Contexto de Arménia

Arménia (português europeu) ou Armênia (português brasileiro) (em arménio: Հայաստան; romaniz.: Hayastan, ou Հայք, Hayq), denominada oficialmente República da Arménia (português europeu) ou Armênia (português brasileiro) (em arménio: Հայաստանի Հանրապետություն, Hayastani Hanrapetut'yun), é um país sem costa marítima, localizado numa região montanhosa na Eurásia, entre o mar Negro e o mar Cáspio, no sul do Cáucaso. Faz fronteira com a Turquia a oeste, Geórgia a norte, Azerbaijão a leste, e com o Irão e com o enclave de Naquichevão (pertencente ao Azerbaijão) ao sul. É considerado um país transcontinental, sendo que para as Nações Unidas a ...Ler mais

Arménia (português europeu) ou Armênia (português brasileiro) (em arménio: Հայաստան; romaniz.: Hayastan, ou Հայք, Hayq), denominada oficialmente República da Arménia (português europeu) ou Armênia (português brasileiro) (em arménio: Հայաստանի Հանրապետություն, Hayastani Hanrapetut'yun), é um país sem costa marítima, localizado numa região montanhosa na Eurásia, entre o mar Negro e o mar Cáspio, no sul do Cáucaso. Faz fronteira com a Turquia a oeste, Geórgia a norte, Azerbaijão a leste, e com o Irão e com o enclave de Naquichevão (pertencente ao Azerbaijão) ao sul. É considerado um país transcontinental, sendo que para as Nações Unidas a Arménia está localizada na Ásia Ocidental e esta classificação também é usada pela CIA no World Factbook, apesar do país ter extensas relações sociopolíticas, históricas e culturais com a Europa.

Em área, era a menor república integrante da União Soviética. A Arménia configura-se num Estado unitário, multipartidário, democrático, com uma antiga herança histórica e cultural. Historicamente, foi a primeira nação a adotar o cristianismo como religião de Estado, em 301. O país é constitucionalmente um Estado laico, tendo a fé cristã uma grande identificação com o povo. A Fé Bahá’í está presente no país desde o final do século 19 apos a chegada dos primeiros pioneiros Cavalheiros de Bahá’u’lláh.

O país é uma democracia emergente e por causa de sua posição estratégica, tenta conciliar alianças com a Rússia e com o Oriente Médio.

Entre 1915 e 1923 sofreu o que muitos historiadores consideram o primeiro genocídio do século XX, perpetrado pelo Império Otomano e negado até hoje pela República da Turquia. As mortes são estimadas em entre 600 mil e mais de 1 milhão de arménios, com a deportação atingindo milhões de outros, fazendo com que, ao final da Primeira Guerra, mais de 90% dos arménios do Império Otomano tenham desaparecido da região e muitos vestígios de sua antiga presença tenham sido eliminados. Como resultado, a Arménia tem hoje uma grande diáspora espalhada pelo mundo, composta por cerca de 7 milhões de pessoas, localizadas em mais de 100 países.

A Arménia faz parte atualmente de mais de 40 organizações internacionais, incluindo a ONU, o Conselho da Europa, Banco Asiático de Desenvolvimento, CEI, Organização Mundial do Comércio e a Organização de Cooperação Económica do Mar Negro. Por laços históricos milenares com a França, a Arménia foi integrada a região europeia da francofonia, e também é observadora do Movimento Não Alinhado. O Comitê Olímpico Nacional é filiado aos Comitês Olímpicos Europeus, o que lhe dá direito a competir em competições continentais dos mais diversos desportos pela Europa.

Mais sobre Arménia

Informação básica
  • Nome nativo Հայաստան
  • Código de chamada +374
  • Domínio da Internet .am
  • Mains voltage 220V/50Hz
  • Democracy index 5.35
Population, Area & Driving side
  • População 2930450
  • Área 29743
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigo principal: História da Armênia
    Antiguidade
     
    O reino de Urartu
     Ver artigo principal: História da Armênia
    Antiguidade
     
    O reino de Urartu
     
    O Reino da Arménia na sua maior extensão, sob o reinado de Tigranes, o Grande

    A Arménia é povoada desde os tempos pré-históricos e segundo diversas lendas era lá onde se localizava Jardim do Éden bíblico.[1] O país se localiza no planalto ao entorno do Monte Ararate. Segundo a tradição abraâmica, foi o local onde a Arca de Noé encalhou após o Dilúvio.[2] Desde tempos remotos, arqueólogos continuam a descobrir novos indícios da existência de civilizações primitivas no planalto arménio, em locais que podem indicar registros do inicio da agricultura e da civilização.[3] De 6 000 a.C. a 1 000 a.C., ferramentas como lanças, machados e artefactos de cobre, bronze e ferro eram produzidos na Arménia e trocados nas terras vizinhas, onde esses metais eram menos abundantes.

    A Arménia é a principal herdeira do lendário Império Ararate, mencionado em diversas inscrições sumérias. Na Idade do Bronze, muitos Estados floresceram na área da Grande Arménia (ou "Arménia histórica"), incluindo o Império Hitita (o mais poderoso), Reino de Mitani (sudoeste da Grande Arménia) e Hayasa-Azzi (1500–1200 a.C.). Na época, o povo de Nairi (séculos XII–IX a.C.) e o Reino de Urartu (1000–600 a.C.) estabeleceram sucessivamente as suas soberanias no planalto Arménio. Cada uma das tribos e nações supracitadas participaram da etnogénese do povo arménio.[4][5][6][7] Erevã, a moderna capital da República da Arménia, foi fundada em 782 a.C. pelo rei urartiano Arguisti I.

    Por volta do ano 600 a.C., o reino da Arménia estava estabelecido sob a Dinastia orôntida (em arménio: Երվանդունիներ), a qual existiu sob diversas dinastias até ao ano de 428. O reino chegou em seu maior tamanho entre 95 e 66 a.C. no reinado de Tigranes, o Grande, tornando-se um dos mais poderosos reinos da região. Ao longo da história, o reino da Arménia gozou de períodos de independência alternados com períodos de submissão aos impérios contemporâneos. A Arménia, por sua posição estratégica, localizada entre dois continentes, foi sujeita a invasões por diversos povos, incluindo assírios, gregos, romanos, bizantinos, árabes, mongóis, persas, turcos otomanos e russos.

     
    O Templo de Garni, provavelmente construído no século I, é o único "edifício com colunatas greco-romanas" nos Estados pós-soviéticos[8]

    Em 301, a Arménia se tornou o primeiro país oficialmente cristão do mundo, tomando-o como religião oficial de Estado,[9][10] quando um número de comunidades cristãs começaram a se estabelecer na região desde o ano 40. Havia várias comunidades pagãs antes do cristianismo, mas elas foram convertidas por influências de missionários cristãos. Tirídates III (em arménio: Տրդատ Գ), juntamente com Gregório, o Iluminador (em arménio: Գրիգոր Լուսաւորիչ) foram os primeiros reguladores oficiais do cristianismo ao povo, conduzindo a conversão oficial do país dez anos antes de Roma emitir sua tolerância aos cristãos por Galério e 36 anos antes de Constantino I ser batizado.

    Antes do declínio do reino arménio em 428, muitos arménios foram incorporados no período masdeísta ao império dos sassânidas (dinastia persa), regido pelo deus Aúra-Masda. Após uma rebelião arménia em 451 (Batalha de Avarair), os cristãos conseguiram manter a sua autonomia política e religiosa dentro de uma Arménia majoritariamente mazdeísta, enquanto o outro império era regido somente pelos persas. Os mazdeístas da Arménia duraram até 630, quando a Pérsia Sassânida foi destruída pelo califado árabe.

    Arménia Medieval
     
    Entrada de Balduíno de Bolonha em Edessa em fevereiro 1098

    Após o período masdeísta (428-636), a Arménia emergiu como Emirado da Arménia, com uma relativa autonomia junto ao Califado Omíada, reunindo terras arménias previamente tomadas pelo Império Bizantino como dele. A principal terra era regulada pelo príncipe da Arménia, reconhecido pelo califa e pelo imperador bizantino. O Emirado da Arménia (Armínia) incluía partes da atual Geórgia e da região histórica de Albânia e tinha como capital a cidade arménia de Dúbio (Դվին). O Emirado da Arménia terminou em 884, quando os arménios conseguiram a independência do já enfraquecido Califado Abássida.

    O Reino da Arménia reemergiu sob a dinastia Bagratúnio (em arménio: Բագրատունյաց Արքայական Տոհմ; romaniz.: Bagratunyac Arqayakan Tohm, "Real Dinastia dos Bagratúnios"), até 1045. Neste tempo, diversas áreas da Arménia Bagrátida foram separadas como independentes reinos e principados, como o Reino de Vaspuracânia, regido pela família Arzerúnio, desde que reconhecendo a soberania e supremacia dos reis Bagratúnios.

    Em 1045, o Império Bizantino conquistou a Arménia Bagrátida. Logo, os demais Estados arménios também caíram sob o domínio bizantino. O domínio bizantino teve uma vida curta, pois em 1071, os turcos seljúcidas derrotaram os bizantinos e conquistaram a Arménia na batalha de Manziquerta, estabelecendo o Império Seljúcida.

     
    O Reino Arménio da Cilícia, 1199-1375

    Para escapar da morte ou da escravidão nas mãos daqueles que assassinaram o rei Cacício II, rei de Ani, um arménio de nome Ruben (depois Ruben I), foi com alguns conterrâneos em direção os Montes Tauro e fundaram Tarso, na Cilícia. O governador bizantino do palácio deu-lhes o abrigo onde o Reino Arménio da Cilícia foi então estabelecido. Este reino foi a salvação dos arménios, uma vez que a Grande Arménia fôra devastada pelos invasores.

    O Império Seljúcida entrou em colapso. Nos anos 1100, os príncipes da nobre família arménia dos Zacáridas estabeleceram uma semi-independência dos principados arménios do norte e da Arménia oriental (agora chamada de Arménia Zacárida). A nobre família dos Orbeliadas compartilhava o controle com os Zacáridas em várias partes do país, especialmente em Siunique e Vayots Dzor.

    Domínio estrangeiro
     
    Representação artística da captura de Erevã durante a Guerra Russo-Persa de 1826–1828, por Franz Roubaud

    Durante os anos de 1230, o Ilcanato mongol conquistou o principado dos Zacáridas, assim como o resto da Arménia. Os invasores mongóis vieram seguidos de outras tribos da Ásia Central, em um processo que durou dos anos 1200 até 1400. Após incessantes invasões, cada uma trazendo a destruição ao país, a Arménia ficou enfraquecida. Durante o século XVI, o Império Otomano e o Império Safávida dividiram a Arménia entre si. Mais tarde, o Império Russo incorporou parte ocidental do país (que consistia de Erevã e as terras do baixo Carabaque, na Pérsia) em 1813 e 1828.

    Sob o jugo otomano, os arménios tiveram relativa autonomia em seus próprios enclaves e viviam de forma pacífica com os demais grupos e tinham autonomia em relação aos outros constituintes do império (incluindo os turcos). Entretanto, os cristãos viviam em um sistema social muçulmano estrito. Os arménios enfrentaram a discriminação que persistia. Quando eles reivindicaram por maiores direitos, o sultão Abdulamide II, em resposta, organizou o primeiro genocídio arménio realizado entre os anos de 1894 e 1896, resultando uma morte estimada de 300 mil arménios. Os massacres hamidianos, como ficaram conhecidos, deram a fama à Abdulamide II de "Sultão Vermelho" ou "Sultão Sangrento".

    Em 1908,o grupo dos Jovens Turcos assumiu o poder no Império Otomano. Os arménios, que viviam em toda a parte do Império Otomano, depositaram as suas esperanças no Comité União e Progresso, criado pelos Jovens Turcos, como caminho para o fim de mais um período de perseguições. Porém, o pacote de reformas para os arménios de 1914 apresentaria a solução definitiva para toda a questão arménia da pior forma possível.[11]

    Primeira Guerra Mundial e o genocídio arménio
     Ver artigo principal: Genocídio armênio
     
    Arménios escoltados por soldados otomanos marchando da cidade de Harput (atual Elazığ) para um campo de prisioneiros, abril de 1915.
     
    Restos mortais de arménios massacrados em Erzinjan.[12]

    Com o advento da Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano e o Império Russo abriram uma frente de batalha conhecida como "Campanha Persa". Cansados das perseguições por parte de Constantinopla e do alistamento militar obrigatório, os arménios aliaram-se de forma voluntária aos russos, o que causou desconfiança aos turcos. Numa emboscada iniciada em 24 de abril de 1915,cerca de 600 intelectuais arménios foram presos e exterminados a mando de autoridades otomanas e, com a lei Tehcir de 29 de maio de 1915, uma grande parcela da população arménia que vivia na Anatólia começou a ser deportada e privada dos seus bens, num processo que levou à morte de cerca de 1,5 milhões de arménios. Diversos historiadores ocidentais consideram estes fatos como o início do genocídio arménio. Historicamente, existiam registos de uma gigantesca resistência arménia na região, desenvolvida contra a atividade otomana. Assim, a repressão aplicada pelo Estado no período de 1915 a 1923 é considerado pelos arménios e pela maioria dos historiadores ocidentais como um genocídio.[13][14][15]

    Entretanto, a Turquia, o estado sucessor do Império Otomano, sempre negou a repressão aos arménios. Devido à sua localização estratégica e ao seu posicionamento geopolítico, a Turquia é um dos principais aliados do Ocidente na região da Ásia Menor e Oriente Médio.Todavia, mesmo com a negação histórica, alguns posicionamentos históricos dos Estados Unidos e do Reino Unido são lacónicos na categorização do massacre dos arménios como genocídio.[16]

    As autoridades turcas afirmam que as mortes são provenientes de uma guerra civil, acompanhada das doenças e fome que assolaram o Império Otomano no início do século XX, com baixas gigantescas nos dois lados. As estimativas de mortos variam entre 650 mil e 1,5 milhões, sendo este último número o mais aceite pelos historiadores ocidentais e mesmo por alguns intelectuais dissidentes turcos, como Orhan Pamuk, Nobel de Literatura em 2006 e Taner Akçam, professor da Universidade de Minnesota. A Arménia tem feito campanhas para o reconhecimento do genocídio no mundo desde há mais de trinta anos. Esses eventos são tradicionalmente realizados no dia 24 de abril, data que marca o início do genocídio arménio. Embora o exército russo tenha obtido mais ganhos do que o exército otomano durante a Primeira Guerra Mundial, esta vantagem fora perdida com o advento da Revolução Russa de 1917. Nesse momento, a Rússia controlava a Arménia oriental, Geórgia e Azerbaijão, criando uma ligação com a República Democrática da Transcaucásia em 28 de maio.

    Primeira república
     Ver artigo principal: República Democrática da Armênia
     
      Território que chegou a ser dominado pela República Democrática da Armênia
      Área dada para a Arménia no Tratado de Sèvres, o que nunca virou realidade.[17]

    Infelizmente, a curta vida da República Democrática da Arménia independente deveu-se aos perigos da guerra, disputas territoriais, um massivo fluxo de refugiados da Arménia Otomana, espalhando doenças e fome. A Tríplice Entente, alarmada pelos horrores do Império Otomano, procurou ajudar o recém-formado estado arménio a arrecadar fundos e outras formas de se sustentar.

    Com o fim da guerra, a Entente vitoriosa procurou dividir o Império Otomano. Assinado entre as potências aliadas e as autoridades otomanas em 10 de agosto de 1920 em Sèvres, o Tratado de Sèvres previa manter independente a República Democrática da Arménia e anexar os territórios da Arménia Ocidental. Pelas novas fronteiras terem sido desenhadas pelo presidente americano Woodrow Wilson, este território apontado pelo Tratado ficou conhecido como "Arménia Wilsoniana". Nesta época, foi considerada a possibilidade da Arménia se tornar um protetorado dos Estados Unidos. Porém, o tratado foi rejeitado pelo Movimento Nacional Turco e nunca entrou em vigor. O movimento, liderado por Mustafa Kemal Ataturk, usou o tratado como pretexto para se legitimar no poder da Turquia, derrubando a monarquia sediada em Istambul e instaurando a República da Turquia, com capital em Ancara.

    Em 1920, forças nacionalistas turcas invadiram a República da Arménia pelo leste e teve início a Guerra turco-arménia. Forças turcas sob o comando de Kazım Karabekir conquistaram os territórios arménios que a Rússia tinha anexado durante a Guerra russo-turca de 1877-1878 e ocuparam a antiga cidade de Alexandropol (atual Gyumri). O violento conflito foi encerrado com o Tratado de Alexandropol em 2 de dezembro de 1920. O tratado forçou os arménios desmilitarizarem-se, ceder mais de 50% de seu território de antes da guerra e abrir mão da Arménia Wilsoniana, garantida pelo Tratado de Sèvres. Simultaneamente, o 11.º Exército Soviético, sob o comando de Grigoriy Ordzhonikidze, invadiu a Arménia por Karavansarai (atual Ijevan) em 29 de novembro. Em 4 de dezembro, as forças de Ordzhonikidze entraram em Erevã e teve fim a curta vida da República Democrática da Arménia.

    Arménia Soviética
     Ver artigos principais: República Socialista Soviética Armênia e União Soviética
     
    11.º Exército Soviético entre em Erevã, início do século XX
     
    Brasão de armas da República Socialista Soviética da Arménia (Arménia na União Soviética) com o monte Ararate ao centro

    A Arménia foi anexada pela Rússia bolchevista e juntamente com Geórgia e Azerbaijão, foi incorporada na URSS como parte da República Federativa Socialista Soviética Transcaucasiana em 4 de março de 1922. Com essa anexação, o Tratado de Alexandropol foi suplantado pelo Tratado de Kars turco-soviético. No acordo, a Turquia permitiu à União Soviética assumir o controlo da região de Adjara e da cidade portuária de Batumi, com o retorno da soberania de cidades como Kars, Ardahan e Iğdır, que pertenciam à Arménia Russa. A RFSST existiu de 1922 até 1936, quando foi dividida em três repúblicas intituladas RSS da Arménia, RSS da Geórgia e RSS do Azerbaijão. Os arménios desfrutaram de um período de relativa estabilidade sob o jugo soviético. Recebiam medicamentos, comida, e outras provisões de Moscovo, e o governo soviético provou ser um "bálsamo calmante" em contraste com os últimos anos do Império Otomano. A situação era difícil para a Igreja, estrangulada pelas normas anticlericais soviéticas. Após a morte de Lenine, Stalin tomou as rédeas do poder e recomeçou o período de terror para os arménios. Como várias outras etnias minoritárias que viviam na URSS durante o período da Grande Purga de Stalin, dezenas de milhares de arménios foram executados ou deportados.

    O medo diminuiu quando Stalin morreu em 1953 e Nikita Khruschev assumiu o poder na União Soviética. A vida na Arménia Soviética teve então uma rápida melhoria. A Igreja, que sofria com as perseguições de Stalin, foi restaurada quando o católico Vasken I assumiu as funções em 1955. Em 1967, um memorial às vítimas do genocídio arménio foi construído nas colinas de Tsitsernakaberd acima do desfiladeiro de Hrazdan, em Erevã. Isso aconteceu depois de uma grande manifestação na capital onde se exigiu que fossem tomadas medidas para recordar as vítimas do genocídio no seu 50.º aniversário.

    Durante a era Gorbachev, nos anos 1980, com as reformas da glasnost e da perestroika, os arménios começaram a exigir melhores cuidados ambientais para o seu país, opondo-se à poluição que as fábricas soviéticas produziam. Também se desenvolveram tensões entre o Azerbaijão Soviético e o distrito autónomo do Alto Carabaque, maioritariamente habitado por arménios e separado da Arménia por Stalin em 1923. Os arménios residentes em Carabaque reivindicaram a unificação com a Arménia Soviética. Protestos pacíficos em Erevã apoiavam os arménios de Carabaque que enfrentavam pogroms antiarménios na cidade azeri de Sumgait. Acrescendo os problemas da Arménia, um sismo devastador atingiu o país em 1988, com magnitude 7,2 na escala de Richter.[18]

     
    Arménios reunidos na Ópera de Erevã para protestar contra a política soviética, em 1988

    A inabilidade de Mikhail Gorbachev de resolver os problemas da Arménia (especialmente no Alto Carabaque) criou desilusões entre os arménios e alimentou o desejo crescente de independência. Em maio de 1990, foi criado o Novo Exército Arménio (NEA), servindo como força de defesa separatista do Exército Vermelho soviético. Prontamente irromperam choques entre o NEA e as tropas da Força Soviética de Defesa do Interior, baseadas em Erevã, quando os arménios decidiram comemorar o estabelecimento da República Democrática da Arménia de 1918. A violência resultou na morte de cinco arménios baleados numa estação de comboios pela Força Soviética. Testemunhas acusaram a Força Soviética de uso de força excessiva e de instigação à violência. Atritos adicionais entre os milicianos arménios e as tropas soviéticas em Sovetashen, próxima da capital, resultaram na morte de 26 pessoas, a maioria civis arménios. Em 17 de março de 1991, a Arménia, conjuntamente com os Países Bálticos, Geórgia e Moldávia, boicotou um referendo onde 78% dos votos eram para a permanência na URSS, porém após uma reforma.[19]

    Restabelecimento da independência e o século XXI

    Em 1991, a União Soviética fragmentou-se e a Armênia restabeleceu a sua independência. Declarando-se independente em 23 de agosto, tornou-se a primeira república não báltica a desassociar-se. No entanto, os primeiros anos pós-soviéticos foram assolados por dificuldades económicas, bem como pelo começo repentino, em grande escala, de um confronto armado entre arménios do Alto Carabaque e azeris. Os problemas económicos tiveram origem no início do conflito do Alto Carabaque, quando a Frente Popular do Azerbaijão conseguiu pressionar a RSS do Azerbaijão a impor um bloqueio ferroviário e aéreo contra a Arménia. Essa medida enfraqueceu efetivamente a economia do país, pois 85% de seus produtos e mercadorias chegavam através ferrovia.[20] Em 1993, a Turquia aderiu ao bloqueio contra a Arménia numa demonstração de apoio ao Azerbaijão.[21]

     
    Posse de Levon Ter-Petrosyan como primeiro Presidente da Arménia em 1991

    A Guerra do Alto Carabaque findou após um cessar-fogo intermediado pela Rússia, estabelecido em 1994. A guerra foi bem sucedida para as forças armadas de Carabaque que asseguraram 14% do território azerbaijano,[22][necessário esclarecer] este território conquistado atualmente faz parte da autoproclamada República de Artsaque. Desde então, Arménia e Azerbaijão têm participado de conversas de paz, mediadas pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). O status de Carabaque está sendo ainda determinado. A economia de ambos os países têm sido afetadas na falta de uma resolução definitiva e as fronteiras azeri e turca permanecem fechadas para a Armênia.

    Ao entrar no século XXI, a Arménia enfrentou grandes dificuldades, especialmente no campo económico. Ainda com os altos índices de desemprego, o país conseguiu fazer implementar algumas melhorias económicas, entre as quais, uma plena mudança para uma economia de mercado que faz do país a 32.ª nação mais economicamente livre no mundo desde 2007. Suas relações com a Europa, o Oriente Médio e a Comunidade dos Estados Independentes têm permitido o aumento de seu comércio. Gás, petróleo e outros abastecimentos chegam por meio de duas rotas vitais: o Irão e a Geórgia, com os quais a Arménia mantém relações cordiais.[23]

    Em 2018, o país enfrentou uma série de protestos antigovernamentais, protagonizados por vários grupos políticos e civis liderados por um membro do parlamento armênio — Nikol Pashinyan. As manifestações ficaram conhecidas como Revolução Arménia, com protestos e marchas ocorrendo inicialmente em resposta ao terceiro mandato consecutivo de Serzh Sargsyan como presidente do país e, mais tarde, contra o governo controlado pelo Partido Republicano em geral. No mesmo ano, o parlamento arménio elegeu Armen Sarksyan como o novo presidente da Arménia. Uma reforma constitucional visando reduzir o poder presidencial foi implementada, enquanto a autoridade do primeiro-ministro foi fortalecida. Como consequência direta da Revolução Arménia de 2018, Serzh Sargsyan deixou o cargo. Em maio daquele ano, o parlamento elegeu Nikol Pashinyan como o novo primeiro-ministro.[24][25]

    Nubar Kerimian (1982). Massacre de Armênios e Memórias de Naim Bey para Aram Adonian 1982 ed. São Paulo: Igreja Apostólica Armênia  Gênesis 8:4 «Cher Biography (1946-)» (em inglês). Filmreference.com. Consultado em 26 de maio de 2010  Vahan Kurkjian (1958). History of Armenia 1964 ed. Michigan: Armenian General Benevolent Union  Armenian Soviet Encyclopedia. Erevan: Armenian Encyclopedia. 1987. pp. v. 12  Artak Movsisyan (2000). Sacred Highland: Armenia in the spiritual conception of the Near East. [S.l.]: Yerevan  Martiros Kavoukjian (1982). The Genesis of Armenian People. [S.l.]: Montreal  Charles W. Hartley; G. Bike Yazicioğlu; Adam T. Smith, eds. (2012). The Archaeology of Power and Politics in Eurasia: Regimes and Revolutions. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 65. ISBN 978-1-107-01652-1. ...the unique temple-tomb at Garni, just east of Yerevan – the only Greco-Roman colonnaded building anywhere in the Soviet Union.  «The World Factbook: Armenia». CIA. Consultado em 15 de novembro de 2007  Borgna Brunner. Time Almanac with Information Please 2007. [S.l.: s.n.] 685 páginas. 193340549X  J. S. Kirakosian (1972). Hayastane michazkayin divanakitut'yan ew sovetakan artakin kaghakakanut'yan pastateghterum, 1828-1923 (Arménia nos documentos da diplomacia internacional e negócios estrangeiros soviéticos, 1828-1923) (em arménio). [S.l.]: Yerevan. pp. 149–358  «Twenty-Seven». Ambassador Morgenthau's Story. [S.l.]: BYU. 1918  Kieser, Hans-Lukas; Schaller, Dominik J. (2002), Der Völkermord an den Armeniern und die Shoah [The Armenian genocide and the Shoah], ISBN 3-0340-0561-X (em alemão), Chronos, p. 114  Walker, Christopher J. (1980), Armenia: The Survival of A Nation, London: Croom Helm, pp. 200–3  Bryce, Viscount James; Toynbee, Arnold (2000), Sarafian, Ara, ed., The Treatment of Armenians in the Ottoman Empire, 1915–1916: Documents Presented to Viscount Grey of Falloden, ISBN 0-9535191-5-5 uncensored ed. , Princeton, NJ: Gomidas, pp. 635–49  «Reconhecimento do genocídio armênio é constante fonte de tensões». Estado de Minas. 30 de outubro de 2019. Consultado em 5 de outubro de 2020  Hille, Charlotte Mathilde Louise (2010). State Building and Conflict Resolution in the Caucasus. Leiden, Netherlands: Brill. p. 151. ISBN 978-90-04-17901-1  Eastern Europe, Russia and Central Asia 2004 - Page 74 by Imogen Gladman, Taylor & Francis Group «Baltic states, Armenia, Georgia, and Moldova boycott USSR referendum.». Consultado em 6 de fevereiro de 2007  Michael P. Croissant (1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications. Londres: Praeger. ISBN 0-275-96241-5  «The Ties That Divide». GlobalHeritage Fund. 17 de junho de 2006. Consultado em 13 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 5 de abril de 2008  Thomas De Waal. Black Garden: Armenia And Azerbaijan Through Peace and War. Nova Iorque: New York University Press. 240 páginas. ISBN 0-8147-1945-7  «Europe Could Draw Gas Through Iran–Armenia Pipeline» (em inglês). European dialogue. Consultado em 10 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2016  «"Velvet Revolution" Takes Armenia into the Unknown» (em inglês). Crisis Group. 20 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 17 de agosto de 2021  «Pashinyan elected as Armenia's new prime minister» (em inglês). Al Jazeera. Consultado em 25 de agosto de 2021. Cópia arquivada em 14 de agosto de 2021 
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