Argentina

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Contexto de Argentina

Argentina, oficialmente República Argentina (pronunciado em espanhol: [reˈpuβlika aɾxenˈtina]), é o segundo maior país da América do Sul em território e o terceiro em termos de população, constituída como uma federação de 23 províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires, capital do país. É o oitavo maior país do mundo em área territorial e o maior entre as nações de língua espanhola, embora México, Colômbia e Espanha, que possuem menor território, sejam mais populosos.

A área continental da Argentina está entre a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico, a leste. Faz fronteira com o Paraguai e Bolívia ao norte, com o Brasil e Uruguai a nordeste e com o Chile a oeste e sul. A Argentina reivindica uma parte da Antártida, sobrepondo as reivindicações do Chile e do Reino Unido no continente antártico, mesmo após todas as reivindicações terem sido suspensas pelo Trat...Ler mais

Argentina, oficialmente República Argentina (pronunciado em espanhol: [reˈpuβlika aɾxenˈtina]), é o segundo maior país da América do Sul em território e o terceiro em termos de população, constituída como uma federação de 23 províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires, capital do país. É o oitavo maior país do mundo em área territorial e o maior entre as nações de língua espanhola, embora México, Colômbia e Espanha, que possuem menor território, sejam mais populosos.

A área continental da Argentina está entre a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico, a leste. Faz fronteira com o Paraguai e Bolívia ao norte, com o Brasil e Uruguai a nordeste e com o Chile a oeste e sul. A Argentina reivindica uma parte da Antártida, sobrepondo as reivindicações do Chile e do Reino Unido no continente antártico, mesmo após todas as reivindicações terem sido suspensas pelo Tratado da Antártida de 1961. O país reivindica ainda as Ilhas Malvinas (em castelhano: Islas Malvinas) e Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, que são administradas pelo Reino Unido como territórios britânicos ultramarinos.

O mais antigo registro de presença humana na área atualmente conhecida como Argentina é datado do período paleolítico. A colonização espanhola iniciou-se em 1512. A Argentina emergiu como o Estado sucessor do Vice-Reino do Rio da Prata, uma colônia espanhola fundada em 1776. A declaração e a luta pela independência (1810–1818) foi seguida por uma longa guerra civil, que durou até 1861 e terminou com a reorganização do país em uma federação de províncias, com a cidade de Buenos Aires como capital. Durante a segunda metade do século XX, a Argentina enfrentou vários golpes militares e períodos de instabilidade política, juntamente com crises econômicas periódicas que contiveram seu pleno desenvolvimento econômico e social.

Uma potência média reconhecida, a Argentina é uma das maiores economias da América do Sul, com uma classificação muito alta no Índice de Desenvolvimento Humano. Na América Latina, a Argentina possui o quinto maior PIB per capita (nominal) e o maior PIB per capita em paridade do poder de compra. Analistas argumentam que o país tem "uma forte base para o crescimento futuro devido ao tamanho do seu mercado, aos níveis de investimento direto estrangeiro e ao percentual de exportações de alta tecnologia como parte do total de bens manufaturados" e é classificado pelos investidores como uma economia emergente. A Argentina é um membro fundador da Organização das Nações Unidas, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas e da Organização Mundial do Comércio e continua sendo um dos G20.

Mais sobre Argentina

Informação básica
  • Nome nativo Argentina
  • Código de chamada +54
  • Domínio da Internet .ar
  • Mains voltage 220V/50Hz
  • Democracy index 6.95
Population, Area & Driving side
  • População 47327407
  • Área 2780400
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigo principal: História da Argentina
    Era pré-colombina
     
    Cueva de las Manos, uma das mais antigas expressões humanas da América do Sul
    ...Ler mais
     Ver artigo principal: História da Argentina
    Era pré-colombina
     
    Cueva de las Manos, uma das mais antigas expressões humanas da América do Sul

    A área conhecida atualmente como a Argentina era relativamente pouco povoada até o período da colonização europeia. Os primeiros vestígios de vida humana são datados do período Paleolítico e há indícios adicionais dos períodos Mesolítico e Neolítico.[1] No entanto, grandes áreas do interior eram aparentemente despovoadas durante um extenso período de secas entre 4000 e 2000 a.C..[2]

    Até o período da colonização europeia, a Argentina era relativamente pouco povoada por um grande número de culturas diversas com organizações sociais diferentes,[3] que podem ser divididas em três grupos principais.[4] O primeiro grupo são caçadores e coletores de alimentos sem desenvolvimento de cerâmica, como os povos selknam e yaghan. O segundo grupo são os caçadores avançados e os coletores de alimento que incluem os puelche, querandí e serranos no centro-leste; e os tehuelche no sul - todos eles conquistados pelos mapuches que se espalham do Chile[5] - e o kom e wichi no norte. O último grupo são os agricultores com cerâmica, como os charruas, minuanos e guaranis no nordeste, com práticas de queimadas e existência semissedentária;[3] a avançada cultura diaguita comercializava no noroeste, que foi conquistado pelo Império Inca em torno de 1480; os toconotés e comechingones vivam no centro do país e os huarpes, uma cultura que criava lhamas e foi fortemente influenciada pelos incas, no centro-oeste.[3]

    Período colonial
     Ver artigos principais: Colonização espanhola da América, Vice-Reino do Rio da Prata e Revolução de Maio
     
    Ruínas da missão jesuítica de San Ignacio Miní, um Patrimônio Mundial pela UNESCO

    Os europeus chegaram pela primeira vez à região com a viagem de 1502 de Américo Vespúcio. Os navegadores espanhóis Juan Díaz de Solís e Sebastian Cabot visitaram o território que hoje é a Argentina em 1516 e 1526, respectivamente.[6] Em 1536 Pedro de Mendoza fundou o pequeno povoado de Buenos Aires, que foi abandonado em 1541.[7]

    Outros esforços de colonização vieram do Paraguai — estabelecendo o Governo do Rio da Prata — Peru e Chile.[8] Francisco de Aguirre fundou Santiago del Estero em 1553. Londres foi fundada em 1558; Mendoza, em 1561; San Juan, em 1562; San Miguel de Tucumán, em 1565.[9] Juan de Garay fundou Santa Fé em 1573 e no mesmo ano Jerónimo Luis de Cabrera criou Córdoba.[10] Garay foi mais para o sul para refundar Buenos Aires em 1580. San Luis foi estabelecida em 1596.[9]

    No séculos XVI e XVII, a economia argentina foi baseada na exploração de prata, com o uso da mão-de-obra dos indígenas. Ocorre a miscigenação entre colonos espanhóis e os ameríndios.[11]

    No século XVII, jesuítas espanhóis criam missões na Bacia do Prata, com o objetivo de catequizar os indígenas e proteger os nativos de caçadores de escravos. Além disso, nesse período intensifica-se o contrabando e a pirataria, sobretudo na região do Rio da Prata.[11]

    As primeiras cabeças de gado chegaram à Argentina logo no início da colonização, em 1556, e ao longo do tempo foram se multiplicando, graças aos amplos pastos da região dos Pampas. No século XVIII, a pecuária já era uma das bases da economia argentina.[12]

    Em 1776, foi criado o Vice-Reino do Rio da Prata, desmembrado do Vice-Reino do Peru. Buenos Aires é escolhida capital do novo vice-reino e começa a concentrar poder, desestabilizando a política local.[13]

    Buenos Aires repeliu duas invasões britânicas malfadadas em 1806 e 1807.[14] As ideias do Iluminismo e o exemplo das primeiras Revoluções Atlânticas geraram críticas à monarquia absolutista que governava o país. Como no resto da América espanhola, a queda de Fernando VII durante a Guerra Peninsular criou grande preocupação.[15]

    Independência e guerras civis
     Ver artigo principal: Independência da Argentina
     
    José de San Martín, libertador de Argentina, Chile e Peru, na Catedral de Buenos Aires

    Ao iniciar o processo de emersão da Argentina como o Estado sucessor ao Vice-Reino do Rio da Prata,[16] a Revolução de Maio de 1810 substituiu o vice-rei Baltasar Hidalgo de Cisneros pela Primeira Junta, um novo governo em Buenos Aires composto por habitantes locais.[15] Nos primeiros confrontos da Guerra da Independência, a Junta esmagou uma contrarrevolução em Córdoba,[17] mas não conseguiu superar as da Banda Oriental, do Alto Peru e do Paraguai, que mais tarde se tornaram Estados independentes.[18]

    Os revolucionários se dividiram em dois grupos antagonistas: os centralistas e os federalistas - uma medida que definiria as primeiras décadas de independência da Argentina.[19] A Assembleia do ano XIII nomeou Gervasio Antonio de Posadas como primeiro Diretor Supremo das Províncias Unidas do Rio da Prata.[19]

    Em 1816 o Congresso de Tucumán formalizou a Declaração de Independência.[20] Um ano depois, o general Martín Miguel de Güemes parou os defensores da coroa espanhola no norte e o general José de San Martín tomou um exército através dos Andes e garantiu a independência do Chile; então conduziu a luta à fortaleza espanhola de Lima e proclamou a independência do Peru.[21][22] Em 1819, Buenos Aires decretou uma constituição centralista que fosse substituída pela federalista.

    A Batalha de Cepeda de 1820, travada entre os centralistas e os federalistas, resultou no fim do governo do Diretor Supremo. Em 1826, Buenos Aires promulgou outra constituição centralista, com Bernardino Rivadavia sendo nomeado como o primeiro presidente do país. Entretanto, as províncias do interior se opuseram a ele, forçaram sua renúncia e rejeitaram a constituição.[23] Centralistas e Federalistas retomaram a guerra civil; este último grupo prevaleceu e formou a Confederação Argentina em 1831, liderada por Juan Manuel de Rosas.[24] Durante seu regime ele enfrentou um bloqueio naval francês (1838-1840), a Guerra da Confederação (1836-1839) e um bloqueio anglo-francês (1845-1850), mas manteve-se invicto e impediu a perda de território nacional.[25] Suas políticas de restrição ao comércio, porém, irritaram as províncias do interior e, em 1852, Justo José de Urquiza, outro caudilho poderoso, o tirou do poder. Como novo presidente da Confederação, Urquiza promulgou a Constituição liberal e federal de 1853. Buenos Aires se separou, mas foi forçada a voltar para a Confederação depois de ser derrotada na Batalha de Cepeda de 1859.[26]

    Ascensão da nação moderna
     
    Pessoas reunidas em frente ao Cabildo de Buenos Aires durante a Revolução de Maio, que forçou a renúncia do vice-rei e substituiu seu governo pela Primera Junta, o primeiro governo argentino independente.

    Ao superar Urquiza na Batalha de Pavón em 1861, Bartolomé Mitre garantiu a predominância de Buenos Aires e foi eleito como o primeiro presidente do país reunificado. Foi seguido por Domingo Faustino Sarmiento e Nicolás Avellaneda; estas três presidências estabeleceram as bases do moderno Estado argentino.[27]

    Entre 1878 e 1885, sob a liderança do General Julio Argentino Roca, Ministro de Guerra de Avellaneda e posteriormente Presidente da República, a Argentina expande seu território para o sul, conquistando a Patagônia, na chamada "Campanha do Deserto". Esse processo resultou no extermínio de grande parte dos indígenas patagônios e fueguinos.[28]

    Começando com Julio Argentino Roca em 1880, dez governos federais consecutivos enfatizaram políticas econômicas liberais. A onda maciça de imigração europeia que se seguiu - menor apenas que a dos Estados Unidos - levou a uma quase reinvenção da sociedade e da economia argentinas que, em 1908, haviam colocado o país como a sétima nação mais próspera do mundo.[29][30] Impulsionada por esta onda de imigração e mortalidade decrescente, a população argentina cresceu cinco vezes e a economia 15 vezes:[31] de 1870 a 1910 as exportações argentinas de trigo passaram de 100 000 para 2 500 000 toneladas por ano, enquanto as exportações de carne congelada aumentaram de 25 000 para 365 000 t por ano,[32] colocando a Argentina como um dos cinco maiores exportadores mundiais.[33] Sua rede ferroviária aumentou de 503 km para 31 104 km.[34] Aprimorada por um novo sistema de ensino público, obrigatório, livre e secular, a alfabetização disparou de 22% para 65%, um nível mais alto do que a maioria das nações latino-americanas atingiria até 50 anos mais tarde.[33] Além disso, o PIB nominal do país cresceu tão rápido que, apesar do enorme influxo de imigração, a renda per capita entre 1862 e 1920 passou de 67% da dos países desenvolvidos para 100%.[34]

     
    Centenário da Argentina, celebrado em 25 de maio de 1910

    Em 1865, a Argentina já era uma das 25 nações mais ricas e, em 1908, ultrapassou a Dinamarca, o Canadá e os Países Baixos para chegar ao 7º lugar, atrás da Suíça, Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, Reino Unido e Bélgica. O rendimento per capita da Argentina era 70% superior ao da Itália, 90% superior ao da Espanha, 180% superior ao do Japão e 400% superior ao do Brasil.[29] Apesar dessas realizações singulares, o país demorou a cumprir seus objetivos originais de industrialização:[35] depois do forte desenvolvimento de indústrias locais na década de 1920, uma parte significativa do setor manufatureiro continuou a ser intensiva em mão de obra na década de 1930.[36]

    Em 1912, o presidente Roque Sáenz Peña promulgou o sufrágio universal masculino e secreto, o que permitiu que Hipólito Yrigoyen, líder da União Cívica Radical (ou UCR), ganhasse a eleição de 1916. Ele promulgou reformas sociais e econômicas e ampliou a assistência aos agricultores familiares e às pequenas empresas. A Argentina permaneceu neutra durante a Primeira Guerra Mundial. A segunda administração de Yrigoyen enfrentou uma crise econômica, influenciada pela Grande Depressão.[37]

    Década Infame
     Ver artigo principal: Década Infame
     
    Golpe de Estado na Argentina em 1930

    Em 1930, Yrigoyen foi expulso do poder pelos militares liderados por José Félix Uriburu. Embora a Argentina tenha permanecido entre os 15 países mais ricos até meados do século,[29] este golpe de Estado marca o início de um declínio econômico e social constante que empurrou o país de volta ao subdesenvolvimento.[38]

    Uriburu governou por dois anos; então Agustín Pedro Justo foi eleito em uma eleição fraudulenta e assinou um tratado controverso com o Reino Unido. A Argentina permaneceu neutra durante a Segunda Guerra Mundial, uma decisão que teve pleno apoio britânico, mas foi rejeitada pelos Estados Unidos após o ataque a Pearl Harbor. Um novo golpe militar derrubou o governo e a Argentina declarou guerra às Potências do Eixo um mês antes do final da Segunda Guerra Mundial na Europa. O ministro do bem-estar, Juan Domingo Perón, foi despedido e preso por causa de sua alta popularidade entre os trabalhadores. Sua libertação foi forçada por uma demonstração popular maciça, o que o levou a ganhar a eleição de 1946.[39]

    Peronismo
     Ver artigo principal: Peronismo
     
    Juan Domingo Perón, presidente da Argentina por três mandatos, e sua esposa Eva (ou Evita), fundadores de um movimento político conhecido como peronismo

    Perón criou um movimento político conhecido como peronismo. Ele nacionalizou indústrias e serviços estratégicos, melhorou os salários e as condições de trabalho, pagou toda a dívida externa e conseguiu quase o pleno emprego. A economia, no entanto, começou a declinar em 1950, por causa do excesso de despesas. Sua esposa altamente popular, Eva Perón, tinha um papel político central. Ela incentivou o congresso a decretar o sufrágio universal das mulheres em 1947[40] e desenvolveu uma assistência social sem precedentes aos setores mais vulneráveis da sociedade.[41] No entanto, devido ao seu estado de saúde, não pôde concorrer à vice-presidência em 1951, ocasião em que Perón foi reeleito com uma votação maior do que em 1946, e ela morreu de câncer no ano seguinte, enfraquecendo o governo.[42] Em 1955, a Marinha Argentina bombardeou a Praça de Maio numa tentativa de matar o Presidente. Poucos meses depois, durante o autochamado golpe da Revolução Libertadora, ele renunciou e entrou em exílio na Espanha.[43]

    O novo chefe de Estado, Pedro Eugenio Aramburu, proscreveu o peronismo e proibiu todas as suas manifestações; no entanto, os peronistas se mantiveram subterrâneos. Arturo Frondizi, da UCR, ganhou as eleições seguintes, em 1958.[44] Ele incentivou o investimento para alcançar a autossuficiência energética e industrial, reverteu um déficit comercial crônico e acabou com a proibição ao peronismo; contudo, seus esforços em manter boas relações com peronistas e militares lhe trouxe rejeição de ambos os grupos e um novo golpe de Estado o tirou do poder em 1962,[45] mas o chefe do Senado, José María Guido, reagiu rapidamente e aplicou a legislação contra o vácuo contra o poder, tornando-se presidente; as eleições foram revogadas e o peronismo proscrito novamente. Arturo Illia (UCR) foi eleito em 1963 e levou a um aumento geral da prosperidade; no entanto suas tentativas de legalizar o peronismo resultaram em sua deposição em 1966, por meio de um golpe de Estado liderado por Juan Carlos Onganía, conhecido como "Revolução Argentina", que estabeleceu um novo governo militar que procurou governar indefinidamente.[42][46] Onganía foi afastado da presidência em 1970.[42]

    Em 1971, o General Alejandro Lanusse negocia a volta de Perón para a Argentina. Perón é eleito presidente em 1973, mas falece no ano seguinte, sendo sucedido pela sua viúva e vice-presidenta, Isabelita Perón.[42]

    Regime militar
     Ver artigos principais: Revolução Argentina, Golpe de Estado na Argentina em 1976 e Processo de Reorganização Nacional
     Ver também: Guerra suja e Guerra das Malvinas
     
    A primeira junta militar, da esquerda à direita: Emilio Massera, Jorge Videla e Orlando Agosti
     
    Cemitério militar argentino em Stanley, nas Ilhas Malvinas

    O país se encontrou num caos político durante o governo de Isabelita. Grupos extremistas realizavam sequestros e assassinatos, levando a sociedade a um terror poucas vezes visto no país. Nesta situação, em março de 1976 um golpe de estado derruba a presidenta e o líder da junta militar, o General Jorge Rafael Videla, assume a Presidência, assim iniciando a ditadura militar argentina, autodenominada pelos militares de "Processo de Reorganização Nacional", que se caracterizou por acentuada repressão. Assim como os outros países do Cone Sul, o governo argentino integrou a Operação Condor.[47]

    A administração de Videla foi marcada por violações sistemáticas aos direitos humanos, com constantes perseguições, torturas e execuções de presos políticos, além de conflitos fronteiriços com o Chile, que estiveram próximas de um conflito armado — matéria diplomaticamente mediada por João Paulo II.[47] Bebês filhos de opositores da ditadura eram sequestrados e dados a famílias apoiadoras do regime, o que ocasionou o surgimento de grupos que lutam pela descoberta das crianças sequestradas, como as Mães da Praça de Maio e as Avós da Praça de Maio.[42] Houve também desmantelamento dos sindicatos e polarização na divisão de classes sociais. A economia do país, porém, cresceu, tornando-se mais competitiva e moderna, adaptando-se às correntes mundiais. Houve também um grande incremento nas obras públicas.[47]

    Videla é substituído em 1981 por Roberto Viola, que promete diálogo com a oposição, mas é deposto no mesmo ano pelo General Leopoldo Galtieri.[42]

    Buscando apoio popular, em 1982 a Argentina invade as Ilhas Malvinas (ou Falklands), território ultramarino britânico reivindicado pelo país sul-americano, assim iniciando a Guerra das Malvinas.[42][47] O absoluto fracasso das tropas argentinas e a morte de aproximadamente 600 jovens soldados levaram à renúncia de Galtieiri, que é substituído por Reynaldo Bignone, que negocia a volta dos civis ao poder. Desse modo, a guerra foi o golpe significativo à ditadura militar argentina.[47]

    Período contemporâneo
     Ver artigos principais: Crise econômica da Argentina e Kirchnerismo
     
    Intervenção policial nas ruas de Buenos Aires durante a crise de 2001

    Em 10 de dezembro de 1983, Raúl Alfonsín (UCR), eleito naquele mesmo ano, toma posse como presidente, assinalando o retorno da democracia à Argentina. Logo após, uma comissão descobriu que cerca de 10 mil argentinos foram mortos durante a ditadura militar. Alfonsín ordenou a prisão de altos comandantes militares, mas revoltas militares forçaram o presidente a anistiar comandantes subalternos. Além disso, nessa época a hiperinflação se torna um grande problema, provocando saques e quebra-quebras.[42]

    Em 1989, Carlos Menem é eleito presidente e toma posse, com uma inflação de 5.000%. Seu governo foi marcado por medidas de combate à inflação e uma orientação econômica neoliberal. Em 1991, o Ministro da Economia, Domingo Cavallo, torna o peso argentino paritário ao dólar estadunidense, congelando a inflação, e a Argentina funda o Mercosul junto com o Brasil, Uruguai e Paraguai. No ano seguinte, a estatal petrolífera e o sistema energético são privatizados. Em 1994, Menem é reeleito. As medidas econômicas adotadas mostraram-se insustentáveis, pois ao longo dessa gestão houve uma escalada do desemprego e uma prolongada recessão.[13][42]

    Em 1999, Fernando de la Rúa, de uma aliança oposicionista que inclui a UCR, é eleito e assume o poder, em meio a um país em recessão, com exportações afetadas devido à desvalorização do real, moeda do Brasil, um dos principais parceiros comerciais da Argentina. A coalizão governista desenvolveu fendas, e o retorno de Cavallo ao Ministério da Economia foi interpretado como um movimento de crise dos especuladores. A decisão de Cavallo falhou e acabou por ser forçado a tomar medidas para pôr fim a uma onda de fuga de capitais e para conter a crise da dívida iminente. Em 2000, o governo congela gastos públicos e reduz benefícios previdenciários e também solicita e recebe auxílio do Fundo Monetário Internacional.A situação se agrava e a Argentina enfrentou uma muito grave crise econômica e política. Em julho de 2001, boatos de desvalorização do peso provocam uma corrida aos bancos. O governo reage e, em dezembro, limita a retirada mensal por pessoa a mil dólares, no que ficou conhecido como "corralito". Com isso, protestos cada vez maiores tomam conta das ruas do país e se transformam em tumultos, com conflitos com a polícia que resultaram em váris mortes. No final do mês de dezembro, de la Rúa renuncia e foge.[42][48]

    Três presidentes seguiram em rápida sucessão, durante duas semanas, até o peronista de centro-esquerda Eduardo Duhalde ser escolhido presidente interino pelo Congresso Argentino em 2 de janeiro de 2002. A Argentina decreta moratória de sua dívida externa e a paridade peso-dólar é abandonada, causando uma maior desvalorização do peso e um aumento da inflação. Duhalde também teve que lidar com uma crise financeira e socioeconômica, com uma taxa de desemprego de 25% no fim de 2002 e com o menor salário real em sessenta anos. A crise acentuou a desconfiança do povo nos políticos e nas instituições. Depois de um ano abalado por protestos, a economia começou a se estabilizar no final de 2002, e o corralito foi suspenso em dezembro.[49]

     
    Néstor Kirchner e a sua esposa e sucessora política, Cristina Kirchner

    Beneficiando-se de uma taxa de câmbio desvalorizada, o governo implementou novas políticas com base em reindustrialização e substituição de importações, e as exportações aumentaram e começaram a ter consistentes superávits comerciais e fiscais. O governador da província de Santa Cruz, Néstor Kirchner, um peronista social democrata, foi eleito Presidente em maio de 2003. Durante a gestão de Kirchner (2003-2007), a Argentina reestruturou sua dívida em falta com um grande desconto (66%) na maioria dos títulos, pagou a dívida com o FMI, renegociou contratos com concessionárias e nacionalizou algumas empresas anteriormente privatizadas. Kirchner e seus economistas, nomeadamente Roberto Lavagna, também prosseguiram com uma política de rendimentos e vigoroso investimento em obras públicas. A economia volta a crescer.[50]

    Em 2007, a esposa de Néstor, Cristina Kirchner, é eleita e toma posse, se tornando a primeira mulher escolhida democraticamente para a Presidência e, em resultado polêmico, Fabiana Ríos, uma candidata de centro-esquerda na Província de Tierra del Fuego, tornou-se a primeira mulher na história argentina a ser eleita governadora. A presidenta Kirchner, apesar de ter grande maioria no Congresso, viu um controverso plano para o aumento dos impostos às exportações agrícolas derrotado pelo surpreendente voto do vice-presidente Julio Cobos, após grandes protestos e bloqueios agrários de março a julho de 2008. A crise financeira global iniciada em 2008 fez com que Cristina intensificasse a política de seu marido de intervenção estatal em setores conturbados da economia.[51] A pausa no crescimento econômico e erros políticos fizeram com que o kirchnerismo (filosofia política de esquerda do casal Kirchner) e seus aliados perdessem a maioria absoluta no Congresso nas eleições de 2009. Cristina Kirchner foi reeleita em 2011, com mais de 53% dos votos, o melhor desempenho de um candidato desde a redemocratização argentina, sendo a primeira mulher reeleita presidente na América Latina.[52]

    Em novembro de 2015, Maurício Macri foi eleito o 56º presidente do país,[53] pondo fim a doze anos de kirchnerismo.[54] O governo Macri (2015-2019) seguiu uma orientação econômica neoliberal e foi marcado pela disparada da inflação, corte de subsídios e concessão de ajuda ao FMI.[55]

    Em 2019,é eleito e empossado o kirchnerista Alberto Fernández, ex-chefe de gabinete da Presidência, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. A inflação continua em alta e a Argentina passa pela pior crise desde 2001-2002. O governo teve como grandes desafios econômicos a renegociação e adiamento da dívida externa e a pandemia de COVID-19.[56][57]

    Santillán, p. 17 Gil, Adolfo; Marcelo (1 de janeiro de 2005). «Mid-Holocene paleoenvironments and the archeological record of southern Mendoza, Argentina». Quaternary International. 132 (1): 81-94. doi:10.1016/j.quaint.2004.07.014. Consultado em 21 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 24 de setembro de 2015  a b c Edwards 2008, p. 12. Abad de Santillán 1971, pp. 18–19. Edwards 2008, p. 13. Crow 1992, p. 128. Crow 1992, pp. 129–132. Abad de Santillán 1971, pp. 96–140. a b Crow 1992, p. 353. Crow 1992, p. 134. a b Ramos, Jefferson Evandro Machado. «História da Argentina - resumo, descobrimento e fase colonial». Sua Pesquisa. Consultado em 6 de fevereiro de 2023  «Breve história da carne argentina». Buenos Aires Turismo. 2 de agosto de 2018. Consultado em 6 de fevereiro de 2023  a b Novo, Benigno Núñez. «Conhecendo a Argentina». Meu Artigo Brasil Escola. Consultado em 6 de fevereiro de 2023  Crow 1992, p. 421. a b Abad de Santillán 1971, pp. 194ff. Levene 1948, p. 11. Rock 1987, p. 81. Rock 1987, pp. 82–83. a b Lewis 2003, pp. 39–40. Rock 1987, p. 92; Lewis 2003, p. 41. Galasso 2011, pp. 349–353, vol. I. Galasso 2011, pp. 185–252, vol. I. Lewis 2003, p. 43. Lewis 2003, p. 45. Lewis 2003, pp. 46–47. Lewis 2003, pp. 48–50. Galasso 2011, pp. 363–541, vol. I. «De "Conquista del desierto" a "Campaña contra el indio": la identidad argentina en los manuales». IWGIA (em espanhol). 2 de junho de 2022. Consultado em 1 de abril de 2023  a b c Bolt & Van Zanden 2013. Díaz Alejandro 1970, p. 1. Lewis 1990, pp. 18–30. Mosk 1990, pp. 88–89. a b Cruz 1990, p. 10. a b Díaz Alejandro 1970, pp. 2–3. Galasso 2011, pp. 567–625, vol. I. Lewis 1990, pp. 37–38. Galasso 2011, pp. 7–178, vol. II. «Becoming a serious country». The Economist. London. 3 de junho de 2004. Cópia arquivada em 20 de março de 2014. Argentina is thus not a "developing country". Uniquely, it achieved development and then lost it again.  Galasso 2011, pp. 181–302, vol. II. Barnes 1978, p. 3. Barnes 1978, pp. 113ff. a b c d e f g h i j Almanaque Abril 2015. São Paulo: Abril. 2014. pp. 391–392  Galasso 2011, pp. 303–351, vol. II. Galasso 2011, pp. 353–379, vol. II. Robben 2011, p. 34. Galasso 2011, pp. 381–422, vol. II. a b c d e Sylvia Colombo (24 de março de 2016). Folha de S.Paulo, ed. «Ditadura deixou como legado o consenso sobre democracia». Consultado em 11 de maio de 2017. Cópia arquivada em 10 de julho de 2017  «de la Rúa» (em espanhol). Todo Argentina. Consultado em 25 de abril de 2010. Cópia arquivada em 12 de abril de 2010  «Duhalde» (em espanhol). Todo Argentina. Consultado em 25 de abril de 2010. Cópia arquivada em 12 de junho de 2010  «Kirchner» (em espanhol). Todo Argentina. Consultado em 25 de abril de 2010. Cópia arquivada em 12 de junho de 2010  «Crítica'» (PDF) (em espanhol). Consultado em 25 de abril de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 31 de janeiro de 2010  «La democracia La presidencia de Nestor Kirchner (2003-2007)». www.todo-argentina.net. Consultado em 14 de junho de 2010. Cópia arquivada em 12 de junho de 2010  «Mauricio Macri es el nuevo presidente de los argentinos». www.lanacion.com.ar. Consultado em 23 de novembro de 2015. Cópia arquivada em 23 de novembro de 2015  «Macri é eleito presidente da Argentina e põe fim a 12 anos de kirchnerismo». Consultado em 23 de novembro de 2015. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2015  Carmo, Marcia. «Os sete erros de Mauricio Macri». BBC News Brasil. Consultado em 6 de fevereiro de 2023  «Fernández dá posse a 'superministro' na Argentina para salvar economia e governo». Folha de S.Paulo. 3 de agosto de 2022. Consultado em 6 de fevereiro de 2023  González, Enric (1 de março de 2021). «A crise perpétua da Argentina». El País Brasil. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 
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