Caminhos Incas são o extenso sistema de caminhos construído durante o Império Inca. Todos os caminhos da América do Sul direcionavam a Cusco (em quíchua, "Umbigo do Mundo"), a principal metrópole sul-americana do período pré-colombiano, legado de uma antiga tradição cultural. Foi usado pelos conquistadores espanhóis para dirigir-se a Bolívia, Chile e as pampas cordilheiranas argentinas.
Esta rede de estradas se estendia do centro do Equador até a região central do Chile, ao sul, e da costa do oceano Pacífico até as encostas orientais dos Andes.
Antes dos incas, já existiam sistemas de vias pavimentados, construídos pelos Wari, Tiwanaku e Chimu, alguns com datação de mil anos antes da chegada dos incas. A partir da segunda metade do século XV, o Império inca foi o responsável por unir e ampliar esses sistemas existentes, conforme iam ampliando suas conquistas. Essas vias, chamadas pelos incas de Qhapaq Ñan, além de serem usadas pelo exército, eram usadas para facilitar o deslocamento de mensageiros (chasquis), para circulação de mercadorias, administradores de negócios imperiais e pela elite imperial. Pessoas comuns não tinham permissão de usa-las, a não ser com uma autorização oficial. Essas vias eram construídas por escravos, prisioneiros de guerra e trabalhadores recrutados. E a manutenção era feita por famílias, em trechos curtos. Os trabalhadores recrutados eram pagos com bolsa de roupas, chicha e comida, pois os incas não possuíam moedas. Para as inspeções das pontes, havia um funcionário específico, denominado Chaka Suyuyuq.[1][2][3][4][5]
Em 1532, durante a invasão do Império Espanhol na América do Sul, Francisco Pizarro quando chegou ao Peru com sua tropa, tomou conhecimento do caminho inca e a utilizou estrategicamente para avançar pelas regiões à cavalo. Após a conquista dos espanhóis, as vias, que foram projetadas para serem percorridas a pé e por lhamas, foram percorridas por cavalos com ferraduras, mulas e carroças, destruindo-as. Os espanhóis passaram a construir novas vias, que suportassem a carga.[1][3][5]
Atualmente, muitas vias incas estão incorporadas às vias modernas e foram cobertas por asfalto; há trechos em que as pedras utilizadas na construção do caminho, foram retiradas pelo povoado local para construção de residências e currais; e alguns caminhos permanecem intactos, sendo utilizados pela população local e turistas.[2][3][6]
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