropas israelenses do Sinai, pois foi assassinado em outubro de 1981 por fundamentalistas muçulmanos que o acusavam de "trair o mundo árabe com o acordo de paz". Israel devolveu o Sinai aos egípcios em 1982 e os dois estados estabeleceram relações diplomáticas.[25]

    Era Mubarak
     Ver artigos principais: Revolução Egípcia de 2011 e Primavera Árabe
     
    Centenas de milhares de pessoas celebram na Praça Tahrir, no Cairo, quando a renúncia de Hosni Mubarak é anunciada

    Com o assassinato de Anwar Sadat, assumiu o comando do Egito o vice-presidente Hosni Mubarak em 14 de novembro de 1981. Mubarak havia se destacado na Força Áerea egípcia pelo seu desempenho na guerra de Iom Quipur. Em 1995, ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante uma visita à Etiópia. Por quase 24 anos, sempre se reelegeu por via de referendo popular como candidato único. Essa situação perdurou até 2005, quando houve a primeira eleição sob seu regime disputada por diversos candidatos. Mesmo assim, o ditador saiu vitorioso.[26]

    Inspirados nas manifestações insurrecionais ocorridas na Tunísia, milhares de egípcios foram as ruas em diversas cidades no país no dia 25 de janeiro de 2011 e iniciaram uma onda de protestos pedindo a saída do ditador do poder. A Praça Tahrir, no Cairo, transformou-se em um dos principais palco dos protestos, com milhares de pessoas desafiando o toque de recolher imposto pelo regime. Em 11 de fevereiro, Mubarak renunciou à presidência e passou o poder ao Exército, encerrando três décadas de governo autocrático.[27]

    Era pós-Mubarak
     Ver artigos principais: Eleição presidencial do Egito de 2012, Golpe de Estado no Egito em 2013 e Crise Egípcia (2011-2014)

    Em 23 de junho de 2012, Mohamed Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana, venceu o primeiro pleito presidencial pós-Mubarak, derrotando o opositor vinculado ao antigo ditador e se tornando o primeiro presidente civil eleito democraticamente no Egito. Mas seu governo foi marcado por muitas polêmicas com a oposição, que o acusou de impor uma nova Constituição sectária e forçar a "islamização" do Egito.[28]

     
    Protesto contra Mohamed Morsi no Cairo em 27 de novembro de 2012

    Depois de novas manifestações pró-Morsi e anti-Morsi, no começo de julho, a oposição deu um ultimato de 24 horas a Morsi para que renunciasse, e o movimento Tamarod (rebelião, em árabe) pedia que o Exército tomasse uma posição clara "ao lado da vontade popular". Os militares estipularam 48h para a classe política entrar em acordo e, em 3 de julho, depuseram Mohamed Morsi e suspenderam a Constituição.[28] Violentos protestos contra o golpe se seguiram e tomaram conta das principais cidades do país, incluindo a capital Cairo.[29]

    Em 4 de julho de 2013, Adly Mansour, um juiz egípcio de 68 anos de idade foi empossado como presidente interino do país sobre o novo governo após a remoção de Morsi do governo. Em 18 de janeiro de 2014, o governo interino institucionalizou uma nova constituição nacional, após um referendo em que 98,1% dos eleitores foram favoráveis​​. A participação foi baixa, com uma participação de apenas 38,6% dos eleitores registrados,[30] embora este índice tenha sido maior do que os 33% que votaram em um referendo durante o mandato de Morsi.[31]

    Uma eleição presidencial ocorreu entre 26 e 28 de maio de 2014, com apenas dois candidatos, o ex-Ministro da Defesa egípcio Abdel Fattah el-Sisi e Hamdeen Sabahi, da Corrente Popular Egípcia. As eleições aconteceram quase um ano após os protestos de junho de 2013 que levaram el-Sisi a depor o então presidente Mohamed Morsi.[32] Os números oficiais mostraram que cerca de 25,5 milhões de pessoas participaram das eleições, ou 47,5% dos eleitores registrados, sendo que el-Sisi venceu com 23,7 milhões de votos (96,91% do total), dez milhões de votos a mais que o ex-presidente Mohamed Morsi (que recebeu 13 milhões a mais que o seu adversário no segundo turno das eleições presidenciais egípcias de 2012).[33][34]

    a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome eb1 Bard 2000, p. 69. a b c Bowman 2019. Bowman 1996, p. 25-26. a b Bowman et al. Kamil 1997, p. 39. El-Daly 2005, p. 140. Faroqhi 2008, p. 60. Vatikiotis 1991, p. 39. Jankowski 2000, p. 83. Ibrahim 2010, p. 73. a b Fiori 2001. Ibrahim 2010, p. 74; 77-80. Schilling 2011. Ibrahim 2010, p. 83. Ibrahim 2010a, p. 677. Jankowski 2000, p. 111. Jankowski 2000, p. 112. Perez 2011. Goldschmidt et al. a b c d Altman 2012. a b c UOL 2009. Jankowski 1997. a b Philipp 2009. a b BBC 2010. Folha 2011. Folha 2011a. a b G1 2013. UOL 2013. Al-Jazeera 2014a. Kingsley 2014. Asharq Al-Awsat 2014. France 24 2014. El-Din 2014.
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