Cataratas de Vitória

As cataratas de Vitória ou quedas de Vitória (o conjunto de quedas é chamado de Mosi-o-Tunya em tonga, que em português significa a fumaça que troveja) são uma das mais espetaculares quedas d'água do mundo. Situam-se no rio Zambeze, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe, e têm cerca de 1,5 km de largura e altura máxima de 128 m. Ao saltar, o Zambeze mergulha na garganta de Kariba e atravessa várias cataratas basálticas.

Tanto o Parque Nacional de Mosi-oa-Tunya quanto o Parque Nacional de Victoria Falls, no Zimbabwe, estão inscritos desde 1989 na lista de Património Cultural da Humanidade mantida pela Unesco. Esta igualmente conservada por estar dentro da Área de Conservação Transfronteiriça Cubango-Zambeze.

Um mapa datado de cerca de 1750, desenhado por Jacques-Nicolas Bellin para o abade Antoine François Prévost, marca as quedas como "cataractes" e assinala uma povoação ao norte do Zambeze como sendo na época "MORTAL" aos portugueses.[1][nota 1] Antes ainda, um mapa da África Austral feito por Nicolas de Fer, em 1715, tem a queda claramente marcada na posição correta. Ele também apresenta linhas pontilhadas que denotam rotas comerciais que o explorador escocês David Livingstone seguiria 140 anos mais tarde.

Um livro de 1956, There's a Secret Hid Away, corrobora tal tese:

«Os mais antigos exploradores que possivelmente teriam descoberto as cataratas são os portugueses. Alguns de seus mapas, feitos entre os anos de 1600 e 1700 e guardados na livraria do Vaticano, mostram uma grande catarata num rio que deve ser o Zambeze, então conhecido por eles como Cuama. (...) há alguma evidência em favor do padre Silveira, um missionário português que teria visitado as cataratas ainda no começo do século XVII.»[1][nota 2]

Oficialmente, no entanto, Livingstone foi o primeiro ocidental a avistá-las em 17 de novembro de 1855, dando-lhes o nome em honra à rainha Vitória — o nome local é Mosi-oa-tunya, que quer dizer "fumo que troveja", em referência ao vapor que sobe da garganta das quedas.[5][6]

No livro Seven Natural Wonders of Africa, de 2009, há a seguinte narrativa sobre o explorador:

«Livingstone deu às cataratas um novo nome, ‘Vitória’, em homenagem à rainha Vitória, que na época regia o Reino Unido. Livingstone mais tarde diria que as cataratas foram a coisa mais impressionante que chegou a ver durante seus trinta anos de exploração da África.»[7]

Em 1860, Livingstone voltou à zona das cataratas e fez um estudo detalhado. Formidável explorador, além das quedas de Vitória, atravessou duas vezes o deserto do Kalahari, navegou o rio Zambeze de Angola até Moçambique, procurou as fontes do rio Nilo e foi o primeiro europeu a atravessar o Lago Tanganica.[8]

O explorador português Serpa Pinto também as visitou, mas até que aquela área ficasse mais acessível, o que ocorreu por volta de 1905 com a construção de uma linha de caminho-de-ferro, poucos ocidentais se aventuraram por lá.[9] Hoje o número de visitantes anual ultrapassa os 300 milhares.[9][10]

Em 1905 foi inaugurada a ponte ferroviária Cataratas Vitória, que passa perto das quedas de água e que liga a Zâmbia e o Zimbabwe.

a b Lawrence George Green (1956). There's a Secret Hid Away. [S.l.]: H. Timmins. 244 páginas. ISBN 9780869782071  Maria Emília Madeira Santos (1978). Viagens de exploração terrestre dos Portugueses em África. [S.l.]: Centro de Estudos de Cartografía Antiga. 414 páginas  Adm. da Agência (1941). O Mundo português, Volume 8, Ed. 85-96. [S.l.]: Edição de Agência Geral das Colónias e do Secretariado da Propaganda Nacional  Eric Anderson Walker (1963). The Cambridge History of the British Empire, Volume 2. [S.l.]: CUP Archive  David Livingstone & Charles Livingstone (1866). Narrative of an Expendition to the Zambesi and Its Tributaries: And of the Discovery of the Lakes Shirwa and Nyassa. 1858-1864. [S.l.]: Harper & Brothers. 638 páginas  Piotr Migon (2010). Geomorphological Landscapes of the World. [S.l.]: Springer Science & Business Media. 375 páginas. ISBN 9789048130559  Michael & Mary B. Woods (2009). Seven Natural Wonders of Africa. [S.l.]: Twenty-First Century Books. 80 páginas. ISBN 9780822590712  Maria Helena Guedes (2015). Os Escravos Sobterrados. [S.l.]: Clube de Autores. 344 páginas  a b Eduardo de Noronha (1936). Edição 25 de Colecção pelo Império: o explorador Serpa Pinto. [S.l.]: Divisão de Publicações e Biblioteca, Agência Geral das Colónias. 31 páginas  Gastão Sousa Dias (1944). Como Serpa Pinto atravessou a Africa: Desenhos documentados na obra de Serpa Pinto. [S.l.]: Livraria Sá de Costa. 227 páginas 


Erro de citação: Existem etiquetas <ref> para um grupo chamado "nota", mas não foi encontrada nenhuma etiqueta <references group="nota"/> correspondente

Fotografias por:
Statistics: Position
535
Statistics: Rank
186843

Adicionar novo comentário

Esta questão é para testar se você é um visitante humano ou não a fim de prevenir submissões automáticas de spam.

Segurança
376954821Clique/toque nesta sequência: 5135

Google street view

Onde você pode dormir perto Cataratas de Vitória ?

Booking.com
489.847 visitas no total, 9.196 Pontos de interesse, 404 Destinos, 12 visitas hoje.