Contexto de Albânia

A Albânia (em albanês: Shqipëri/Shqipëria), oficialmente República da Albânia (em albanês: Republika e Shqipërisë), é um pequeno país montanhoso da península Balcânica, no sudeste da Europa. Tem uma área total de 27 400 km² e uma população de quase 3 milhões de habitantes.

Situada na borda ocidental da península Balcânica, limita-se ao norte com o Montenegro, a nordeste com o Kosovo, a leste com Macedônia do Norte e Grécia e ao sul e oeste com o Mar Adriático, do outro lado do qual se encontra a Itália. A língua oficial é o albanês. Na atualidade, a Albânia está entre os países menos desenvolvidos da Europa, embora possua indicadores sociais superiores ao da média brasileira (em 2013). Segundo dados de 2011, cerca de 53% da população da Albânia vive em zonas urbanas (dos quais cerca de 25% vivem na capital Tirana), e 4...Ler mais

A Albânia (em albanês: Shqipëri/Shqipëria), oficialmente República da Albânia (em albanês: Republika e Shqipërisë), é um pequeno país montanhoso da península Balcânica, no sudeste da Europa. Tem uma área total de 27 400 km² e uma população de quase 3 milhões de habitantes.

Situada na borda ocidental da península Balcânica, limita-se ao norte com o Montenegro, a nordeste com o Kosovo, a leste com Macedônia do Norte e Grécia e ao sul e oeste com o Mar Adriático, do outro lado do qual se encontra a Itália. A língua oficial é o albanês. Na atualidade, a Albânia está entre os países menos desenvolvidos da Europa, embora possua indicadores sociais superiores ao da média brasileira (em 2013). Segundo dados de 2011, cerca de 53% da população da Albânia vive em zonas urbanas (dos quais cerca de 25% vivem na capital Tirana), e 47% em zonas rurais. Em 2012, existiam na Albânia aproximadamente 120 mil automóveis.

A Albânia foi uma nação socialista da Segunda Guerra Mundial até 1992. Todavia, rompeu relações com a ex-União Soviética em 1961, e aliou-se à China. O rompimento com a União Soviética separou a Albânia dos contatos com a maioria dos outros países. Poucos visitantes estrangeiros tinham permissão de entrar na Albânia. A partir de 1978, as relações com a China ficaram estremecidas. A Albânia fez parte do Império Otomano por mais de 400 anos. Conquistou sua independência em 1912. Seu nome em albanês é Shqipëria, que significa A Terra da Águia. O nome oficial da Albânia é Republika e Shqipërisë (República da Albânia). Tirana, com cerca de 454 000 habitantes, é a capital e maior cidade do país.

O país é membro das Nações Unidas, do Banco Mundial, da UNESCO, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Conselho da Europa (COE), da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI). É também um candidato oficial para a adesão à União Europeia. Além disso, é um dos membros fundadores da Comunidade da Energia, incluindo a Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro e a União para o Mediterrâneo.

Mais sobre Albânia

Informação básica
  • Nome nativo Shqipëria
  • Código de chamada +355
  • Domínio da Internet .al
  • Mains voltage 220V/50Hz
  • Democracy index 6.11
Population, Area & Driving side
  • População 2793592
  • Área 28748
  • Lado de condução right
Histórico
  •  Ver artigo principal: História da Albânia
    Origens

    Entre o fim da Idade do Bronze e o começo da Idade do Ferro (c. 1 000 a.C.), os indo-europeus chegaram à Ilíria, região de litoral recortado e ásperas montanhas, cuja ocupação datava do Paleolítico. A partir do século VII a.C., mantiveram frequentes contatos com os gregos e macedônios, seus vizinhos do sul, sem perder, no entanto, a identidade. Organizaram-se, com o tempo, em uma variedade de principados autônomos, que Filipe (e. 359-336 a.C.) e Alexandre (336−323 a.C.) da Macedônia anexaram, um a um....Ler mais

     Ver artigo principal: História da Albânia
    Origens

    Entre o fim da Idade do Bronze e o começo da Idade do Ferro (c. 1 000 a.C.), os indo-europeus chegaram à Ilíria, região de litoral recortado e ásperas montanhas, cuja ocupação datava do Paleolítico. A partir do século VII a.C., mantiveram frequentes contatos com os gregos e macedônios, seus vizinhos do sul, sem perder, no entanto, a identidade. Organizaram-se, com o tempo, em uma variedade de principados autônomos, que Filipe (e. 359-336 a.C.) e Alexandre (336−323 a.C.) da Macedônia anexaram, um a um. Depois da morte de Alexandre e da fragmentação do seu império, todos esses pequenos Estados recuperaram a independência.[1]

    Epiro

    O reino de Epiro, com capital em Janina, distinguira-se dos demais e conheceu sob Pirro (C. 295-272 a.C.) da dinastia dos molossos uma era de esplendor. Pirro fez guerra aos romanos e bateu-os, sofrendo perdas consideráveis, em Heracleia (280 a.C.) e Ásculo (279 a.C.). Daí a expressão "vitória de Pirro". Ocupou depois, por algum tempo, a Sicília. Derrotado em Benevento (275 a.C.) por Cúrio Dentato abandonou suas pretensões na península Itálica pela conquista do Peloponeso e morreu em Argos.[1]

    A Ilíria romana

    No século II a.C., os ilírios caíram sob o domínio de Roma, que fora sempre a vítima principal da sua pirataria no mar. Em 228 a.C., o cônsul Gneu Flávio[quem?] pôs uma esquadra de duzentos barcos no Adriático, com o que a rainha ilíria, Teuta, se rendeu. Mas o último rei ilírio do interior não depôs as armas até 168, e só em 27 a.C., desbaratada a resistência popular, pôde ser o país reduzido à condição de província romana. Vinho, azeite, queijos de cabra e peixe fresco da Ilíria passaram a figurar nos cardápios romanos.[1]

    Em continuação à via Ápia, uma grande estrada - a via Egnácia - foi construída através do território. ligando Dirráquio (Durazzo) a Tessalônica e a Bizâncio. Vínculo importante com a Ásia, por ela chegavam do Oriente joias, brocados, perfumes e especiarias.[1]

    Esse grande movimento comercial enriqueceu a província. Apolônia da Ilíria, que fora colônia coríntia já em 588 a.C., tornou-se centro cultural de nomeada. Júlio César mandou que seu sobrinho Otávio completasse ali a sua educação. Em 43 a.C., quando da partilha do mundo pelos segundos triúnviros, o rio ilírio Drino foi escolhido como limite entre os domínios de Marco Antônio (Oriente) e Otávio (Ocidente).[1]

    Não se extinguiram, porém, com o prestígio e o progresso, os sentimentos nacionalistas do povo ou a sua paixão de liberdade.

    Otávio foi obrigado a submeter em pessoa os dálmatas do nordeste (c. 35-33 a.C.) - o que lhe aumentou a popularidade em Roma - e Tibério teve de sufocar uma segunda revolta, ainda pior (c. 6-9 d.C.).[1]

    O século I viu a conversão do país ao cristianismo por dois apóstolos, São Asto, de Durres (Durazzo), e São Donato, de Vlorë. A província, que lutara bravamente pela preservação da sua personalidade nacional, já se tinha romanizada a essa época e começava a influir nos destinos do império. Acabou por dar no século III, vários césares a Roma: Aureliano, natural de Sirmio, Diocleciano, de Saiona, e Constantino, de Naísso.[1]

    Com a reorganização do império no ano 379; dividiu-se em duas províncias irmãs, a Ilíria ocidental e a oriental, que incluía, além da Dácia. a Macedônia e a Grécia (Acaia). Em 395, na grande cisão, passaram ambas a integrar o império romano do Oriente.[1]

    Invasões

    Dos séculos III ao V, a região foi assolada por sucessivas invasões bárbaras, sobretudo de visigodos e hunos. Nos séculos VI e VII chegaram os eslavos que, em cem anos, conseguiram transformar completamente a etnia do país. As populações primitivas refugiaram-se nas montanhas mais inacessíveis e os albaneses de hoje são descendentes diretos desses poucos remanescentes que guardaram a pureza da língua ilíria de tronco indo-europeu.[2]

    O país permaneceu, todavia, sob domínio bizantino até o século IX. Foi conquistado, então (c. 870), pelos búlgaros. Em 1018, foi reconquistado pelos bizantinos (Basílio II Bulgaróctono). Nos séculos XI e XII, amiudaram-se as invasões normandas, encabeçadas por Roberto Guiscardo e por seu filho Boemundo. Roberto tomou Dirráquio em 1082, vencendo a resistência do imperador Aleixo I Comneno. O nome Albânia reaparece então no relato que fez sua filha, Ana Comnena, sobre o episódio.[2]

    Despotado do Epiro

    O cisma religioso do ano 1054 colocou certas áreas do norte sob a influência da Igreja romana. Os senhores feudais da região ganharam, assim, mais um elemento de diversidade em que basear suas reivindicações de autonomia. A queda de Constantinopla na IV cruzada e a desaparição dos comnenos, cujo império foi tragado pelo latino do Oriente, levaram à criação na Albânia de principados independentes.[2]

    O mais importante foi o do Epiro, fundado (1204) por Miguel I Comneno Ducas, que compreendia não só o território do antigo Epiro de Pirro, mas quase toda a atual Albânia e algumas áreas circunvizinhas. Seu sucessor.Teodoro Comneno Ducas destronou o imperador latino, legitimamente eleito, Pedro de Courtenay: capturou-o quando se ia a caminho de Constantinopla para a sua sagração; e fez-se coroar em Salonica. Mas foi derrotado logo em seguida, também no caminho de Constantinopla, por João Asen II da Bulgária. O perdido despotado foi reconstituído depois da morte de João por Miguel II Comneno Ducas, mas teve vida efêmera. Em 1264, Miguel VIII Paleólogo reincorporou-o ao Império Bizantino.[2]

    Desde 1261, toda a região era reclamada por Carlos de Anjou, irmão de São Luís e rei de Nápoles. Em 1269, instalou-se em Vlorë. Em 1272, proclamou-se rei da Albânia. Foi o primeiro a assumir tal título. No século XIV. o país caiu sob o domínio dos sérvios e se integrou no império de Estêvão Uresis IV. À sua morte (1355), a Albânia fragmentou-se mais uma vez. Dos pequenos reinos então formados, os mais importantes parecem ter sido os de Tópia, Blasha e Shpta. Suas lutas internas e rivalidades com Veneza levaram à intervenção dos turcos, inimigos dos venezianos.[2]

    Os turcos
     
    Depois de servir ao Império Otomano por 20 anos, Skanderbeg (Skanderbëu na língua local) desertou e uniu os vários clãs que habitavam a região numa rebelião que atrasou o avanço otomano na Europa por 25 anos. É considerado herói nacional e criador do conceito de Albânia como nação.[3]

    Os excessos da ocupação otomana provocaram revoltas esporádicas e locais. A aparição de um chefe carismático, George Kastrioti Skanderbeg, canalizou a insatisfação popular numa verdadeira guerra santa contra o Crescente. O papa Pio II, Piccolornini, fez apelos em favor dos albaneses junto aos reis da cristandade e pregou uma nova cruzada. Mas a falta geral de entusiasmo pela ideia, evidente no Congresso de Mântua (1450), abortou o projeto.[4]

    A oportunidade para a sublevação nacional foi a guerra turco-húngara de 1443. Murade II, de quem Skanderbeg fora ironicamente o favorito, enviou contra ele o seu melhor general. Batidos na fronteira, os turcos acabaram por firmar uma trégua (1461). Teve curta duração. Em 1466 e 1467, os turcos voltaram e por duas vezes puseram sítio a Croia (Kruja). Da primeira, o próprio sultão, já a essa altura Maomé II, o Conquistador, comandou o ataque, com 200 mil homens. A praça resistiu.[4]

    Skanderbeg (tratado de Gaeta, 1451) tinha assinado uma aliança de vassalagem com Afonso I de Nápoles, V de Aragão. Não estava completamente só. E, enquanto foi vivo, a Porta não conquistou a Albânia. Morto em 1468, invicto, mas velho e doente, o domínio otomano se estendeu rapidamente sobre todo o país.[4]

    Foi uma dominação cruel. Os séculos XVI e XVII viram a conversão das populações terrorizadas ao islã, o recrutamento forçado para os exércitos do sultão, a emigração em massa para a Sicília e a Calábria. Os antigos principados autônomos foram submetidos a paxás e esses muitas vezes usaram em seu proveito a revolta larvada da população local. Vários deles tentaram fazer-se independentes.[4]

    A morte de Skanderbeg tivera outra consequência: a expansão das possessões venezianas. Veneza, que já era senhora, desde o século XV, de Durres e Scutari, anexou, então, a maior parte do principado de Croia (Kruja). Agora, com a chegada dos turcos, foi obrigada a ceder-lhes tudo: primeiro, Scutari e Kruja, depois Durrés (1502).[4]

    Sob ocupação turca, a Albânia conheceu um longo peno de estagnação. A administração apoiou-se de início numa rede de feudos militares, não hereditários. mas aos poucos deixou-se envolver pelos grandes proprietários fundiários. de que passou a depender e cuja riqueza passava de pai para filho, o que eternizava o sistema. Só no século XVIII o país começou a sair da imobilidade. Houve um surto de atividade econômica, embora fraco, e alguns principados conheceram certo florescimento. O mais notável foi o de Janina, nas montanhas do sul, onde Ali, paxá de Tebelen, que se fizera senhor do Epiro, construiu estradas e promoveu a indústria. O sultão marchou contra ele em 1813. O cerco de Janina durou dois anos (1820-1822) e poderia ter durado mais, se Ali não fosse assassinado à traição durante uma conferência com Kurshid paxá, comandante das forças da Porta.[5]

    Em 1830 houve o massacre de Monastir; em 1831, a tomada de Shkodér, que fora sede, até 1796, do paxá Karamahmut; em 1839, as reformas chamadas de Tanzimat, que instalaram um novo modelo de administração; em 1847, a revolta geral dos albaneses contra os turcos.[5]

    O movimento de independência

    O Congresso de Berlim (1877-1878), que mudou a face da Europa, deu terras da Albânia ao vizinho Montenegro. Com o assentimento dos turcos, os albaneses formaram urna liga (de Prizren) contra a espoliação, e as potências puseram navios no Mar Adriático em apoio a Montenegro. Reconhecendo, tardiamente, que a luta era, no fundo, pela independência, os turcos apoiaram a esquadra, e os albaneses perderam os portos de Antivardi e Dulcigno.[6] O movimento nativista procurou, então, outros caminhos. Fundaram-se escolas para a difusão da língua, editaram-se livros, e veio a lume o primeiro jornal, Drita. Mas a liga de Prizren teve de ser dissolvida. A revolução dos jovens Turcos (1908) deu novo ânimo aos patriotas, que passaram a reclamar uma Albânia autônoma no seio do império.[6]

    As Guerras dos Balcãs punham em perigo o território nacional, que era cobiçado por montenegrinos, sérvios e gregos. O velho diplomata Ismail Kemal Vlórë, depois de assegurar apoio das capitais europeias, proclamou a independência (28 de novembro de 1912) em Vlorë, tendo sido escolhido para encabeçar o governo provisório.[6] A Conferência de Londres de 1912-1913 reconheceu o fato e pôs a Albânia neutra sob a proteção das grandes potências. Cosovo ficou, todavia, com a Sérvia, embora tivesse uma população de 800 mil albaneses. A fronteira com a Grécia foi determinada por um protocolo posterior, de Florença (1913).[7]

    As potências indicaram Guilherme de Wied, príncipe renano, como rei da Albânia. Não conseguiu governar. Os gregos tomaram Gjirokaster os montenegrinos Scutári e uma revolta de inspiração turca rebentou em Tirana. O soberano, que assumira em março de 1914, retirou-se em 3 de setembro.[7] Em agosto tinha começado a Primeira Guerra Mundial. Assediada por todos os lados, apesar de neutra, a Albânia foi ocupada pelos beligerantes até 1918.[8] Na Conferência de Paris, o presidente Wilson impediu a partilha do seu território entre os vizinhos, mas só na Conferência dos Embaixadores (1921) foram reconhecidas como válidas as suas fronteiras de 1913. Desde 1920, tinha formado governo próprio, sob Suleiman Delvina, escolhera Tirana para capital e entrara para a Sociedade das Nações. As forças de ocupação deixaram, então, o país: primeiro os aliados, franceses e italianos, por fim os iugoslavos.[9]

    Não foram fáceis os primeiros anos do pós-guerra. A única figura notável é a de Ahmed Zogu, jovem senhor feudal do Mati, chefe do clã dos Zogoli, que se fez ministro do Interior de 1920 a 1922 e primeiro-ministro de 1922 a 1924. Uma revolução liberal derrubou-o em junho, mas em dezembro voltava ao país, com recursos e homens reunidos na Iugoslávia.[10] Aliou a Albânia à Itália por dois tratados (1926-1927)[11] e, um ano mais tarde, passava de presidente da república a rei, como Zog I.[12]

     
    Presidente e Rei Zog da Albânia.

    Sua carreira se confunde, até 1939, com a história da Albânia. Ditador, restabeleceu a ordem, mas governou apoiado na gendarmaria e nos latifundiários. A Itália, que investira grandes capitais no país, fundara e financiara o Banco da Albânia (1925); financiou também a ditadura com empréstimos sucessivos, por motivos políticos. Ao fim, Mussolini resolveu intervir. Depois de apresentar uma lista de exigências extremas, como a união aduaneira e o estacionamento de forças armadas, invadiu o país na sexta-feira da Paixão de 1939. Zog fugiu e uma assembleia fantoche deu a coroa da Albânia a Vítor Emanuel III.[13]

    A ocupação italiana durou de 1939 a 1944. O país, foi colonizado e adaptado ao modelo fascista. Em 1940, serviu de base à conquista italiana da Grécia. Em 1941, ao ataque alemão. Deu-se nesse ano o atentado de Vasil Laci contra o Vítor Emanuel III, em visita oficial.[13] É que a resistência não esmorecera, apenas se tinha recolhido à clandestinidade. Aí formou-se, em 1941, uma Frente Nacional Libertadora, sob chefia comunista (Enver Hoxha). Outro grupo, igualmente antifascista e antizoguista, mas não comunista, arregimentou-se sob a chefia de Midhat Frashcri (Frente Nacional). Em 1943, graças aos esforços aliados, os dois movimentos se uniram num Comitê de Salvação Pública (acordo de Mukaj), que Hoxha abandonou, mais tarde, por influência de Tito. Abas Kupi, até então aliado de Hoxha, separou-se dele e formou um terceiro grupo, antifascista mas zoguista: os legaliteti.[14]

    À rendição italiana (1943), seguiu-se a proclamação pela Alemanha da independência da Grande Albânia étnica e a luta pela hegemonia entre os diversos movimentos da resistência.[13] Hoxha venceu. Em 1944, era fundado um comitê antifascista da revolução nacional. Hoxha tornou-se comandante-chefe do exército clandestino de libertação nacional, que expulsou, 29 de Novembro,[15] os remanescentes alemães enquanto o comitê se transformava em governo provisório e obtinha reconhecimento internacional.[16] Em 1945, as eleições gerais para a assembleia constituinte deram maioria maciça a Hoxha, e o partido comunista assumiu o poder. A Albânia voltara às fronteiras de 1913.[17]

    Período socialista
     
    Enver Hoxha, presidente da República Popular Socialista da Albânia.
     
    Uma das mais de 750 mil casamatas construídas na Albânia durante o período comunista.

    A reconstrução foi penosa e a repressão interna sem quartel. A Constituição de 1946 criou a República Popular da Albânia.[17] Dez anos depois, o país era admitido na Organização das Nações Unidas.[18] Sua política moldou-se de início à da ex-União Soviética, a ponto de romper com a Iugoslávia em 1948.[19] Mas já em 1961, ao tempo de Khrushchev, rompia com a ex-União Soviética. A partir daí, a Albânia seguiu a linha chinesa. Em 1968, o país retirou-se do Pacto de Varsóvia,[20] ao qual aderira em 1955.[21] A hostilidade contra a Iugoslávia permaneceu aguda. Em dezembro de 1976 entrou em vigor uma nova constituição que declarava a Albânia uma República Socialista Popular e reafirmava a política de autossuficiência.[22]

    O governo albanês foi o único a recusar a destalinização em 1956. A Albânia era a ditadura mais severa da Europa. O governo implementou reformas destinadas à modernização económica e alcançou resultados significativos na industrialização, desenvolvimento agrícola, educação, artes e cultura, o que contribuiu para um aumento geral do nível de vida.[23]

    Em 1978, a Albânia rompeu relações com a China, pondo fim a um longo processo de cooperação que se iniciara em 1963 com uma visita a Tirana do primeiro-ministro Chu En-Lai. O rompimento com a China acentuou o isolamento internacional da Albânia, que só voltaria a normalizar suas relações internacionais no final dos anos 1980.[22]

    A década de 1980

    Em dezembro de 1981 Mehmet Shehu, chefe do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) desde 1954, foi morto num atentado. Adil Çarçari, vice de Shehu, assumiu o governo. Em setembro de 1982 as autoridades frustraram uma tentativa de invasão do país por um grupo de exilados albaneses. Em novembro, Ramiz Alia substituiu Haxhi Lleshi na liderança do Presidium da Assembleia do Povo. No ano seguinte diversos ex-ministros foram executados.

    Enver Hoxha morreu em abril de 1985 e Alia sucedeu-lhe como primeiro-secretário do Partido do Trabalho da Albânia (PPSh). Em março de 1986 Nexhamije Hoxha, viúva de Hoxha, foi eleita líder do Conselho Geral da Frente Democrática da Albânia. Alia foi reeleito primeiro-secretário do PPSh em novembro de 1986 e presidente do Presidium da Assembleia do Povo em fevereiro de 1987. Nessa mesma data, Çarçari foi renomeado chefe do Conselho de Ministros.

    A queda do regime socialista

    Em 1989 a onda de mudanças que varria a União Soviética e a Europa oriental chegou à Albânia, com as primeiras manifestações antigovernamentais e tentativas de fuga em massa do país.

    A insatisfação política era alimentada pelo agravamento da crise econômica, na qual os velhos problemas da baixa produtividade, da ineficiência e da obsolescência tecnológica viram-se agravados nessa época por uma prolongada seca que, além de fazer cair o produto agrícola, reduziu drasticamente a geração de energia elétrica.

    A democratização da Albânia começou em 1990 e avançou em ritmo célere ao longo de 1991. O colapso do comunismo - que ameaçava provocar a desintegração política, social e econômica do país - refletiu-se num episódio de fevereiro de 1991, quando uma multidão derrubou, na praça principal de Tirana, a estátua do ex-presidente comunista Enver Hoxha.

    A partir de 1990 o governo começou a reorientar o país rumo à economia de mercado e a reintegrá-lo à economia mundial. Após conceder maior autonomia financeira às empresas, com salários baseados na produtividade, e anunciar a intenção de acabar com os subsídios estatais aos alimentos, o governo divulgou a realização de negociações com vistas à entrada do país no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial.

    Também foi aprovada uma lei de proteção aos investimentos estrangeiros e anunciada a criação do Banco Ilíria, uma joint-venture com capitais suíços. Em 1991 foi estabelecido o Comitê para a Reorganização da Economia, destinado a promover a privatização das empresas estatais.

    Na arena política, o governo do PPSh tentou, a princípio, dosar o ritmo das reformas para não perder o controle da situação. Em 1989, promoveu uma anistia limitada de presos políticos, permitiu a apresentação de até três candidatos nas eleições para a Assembleia do Povo, promoveu a reforma judiciária, com a recriação do Ministério da Justiça (extinto em 1966), liberou as viagens de férias ao exterior, regulamentou o direito à livre manifestação e marcou nova eleição parlamentar para o início de 1991. Tais paliativos, contudo, não impediram que a hegemonia dos comunistas fosse em breve atropelada pelos fatos.

    Premido por uma sucessão de greves e manifestações em todo o país, além da fuga de 15 mil pessoas (até meados do ano 46 mil outras deixariam o país), o governo autorizou, em dezembro de 1990, a criação de partidos de oposição (dias depois nasceu a primeira agremiação oposicionista, o Partido Democrático da Albânia - PDSh) e ampliou os expurgos dos seguidores da linha-dura nas fileiras do partido oficial.

    Em fevereiro de 1991 Alia substituiu o primeiro-ministro Adil Çarçari pelo reformista Fatos Nano e anistiou todos os presos políticos. A eleição parlamentar de 1991, a primeira a ser disputada no sistema pluripartidário desde 1923, trouxe em seus resultados eleitorais um impasse político: embora os eleitores das cidades votassem em peso na oposição, os comunistas do PPSh, conseguiram vencer o pleito com o voto das regiões rurais, onde se concentrava 63% da população. Tal resultado gerou uma série de protestos (os mais graves na cidade de Shkoder) e greves que, juntos com o boicote da oposição liderada pelo PDSh, acabaram por causar em junho a substituição do gabinete de Nano por um governo de salvação nacional liderado por Ylli Bufi. O PPSh mudou seu nome para Partido Socialista da Albânia (PSSh) e, sob a liderança de Nano, que substituiu Alia na presidência do partido, passou a defender e economia de mercado. O país, por sua vez, também mudara de nome em março, quando passou a chamar-se República da Albânia, com a eliminação dos adjetivos Socialista e Popular.

    Em 1992, os eleitores rurais finalmente abandonaram os candidatos comunistas e contribuíram para a vitória do PDSh na eleição parlamentar de março. O país passava, então, por grandes dificuldades econômicas e sociais, com o fechamento de numerosas fábricas, hiperinflação e uma taxa de desemprego da ordem de 70%. Quase todos os alimentos disponíveis provinham da ajuda externa, os hospitais não tinham remédios e a criminalidade alcançava proporções epidêmicas.

    Em 1997, a falência de um esquema financeiro fraudulento respaldado pelo Estado, que prometia lucros anuais de até 300%, causa prejuízos à população. O PSSh, oposicionista, lidera protestos em Tirana. Há confrontos, nos quais morrem pelo menos 3,5 mil pessoas. Mais de 15 mil se refugiam na Itália. Para pôr fim à crise, a eleição parlamentar é antecipada. O PSSh vence e o então presidente Sali Berisha renuncia. O Parlamento da Albânia elege Rexhep Mejdani como o novo presidente, enquanto que Fatos Nano, seu correligionário, é indicado como o novo primeiro-ministro.

    Conflito com o Kosovo

    Em 1998, o assassinato do deputado Azem Hajdari, líder do PDSh, provoca distúrbios na capital. Acusado de envolvimento no crime, Nano renuncia e é substituído no cargo por outro correligionário: Pandeli Majko. No mesmo ano, a escalada de violência na província iugoslava do Kosovo leva milhares de cosovares de etnia albanesa a se refugiar na Albânia. A eclosão desses conflitos traz à tona o projeto de uma Grande Albânia, país que encerraria em suas fronteiras os albaneses da região. Os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Iugoslávia (atual Sérvia). em março de 1999, aumentam o fluxo de albaneses cosovares para o país.

    Século XXI

    Em 2002, Alfred Moisiu é eleito presidente e indica novamente Fatos Nano para primeiro-ministro. O PDSh vence a eleição parlamentar de 2005 e nomeia o ex-presidente Sali Berisha como primeiro-ministro. Nesse mesmo ano, a União Europeia (UE) sela acordo de estabilização e associação com a Albânia, o que representa o primeiro passo para a eventual entrada do país na comunidade.

    Em junho de 2007, a visita do presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, causa comoção nacional. Albaneses do Kosovo atravessam a fronteira para ouvir Bush defender a independência do país, que formalmente ainda é um território pertencente à Sérvía. O Parlamento da Albânia elege em julho Bamir Topi (PDSh) novo presidente da Albânia. Em seu primeiro discurso como presidente, Topi também defende a independência do Cosovo. Em dezembro, o governo anuncia que pagará, a partir de 2008, um total de 417 milhões de euros às famílias de 2 mil pessoas mortas e 15 mil presas pelo regime de Enver Hoxha.

    Em 17 de fevereiro de 2008, a Albânia saúda a independência do Kosovo, declarada unilateralmente nesse dia. Em abril de 2009, o país é admitido oficialmente junto com a Croácia na OTAN. No mesmo mês, Berisha formaliza pedido de adesão à União Europeia, que condiciona o ingresso do país a progressos na administração estatal e no combate à corrupção.

    Na eleição parlamentar de 2009, o governista PDSh e seus partidos aliados vencem por estreita margem, conquistando 70 cadeiras das 140 em disputa, contra 66 do PSSh. Observadores internacionais criticam irregularidades no pleito, o que prejudica as aspirações do país de ingressar na UE.

    a b c d e f g h Biblioteca do Congresso. «Albania: History: The ancient Illyrians» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b c d e Biblioteca do Congresso. «Albania: History: The Barbarian Invasions and the Middle Ages» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  «Ministério das Relações Exteriores - Embaixada do Brasil em Tirana». Itamaraty. Consultado em 19 de junho de 2021  a b c d e Biblioteca do Congresso. «Albania: History: The Albanian Lands Under Ottoman Domination, 1385-1876: The Ottoman Conquest of Albania» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b Biblioteca do Congresso. «Albania: History: The Albanian Lands Under Ottoman Domination, 1385-1876: Local Albanian Leaders in the Early Nineteenth Century» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b c Biblioteca do Congresso. «Albania: History: National Awakening and the Birth of Albania, 1876-1918: Local Albanian Leaders in the Early Nineteenth Century» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b Biblioteca do Congresso. «Albania: History: National Awakening and the Birth of Albania, 1876-1918: The Balkan Wars and Creation of Independent Albania» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Albania: History: Interwar Albania, 1918-41» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Albania's Reemergence after World War I» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Government and Politics» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Italian Penetration» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Zog's Kingdom» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b c Biblioteca do Congresso. «Italian Occupation» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «World War II and the rise of communism, 1941-44» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Manelli, Gani (2006). "Partisan politics in World War II Albania: the struggle for power, 1939-1944". East European Quarterly. Vol. 40, no. 3. University of Colorado at Boulder. ISSN 0012-8449 Biblioteca do Congresso. «The Communist Takeover of Albania» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b Biblioteca do Congresso. «Consolidation of Power and Initial Reforms» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Albanian-Yugoslav Tensions» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Albanian-Yugoslav Tensions» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Albania and the Soviet Union» (em inglês). Country Studies. Consultado em 29 de julho de 2012  Biblioteca do Congresso. «Albania and the Soviet Union» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012  a b Biblioteca do Congresso. «The Break with China and Self-Reliance» (em inglês). Country Studies. Consultado em 29 de julho de 2012  https://www.britannica.com/place/Albania
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